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2. A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO

2.4 O IFSC

2.4.1 A história institucional do IFSC

A instituição, que em 2009 comemorou cem anos de história, vivenciou várias modificações em sua trajetória como escola profissionalizante, bem como outras atuais Instituições Federais de Ensino no país. Sua origem, conforme ALMEIDA (2002) deu-se em 1909 como Escola de Aprendizes Artífices através do Decreto nº 7.566, de 23 de setembro de 1909, assinado pelo então Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, Nilo Peçanha, em execução da Lei nº 1.606, de 29 de dezembro de 1906.

A Escola foi instalada em Florianópolis, na Rua Almirante Alvim, nº 17 em prédio cedido pelo então Governador do Estado de Santa Catarina, Coronel Gustavo Richard. Dez anos após a sua instalação, a Escola de Aprendizes Artífices de Santa Catarina transferiu-se para outro prédio, situado na Rua Presidente Coutinho, onde permaneceu até o ano de 1962, quando então se mudou, em definitivo, para o atual prédio, localizado na avenida Mauro Ramos. (IFSC, 2009).

Na década de 1930, durante a Era Vargas, o crescimento da indústria foi significativo. Em razão do crescimento avançado da industrialização no país, em 1937 a escola passou através da Lei nº 378

de 13 de janeiro de 1937, a denominar-se Liceu Industrial de Florianópolis, e depois em 1942, após publicação do Decreto-Lei nº 4.127, de 23 de fevereiro de 1942, que estabelecia as bases da organização da rede federal de estabelecimentos de ensino industrial, transformou-se em Escola Industrial de Florianópolis. Nesta época a escola passou a oferecer aos alunos oriundos do ensino primário, cursos industriais básicos, com duração de quatro anos e aos ingressantes no ensino secundário à profissão de mestre, cursos de mestria. (IFSC, 2009).

A partir da Lei nº 4.759, de 20 de agosto 1965 a escola recebeu a denominação de Escola Industrial Federal de Santa Catarina. O ano de 1968 foi marcante para a Escola que pela Portaria Ministerial nº 331, de 17 de junho do mesmo ano, o estabelecimento de ensino passou a denominar-se Escola Técnica Federal de Santa Catarina, cujo reconhecimento social é presente até hoje. Nessa época, começou a ser viabilizada a ideia de especializar a Escola no oferecimento de cursos técnicos de segundo grau. Decidiu-se então pela extinção gradativa do curso ginasial, através da supressão da matrícula de novos alunos na primeira série. Com a reforma do ensino de primeiro e segundo graus introduzida pela Lei nº 5.692/71 encerra-se definitivamente o ensino de primeiro grau (antigo curso ginasial), passando a funcionar nesta escola apenas o ensino de segundo grau. (IFSC, 2009).

Além disso, expandiu sua área de atuação implantando as unidades descentralizadas nos municípios de São José, em 1988 e de Jaraguá do Sul, em 1994; em 1995, deu início ao curso de enfermagem no município de Joinville, como extensão da Unidade de Ensino de Florianópolis.

A Lei nº 8.948, de 8 de dezembro de 1994, entre outras providências, transformou automaticamente, todas as Escolas Técnicas Federais, criadas pela Lei nº 3.552, de 16 de fevereiro de 1959, em Centros Federais de Educação Tecnológica condicionado à publicação de decreto presidencial específico para cada Centro. Em 23 de dezembro de 1997, a Escola encaminhou seu Projeto Institucional de “Cefetização” à Brasília, para análise e parecer, mas seu pleito foi negado pelo MEC. Só em 27 de março de 2002, foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto Presidencial de criação do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina. (IFSC, 2009).

Em 2006, como parte do plano de expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica, o CEFET-SC implantou três novas unidades de ensino. Uma delas, a Unidade Florianópolis-Continente, foi

instalada na parte continental de Florianópolis, oferecendo cursos na área de turismo e hospitalidade. As outras duas unidades foram implantadas no interior de Santa Catarina: em Chapecó, na região oeste do estado e em Joinville, no norte. Também em 2006, a instituição passou a oferecer o Curso Técnico em Pesca, o primeiro em pesca marítima do país, em Itajaí, no litoral norte catarinense, vinculado à Unidade Florianópolis-Continente. A sétima unidade do CEFET-SC começou as atividades em fevereiro de 2008, em Araranguá, na região sul de Santa Catarina. (IFSC, 2009).

Em 29 de dezembro de 2008, por meio da Lei Nº 11.892, criam- se os Institutos Federais, mesma data em que o então CEFET-SC adere à última reforma da educação profissional e decide pela transformação em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. Com essa nova institucionalidade, ampliam-se as ações e o compromisso com a inclusão social; investem-se mais recursos financeiros; amplia-se o quadro de pessoal; abrem-se novas oportunidades de acesso a programas de fomento à pesquisa; constitui- se um novo plano de carreira para os servidores; a autonomia financeira e didático pedagógica se fortalece; e assegura-se uma identidade para a Educação Profissional e Tecnológica. A instituição ganha maior visibilidade, com a oferta de educação profissional e tecnológica gratuita e de qualidade em todas as regiões do Estado Catarinense, contribuindo, assim, para o desenvolvimento socioeconômico e cultural. (IFSC, 2009).

Como instituição de educação superior, básica e profissional, pluri-curricular e multicampi, o IFSC, além do ensino, realiza pesquisa e extensão voltadas ao desenvolvimento tecnológico de novos processos, produtos e serviços, em estreita articulação com os setores produtivos e a sociedade, com ênfase na produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos, na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico local e regional. Os eixos tecnológicos para cursos técnicos e cursos de graduação tecnológica aplicados na instituição são: Ambiente; Saúde e Segurança; Controle e Processos Industriais; Hospitalidade e Lazer; Informação e Comunicação; Infraestrutura; Gestão e Negócios; Produção Alimentícia; Produção Industrial; Recursos Naturais; Produção Cultural e Design. Para os cursos de bacharelado, de licenciatura e de pós-graduação, as áreas de conhecimento aplicadas são as Engenharias e a Educação. (IFSC, 2009).

De acordo com o Caderno de Indicadores do IFSC, publicado em 2009, cujas referências quantitativas correspondem ao ano de 2008, há um total de 6678 alunos matriculados, sendo o Campus Florianópolis responsável por quase a metade das matrículas, representado 3041 alunos. O corpo discente concentra-se nos cursos técnicos de nível médio, seja integrado ao ensino médio, seja o ensino médio subsequênte. Seu perfil é caracterizado por uma população branca (86,1%) e masculina (67%), na faixa dos 20 aos 29 anos de idade (52%) e massivamente oriunda de escolas públicas (94%). Para dar suporte aos estudantes e manter a estrutura educacional em funcionamento a instituição congrega um total de 1059 servidores, sendo 479 técnicos administrativos e 580 professores, destes 523 efetivos e 57 substitutos. Entre os professores, 25% possuem especialização, 37% mestrado e 16% doutorado. Já entre os técnicos administrativos, apenas 11% tem especialização, 1% possui mestrado e nenhum apresenta doutorado. Este universo é responsável pela execução de 58 cursos (6 cursos de ensino médio, 37 cursos de ensino técnico integrado e subsequente e 15 cursos superiores de tecnologia), ofertados nos diferentes campi. (IFSC, 2009).

3. O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE