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A função fiscalizadora no Banco do Brasil existe desde 1921, quando foi criada a carreira de inspetor. Havia carteiras de processos específicos como crédito agrícola e industrial, crédito geral, câmbio e comércio exterior, às quais os inspetores eram vinculados.

Em 1964, por meio de alteração estatutária, foi criada a Inspetoria Geral - Inger, cuja função seria examinar e avaliar o cumprimento pelas agências, de normas e procedimentos estabelecidos. As chamadas inspeções eram realizadas anualmente e tinham duração de cerca de trinta dias. A partir de 1967, devido a nova arquitetura organizacional, a Inger passou a ser subordinada à então Diretoria de Pessoal e passou a fornecer informações a respeito dos funcionários para subsidiar processos de nomeação. A subordinação da área é alterada a partir de 1979, quando passa a ser vinculada à Diretoria de Controle, sob novo nome: Coordenadoria de Auditoria e Inspeção - Codai. Com essa alteração, também a forma de atuação é remodelada no sentido de incorporar técnicas de auditoria nos trabalhos realizados. Todavia, essa nova perspectiva de atuação causou desconforto em alguns segmentos da empresa, uma vez que a nova visão previa a atuação em órgãos da direção do Banco. Nova mudança é promovida em 1982, quando a área passa a ter subordinação direta ao presidente da empresa, entretanto volta a adotar a sigla Inger, agora referindo-se ao nome Assessoria de Inspeção.

A principal diferença entre a atuação da Inspetoria Geral e da Auditoria Interna é que a primeira voltava-se à verificação quanto ao cumprimento das normas, sem questionamentos quanto à pertinência do conteúdo. Na Auditoria Interna, o foco de atuação estava direcionado à eficácia e não apenas ao cumprimento da norma.

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Baseado na publicação interna “25 anos em 5 letras – A história da Audit, a Auditoria Interna do Banco do Brasil”.

A Auditoria Interna começou a atuar como um departamento em 1983, ainda vinculado à Diretoria de Controle. Teve consultoria externa de especialista na área, bem como contou com a colaboração de funcionários com formação em informática para desenvolvimento de sistema de auditoria à distância. A realização de processo seletivo e a preocupação com a formação dos membros da área também foram fatores de destaque, os quais contribuíram para a melhoria da qualidade dos trabalhos e para o fortalecimento da área. A partir de 1989, em virtude de determinação legal, a Auditoria Interna passa a ser vinculada ao Conselho de Administração da empresa, o que confere caráter de independência à área. Dois anos antes, novos regulamentos externos passaram a exigir procedimentos mínimos a serem adotados pelas empresas governamentais, tais como a elaboração de Plano Anual de Auditoria Interna e Relatório Anual das Atividades de Auditoria Interna. Essas alterações no plano normativo contribuíram para acelerar o processo de reestruturação interna nas áreas de controle da empresa, que culminou com a incorporação à Audit de outros órgãos de controle e também da antiga Inger.

Com essa nova configuração, a Audit passa a ser composta por três áreas, uma responsável por sistemas administrativos e operacionais, cujas atividades incluíam orientações técnicas às demais áreas da Auditoria e orientações quanto a processamento eletrônico de dados; uma encarregada de auditar órgãos da direção do Banco, acompanhar fiscalizações externas e apurar irregularidades; e, a terceira, por realizar trabalhos de verificação em agências, como a extinta Inger. Nessa época foram despendidos grandes esforços no sentido de desenvolver metodologias, conquistar a confiança das áreas da direção da empresa, de integrar e ao mesmo promover uma nova forma de atuação dos auditores, muitos dos quais antigos inspetores.

Quanto às novas metodologias, a partir de 1990 foi implementado na área um novo método de trabalho que estabelecia padrões para notas de auditoria e papéis de trabalho e decretava uma nova forma de trabalhar, segundo a qual os processos empresariais eram avaliados desde a origem.

Um dos problemas da Audit era o isolamento geográfico dos auditores que atuavam na área voltada à verificação de agências. Como solução para essa questão, em 1991 foram implantados 27 núcleos de auditoria espalhados no País. Essa alteração na estrutura foi também acompanhada da instituição do primeiro Manual de Procedimentos para auditores. Ambas as modificações direcionavam para a homogeneização dos trabalhos da Auditoria Interna.

O foco dos trabalhos da Auditoria passa, então, a ser concentrado em problemas do Banco relacionados à evasão de receitas. Em 1996, o processo crédito do Banco foi eleito para realização de um programa piloto, no qual as operações eram avaliadas por funcionários das próprias agências com base em check list desenvolvido na Audit, que eram tabulados e geravam informações importantes para o processo. Os critérios de amostragem adotados permitiram ampla cobertura e o resultado foi uma avaliação significativa acerca dos ativos de crédito do Banco. Esse trabalho foi considerado um marco, tendo em vista a metodologia empregada, cuja ênfase passa do apontamento de falhas para a identificação de causas e conseqüências. Essa postura mais proativa da área passa a ser orientadora da atuação da Audit.

Após a realização da auditoria de crédito, a Audit volta-se às demais unidades estratégicas do Banco, o que enseja movimento de redução das unidades regionais da área, realizado em duas etapas, em 1997 e em 1999. Com a redução, os núcleos foram transformados em dezesseis gerências regionais, GRA, localizadas em diversos estados, além de duas unidades no exterior, e oito gerências especializadas em Brasília, chamadas GRE. As primeiras trabalhavam uma parte do ano para gerar informações para o nível estratégico e outra parte em avaliações localizadas de risco, enquanto as GRE atuavam em áreas específicas que consolidavam as informações.

Outros fatores significativos, nesse período, foram a criação de uma função inicial na carreira, cujo acesso foi realizado por meio de seleção nacional, a compra da primeira geração de notebooks da Auditoria, que possibilitava aos auditores a utilização de ferramentas eletrônicas de trabalho e a elaboração de uma metodologia denominada Auditoria Geral Consolidada - AGC. A partir dessa nova metodologia, cuja aplicação teve início em 1999, a Auditoria deixa de atuar em dependências para atuar em processos empresariais.

Com o incremento da preocupação com riscos no mercado financeiro, no período de 2003 e 2004 ocorreu nova mudança na metodologia, passando-se a adotar o conceito de Auditoria Baseada em Risco – ABR.

A partir de 2005 a área passa a adotar o termo “processo crítico” para definir os objetos de auditoria. O termo “crítico” passa a ser incorporado ao jargão da área no sentido de relevância para a organização e uma nova metodologia de atuação, baseada no pensamento complexo e na metáfora das organizações como seres vivos. É então delineada a abordagem de auditoria em processos críticos com foco em risco: a Auditoria Integrada.

Essa nova forma de atuação adotada a partir de 2006, denominada “Novo Paradigma”, identifica vinte processos críticos da empresa e determina periodicidade para a avaliação. Deixa de haver, também, segregação entre processos nos níveis estratégico, tático e operacional da empresa, passando-se ao conceito de avaliação integrada dos processos críticos identificados. Em 2006, foi realizado o primeiro Encontro Nacional da Auditoria Interna, que reuniu todos os funcionários da área com o objetivo de discutir a nova abordagem e respectivos desdobramentos para as atividades da área. Outros encontros como esse ocorrem anualmente em âmbito regional e nacional e para segmentos funcionais específicos, como encontros de assistentes e de gerentes de auditoria.