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Habilitação e reabilitação Profissional

2 PREVIDÊNCIA SOCIAL, BENEFÍCIOS E SERVIÇOS RELACIONADOS AO

2.7 Habilitação e reabilitação Profissional

Esse é um serviço prestado pela Previdência Social na tentativa, ás vezes com êxito e em outras sem êxito, de devolver o segurado para o trabalho. É um serviço destinado ao segurado ou seu dependente, incapacitado totalmente ou parcialmente, ainda para os portadores de deficiência, para que esses tenham a chance de se reabilitar ou se adaptar profissionalmente voltando para o mercado de trabalho ou até retomando seu emprego de antes do acidente. O artigo 89 da Lei n. 8.213/91 prevê o seguinte:

Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re) educação e de (re) adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.

Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende:

a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e profissional;

b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do beneficiário;

c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.

Segundo o artigo 136 do Decreto n. 3.048/99,

Art. 136. A assistência (re) educativa e de (re) adaptação profissional, instituída sob a denominação genérica de habilitação e reabilitação profissional, visa proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios indicados para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem.

O processo de reabilitação e habilitação será desenvolvido pela Previdência Social, através das funções básicas de avaliação e definição da capacidade laborativa residual; avaliação do potencial laborativo; orientação e acompanhamento da programação profissional; articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de convênio para reabilitação física restrita a segurados que cumpriram os pressupostos de elegibilidade ao programa de reabilitação profissional, com vistas ao reingresso no mercado de trabalho; e acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho, conforme o artigo 137 do Decreto n. 3.048/1999.

Estes serviços independem de carência, ou seja, de tempo de contribuição, exigindo apenas que o segurado esteja contribuindo com a Previdência Social.

Existe uma ordem de prioridade no atendimento para que os segurados sejam encaminhados para a habilitação e reabilitação regulada pela Instrução Normativa do INSS de número 20/2007, no artigo 365, que diz o seguinte:

Art. 365. Serão encaminhados para o Programa de Reabilitação Profissional, por ordem de prioridade:

I - o beneficiário em gozo de auxílio-doença, acidentário ou previdenciário; II - o segurado em gozo de aposentadoria especial, por tempo de contribuição ou idade que, em atividade laborativa, tenha reduzida sua capacidade funcional em decorrência de doença ou acidente de qualquer natureza ou causa;

III - aposentado por invalidez;

IV - o segurado sem carência para auxílio doença previdenciário, portador de incapacidade;

V - o dependente pensionista inválido;

VI - o dependente maior de 16 anos, portador de deficiência;

VII - as Pessoas Portadoras de Deficiência-PPD, ainda que sem vínculo com a Previdência Social.

Os encaminhamentos para a reabilitação e habilitação, deverão ser feitos pela Previdência Social, levando em conta a menor distância possível de deslocamento para o segurado, podendo ainda, ser realizados fora do domicilio do segurado se este preferir. Caso o serviço de reabilitação e habilitação tenham de serem realizados fora do domicilio do segurado por motivos da própria Previdência Social, este deverá custear as despesas com transporte e ainda pagar diária ao segurado pelos gastos que terá durante o dia ou dias que estará fora de seu domicilio.

No decorrer da reabilitação e habilitação, o segurado irá precisar de recursos materiais para a execução destes serviços, que segundo a Instrução Normativa do INSS de número 20/2007, no artigo 368, deverão ser fornecidos pela Previdência Social. Esses recursos são, por exemplo, as próteses; órteses; implemento profissional, instrumento de trabalho entre outros.

A forma de se desenvolver a reabilitação e habilitação profissional se dará mediante treinamentos ou cursos realizados através de contratos ou convênios com empresas, da qual, o segurado não terá nenhum vínculo empregatício ou funcional e nem essa empresa será vinculada com o INSS. Mesmo sendo assim, o segurado no decorrer se sua reabilitação, deverá se submeter ás normas e regulamentos da empresa conveniada para seu treinamento.

Depois de concluído o processo de reabilitação profissional, o INSS emitirá um certificado no qual indicará para qual função o reabilitado está capacitado para executar. Após este processo, a Previdência Social não ficará responsável pela manutenção do segurado no emprego nem por sua colocação em outro.

CONCLUSÃO

Ao concluir o presente trabalho, é notório que não se trata apenas de um acidente do trabalho na teoria como meras palavras, mas sim de uma mudança radical em uma vida ou em várias vidas, pois os dependentes também são afetados pela mudança. O ser humano que se acidenta, sofre com a dor do trauma causado pelo acidente, com o futuro inseguro e incerto, e ainda com o sentimento de impotência perante as atividades que antes executava.

Quando se pesquisa sobre determinado assunto, passamos a vivenciá-lo, a imaginá-lo, sentindo como seria e como é para muitas pessoas que sofrem um acidente de trabalho. Perder um membro, ter restrições nas funções básicas, levar uma vida limitada, tudo isso envolve o acidente, no momento que ele acontece e muitas vezes, continua pela vida inteira.

O melhor que se pode fazer, é tentar evitar de todas as formas possíveis que o acidente ocorra, seja com treinamentos, com equipamentos de segurança, fiscalização, com políticas de prevenção dentro das empresas, e tudo o que pode favorecer a atividade saudável e sem riscos. Mas, como as pessoas são seres errantes, o descuido caminha ao lado, e como as máquinas sofrem panes, podem acontecer os acidentes em qualquer atividade profissional, e desta forma, se fará necessário recorrer a Previdência Social buscando o direito da proteção previdenciária.

Cabe ressaltar a importância da Previdência Social perante o segurado, que além de indenizá-lo com diferentes benefícios, cada um dependendo da situação do segurado, garante a reabilitação e habilitação profissional o devolvendo ao mercado de trabalho ou até mesmo ao seu emprego de antes do acidente. Já que se enfrentam tempos de desemprego, é interesse tanto do segurado acidentado quanto da Previdência Social que os empregos sejam preservados.

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