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Avaliando 2650 pré-escolares, Traisman & Traisman8 7, em 1958, observaram hábitos de sucção de dedo e chupeta. 1340 pré-escolares pertenciam ao sexo masculino e 1310 ao sexo feminino. 45,6 % do grupo eram portadores de hábitos (1208 crianças). Não foi encontrada diferença estatística com relação ao sexo. O tempo de amamentação foi provavelmente significante na incidência do hábito de sucção. A média da idade que os hábitos cessavam era de aproximadamente 3 anos e oito meses. A má oclusão diagnosticada foi a protrusão dos dentes anteriores com relação molar normal; ou protrusão da maxila com anormal posição do primeiro molar. Má oclusão ocorreu em 211 pacientes, ou seja, 7,9 % do grupo. Dos 1208 pacientes que eram portadores de hábitos, 80,8% persistiram o hábito por até dois anos.

Em 1960, Calisti2 1 et al., correlacionando má oclusão, hábitos orais e nível sócio econômico em pré-escolares, examinaram 491 crianças clinicamente e as classificaram. No estudo os hábitos não foram diferenciados, somente foram relatados como: sucção de dedo, chupeta, lábios. Não houve significância estatística quanto ao tipo de má oclusão e nível sócio econômico. A relação

entre a incidência de má oclusão e hábitos foi estatisticamente significante. A positiva relação entre incidência de hábitos e nível sócio-econômico foi também significante.

Posteriormente, em 1966, Bowden1 8, avaliou 116 crianças da Universidade de Melbourn. 37% portadoras de hábito de chupeta, 12% portadoras de hábitos de chupeta e dedo, 6% portadoras de hábitos de sucção de dedo e 21% portadoras de hábito de sucção digital. Em síntese o autor concluiu que existe relação direta entre os hábitos de sucção com o tipo de má-oclusão de Classe II e que a probabilidade das crianças desenvolverem má- oclusão de Classe II aumenta com a duração do hábito.

Estudando a sucção de dedos, Baalack & Frisk7, em 1971, avaliaram 9877 crianças de Estocolmo, através de questionário. 8158 questionários retornaram correspondendo a 82 % de crianças. Com base no questionário, conclui-se que crianças que sempre estavam chupando o dedo tinham mais mordida aberta, que outras crianças do grupo.Crianças com hábito de sucção de chupeta após os 7 anos de idade mostravam aumento no overjet e diminuição do overbite comparadas com crianças que nunca tiveram hábitos.

Hábitos de sucção de chupeta e dedo foram reportados por Zadik9 3 et al., em 1977, onde avaliaram 3 grupos de 333 crianças de diferentes regiões, do nascimento até 7 anos de idade.As variáveis consideradas foram idade, sexo, duração da amamentação no peito e tamanho da família. Diferença de prevalência entre o 3 grupos foram encontradas. 95 % das crianças da amostra possuíam hábitos de sucção. Com o aumento da idade, a prevalência foi diminuindo em todos os grupos. Nenhuma diferença foi encontrada com relação ao sexo. Nenhuma associação foi encontrada entre o tempo de amamentação e o hábito. Foi sugerido que a chupeta pode ser substituída, quando removida, pelo hábito de sucção de dedo.

Cerny2 3, em 1981, avaliou 600 questionários de crianças portadoras de hábitos diurnos e noturnos de sucção de dedo e polegar, desde o nascimento. A maior parte das crianças fizeram uso do hábito por 2 anos. A partir do segundo ano houve predominância do hábito de sucção do polegar e a maior parte das crianças sugava chupeta ou mamadeira à noite. Distorção palatal foi encontrada somente em 18 crianças. 17 % do grupo possuía sucção digital. Isto foi encontrado em 17 crianças que os pais não deixavam chupar chupeta e 10 começaram sucção digital. Das 72 crianças que recusaram chupeta, 38 começaram desenvolver sucção digital. Os

pais deveriam encorajar sucção de chupeta em crianças que mostraram potencial para sucção digital. Onde a chupeta não é permitida pelos pais ou recusada pelas crianças 56 começaram sucção digital.

Estudando hábitos de sucção e sua relação com a mordida cruzada posterior em crianças de 4 anos, Modéer5 3 et al., em 1982, encontraram que 88% das crianças eram portadoras de hábito, sendo 78% portadoras do hábito de chupeta. Os autores afirmaram que a incidência de oclusão normal constantemente diminuiu em casos com hábito de sucção persistente. O aumento da mordida cruzada unilateral ocorreu na maior parte em crianças que persistiram com o hábito por mais de 2 anos. A variável intensidade do hábito estava significantemente correlacionada com a ocorrência de mordida cruzada unilateral.

