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Os primeiros relatos da chegada da avicultura no Brasil foram na época do descobrimento do país pelos portugueses, através da carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da Armada de Pedro Álvares Cabral, responsável pela esquadra lusa que aportou em 22 de abril de 1500 no litoral sul do atual estado da Bahia, no registro ele contou com entusiasmo o medo e o espanto que os índios tiveram ao ver as aves pela primeira vez. (FERREIRA, 2011)

O navegador português, Gonçalo Coelho, que foi um dos grandes responsáveis por mapear boa parte do litoral brasileiro, também trouxe a bordo da sua frota matrizes da ave para o Brasil, em 1502. (FERREIRA, 2011)

D. João VI, rei de Portugal, que chegou ao Brasil em 1806 junto com a Família Real, era um grande apreciador da carne de frango. Já seu neto Dom Pedro II, que foi Imperador do Brasil, entre 1841 e 1889, era um grande apreciador de canja de galinha. (DIAS, 2016)

Com o passar do tempo ocorreu um crescimento da população em cidades do interior, devido a mineração de ouro brasileiro, isso fez com que aumentasse o estimulo da produção de aves nessas cidades para a comercialização delas ao redor do país. As maiores produções de aves do Brasil na época (final do século XIX) se encontravam no estado de Minas Gerais, pois lá se encontravam as jazidas de ouro mais importantes do território brasileiro. (FERREIRA, 2011)

Dias (2016, p. 17) menciona que:

Visando a profissionalizar ainda mais o setor foi fundada, em São Paulo, no ano de 1913, a Sociedade Brasileira de Avicultura. Com estatutos baseados nas normas regimentais da American Poultry Association, a entidade foi criada com o objetivo de estreitar as relações entre os amadores e os criadores de aves; promover exposições periódicas de aves, pássaros e material para avicultura; realizar feiras e concursos, na capital federal e em outros centros avícolas importantes; e concorrer por todos os meios para a seleção, o aperfeiçoamento e a pureza das raças, bem como para o desenvolvimento da avicultura no país.

Durante a década de 30 foi necessário criar novos métodos para estimular os setores industriais, devido ao Brasil possuir uma enorme dependência da exportação cafeeira para crescer economicamente. Através desses novos métodos o setor agroindustrial começou a crescer e avicultura se tornou um dos primeiros setores a investir na produção em escala, para atender a demanda populacional que vinha aumentando cada vez mais. Outro produto que também cresceu comercialmente foi a produção de ovos e os resultados obtidos pelos avicultores brasileiros acabaram sendo extremamente positivos. (DIAS, 2016)

Através do surgimento da Cooperativa Avícola de São Paulo (1930), ocorreu uma profissionalização e qualificação da produção de aves. Essa cooperativa tinha como objetivo ensinar os produtores de aves como melhorar a qualidade das carnes e dos ovos, com a intenção de aumentar o estimulo da produção. (FERREIRA,2011)

Muitos imigrantes vindos da Itália, Alemanha, Holanda, Portugal, acabaram vindo para o Brasil e com isso trouxeram várias técnicas agrícolas oriundas de suas terras natais que contribuíram para uma melhor qualidade na produção do setor. Com o tempo ocorreu uma descentralização dessas produções que eram concentradas em Minas Gerais e São Paulo, para Goiás, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. (FERREIRA, 2011)

Na década de 40, durante a época da Segunda Guerra Mundial, houve um estimulo maior para a produção interna de alimentos e fez com que o consumo da carne frango aumentasse em grande quantidade no Brasil. No interior de São Paulo acabou tendo uma modernização na produção de aves, através de novos métodos de manejo delas para atender a demanda da população. (FERREIRA, 2011)

Durante a década de 50, o Brasil começou a se expandir economicamente para que os seus produtos nacionais fossem exportados, o governo acabou criando uma instituição para manter uma gestão comercial e ter um controle sobre os produtos. Então em 1953, foi criada a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil (CACEX), ela tinha como função manter um controle das importações e também promover as exportações. Essa instituição acabou colaborando para que se disseminasse a mentalidade exportadora brasileira, que era fomentada por uma política de substituição das importações e financiadora das exportações. (FERREIRA, 2011)

A partir da década de 60, através da evolução da genética, o Brasil ganhou um enorme impulso na produção de aves. Foram desenvolvidas novas vacinas, novas fontes de nutrição alimentar e equipamentos específicos para a criação das aves. Foi no início dos anos 60 que as grandes agroindústrias passaram crescer e melhorar estruturalmente. (QUEVEDO, 2003)

Na década de 60 existia a necessidade de realizar projetos para estimular as empresas internacionais a investirem no Brasil, devido ao consumo da carne bovina ser maior e com um preço bem mais acessível do que o da carne de frango. Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais possuíam os maiores núcleos de matrizes de poedeiras da América do Sul e a produção de ovos, nesta época, era bem maior do que a produção de carne de frango. (FERREIRA, 2011).

