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O início do m ovim ento integracionista entre as orientações behavioristas e cognitivistas no contexto clínico, pode ser explicado atra­

vés de cinco hipóteses. Destas, as três primeiras foram form uladas ao longo da construção do referencial teórico e as dem ais foram extraídas da literatura que discute o tema. Cada uma delas será descrita a seguir.

A prim eira hipótese está ligada ao fato de a “revolução cognitiva" ter ocorrido em um momento em que a TAC ainda estava em fase de consolidação. C om o afirm am Barcellos e Haydu (1995), a Tera­ pia Comporta mental "constituiu-se em um movim ento formal somente na década de 60..." (p. 43). N este sentido, pode-se dizer que as bases da intervenção com portam ental não estavam suficientem ente firm es para suportar as críticas dirigidas a este m odelo de intervenção. Dentre as críticas à intervenção comportamental destacam-se a de que era tecnicista e que não lidava satisfatoriam ente com eventos com plexos, com o as cognições (Barcellos e H aydu, 1995). Além disso, tam bém na década de 60, a generalidade dos princípios comportamentais foi fortem ente ques­ tionada por teóricos cognitivistas.

Nas palavras de Hifert e cols. (1993) "n em o condicionam ento clássico nem o operante estavam desenvolvidos e avançados suficiente­ m ente no tem po crítico dos m eados do ano de 1970 quando as teorias e os tratam entos cognitivos ganharam espaço na área da terapia do com ­ portam ento" (p. 108).

A segunda hipótese para a integração entre behavioristas e cognitivistas refere-se à TA C estar originalm ente ligada a diferentes posições teóricas (Barcellos e Haydu, 1995). A "evolução [da TAC] ao longo dos anos é acom panhada por inúm eras discussões e divergên­ cias quanto aos princípios teóricos e m etodológicos que a caracteri­ zam " (Barcellos e H aydu, 1995, p.43). Isto sugere que a história da TA C foi m arcada - e ainda é - pela ausência de um grupo teoricam en­ te coeso de terapeutas, o que se evidencia, por exem plo, quando se observa que na própria década de 60, já existiam diversas definições de Terapia Comportamental.

Segundo Franks (1996), dentre os que se d enom inam de terapeutas com portamentais,

estão aqueles que consideram a teoria do traço altamente compatíveis com uma posição comportamental e aqueles que mantêm um ponto de vista diametralmente oposto (...) Igualmente, estão aqueles que se apói- am notavelmente em fatores fisiológicos, constitucionais e genéticos, e aqueles que pensam que essas determinações não existem, ou são,

quando muito, irrelevantes. Também encontramos aqueles para os quais o marco de referência é o compor tamentalismo radical, rechaçando totalmente qualquer variável que intervenha entre o estímulo e a res­ posta, e aqueles cuja única fidelidade se lim ita â metodologia comportamental. Para outros, os princípios do condicionamento clássi­ co e o do condicionamento operante, com a possível incorporação da modelagem, são suficientes, enquanto outros pensam que o condicio­ namento é só uma parte do film e (p. 9).

0 > A terceira hipótese sugere que a integraçao entre as orientações cognitivistas e com portamentais no contexto clínico tenha ocorrido por­ que é favorável à m anutenção da tradição intem alista na Psicologia; o que se mostra compatível com uma afirmação anterior de que os modelos rotu lad os de cognitivo-com portam ental são na realidade m odelos cognitivistas. Esta hipótese será retomada posteriormente, quando se pas­ sar a discutir a manutenção da tendência íntegracionista ainda hoje.

<3> A q u arta h ip ó te se p ro p õ e qu e a in teg ra ça o co g n itiv o - com portamental na prática clínica ocorreu em função dos "princípios comportamentais mais conhecidos [terem surgido] de experimentos com animais, que [se supõe] diferentes de h u m an o s..." (Falcorie, 1993, p.4).

A lguns anos antes Hayes (1^87) já defendia esta hipótese ao argum entar que

muitos princípios comportamentais são desenvolvidos a partir de orga­ nismos não verbais. Há boas razões para acreditar que os organismos verbais são muito diferentes dos não verbais. F.sta é uma razão pela qual muitos terapeutas comportamentais se "tornaram cognitivistas". Na minha opinião este é um problema certo, mas a solução errada (pp. H27-328).