Oliveira6 2, em 1983, examinou 790 crianças brancas, de ambos os sexos, na faixa etária de 3 a 6 anos de idade, da cidade de Piracicaba, através de exame clínico e questionamento sobre hábitos de sucção ( dedo e/ou chupeta). Foi encontrado 42,03% de prevalência de hábito de sucção, sendo mais alta para o sexo feminino, 47,07 %. A prevalência de hábitos para ambos os sexos

foi elevada e a porcentagem de hábitos de sucção decresceu com o aumento da idade para todas as faixas etárias.

Estudando a prevalência e a etiologia dos hábitos de sucção de dedo e chupeta, Larsson & Dahlin4 0, em 1985, examinaram 3 grupos: Grupo A – 415 pequenas crianças de Mnene, Zimbabwe; Grupo B – 20 crânios da coleção Schreiner, do Instituto de Anatomia, Oslo, exibindo dentição decídua intacta. Os crânios pertenciam a um período de 1000 a 1500 A.C. e eram provenientes da Escandinávia. Grupo – C, 280 jovens crianças Suíças. O estudo indicou que os hábitos de sucção de chupeta e dedo ocorreram sem muita freqüência entre as crianças africanas e relacionadas com distúrbios na amamentação. Houve diferenças estatísticas entre os grupos avaliados. O grupo C apresentou 87 % de sucção de chupeta e dedo, enquanto que os grupos A e B apresentaram 2 e 5 % respectivamente.

Peters6 5 et al., em 1986, estudaram a prevalência de mordidas cruzadas em pré-escolares associadas aos hábitos de sucção. Foram avaliadas 795 crianças, por meio de exame clínico. Concluíram que a freqüência das mordidas cruzadas para as crianças sem hábitos foi de 14,84% e para as crianças portadoras de 15,75% ,

mais elevada no sexo feminino.A frequência das mordidas cruzadas anteriores prevaleceu nas crianças sem hábitos e a de posteriores nas portadoras, e a de mordidas cruzadas posteriores foi de 11,85 % nas crianças portadoras e de 5,8 % para as não portadoras.

Em 1986, Silva Filho7 6 et al., enfatizaram que o hábito de sucção digital constitui um poderoso fator etiológico da má oclusão. Porém se o hábito for interrompido no estágio de dentadura decídua, existe grande possibilidade para autocorreção dos desvios morfológicos da oclusão. Em síntese, os autores concluíram que o hábito de sucção digital suscita alterações morfológicas da oclusão dentária, desvios funcionais da musculatura circunjacente e envolve aspectos emocionais da criança. Todos esses fatores devem ser abordados por uma terapia multidisciplinar para que o tratamento alcance o êxito desejado, sem qualquer seqüela para o paciente.

Ainda em 1986, Silva Filho7 7 et al., determinaram que os hábitos bucais normais contribuem para o estabelecimento de uma oclusão normal e favorecem a liberação do potencial de crescimento facial em toda sua plenitude, sem desvios. Essas funções exigem o uso correto da musculatura intrabucal e facial durante a respiração, deglutição, fonação, mastigação e postura. Quando as funções bucais constituem fatores etiológicos em

potencial na deterioração da oclusão e na alteração do padrão de crescimento normal de crescimento facial, elas são consideradas hábitos bucais deletérios.

Estudando a associação da sucção do polegar e a má oclusão, Estripeaut2 8 et al., em 1989, verificaram que a sucção do polegar está significantemente relacionada com as más oclusões. A freqüência, a duração e a intensidade do hábito produzem como conseqüência: mordida aberta anterior, retrusão da mandíbula, protrusão da maxila, sobressaliência excessiva, vestíbulo- versão dos dentes anteriores, verticalização dos dentes anteriores inferiores, mordidas cruzadas posteriores e algumas alterações faciais. Os autores enfatizam que se o hábito não for removido até os quatro anos de idade, ele é considerado potencialmente causa da má oclusão.

Também em 1989, Lindner e Modéer4 4, estudaram a relação entre hábitos de sucção e características dentárias em pré- escolares com mordida cruzada unilateral.

As mordidas cruzadas foram classificadas em variáveis: número de dentes envolvidos, overjet e overbite dos incisivos, plano terminal, linha mediana, assimetria dentária maxilar, diferença na largura maxila e mandibular, tipo de sucção

de hábito (dedo ou chupeta), duração e intensidade do hábito.Foi concluído que, a diferença entre a largura maxilar e mandibular na região dos caninos está diretamente relacionada com a intensidade e duração do hábito de sucção e que o hábito de chupeta foi mais prejudicial na instalação da mordida cruzada unilateral do que o hábito de dedo. Não há correção espontânea das anomalias causadas pelos hábitos de sucção de dedo.