Em 22 de Abril de 1965, havia sido efetuado o decreto número 55.981, que tinha como função disciplinar a importação de aves e ovos para a produção brasileira. Esse decreto interviu na importação de matrizes e a partir disso começaram a ser produzidos no território brasileiro. Já na década de 70 através da vinda de especialistas na produção do setor aviário, novas tecnologias e técnicas de produção intensiva. O setor começou a se desenvolver e se torna mais efetivo. Através disso surgiram as granjas de criação, que passaram a se tornar especializadas em produção de carne de frango ou então de ovos. Desse modo, surgiu a avicultura moderna que passou a ter um crescimento industrial e mais eficaz. (FERREIRA, 2011)

3.2 PRODUÇÃO DE CARNE DE FRANGO NO BRASIL E AO REDOR DO MUNDO

De acordo com os dados do relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a produção carne de frango no Brasil em 2019 deve crescer 1,85%, chegando às 13,6 milhões de toneladas e em 2020 de 13,9 milhões de toneladas, ou seja, entre 2018 e 2019 terá um crescimento acumulado em torno de 4,6%. (FORMIGONI, 2019)

Já a projeção da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) foi de um crescimento de 1,39%, dando em torno de 13,2 milhões de toneladas. (BECK, 2019)

O USDA acredita que os grandes produtores mundiais devem ser beneficiados devido as condições favoráveis ao setor, pois terão mais matérias-primas disponíveis, custos mais baixos e também a ausência de novos surtos de Influenza Aviária em países que foram afetados pela doença. Em relação ao Brasil, acredita-se que a produção deve se recuperar da queda sofrida em 2018, devido a retomada das exportações e do aumento de demanda interna no país. (USDA: ESTIMATIVAS..., 2018)

Apesar das projeções do USDA serem mais otimistas do que a da ABPA, anteriormente eles tinham como projeção que a produção de carne de frango no Brasil fosse de 13,9 milhões de toneladas, ao invés de 13,6 milhões de toneladas. Porém no seu relatório do dia 13 de fevereiro de 2019, O USDA, explica que devido a movimentação dos produtores brasileiros para um ajuste do mercado nacional, eles acabaram considerando uma redução nessa expectativa. (BECK, 2019)

O USDA acredita também que, por outro lado, através do crescimento previsto da economia brasileira em 2019, de 2,5%, e o controle da taxa de inflação pode estimular a recuperação da demanda nacional por carne de frango. A projeção do órgão é de um crescimento de 2% da demanda doméstica brasileira por carne de frango. (BECK, 2019) Eles também apontam numa expectativa de custos menores na produção de carne de frango em 2019 comparado ao ano anterior, que havia sido o segundo maior custo de produção já registrado no país. No ano de 2018 esses custos de produção tinham aumentado em torno de 15%, devido ao aumento de quase 12% nos custos nutricionais e também pelos aumentos nos custos de pintos de um dia. (BECK, 2019)

As perspectivas para a produção, exportação e consumação, em 2018, tinham sido rebaixadas, por causa das grandes dificuldades que foram enfrentadas no setor. O USDA cita alguns exemplos dessas dificuldades, como: a greve nacional de caminhoneiros (que acabou gerando prejuízos em torno de US $ 1 bilhão.), as restrições às exportações de carne de frango brasileira para China (medidas antidumping), União Europeia (proibição de importações de grandes frigoríficos no Brasil devido a fraudes em testes de laboratório) e Arábia Saudita. De acordo com o órgão, esses fatores “causaram uma grande queda nas exportações de frango pela primeira vez em décadas”. (BECK, 2019)

Observando a situação da produção de carne de frango no Brasil no período de 2006 até 2018, podemos ver que ocorreu um crescimento de 9% para 12 % de milhões de toneladas na produção nesse período, conforme a tabela a seguir:

TABELA 1 – Produção brasileira de carne de frango em milhões de toneladas.