Segundo Eifert e Plaud (1993), os terapeutas com portamentais consideraram os modelos dc condicionam ento com o m ecanicistas e irrelevantes para a área clínica e, como conseqüência,, voltaram-se para as explicações e tratamentos cognitivos porque eles eram dirigidos para a experiência humana.

Com o quinta hipótese, é possível que a integração tenha ocor­ rido devido as pesquisas daquela época não darem o suporte necessário para os terapeutas com portam entais explicarem os fenôm enos clínicos (Haw kins e Forsyth, 1997b). Quando o terapeuta m udou do contexto institucional para o de consultório, pode-se dizer que seu principal ins­ trumento de intervenção passou a ser o comportamento verbal (Guedes, 1993; Sant'A nna, 1994).

Eifert e cols. (1993), fundam entados na ausência de pesquièas sobre com portam ento verbal, enfatizaram que "o s behavioristas rad i­ cais falharam em explicar os processos da linguagem e do pensam ento em term os úteis para os clínicos" (p. 108). N a verdade, as pesquisas

nesta área são bastante recentes, sendo pertinente argum entar que, ain­ da hoje, os resultados das pesquisas em com portam ento verbal ainda estão sendo incorporados à intervenção com portam ental.

Eifert e Plaud (1993) e Eifert e cols. (1993) tam bém argumentam que a afirmação de Skinner (1974) de que as em oções são epifenômenos, levou muitos clínicos a ignorarem "as teorias operantes e vê-las como irrelevantes para a prática clínica deles" (Eifert e co ls.,1993, p. 108).

A argum entação dos autores mostra quanto os terapeutas comporta mentais realm ente possuíam pouca fam iliaridade com as pro­ posições do Behaviorismo Radical. De fato, Skinner (1974) trata do mun­ do privado como produto colateral; entretanto, também ressalta a impor­ tância daquele m undo como parte do que afeta o comportamento.

Q uanto à m anutenção da tendência integracionista entre behavioristas e cognitivistas, pode-se explicá-la, de acordo com a pers­ pectiva Behaviorista Radical, através de três hipóteses: a primeira hipó­ tese está baseada na argumentação de Jacobson (1987) de que "ecletism o e integracionism o têm se tornado uma tendência crescente dentro da com unidade de psicoterapeutas... (p. 2)." A liipótese levantada, então, é que a m anutenção do m ovim ento integracionista, entre behavioristas e cognitivistas, possa ser explicada como parte de um Zeitgeist, ou mesmo de um modismo.

A segunda hipótese é sustentada pela proposição de Hawkins e Forsyth (1997b) de que muitos terapeutas com portamentais possuem pouca familiaridade com. a Análise do Comportamento - argum enta­ ção semelhante à de Hayes (1987), usada anteriormente para explicar a integração entre terapeutas com portam entais e cognitivistas. Deste modo, talvez a manutenção se explique pela falta de fam iliaridade com a ciência do comportamento, em função da dificuldade que se terá para identificar as incompatibilidades entre uma e outra orientação.

A terceira hipótese sustenta, não apenas que a integração cognitdvo-comportarnental favorece a continuação da tradição intemalista na Psicologia, m as que a tradição intem alista, tam bém na form a da integração entre behavioristas e cognitivistas, fa vorece a manutenção dos problemas humanos.

A s teorias cognitivistas e as cognitivo-com portam entais estão mais próximas das idéias do senso comum (Figueiredo e Coutinho, 1988). Logo,

os clientes podem se sentir mais confortáveis com um modelo cognitivo do que com um comportamental Uma abordagem que é congruente com o ponto de vista de seus clientes pode ser a maneira mais produ­ tiva de proceder; dado que o objetivo da terapia é assistir a uma pessoa com um problema (Lee, 1992, p .263).

