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2 A POLÍTICA DE HABITAÇÃO EM SANTA

2.4 OS PROGRAMAS HBB EM SC ENTRE O

2.4.2 O HBB em Criciúma

O município de Criciúma foi fundado no final do século XIX, durante o período de migração europeia. Inicialmente, por italianos em 1880, e, posteriormente, alemães e poloneses, que juntamente com italianos e portugueses, oriundos da região de Laguna, contribuíram no processo de desenvolvimento de Criciúma.

A emancipação de Criciúma ocorreu em 1925, com o seu desmembramento da comarca de Araranguá. Em 1947, a indústria cerâmica inicia o seu desenvolvimento, assumindo um papel importante no contexto econômico da região. Atualmente o município possui uma economia diversificada e em crescente desenvolvimento econômico industrial.

A atividade ferroviária movimentava o carvão produzido na localidade, e movimentava cada vez mais a estrada de ferro juntamente com a movimentação de pessoas. O fluxo de passageiros atraiu a criação de comércios e de serviços.

A expansão urbana de Criciúma foi se alterando com a estrada de ferro, juntamente com a mineração de carvão, resultando no crescimento da área central para o sul e as margens da ferrovia foram ocupadas por casas, gerando uma linha de ocupação nas áreas leste e oeste de Criciúma. A intensificação da atividade carbonífera, nas décadas de 1940 a 1980, resultou num crescimento populacional no município.

O Censo do IBGE (2000) constatou que Criciúma possuía uma população de 170.420 habitantes, 83.971 dos quais masculinos, e 86.449 femininos. Com uma área de 210 km2, possui uma densidade demográfica de 811,5 km2e uma taxa de urbanização de 90%. O número médio de pessoas por domicílio, em 1996, era de 3,7. A média de crescimento populacional do município era de 2,7% ao ano, considerada superior ao da região, que era de 1,97% e a do Estado que era de 1,91%.

Com relação à política de habitação, o Departamento de Habitação da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura Municipal de Criciúma em 2001 diagnosticou o déficit habitacional de 10.000 unidades e 74 áreas de ocupação irregular, contemplando cerca de 35.000 mil habitantes com esta situação.

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As informações sobre este município foram retiradas de documentos, como projeto e relatórios do programa HBB oficiais do município e trabalhos acadêmicos, além disso, entrevista focalizada com técnico da prefeitura.

A ocupação desordenada em áreas verdes, nas margens de rios e ferrovias,foram as consequências do empobrecimento da população das camadas de média e baixa renda, com a crise do modelo econômico brasileiro e, principalmente nesta região, com a crise da extração de carvão, no inicio dos anos 1990.

Na tentativa de sanar algumas problemáticas do município que, com a crise, teve um grave crescimento, o poder público local firmou convênio, em 2002, com o Programa HBB, visando a capacitação do município em administrar as demandas oriundas principalmente da questão urbana e habitacional e atender aos segmentos mais empobrecidos da população do município.

A área escolhida para a implementação do projeto do HBB é popularmente chamada de Baixadinha, localiza no centro de quatro bairros, Paraíso, Boa Vista, Santa Augusta e São Francisco, na região centro-oeste do município, nas marginais do Rio Criciúma, desde a confluência com o Rio Sangão até a intersecção com a avenida Imigrante Netto, conforme dados retirados do Projeto.

Segundo o Projeto Paraíso, foi realizado um diagnóstico da comunidade que identificou que os moradores desta localidade encontravam-se em área de preservação ambiental, e lançam seus efluentes domésticos e seu lixo no rio, convivendo com ambiente insalubre, pois a localidade é área de rejeito piritoso. Diante desse diagnóstico, surgiu uma realocação das famílias.

Para execução desse Projeto, que se chamou Projeto Paraíso, ficou estipulado o valor de R$ 4.580.536,48, com prazo de encerramento até março de 2004, segundo dados do contrato.

Diante da complexidade definida pelo Manual de Orientações do BID, que norteava as ações de implementação do projeto nas cidades contempladas, as propostas iniciais, enfim acordas pelo poder público local aos munícipes e moradores da localidade contemplada, iniciou-se uma reestruturação da capacidade administrativa com relação ao setor habitacional e novas estruturas no decorrer do leito do rio que contemplariam a região como um todo, não somente aos beneficiários do projeto.

Para tal, foram realizadas as seguintes propostas, segundo o Projeto Paraíso:

1. A construção de taludes ao longo de 30 metros da margem direita do rio Criciúma que serviria para utilização da draga, prática de esportes, entre outros, mas, principalmente, para sanar os problemas de enchentes na localidade.

2. A recuperação ambiental da área e a utilização para construir um Parque Municipal com uma Lagoa de estabilização com 6 hectares que retardará as águas do rio que ocasionam tantas enchentes e, no seu entorno, seria construída a Via interbairros que ligaria os bairros Boa Vista e Paraíso ao Bairro Santo Antônio em direção à Av. Centenário, o que diminuiria o fluxo veicular da rua Silvino Rovaris.

3. Implementação de dois loteamentos - Paraíso I, em área privada e urbanizada, seria desapropriada pela prefeitura e reassentada no próprio local, que no ano de 2002 era ocupado de forma irregular por 112 moradias, e em situação de risco; em outra área urbanizada, esta desocupada, seria implementado o Paraíso II.

4. Contempladas 138 famílias com novas moradias, sendo que 30 seriam construídas no Loteamento Paraíso I; 91, no Loteamento Paraíso II; e 17 moradias seriam construídas na própria região onde viviam mais com todo trabalho de urbanização necessário. As moradias teriam duas versões: uma com 32,02m2e uma com 46,76m2para atendimento das diferentes situações de composição familiar.

Como podemos observar, o projeto não só contemplaria a região popularmente chamada de Baixadinha com as obras físicas, como toda a região que sofre com os problemas de enchentes.

Entretanto, ao analisarmos o relatório mensal do programa de julho de 2010, verificamos que, com relação às obras físicas do projeto, essas não havia se encerrado e que as obras ocorriam vagarosamente, segundo relato dos moradores (informação obtida em visita in loco, em março de 2010), que demonstram insatisfação com a situação. Com relação à capacidade administrativa do município ocorreram algumas alterações durante este período entre o início do projeto a data do relatório de 2010, porém as alterações mais significativas foram decorrentes da inserção do município no Programa Nacional de Habitação de Interesse Social.

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