Dando continuidade aos estudos de pacientes portadores de hábitos de sucção, Mongullhott5 4 et al., em 1991, avaliaram os diversos tipos de oclusão, em 334 crianças dos 5 aos 11 anos de idade. No estudo constataram que 50,90% das crianças tinham oclusão do tipo classe, 17, 96 % tipo classe II e 9,28 % tipo classe III. Não houve portanto, na maioria das crianças, uma diferença da oclusão pelo fato de serem portadoras de hábitos no que diz respeito à relação ântero – posterior e também não foram encontradas diferenças com relação ao sexo.

Avaliando a prevalência de hábitos de sucção de chupeta e dedo em crianças, Larsson3 9 et al., em 1992, examinaram 245 crianças da Noruega e 171 crianças da Suíça. As crianças Suíças eram mais inclinadas a desenvolver o hábito de sucção de chupeta por tempo prolongado. Aproximadamente de 10 a 19 % das

crianças nos diferentes grupos começaram a sucção de dedo. Muito pouco dos suctores de dedo paravam o hábito com 3 anos de idade. A maior porcentagem de não suctores foram encontradas em diferentes cidades ao Norte da Noruega.

Ogaard6 0 et al., em 1994, avaliaram a largura intercaninos dos arcos superiores e inferiores na prevalência da mordida cruzada posterior e registraram para o estudo, 445 crianças com 3 anos com e sem hábitos em áreas da Suíça e Noruega. Nesse estudo também foi utilizado 15 crânios medievais com dentição decídua intacta e crianças do norte da Noruega. Comparando os não portadores de hábito com os portadores, houve aumento na prevalência da mordida cruzada posterior para os sugadores de dedo, especialmente nas meninas suíças. Os autores concluíram que a mordida cruzada pode ser predita pela medida da distância intercaninos superior. A variável sucção de dedo não teve previsão de melhora em relação ao local de residência, sexo, largura intercanina do arco inferior. Alta prevalência de mordida cruzada posterior foi registrada nos sugadores de dedo e chupeta, especialmente nos suíços 26 %. O estudo mostrou que os arcos tendem a ser mais estreito nos suíços e nas meninas, e a sucção de chupeta reduziu a largura do arco superior e aumentou a largura do arco inferior. O hábito de sucção de dedo leva dois anos para

produzir efeito significativo no arco superior e 3 anos no arco inferior.

Através de estudo da prevalência de hábitos bucais deletérios em pré-escolares, Corona2 6 et al., em 1996, onde analisaram 317 pais, de ambos os sexos através de questionário que continham a identificação da criança, sua história médica, os hábitos bucais e as suas freqüências. Em fase posterior foi realizado o exame clínico nas crianças, onde se verificou a presença de mordida aberta anterior e o grau da mesma.Conclui-se que a chupeta foi o hábito de maior prevalência, a mordida aberta também apresentou bastante freqüente, e a porcentagem de pacientes que apresentavam hábitos de sucção diminuiu com a idade.

Serra-Negra7 2 et al., em 1997, associando a forma de aleitamento com a instalação de hábitos bucais deletérios e conseqüentes má oclusões; examinaram 357 crianças na faixa etária de 3 a 5 anos e constataram através de exame clínico e questionário que 86,1% das crianças que não apresentaram hábitos deletérios foram aleitadas por no mínimo 6 meses e que a associação de hábitos bucais com a má-oclusão foi significante, sendo mais prevalentes para mordida cruzada posterior e aberta anterior.

Já em 1999, Silva Filho8 0 et al., realizaram um estudo enfocando a epidemiologia da má oclusão na dentadura decídua, salientando a atresia maxilar como uma das manifestações morfológicas e defendendo o seu tratamento precoce.

Soligo8 3, também em 1999, avaliando a relação entre hábitos de sucção e má oclusão, em 164 pré-escolares, através de questionamento das crianças e dos pais e exame clínico.A idade das crianças variou de 3 anos e 6 meses a 6 anos e 7 meses. Conclui-se que os hábitos de maior ocorrência são os de mamadeira e chupeta, sendo que a incidência decresce com o decorrer da idade e não depende do sexo.Os hábitos de sucção apresentam relação significante com a mordida aberta a partir dos 5 anos e 7 meses.

