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Breve histórico das calibrações e recomendações de fertilizantes nos estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

SUMÁRIO

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.2 Breve histórico das calibrações e recomendações de fertilizantes nos estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Atualmente existe um sistema de calibração e recomendação de fertilizantes e calagem no Rio Grande do Sul aonde a mesma vem e está sendo constantemente aperfeiçoada desde a sua primeira recomendação que foi proposta por Mohr (1950), e desde então já foram realizados vários avanços no aperfeiçoamento deste sistema. Uns dos passos mais importante nesta época foi a Criação da Rolas, isto é, da Rede Oficial de Laboratórios de Análises de Solo e Tecido Vegetal do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina no ano de 1968, sendo a mesma responsável pelos aperfeiçoamentos nas recomendações até a versão de 1981(ROLAS , 1981). Na década de 70 a adesão do Estado de Santa Catarina ao ROLAS em 1972(Tedesco et al., 1994), foi importante porque deu início ao controle de qualidade da ROLAS, alem de serem elaboradas a quarta (UFRGS, 1973) e quinta (Tabelas, 1976) recomendações. Logo após, na década de 80 foram realizados mais três aperfeiçoamentos, isto é, a sexta versão (ROLAS, 1981), nesta foram incorporados aperfeiçoamentos significativos que tinham várias culturas além de ser esta a última versão elaborada pela ROLAS, onde que depois a sétima versão passou para a Comissão de Fertilidade do Solo – RS/SC (Siqueira et al., 1987). Nesta versão proposta no ano de 1987 uma mudança substancial na filosofia de recomendações foi feita, onde a mesma passa de um sistema de adubação corretiva e de manutenção, para uma correção gradual ao longo dos anos e reposição considerado como um sistema misto, onde tem como principal objetivo chegar a alcançar os níveis de suficiência de P e K no recorrer de três safras, culturas ou mais vem três anos, além de se fazer adubações destinadas ao programa de rotação das culturas anteriormente planejadas, onde se tinha como base á resposta econômica ao fertilizante (Siqueira et al., 1987). Na Comissão, (1989), foi realizada a oitava versão, onde a mesma introduziu alguns aperfeiçoamentos sem muita alteração da versão de 1987. No ano de 2004 foi difundida a versão que atualmente está sendo utilizada (Comissão, 2004), onde umas das principais variações com as versões anteriores é, a modificação do teor crítico de K no solo, a mesma passando de 80 mg dm-3 para 45, 60 e 90

para CTC no solo de até 5, de 5 a 15 e maior que 15 cmolc dm-3 respectivamente. 2.3 Fósforo.

Podemos dividir o fósforo no solo em dois grandes grupos: o primeiro seria o fósforo inorgânico (Pi) e o segundo o fósforo orgânico (Po). O grupo que corresponde ao fósforo inorgânico pode ser separado em duas partes, os fósforos dos minerais primários ou estrutural,

e, principalmente, o fósforo adsorvido a oxihidróxidos de ferro e alumínio (Parfitt,1978). O segundo grupo seria o fósforo orgânico associado aos resíduos vegetais que são adicionados ao solo, ao tecido microbiano e aos produtos de sua decomposição. A fração importante deste tipo de fósforo orgânico é aquela que está contida na biomassa microbiana (P microbiano) por ter uma grande dinâmica. Machado et al. (1993) verifica que, nos solos do Rio Grande do sul, o fósforo orgânico representa de 45% a 68% do fósforo total presente no solo.

Com a adição da adubação fosfatada e conseqüente adsorção aos colóides, neste caso o manejo do solo é de vital importância no prolongamento da sua disponibilidade, lembrando que algumas práticas de manejo podem ser utilizadas para diminuir a sua adsorção específica. Tais práticas podem ser o não revolvimento do solo, o controle da erosão e a manutenção da cobertura vegetal do solo. A capacidade de sorção do fósforo é alta em solos na qual a fração argila esta composta predominantemente por oxihidróxidos de ferro e de alumínio mais caulinita, tais como os latossolos do planalto do RS. No sistema plantio direto a eficiência da adubação fosfatada é melhor, pelo fato do não revolvimento do solo, onde desta forma diminui-se a exposição dos sítios de adsorção (Gatiboni, 2003). Os fertilizantes fosfatados adicionados ao solo geralmente acumulam fósforo nas camadas superficiais e o de camadas profundas são ciclados pelas plantas para a superfície, isto devido também ao não revolvimento do solo (Rheinheimer, 2000). Na adoção do sistema de plantio direto na sua fase inicial a construção de níveis de P exige uma quantidade maior de fertilizantes fosfatados (Cubilla, 2005). Com o passar dos anos de adoção e fertilização do sistema plantio direto, se tem como resultado a saturação dos sítios localizados na camada superficial, desta maneira a construção dos níveis ocorre de uma forma mais rápida e intensa. Observa-se em primeiro lugar a saturação dos sítios mais ávidos e o remanescente geralmente é redistribuído em frações retidas com menor energia e, conseqüentemente se tem maior capacidade de dessorcão, e maior disponibilidade às plantas (Rheinheimer & Anghinoni, 2001).