Fonte: Relatório Anual 2019 – ABPA Já a produção mundial de carne de frango em 2019, de acordo com o USDA, está estimada em 98,3 milhões de toneladas. Se a estimativa se concretizar, ela representa uma alta de 3,0% em relação ao total produzido no ano de 2018, de 95,50 milhões de toneladas. Comparado com ano de 2015, a produção mundial do ano de 2019 deve aumentar em torno de 7,6%, pois em 2015 a produção foi de 91,3 milhões de toneladas. (FORMIGONI, 2019)

Os Estados Unidos continua sendo o maior produtor de carne de frango do mundo, com uma estimativa de produção em torno de 19,5 milhões de toneladas em 2019. No ano de 2018 a produção norte americana foi de 19,3 milhões de toneladas, portanto, comparado a estimativa de 2019, terá um aumento de 0,9%. (FORMIGONI, 2019)

Após os Estados Unidos, vem o Brasil, que vai produzir em torno de 13,6 milhões de toneladas e assim ocupando o posto de segundo maior produtor mundial. (FORMIGONI, 2019)

A China deve produzir 12,6 milhões de toneladas de carne de frango e assim ultrapassar a UE como terceiro maior produtor mundial de frango em 2019, pois a UE irá produzir 12,4 milhões de toneladas e vai acabar se tornando o quarto maior produtor mundial. (FORMIGONI, 2019)

Logo atrás da UE, vem a Índia, que irá produzir em torno de 5,1 milhões de toneladas e assim vai se tornar o quinto maior produtor mundial, ultrapassando a Rússia, que irá produzir 4,7 milhões de toneladas, passando a ser o sexto maior produtor

mundial. (BECK, 2018)

FIGURA 1 – Mercado mundial de carne de frango em milhões de toneladas.

Fonte: Relatório Anual 2019 – ABPA O quadro abaixo mostra uma comparação do previsto para 2019 com o que foi produzido em 2014. Nesses cinco anos, apenas um país, a China, registra redução de produção (em decorrência, exatamente, da Influenza Aviária). (USDA: ESTIMATIVAS..., 2018)

TABELA 2 – Tendências de produção em 2019 nos principais países produtores de carne de frango e variação em relação ao previsto em 2018 e ao que foi produzido em 2014.

Fonte: Avisite, 2019 É importante notar que, no Brasil, o aumento da produção em um quinquênio foi de 6,6%, ou seja, pouco mais da metade da expansão prevista para a produção mundial. (USDA: ESTIMATIVAS..., 2018)

Esse crescimento abaixo da média fez com que o País perdesse participação na produção total (- 4,25%). Perda maior que essa só a da China (18% a menos) e da Argentina (menos 7,19%). Em direção oposta, Índia e Tailândia aumentaram sua participação em mais de 16%. (USDA: ESTIMATIVAS..., 2018)

É preciso destacar ainda que, além de Brasil e Argentina, outro país sul-

carne de frango. Juntos, os três países respondem por quase um quinto (pouco mais de 18%) da produção mundial. (USDA: ESTIMATIVAS..., 2018)

Porém, mais destacável ainda é a produção dos quatro “Brics”. Ou seja: Brasil, Rússia, Índia e China são responsáveis por mais de um terço (36,5%) da produção mundial de carne de frango no mundo. (USDA: ESTIMATIVAS..., 2018)

3.3 EXPORTAÇÃO MUNDIAL DA CARNE DE FRANGO BRASILEIRA

De acordo com a ABPA, as exportações brasileiras de carne de frango alcançaram 4,100 milhões de toneladas em 2018, devido à média de embarques de 377,3 mil toneladas no segundo semestre (melhor desempenho dos últimos três anos), boa parte do desempenho se deve ao saldo positivo que o setor aviário obteve em dezembro, alcançando 352,8 milhões de toneladas. Mas mesmo assim o setor acabou encerrando o ano com resultado 5,1% menor em relação às 4,320 milhões de toneladas exportadas em 2017, pois no primeiro semestre de 2018 o setor teve muitas perdas. (EXPORTAÇÕES DE CARNE..., 2018)

Sobre os principais mercados importadores da carne de frango brasileira no ano de 2018, a ABPA aborda que:

A Ásia foi o principal destino das exportações, com 1,379 milhão de toneladas em 2018. Em seguida veio o Oriente Médio, com 1,348 milhão de toneladas. A África, com 596,1 mil toneladas, a União Europeia, com 263,4 mil toneladas, os países das Américas, com 319,5 mil toneladas, da Europa Extra- UE, com 103,2 mil toneladas, e da Oceania, com 2,2 mil toneladas completam a lista de destinos.