Em outro momento, Lee (1995) retom a esta problem ática e ar- 1 gum enta que uma ciência que enfatiza a análise das cognições tenderá í com m aior probabilidade a supervalorizar com o foco de intervenção

m udanças nas cognições em detrim ento da m odificação de circunstân­ cias am bientais. "T al tendência terá com o um de seus efeitos a proteção ( do status quo, e a real desconsideração das influências cultural e políti- t ca sobre o com portam ento" (p.262). E acrescenta,

Uma aceitação implícita do dualismo leva â proposição de uma "pes- ( soa" abstrata que existe independentemente de um contexto físico, f social, histórico ou cultural e possui “cognições” que também exis­

tem independentemente do mundo material. Assim, o modelo dualista ' serve para reduzir o nosso objeto de estudo de uma atividade inteira- , m ente humana para o estudo do subjetivo e individual (Lee, 1995,

p .262).

Lee, em 1995, con clu iu sua an álise con sid erand o qu e os cognitivistas estão inconscientes destas im plicações e desinteressados neste tipo de análise. Nas palavras de Sam pson (1981), "a perspectiva cognitiva na psicologia, em virtude da prim azia dada ao conhecedor individual e aos determ inantes subjetivos do com portam ento ... re- , presenta um conjunto de valores e interesses que reproduz a natureza existente da ordem social" (p.730). Em contraposição, um a ciência fundam entada na filosofia behaviorista não é "d esejad a" pela cultura ocidental, exatam ente por estar em desacordo com esta cultura, que é fundam entalm ente individualista e anticientífica (Skinner, 1953/1965; Lopes.. 1994).

Com o afirma Holland (1983),

O mito dus causas internas e alimentado devido ao reforçamento fo r­ necido a elite e também devido ao papel que ele desempenha na ma­ nutenção do presente sistema. As pessoas que ocupam alta hierar­ quia no poder afirmam que atingiram essa posição elevada devido a w n grande mérito pessoal. Os ricos têm liberdade de usar seus recur­ sos internos, sua vontade, determinação, motivação e inteligência de form a a alcançarem seu alto nível. A s causas internas servem como justificativa para aqueles que tiram proveito da desigualdade. A os pobres é reservado um conjunto especial de causas internas. Diz-

se que eles são preguiçosos, sem ambição, sem talento ...

[Enfim ], é especialmente importante "para os que estão por cima", convencer aos que estão em posições inferiores que eles próprios são os culpados de suas dificuldades (p.69).

O Behaviorism o Radical, com o já fo i visto, defende uma posição oposta à do Cognitivism o. Para Skinner (1953/1965), as cau­

sas n ão estã o no in d iv íd u o , m as fo ra d ele; estão nas situ a ç õ e s am bientais externas.

É provável que a orientação cognitivo-comportamental esteja se difundindo e ganhando cada vez m ais adeptos em função exatam ente das im plicações que o rótulo comportamental "p u ro " carrega consigo. fComo afirma o próprio Skinner (1974), "o Behaviorism o Radical exige, /provavelmente, a mais dramática m udança jam ais proposta em nossa forma de pensar acerca do homem. É quase, literalmente, uma questão de v ira r pelo avesso a ex p licação do co m p o rta m e n to " (p .274). Em contrapartida, ao olhar para o que ocorre no interior dos indivíduos e não para as situações externas a eles, os cognitivistas - e as demais teorias internalistas — podem ser considerados responsáveis pelas falhas em re­ solver os problemas hum anos (Skinner, 1977).

D e um ponto de vista cognitivo-com portam ental, certam ente serão outras as hipóteses explicativas para a m anutenção do m ovi­ m ento integracionista. Em particular, há nesta tradição uma ênfase nas lim itações do sistem a teórico skinneriano, que dem andariam no­ vos conceitos, como os derivados das pesquisas sobre as cognições.

A pós esta longa exposição de hipóteses, é notório que não há um a e x p lic a ç ã o ú n ica p ara o m o v im e n to d e in te g ra ç ã o en tre Behaviorism o e Cognitivism o na prática clínica, nem para a sua m anu­ tenção no contexto atual. N a verdade, todos os fatores enum erados na­ quelas hipóteses, conjuntam ente, podem ter contribuído para o m ovi­ m ento inicial e a m anutenção da tentativa de integração.

Resta agora discutir algum as im plicações da m anutenção da tendência integracionista para a com unidade de terapeutas analí- tico-com portam entais.

