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5. DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS

5.1 Introdução

5.2.1 Hidrologia

Tabela 58 – Ameaças programa 1 - Hidrologia

Item Ameaça Prioridade

VI Inexistência de regulamento com procedimentos para projeto,

construção, operação e manutenção do sistema de drenagem 15

15

5.2.2 Microdrenagem

Tabela 59 – Ameaças programa 2 - Microdrenagem

Item Ameaça Prioridade

IV Impermeabilização elevada dos solos urbanos pela

pavimentação de vias, calçadas, telhados, pisos e pátios 25 VIII Inexistência de cadastro georreferenciado de redes pluviais 25

X Existência do sistema de tomada em tempo seco, operado pela Empresa ESAC, utilizando a rede de drenagem de águas pluviais para coleta dos esgotos sanitários

15

XII Inexistência de redes de drenagem nos Distritos de Figueira e

Monte Alto 15

XI Mau dimensionamento das redes de micro e macrodrenagem, projetadas em épocas passadas, sem considerar a atual

expansão da malha urbana e aumento das áreas impermeáveis

89

5.2.3 Macrodrenagem

Tabela 60 – Ameaças programa 3 - Macrodrenagem

Item Ameaça Prioridade

XIII Inexistência de Plano Diretor de Drenagem, definindo áreas de

intervenção prioritária e prazos de execução 25

25

5.2.4 Defesa Civil

Tabela 61 – Ameaças programa 4 – Defesa Civil

Item Ameaça Prioridade

I Falta de mapeamento atualizado de áreas de risco de

alagamentos e deslizamentos 25

IX Inexistência de Plano de Contingências de Proteção e Defesa

Civil – PLANCON 25

50

5.2.5 Gestão do Sistema

Tabela 62 – Ameaças programa 5 – Gestão do Sistema

Item Ameaça Prioridade

V Falta de um arranjo institucional especifico para a gestão de

drenagem e manejo de águas pluviais urbanas 25 VII Desmatamentos e ocupação desordenada de encostas e aterramento de brejais e lagoas ocorridos na Zona Urbana e

Distritos de Monte Alto e Figueira

15

III Crescimento acelerado nas últimas décadas da população

residente e sazonal 15

II Inexistência financeiros, administrativos e de qualidade do atual sistema de de indicadores operacionais, econômico- drenagem

09

64

Pela pontuação das ameaças é possível observar que a Microdrenagem apresenta o maior número de pontos, seguida pela Gestão do Sistema, Defesa Civil, Macrodrenagem e por último, pela Hidrologia.

O modelo aplicado poderia conduzir a situações diferenciadas, priorizando as outras ameaças. Combinando-se entre si as convergências pontuadas nos cinco setores selecionados é possível estabelecer a seguinte estrutura básica

Figura 5 – Pontuação por programas

Sendo possível a seguinte integração.

Figura 6 – Integração das Alternativas

Fonte: SERENCO, 2013

Por esta imagem, é possível verificar que a pontuação da Gestão do Sistema acrescida de Defesa Civil alcançou 114 pontos e a pontuação de Microdrenagem, Macrodrengem e Hidrologia alcançou 129 pontos. Esses números sugerem a montagem dos cenários a partir da Gestão do Sistema e Defesa Civil e então Hidrologia, Microdrenagem e Macrodrenagem.

Para melhor entendimento metodológico e para o detalhamento dos prognósticos pesquisados optou-se pela seguinte sequência:

 Hidrologia;  Microdrenagem;  Macrodrenagem;  Gestão do Sistema, e,  Defesa Civil. 5.3 Cenários MILOGRANA, J (2009)

A tese de doutorado MILOGRANA.J, Sistemática de Auxílio à Decisão para a Seleção de Alternativas de Controle de Inundações Urbanas, UNB, 2009, Brasília/DF, apresenta contribuições bastante interessantes para a construção

a) Inundações lentas ou fluviais, em regiões planas; b) Inundações rápidas ou por chuvas torrenciais;

c) Inundações por escoamento urbano, em pequenas bacias até 10km2; d) Inundações pelas torrentes, em áreas com declividades acima de 6%; e) Submersões marinhas;

f) Inundações estuarinas;

g) Inundações por remanso da rede de drenagem pluvial, e, h) Inundações por elevação do nível do Lençol Freático.

Dessas, as mais representativas para a Região dos Lagos, são: a), b), c), d) e g).

Outra contribuição refere-se a elaboração de mapa com curvas de cheias (cota vermelha) com definição de inundação x prejuízo para diferentes categorias de propriedades, com publicação de Manuais Blue, Red e Yellow, recomendados pelo MOFHRC – Middlesex Polytechnic Fload Hazard Research Center, do Reino Unido, para definição de danos causados pelas inundações.

Ainda, são relacionadas algumas medidas mitigadoras a serem levadas em consideração, tais como:

a) Poços de infiltração;

b) Valas, valetas e planos de infiltração; c) Trincheiras de infiltração e detenção;

d) Pavimentos permeáveis com estrutura de detenção e infiltração; e) Telhados armazenadores;

f) Bacias de retenção ou detenção de cheias: i. A céu aberto (parques urbanos); ii. Áreas úmidas;

iii. Bacias subterrâneas. g) Diques, e,

Finalmente, sugere que o aumento na eficiência do escoamento poderá se dar através de:

a) Dragagem (limpeza) de tubulações, galerias, canais e leitos de rios; b) Substituições dos revestimentos de canais, e,

c) Retificação de canais.

Recomenda também, que os projetos deverão obedecer os critérios hidrológicos determinados para a Região, bem como a vulnerabilidade (susceptibilidade e valor) das áreas sujeitas às inundações.