Avaliando os hábitos de sucção, mastigação e alimentação num estudo longitudinal realizado com meninas do nascimento a três anos de idade, Larsson4 1, em 2001, encontrou 26 % de mordida cruzada em meninas que possuíam o hábito de sucção de chupeta. Para o presente estudo, foram utilizadas 60 meninas, nascidas na Suécia. 90 % das meninas mamavam no peito, 72 % desenvolveram o hábito de sucção de chupeta, 10 % o hábito de sucção de dedo e 18 % não desenvolveram nenhum tipo de hábito. Foi observado que o hábito de chupeta provocou alteração nos arcos

dentários, quando o hábito permanecia por muito tempo. Concluiu- se que: Os pais devem ser instruídos a reduzir o tempo do hábito e a relação transversal oclusal das crianças deve ser avaliada entre 2 e 3 anos de idade. Se os contatos primários na região de caninos estiverem presentes, os pais deverão ser instruídos a reduzir o tempo de chupar chupeta.

Santana7 0 et al., em 2001, avaliaram 216 crianças, de 3 a 6 anos incompletos, na cidade de Aracaju, portadoras de mordida aberta anterior, através de questionário e exame clínico. Conclui-se que a mordida aberta anterior apresentou maior prevalência no sexo masculino, que os hábitos de sucção têm maior prevalência para o sexo feminino, a presença de hábitos não determina a existência de mordida aberta anterior e a ausência de hábitos bucais não determina a inexistência de mordida aberta anterior.

Avaliando os efeitos da duração dos hábitos bucais nas características dentais da primeira dentição, Warren9 1 et al., em 2001, examinaram 700 crianças portadoras de hábitos através de exame clínico e também de questionário enviado aos pais. Destas 700 crianças, 526 foram submetidas à moldagem com alginato e a partir daí modelos de gesso foram confeccionados. Os modelos

foram mensurados, e os seguintes parâmetros foram analisados: comprimento, largura e profundidade dos arcos, overjet, overbite e mordida cruzada posterior. Os autores compararam os arcos dentários das crianças portadoras de hábitos com diferentes durações. Concluiu-se que: enquanto os hábitos contínuos de 48 meses ou mais produzem grandes mudanças nos arcos dentários e características oclusais, crianças portadoras de hábitos de curta duração também apresentaram diferenças com a mínima duração do hábito.

Warren & Bishara9 2, no ano de 2002, avaliaram 372 crianças com dentição decídua, desde o nascimento, através de questionários preenchidos pelos pais. Também obtiveram modelos, onde avaliaram: mordida cruzada posterior, mordida aberta anterior, overjet, largura, comprimento e profundidade dos arcos. Os pacientes foram divididos de acordo com o tipo de hábito (dedo ou chupeta) e também de acordo coma duração do mesmo. Os arcos dentários e as características oclusais foram comparados. Os estudos mostraram que ambos os hábitos de sucção resultam em mudanças nos arcos dentários.

A relação entre os hábitos de sucção, padrão de crescimento facial e alterações oclusais foram estudados por Katz3 5 et al., em 2002, onde avaliaram 100 pré-escolares. Foram realizados exame clínico e entrevista com os pais, e constatou-se que a prevalência de alterações oclusais foi de 51 %. Uma associação estatisticamente significante foi encontrada entre as alterações oclusais pesquisadas e os hábitos de sucção.

Santos-Pinto7 1 et al., também em 2003, realizaram um estudo enfocando hábitos bucais como fatores etiológicos causadores das más oclusões. A prevalência de hábitos de sucção em crianças está entre 75 e 95 %, sendo que o hábito de sucção de chupeta tem aumentado nas últimas décadas enquanto que a sucção de dedo tem diminuído com freqüência. Como consequência desses hábitos temos: mordida aberta; deglutição atípica; interposição lingual; vestíbulo versão dos incisivos; atresia do arco superior com palato profundo; línguo – versão dos incisivos inferiores e mordida cruzada posterior.

Avaliando hábitos de sucção e má oclusão Silva Filho8 1 et al., em 2003, realizaram um estudo epidemiológico em 2016 pré-escolares.Os hábitos bucais de sucção estiveram presentes em 48,86 % das crianças, sendo mais prevalentes no gênero

feminino e nas escolas públicas.Com relação aos hábitos mais freqüentes, encontraram os de mamadeira e chupeta (29 %), seguidos da sucção de dedo (9,72 %). Dentre as más oclusões associadas aos hábitos a mais encontrada foi a de mordida aberta anterior (50,76 %), seguida de mordida cruzada posterior (10,35%).

Maia & Maia4 6, em 2004, avaliaram 351 crianças de 3 a 6 anos de idade, na fase de dentição decídua, para verificar a prevalência de mordida cruzada posterior. A mordida cruzada posterior atinge 11,11% das crian ças, sendo mais prevalente no sexo masculino e no lado direito. A mordida cruzada posterior na maioria das vezes apresenta desvio de linha média e os hábitos estão presentes em 30,6 % dos casos.

P

roposição

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