Identificam -se três im plicações principais: a prim eira im pli­ cação que o crescim ento da tendência cognitivo-com portam ental pode trazer aos terapeutas analítico-com portam entais consiste em uma dim i­ nuição do número de terapeutas “puramente" comporta menta is ou quem sabe, m ais dram aticam ente, a extinção desta categoria, assim com o se prenunciou a morte do Behaviorismo.

C om o segunda im plicação, contrariam ente àqueles que de­ fendem a inclusão de conceitos cognitivos com o um avanço na TAC, considera-se que aqueles conceitos são desnecessários e que acrescen­ tar o a d je tiv o co g n itiv o n a in te rv e n çã o d aq u eles qu e se dizem tera p eu ta s co m p o rtam en tais d e o rien tação b eh av io rista rad ical, descaracteriza a abordagem comportamental, comprometendo sua iden­ tidade (Jacobson, 1997).

As duas im plicações, em conjunto, com certeza trarão im pli­ cações para a form ação de terapeutas com portam entais. Estes, muito provavelm ente, terão cada vez m enos fam iliaridade com a filosofia e a

ciência Behaviorista Radical, ou sim plesm ente não haverá terapeutas form ados com base nesta orientação.

As discussões feitas, principalm ente no presente capítulo e no anterior, levaram a 11 considerações principais sobre os lim ites de integração, na prática clínica, das orientações cognitiva e comportamental: 1. A s diferenças e incom patibilidades teóricas entre as orientações

Behavioristas Radicais e C ognitivistas não têm sido im pedim entos para a tendência crescente, no contexto clínico atual, de bu scar integrar as duas proposições;

2. Os lim ites de integração Behaviorism o/Cognitivism o encontram - se circunscritos ao N eobehaviorism o M ediacional e a certos aspec­ tos do Behaviorism o de W atson, na m edida em que se encontram aspectos semelhantes entre estas m odalidades de behaviorism os e o m odelo de intervenção cogni ti vista;

f 3. A defesa da com patibilidade, com plem entaridade e/ou integração j entre Behaviorism o Radical e Cognitivism o constitui uma incoe- 'l rência teórica e talvez se explique pela pouca fam iliaridadecom os l pressupostos de uma ou outra orientação;

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4. Identificam -se diversos aspectos semelhantes na condução das ses­ sões na TAC e TC, porém, as semelhanças mostram-se insuficientes para justificar a manutenção do m ovim ento de integração entre as duas orientações, pois outros tipos de intervenções terapêuticas tam ­ bém apresentam semelhanças com a intervenção comportamental e, nem por isso, incluíram o rótulo comportamental em suas intervenções; 5. Existem características específicas das intervenções com portamental

e cogititiva que pennitem fazer a distinção entre um tipo de interven­ ção e outro;

6. C onsideram -se como características definidoras da TAC o foco de intervenção sobre o com portam ento público e o uso de análise fu n ­ cional (intervenção externalista);

7. Supõe-se com o característica definidora da TC o foco de interven­ çã o s o b re e s tru tu ra s e c o n te ú d o s c o g n itiv o s (in te r v e n ç ã o intem alista);

8. O cham ado m ovim ento de integração Behaviorismo/ Cognitivism o na prática clínica, considerando os pressupostos do Behaviorism o Radical, parece ser m elhor caracterizado como um ecletismo técnico e teórico;

9. O m ov im en to de in teg ração entre o rien taçõ es b eh av io ristas e cognitivistas pode ser explicado, conjuntam ente, pela fragilidade e lim itação inicial do m odelo de intervenção com portam ental; au­ sência de um grupo de terapeutas teoricamente coeso; dificuldade de

generalização dos princípios derivados do laboratório com não hu­ m anos para a clínica e por favorecer a m anutenção do internalism o na Psicologia;

10. Pode-se explicar a m anutenção da tendência integracionista com o parte de um 7-eigeist, pela pouca fam iliaridade com a ciência do com portam ento e continuidade do internalism o na Psicologia; 11. Como im plicações da tendência integra cionista destacam -se a dim i­

n uição do núm ero d c terap eu tas com p ortam en tais '"p u ro s"; a descaracterização e a perda de identidade da TAC e, em função disto, o com prom etim ento da form ação de terapeutas analítico- com portam entais, no sentido de que, possivelm ente, terão m enos fam iliaridade com a filosofia e a ciência Behaviorista Radical ou ha­ verá a extinção de terapeutas form ados neste referencial.