A partir dessas principais considerações propõem a construção de quatro cenários.

A. Sem medidas de controle de inundações, ou seja, desocupação das áreas alagadas com relocações;

B. Controle de cheias através de barramentos;

C. Construção de diques de contenção, com adequação de pontes e faixas de domínio com canais paralelos, e,

D. Sistema de Previsão e Alerta pela instalação de sensores de precipitação de nível, datalogger, transmissor e software de comunicação.

5.4 Cenários PLANSAB

O Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB, orientou-se pela realização de cinco Seminários Regionais, um em cada Região do País, apoiado em diversos eventos, os quais possibilitaram a construção de três cenários plausíveis (hipóteses) para a Política de Saneamento Básico no Brasil, apoiados em:

 Política macroeconômica;

 Papel do Estado/Marco Regulatório/Relação Interfederativa;

 Gestão, Gerenciamento, Estabilidade e Continuidade de Políticas Públicas, Participação e Controle Social;

 Investimentos no setor, e,

 Matriz Tecnológica/Disponibilidade de Recursos Hídricos.

Dos três cenários construídos o Cenário 1 foi eleito como o de preferência para a Política de Saneamento Básico no País.

Para a consolidação do cenário normativo proposto, foram elencados 23 indicadores (07 para o abastecimento de águas, 06 para o esgotamento sanitário, 05 para os resíduos sólidos, 04 para a gestão e o planejamento, e, 01 para a drenagem e o manejo das águas pluviais urbanas), sendo estabelecidas metas para cada indicador nas diferentes macrorregiões do País, para os anos 2015, 2020 e 2030.

Ainda para drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, quatro componentes básicos foram considerados:

 A implantação de sistemas de drenagem nas áreas de expansão urbana;

 A reposição desses ao longo do horizonte de simulação;

 A reposição dos sistemas de drenagem clássicos (macrodrenagem) existentes nos municípios, ao longo do período, tendo por foco a redução do risco de inundação, e,

 Adequação dos sistemas de drenagem em áreas urbanizadas que sofrem com inundações.

Não se incluem os custos relacionados a desapropriação ou aquisição de terrenos, nem as obras de microdrenagem. Os custos para a expansão e reposição dos sistemas de drenagem foram estimados para a Região Sudeste, conforme segue:

Tabela 63 - Necessidade de investimentos em drenagem e manejo de águas pluviais urbanas entre o ano base de 2011 e os anos 2015, 2020 e 2030.

Natureza dos Investimentos 2011 a 2015 2011 a 2020 2011 a 2030 Expansão 2.832 5.520 8.568 Reposição 1.535 3.023 6.083 Total (x) 4.367 8.543 14.651 (x) em milhões de reais. Fonte: PLANSAB, 2011.

Ainda o PLANSAB, 2011, detalha que em média 36% dos investimentos em expansão correspondem à implantação de sistemas em áreas de expansão urbana e 64% correspondem aos custos associados aos danos nas áreas já urbanizadas. Em reposição, em média, no País, 63% correspondem à reposição do patrimônio atualmente existente e 37% à reposição dos sistemas que serão implantados em áreas de expansão urbana. Logo, em termos de necessidades de investimentos totais em medidas estruturais e estruturantes para atendimento das metas estabelecidas foram estimados os valores detalhados na tabela a seguir em milhões de reais, para todo o País.

Tabela 64 - Necessidade de investimentos totais em drenagem e manejo de águas pluviais urbanas para o País.

Medidas 2015 2020 2030

Estruturais 6.480 12.768 21.817 Estruturantes 10.694 21.099 33.317 Totais 17.173 33.867 55.134

Fonte: PLANSAB, 2011.

Como metas estipuladas para a Região Sudeste, em termos de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, o indicador recomendado foi o D1 - % de municípios com inundações e/ou alagamentos ocorridos na área urbana, nos últimos cinco anos, correspondendo a 51% em 2008, e previsto em 15%, para 2030.

Em termos de gestão dos serviços de saneamento básico, na qual se inclui a drenagem e o manejo das águas pluviais urbanas, o PLANSAB, 2011, define as seguintes metas para a Região Sudeste:

Tabela 65 – Metas para gestão dos serviços de saneamento básico na Região Sudeste do País (em %).

INDICADOR ANO (%)

G1.(%)de municípios com órgão de planejamento para

as ações e serviços de saneamento básico

2015 40

2020 60

2030 80

G2. (%) de municípios com Plano de Saneamento

Básico ou Ambiental

2015 60

2020 80

2030 100

G3.(%)de municípios com serviços públicos de

saneamento básico fiscalizados e regulados

2015 40

2020 60

2030 80

G4.(%) de municípios com instância de controle social

das ações e serviços de saneamento básico (Conselho de Saneamento ou outro) 2015 60 2020 80 2030 100 Fonte: PLANSAB, 2011. 5.5 Cenário Proposto

Em função do exposto e das ameaças críticas detectadas para o Município de Arraial do Cabo, sugere-se como Cenário Principal, a redução das inundações e/ou alagamentos nas áreas urbanas do Município (Sede e Distritos de Monte Alto e Figueira) através de metas, programas e ações a seguir detalhadas. Serão levadas em consideração recomendações de desocupação de áreas alagadas com relocações, execução de barramentos para regularização de vazões e retenção de cheias, incentivo às ações mitigadoras, instalação de Sistema de Previsão e Alerta, bem como a instituição de órgão de planejamento e execução de serviços e obras programadas, a elaboração de Plano Diretor de Drenagem e finalmente a consolidação do Controle Social pela atuação efetiva do Conselho Municipal de Meio Ambiente/Saneamento Básico.

Figura 7 – Cenários – Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas

Fonte: SERENCO, 2013

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