Neste sentido, além dos aspectos inerentes à química do solo, devemos considerar outros aspectos que estão relacionados à atividade biológica, ciclagem de nutrientes e de redução de perdas de P, que são observados no sistema plantio direto. A superfície de contato do solo com o P diminui com a deposição de resíduos culturais, e desta forma a decomposição pela biomassa microbiana é desacelerada, tendo como resultado a mineralização gradual e parcial desses compostos. Conseqüentemente se tem o aumento do conteúdo da matéria orgânica e fósforo orgânico e de ânions orgânicos (Rheinheimer, 2000). E os mesmos podem aumentar a competição pelos sítios de adsorção, e dessa maneira diminuir a retenção do fósforo. Da mesma maneira que nas camadas superficiais do sistema plantio direto, a

atividade microbiana pode proporcionar uma maior disponibilidade potencial do fósforo às plantas, já que o P incorporado na biomassa dos microorganismos forma estoque de fósforo microbiano no solo e não é absorvido aos colóides (Conte, 2001). Deste modo no sistema plantio direto não se observa perdas de fósforo por erosão e, devido a localização da adubação fosfatada, do acúmulo da matéria orgânica e do aumento da biomassa microbiana, se tem a acumulação do fósforo orgânico. Considerando este fato, a manutenção da cobertura do solo também por plantas vivas no sistema plantio direto tem como resultado o favorecimento de que o fósforo orgânico mineralizado seja absorvido, desta maneira impedindo que o P passe para as formas menos lábeis.

Em casos de déficits hídricos freqüentes, a concentração superficial de P, da como resultado um menor aproveitamento pelas plantas, considerando que o principal mecanismo de suprimento de fósforo às plantas é a difusão, o qual é muito influenciada pela umidade do solo. Em adição, ressalta-se que a camada superficial do solo, onde se encontra concentrado o P, é a mais sujeita as variações no teor de umidade. Por isso, se da ênfase a importância em se ter uma adequada quantidade de resíduos, isto é, palhada sobre a superfície do solo, especialmente quando a cultura se encontra no estagio inicial, e se tem como principal objetivo a conservação da umidade do solo e beneficiar a absorção de P. A concentração superficial de P, e outros elementos químicos, também podem levar à concentração superficial do sistema radicular, desta forma tornar as plantas muito mais susceptíveis a épocas de falta de agua (Amado et al.,2007).

Os resultados obtidos em diferentes experimentos de calibração para o sistema de plantio direto (Schlindwein, 2003; Boletim de Pesquisa de soja, 2005 e Cubilla, 2005) tem verificado que os teores críticos de P são superiores aos teores antes propostos para o sistema de preparo convencional. Esses resultados podem ser atribuídos as melhores práticas de manejo do solo, ao melhoramento genético das culturas, a seleção de cultivares que visam o aumento na produtividade, além destes a concentração superficial de P orgânico no sistema plantio direto. Desta forma é recomendado ter um cuidado especial, devido a esta concentração de P e, as coletas de amostras superficiais do sistema plantio direto, é de se esperar que o teor crítico de P tenha um valor mais alto do que foi observado no sistema convencional de cultivo que tem como característica a distribuição uniforme e as amostragens mais profundas, embora tenha se obtido rendimentos e níveis de fertilidades semelhantes entre os dois sistemas.

Nas recomendações da Comissão (2004) as doses de P2O5 para soja, em média

década de 60, as doses eram baixas (Universidade...,1968), e logo após foram aumentando nas recomendações de Mielniczuk et al. (1969) e também nas recomendações de Universidade ...(1973) e tabelas...(1976), onde esses valores permanecem até o ano de 1986(Manual....,1981). Nas recomendações de Siqueira et al. (1987) e Comissão ...(1989 e 1995), estas doses para P2O5 de uma forma geral, foram diminuindo, especialmente onde se

tinha faixas de maior fertilidade e logo após esses valores aumentaram novamente nas recomendações da Comissão ...(2004).

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