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História em Quadrinho no Nível Médio e Fundamental de Ensino

CAPÍTULO 6 – Histórias em Quadrinhos e Ensino de Química

6.4 História em Quadrinho no Nível Médio e Fundamental de Ensino

Nas páginas seguintes, são apresentadas as páginas da história em quadrinho produzida. Os créditos da história são:

ROTEIRO: Márlon Herbert Flora Barbosa Soares

ARGUMENTOS: Márlon Herbert Flora Barbosa Soares Nériton Paulino Tebas3

DESENHOS E ARTE-FINAL, DIAGRAMAÇÃO E CORES: Nériton Paulino Tebas APLICADORES EM SALA DE AULA: Alessandro Silva de Oliveira4

Danila Fernandes Mendonça5

3 Aluno de Graduação da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás. 4 Licenciado em Química e Mestrando em Química pela Universidade Federal de Goiás. 5 Licenciada em Química pela Universidade Federal de Goiás

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6.5 Resultados e Discussão

O primeiro aspecto a ser discutido foi a questão da presença do animismo na história em quadrinho. Como um dos objetivos iniciais era explorar o nível fundamental de ensino de 1a. a 4a. séries, optou-se por discutir anteriormente e

posteriormente com os alunos, caso fosse necessário esclarecer as funções e atos de cada personagem, bem como seu significado. No entanto, não foi possível a aplicação das HQ nesta faixa etária.

Quando se considera o público atingido com a história, ou seja, adolescentes da 8a. série do ensino fundamental e no 2a. e 3a. séries do ensino médio, além de se considerar o teor e forma da história, acredita-se que o animismo não seja um entrave nem um obstáculo epistemológico para que se entenda o conceito apresentado pela história. As respostas obtidas, além da observação dos alunos enquanto liam e respondiam o questionário aplicado demonstram que, em nenhum momento, aventou-se a hipótese de que as vidrarias tinham vida ou que o vidro de ácido era consciente de si.

Em relação às perguntas contidas nos questionários (anexo IV), pode- se comentar as respostas para cada uma delas separadamente:

Nas perguntas 1 e 2, 100% dos alunos responderam o que era esperado pelos examinadores, ou seja, a correta identificação das peças de vidraria presentes na história bem como suas funções. É claro que o grau de dificuldade de interpretação é mínimo, pois bastava ao aluno ler estes aspectos nos textos da história.

Nas perguntas 3 e 4, 52 % das respostas se reportavam ao fato de se tomar cuidado em laboratório, pois a má utilização e o descuido com material de vidro pode prejudicar alguém. 27% escreveram respostas relativas ao fato do vidro se quebrar tão somente. 8% responderam que ele é muito usado ou multi-uso, de acordo com o texto e por isso, mais susceptível a quebra. 7% responderam que deve se tomar cuidado com ele porque é frágil. Os 6% restantes deram características do ácido ao béquer, provavelmente porque consideraram seu estado deplorável na história.

As duas perguntas parecem levar à mesma resposta propositadamente, porém, a de número 3 se refere à história e a de número 4 a uma opinião pessoal do aluno. Observa-se que 91% dos alunos responderam

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praticamente a mesma coisa para ambos os casos, ou seja, a relação que fizeram com o que é apresentado na história com aspectos reais em laboratório é praticamente idêntica, o que demonstra a força da história em quadrinho como material e recurso didático.

Na pergunta 5, novamente se usa o artifício da simples leitura dos textos nos quadrinhos, atingindo-se 100% de respostas consideradas certas pelos examinadores. Assim como as perguntas 1 e 2, a 5 serve pra fazer com que o aluno releia o texto e manuseie o material.

Nas perguntas 6, 7 e 8, 89% dos alunos responderam que o ácido deve ser guardado embaixo da bancada porque faz mal, é perigoso e destruidor. Os 11% restantes, responderam que ele deve estar em lugar seguro. 100% dos alunos responderam que o ácido não faz apenas o mal. Desta totalidade, 69% citaram um ou dois ácidos diferentes dos que foram apresentados, em resposta ao desafio feito pelo personagem. O restante citou um ácido diferente dos citados e os outros apresentados pelo próprio personagem.

Na discussão posterior à aplicação do questionário, ficou clara a desmistificação do ácido como causador somente de problemas e malefícios. Uma observação interessante é que os alunos diziam conhecer que outros ácidos eram benéficos e que alguns ácidos ditos maléficos também poderiam ser usados de forma positiva, como o ácido sulfúrico e o clorídrico. No entanto, não relacionavam que os ácidos da laranja, limão entre outros citados, eram também ácidos. Isso realmente soa de forma muito estranha, ou seja, ácidos considerados maléficos e perigosos são ácidos, os outros não. É certo que tal aspecto merece um estudo mais aprofundado em relação à linguagem e conceitos dos alunos, no entanto não é objetivo deste trabalho. Entretanto, novamente aparece a história em quadrinho como recurso didático, que também pode ser utilizado de forma que gere debates e discussão e que de alguma forma explicite as idéias dos alunos para a construção de conceitos e idéias.

Finalmente, fica claro o potencial didático que pode ser atingido com a utilização de HQ, seja no que concerne à apresentação de conceitos e idéias, seja no que se refere à própria explicitação de idéias para que sejam debatidas com o professor. Um outro aspecto se relaciona ao apelo visual da HQ. Muitos foram os comentários no que concerne ao desenho. A sociedade em que estamos inseridos é

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grandemente visual e recursos didáticos que se utilizem desse aspecto, tendem a ter um impacto maior em sala de aula.

A avaliação da história em quadrinho como recurso didático é apresentada no Capítulo 7.

CAPÍTULO 7

AVALIAÇÃO

“Eu entrei na roda, eu não sei como se dança, Eu entrei na roda dança, eu não sei dançar. 7 e 7 são quatorze, 3 vezes 7 é 21,

Tenho 7 namorados e só posso ficar com um...” EU ENTREI NA RODA

Cantiga de Roda, domínio público, Brasil, SÉCULO XIX.

“Estou trancado em casa e não posso sair Papai já disse, tenho que passar Nem música eu posso mais ouvir E assim não posso nem me concentrar Não saco nada de física, literatura ou gramática Só gosto de educação sexual E eu odeio química...”

QUÍMICA Renato Russo (Legião Urbana) 1987.

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