TABELA 3 - Exportação de carne de frango, em milhões de toneladas, entre os anos de 2015 e 2019 (expectativa), segundo dados do USDA.

Fonte: USDA, 2019 GRÁFICO 1 – Exportações Brasileiras de Carne de Frango

Fonte: Secex/ABPA, 2018 De acordo com o USDA, o Brasil (maior exportador de carne de frango no mundo), deve crescer em torno de 3% a sua exportação de carne de frango em 2019. O

órgão afirma que impulsionado pela enorme demanda mundial, pelo impacto negativo da Influenza Aviária em vários países e pela grande competitividade do produto brasileiro, deve aumentar a demanda pela carne de frango brasileira. (BECK, 2018)

O USDA também conta que o aumento das exportações é reflexo da resiliência da indústria de carne de frango brasileira de superar “a menor credibilidade do serviço de inspeção de carnes do Brasil”, devido aos impactos de forma negativa que a operação “carne fraca” e outras operações anticorrupção deram nos últimos tempos. (BECK, 2018) O órgão também aborda que o Brasil tem se empenhado em abrir novos mercados, mesmo sendo o maior exportador mundialmente, pois mesmo o país exportando carne de frango para 140 países, 91% do volume dessa exportação é destinado somente para apenas 25 países. (BECK, 2018)

Em 2019, a China, deve se tornar o principal importador da carne de frango brasileira, devido ao grande número de frigoríficos aprovados pelos chineses. O USDA projeta que vai acontecer uma grande expansão comercial da carne de frango brasileira na China e que a única pendência entre os países continua sendo a taxação sobre o produto brasileiro, mas existe a chance de ocorrer um acordo verbal entre os presidentes dos dois países. (BECK, 2018)

A Arábia Saudita, que até 2018 era o maior importador da carne de frango brasileira, acabou impondo restrições às importações por causa da insensibilização pré- abate. Entre janeiro e julho de 2018, as importações diminuíram 28%. De acordo com a USDA, apesar das fontes de comércio estarem otimistas de que as exportações para a Arábia Saudita vão melhorar em 2019, as fontes governamentais afirmam que as negociações vão continuar. O órgão americano fala também que as exportações para países do Oriente Médio devem aumentar em 2019, porém em menor número do que nos anos anteriores, pelo mesmo motivo da Arábia Saudita. (BECK, 2018)

As exportações para México e Chile tendem a expandir em 2019, pois os mexicanos estão no momento entre os 10 maiores importadores da carne de frango brasileira. Já a Venezuela continua com o mercado fechado para as exportações brasileiras, devido à crise econômica vivida pelo país. (BECK, 2018)

Angola, África do Sul, Coréia do Sul, Iraque e Rússia tendem a continuar aumentando as importações da carne de frango brasileira, pois os “traders” têm realizado um grande trabalho de expansão no mercado desses países. (BECK, 2018)

No ano de 2019 o Brasil deve seguir como líder do rank entre os maiores exportadores de carne de frango do mundo, a expectativa é de que o país exporte em torno de 3,77 milhões de toneladas, tendo uma alta de 2,4% comparado a 2018 e uma queda de 1,8% no acumulado dos últimos 5 anos. Entre os maiores exportadores de carne de frango do mundo, somente o Brasil tem como expectativa a queda no acumulado dos últimos 5 anos, todos os demais países que são grandes exportadores acumulam alta no volume de embarques desse período. (FORMIGONI, 2019)

Cabe também destacar o grande crescimento das exportações de alguns países como da Ucrânia (133,3%), Turquia (65,5%) e Tailândia (50,0%), além dos Estados Unidos (11,6%) e União Europeia (24,8%). (FORMIGONI, 2019)

FIGURA 2 - Participação dos principais países exportadores de carne de frango esperada para 2019, segundo estimativa do USDA.