M esm o diante de várias afirmações, para algum as questões aqui levantadas, não foi possível chegar-se a uma resposta consistente. Tais questões foram as seguintes:

1. Foram realm ente os terapeutas com portam entais que deram início ao m ovim ento de integração?

2. Se foram os terapeutas com portam entais, isto ocorreu por parte tanto de behavioristas radicais quanto de behavioristas clássicos? 3. O que levou, de fato, os terapeutas com portam entais a m anter o

adjetivo com portam ental e os cognitivistas acrescentá-lo?

4. Ainda é possível ampliar os limites de integração entre Behaviorismo e Cognitivismo?

Estes questionam entos apontam para a necessidade de um m aior aprofundam ento, envolvendo um estudo mais am plo sobretu­ do da literatura cognitivista.

A lém das discussões teóricas envolvendo a prática clínica de terapeutas cognitivos e com portamentais, outra questão polêm ica se dá no cam po da efetividade destes dois tipos de intervenção. Neste campo, também se identificam posições opostas - cognitivistas sustentam que é o com ponente cognitivo na intervenção que garante a eficácia do proces­ so terapêutico e comportamentalistas, em contrapartida, sustentam que é o com ponente comportamental. Isto sugere que:

Analistas do comportamento não são persuadidos pelos argumentos de Bandura [considerado representante do Cognitivismo], nem por seus dados, e por boas razões. Igualmente, Bandura não é persuadido nem pelos argumentos nem pelos dados deles [analistas do comportamento] — e novamente por boas razões. A s diferentes proposições e objetivos deles levam- a diferentes análises e interpretações, não porque cada lado seja rígido, mas porque cada lado está se comportando consistentemen- te dado suas posturas filosóficas (Hayes e Wilson, 1995, p. 242).

Uma análise m inuciosa dos processos terapêuticos cognitivos e com portam entais com o um todo, entretanto, pode levar a m uitas discussões úteis para o debate entre cogni ti vistas e comportamentalistas. O termo processo terapêutico com o um todo significa analisar um n ú ­ m ero m aior de sessões ao longo de todas as etapas da terapia, o que perm itiria, dentre outras, am pliar as categorias de verbalizações do terapeuta e identificar de que form a e com que objetivos as técnicas de intervenção são aplicadas.

A pesar das diversas conclusões apontadas, um conjunto dc indagações ainda perm anece, justificando a continuidade de análises dentro desta problem ática.

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i n a l i z a n d o

Dentre as diversas questões levantadas neste livro, u ma parti- cu la rm e n te ain d a m erece a te n çã o - as im p lica çõ e s das te o ria s interna listas que predom inam em nossa cultura. Oliveira (2001) enu­ mera cinco im plicações que são produção do(a): a) individualism o, com seres hum anos supervalorizando o que está acontecendo dentro de si m esm os; b) alienação, ao distanciarem as pessoas das verdadei­ ras causas de seus com portam entos; c) passividade, na m edida em que os indivíduos não respondem às contingências que estão operan­ do em sua vida; d) paralisia, por acreditarem que encontraram as causas de seus com portam entos em seu interior, tendem a não atuar de forma efetiva sobre o m eio e e) doenças decorrentes do individua­ lismo, da alienação e da passividade.

Desnecessário continuar argum entando. Parece claro que a proposta behaviorista radical poderia vir a contribuir para a resolução de muitos dos problem as hum anos que, com o passar dos tem pos, vêm se acentuando. Espero continuar Behaviorista Radical e acreditar no poder que o hom em tem, apesar das limitações, de mudar as relações de controle as quais responde!

E assim, é com imenso prazer que chego ao fim do livro. Prova­ v elm en te, se e stiv esse sob co n tro le de o u tras co n tin g ê n cia s , o envolvim ento com ele seria ainda m aior. Que o seu com portam ento de ler este livro tenha sido positivam ente reforçado e que este lhe possa ser útil em algum momento.

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e f e r ê n c i a s

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