Como podemos observar a figura acima o Brasil e os Estados Unidos, juntos, participam com mais de 60% da exportação mundial de carne de frango. (FORMIGONI, 2019)

3.3.1 EXPORTAÇÃO DA CARNE DE FRANGO BRASILEIRA PARA A CHINA

Em maio de 2019 a China importou mais que o dobro de carne de frango do Brasil comparado com o mesmo mês no ano de 2018. A seguinte tabela mostra os dados de compra, em milhões de dólares, dos maiores importadores de carne de frango do Brasil no período entre maio de 2018 e 2019, segundo dados do MDIC. (FORMIGONI, 2019)

TABELA 4 - Dados de compra, em milhões de dólares, dos maiores importadores de carne de frango do Brasil em maio de 2018 e 2019.

Fonte: MDIC, 2019 De acordo com os dados do MDIC, em maio de 2019 o Brasil exportou em torno de US$595,8 milhões em carne de frango, uma alta de 25,2% comparado a maio de 2018, que o Brasil exportou US$475,8 milhões. (FORMIGONI, 2019)

A China vem sendo o principal país importador da carne de frango brasileira em 2019, em maio os chineses importaram em torno de US$139,8 milhões, valor 110,4% superior a maio de 2018, que foi exportado US$66,4 milhões. (FORMIGONI, 2019)

De acordo com o presidente da ABPA, Francisco Turra (2019): "A China se isolou como principal destino dos embarques brasileiros. O efeito gerado no mercado pela crise sanitária no país asiático impulsionou as importações, o que gerou efeitos também na rentabilidade do mercado, com elevação de preços médios."

A forte alta na importação de carne de frango pelos chineses, é reflexo da crise de produção de suínos no país asiático. A China vem enfrentando muitos problemas na produção de suínos, devido ao surto de peste que vem acontecendo no país e isso acaba dando oportunidade para o Brasil exportar proteína animal para o país asiático. (FORMIGONI, 2019)

É importante ressaltar que não somente os chineses aumentaram as importações de carne de frango do Brasil, outros importantes importadores, como Arábia Saudita, Japão e Emirados Árabes Unidos também importaram mais do Brasil em maio de 2019. (FORMIGONI, 2019)

FIGURA 3 – Maiores compradores de carne de frango do Brasil, em faturamento, no 1° quadrimestre de 2019.

GRÁFICO 2 – Valores da exportação de carne de frango brasileira para a China no período de 2009 até 2019.

Fonte: Elaboração própria com dados do Comex Stat, 2019. GRÁFICO 3 - Volumes da exportação de carne de frango brasileira para a China no período de 2009 até 2019.

Fonte: Elaboração própria com dados do Comex Stat, 2019.

Ao analisarmos os gráficos 1 e 2 é possível observarmos que houveram crescimentos nos valores e volumes exportados no período entre 2009 e 2011, 2013 e

2015, e 2017 e 2019. Já em 2012 e 2016 ocorreram quedas nos valores e volumes exportados. (COMEX STAT, 2019).

3.3.2 EXPORTAÇÃO DA CARNE DE FRANGO BRASILEIRA PARA A ÁRABIA SAUDITA

Nos anos de 2017 e 2018 houveram relevantes quedas na exportação da carne de frango brasileira para a Arábia Saudita (pelos dados do MDIC, 21% de queda na exportação em 2017 e 20% em 2018), as impressões que ficam é que isso se deve a Operação Carne Fraca, que foram investigações realizadas pela Polícia Federal Brasileira sobre fraudes laboratoriais que ocorreram no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e também irregularidades cometidas por frigoríficos de grandes companhias. (FRANGO: PORQUÊS..., 2018)

Porém para o USDA, em 2017 as importações diminuíram devido à queda no consumo causada pela saída de milhares de famílias expatriadas que não podiam pagar taxas para permanecer no país saudita e também pela redução da demanda de “food service”. (FRANGO: PORQUÊS ..., 2018)

Já queda registrada em 2018 se deve a elevação dos preços de frango devido uma menor disponibilidade na quantidade do produto que foi ocasionada por uma decisão tomada pela Autoridade Saudita de Drogas e Alimentos que proibiu os abates com pré- insensibilização através de choques elétricos. (FRANGO: PORQUÊS..., 2018)

De acordo com o USDA, os sauditas importaram quantidades menores de carne de frango de pelo menos quatro países. O Brasil acabou sendo o país mais afetado, pois

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