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FOTOJORNALISMO NA PARAÍBA EM FESTA

HISTÓRICO DO JORNAL A UNIÃO (1893-1945)

ANO TIRAGEM

FORMA

DIRETOR

1893 ? 4 páginas, secção Telegramas. Gama e Mello (redator chefe).

1894 500 exemplares Editoriais, notas informativas, mensagens oficias, decretos e anúncios; páginas de 4 colunas; utilização do prelo manual

“Alauzet”. Passava a noite inteira para a

folha ficar pronta.

1901 ? A folha passou de 4 para 5 colunas, permanecendo a mesma estrutura; A legenda foi mudada para Orgam do partido

Republicano Federal do Estado da Parahyba; “Publicação diária”.

Tito Silva deixa o cargo sendo substituído por João Casado de Almeida Nobre.

1903 ? “Publicação diária da manhã”, no quadro

de expediente na primeira página.

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1908 ? O n. 34 circulou em tamanho reduzido, 8 páginas, formato tablóide, para noticiar as comemorações da visita de Álvaro Machado à Paraíba e o aniversário de Walfredo Leal.

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1913 ? Diagramação simples, um título e duas colunas e linhas desenhadas para enfeitar as páginas. A partir de então, foi introduzida a manchete de primeira página ocupando todas as colunas e a secção Última Hora, com publicação de telegramas vindos da Europa e do Rio de Janeiro via cabo submarino. Ilustrações no jornal.

Assume a direção Carlos Dias Fernandes.

1914 ? Inauguração do linotipo vindo de Nova York -

1918 ? Até 1918, o jornal circulava com 4 páginas divididas em 7 colunas publicando contos, romances, ensaios e poesias. As demais páginas traziam anúncios. Na coluna

Notícias, eram publicados assuntos políticos,

policiais, esportivos e sociais. Apareceu pela primeira vez a coluna A UNIÃO Agrícola, que circulava aos sábados.

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1926 ? - Assume a direção Nelson Lustosa.

1928 ? A legenda foi alterada para Orgam Official

do Estado. O governo adquiriu a máquina Duplex, importada da Alemanha.

Assume a direção Celso Mariz. 1929 6.500 exemplares com 3.091 vendidos avulsos na capital. E aumento de venda no interior do estado.

Formato reduzido, tamanho tablóide, os primeiros títulos de mais de um corpo em duas linhas, passando o número de páginas para 8. Nova feitura para a mensagem presidencial enviada à Assembléia, num livro de um-oitavo.

Celso Mariz pede demissão do cargo, assumindo Nelson Lustosa.

1930 10.000 exemplares

Surge a secção O Dia em Palácio; As notícias importantes eram divulgadas em manchetes de 3 títulos ou em rodapé na primeira página. Publicou sobre João Dantas e o perrepismo 56 edições.

Assume o cargo Osias

Gomes, depois substituído por Rafael Correia de Oliveira.

1931 ? Publicada a primeira entrevista com a estrutura de perguntas e respostas. Aparece pela primeira vez a secção Cartas à Direção e o jornal recebe os primeiros telegramas das agências de notícias nacionais e Western.

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1932 ? Aparece o suplemento Paraíba Rural.

Primeira reportagem assinada.

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1934 Superior a 5.000 exemplares, atingindo todos

Circula com 16 páginas nos dias comuns e 24 aos domingos.

os municípios do estado. 1936 Tiragem de 1.400 exemplares por hora.

Melhoramentos nas técnicas de composição, impressão e encadernação. Atelier de

clichérie

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1940 ? - Assume o cargo de Diretor José Leal.

1941 ? Instalação de uma estação rádio-telegráfica receptora. Contratação de serviços de agências nacionais

A direção passa às mãos de Ascendino Leite.

1943 ? Nova diagramação de matéria, títulos contados, delimitação de funções para redatores e repórteres, revisão, separação do

Diário Oficial do Jornal A União. Amplo

noticiário do interior.

O cargo é assumido por Octacílio de Queiroz.

1945 ? Outro cabeçalho, utilização da zincogravura, edições ilustradas.

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Fonte: MARTINS, 1977. Organização da tabela pelo autor da Tese, com base no livro de Eduardo Martins. A ausência de uma seqüência cronológica, ano a ano, se justifica em função da fonte citada

De acordo com a definição estabelecida por Roland Barthes (2000, p. 325),

A fotografia de imprensa é uma mensagem. A totalidade dessa mensagem é constituída por uma fonte emissora, um canal de transmissão e um meio receptor. A fonte emissora é a redação do jornal, o grupo de técnicos, dentre os quais uns batem a foto, outros a escolhem, a compõem, a tratam, e outros enfim a intitulam, preparam uma legenda para ela e a comentam. O meio receptor é o público que lê o jornal. E o canal de transmissão é o próprio jornal, ou, mais exatamente, um complexo de mensagens concorrentes, de que a foto é o centro, mas de que os contornos são constituídos pelo texto, título, legenda, paginação, e, de maneira mais abstrata mas não mesmo “informante”, pelo próprio nome do jornal (pois este nome constitui um saber que pode fazer infletir fortemente a leitura da mensagem propriamente dita: uma foto pode mudar o sentido ao passar de l’ Aurore para l’Humanité)”.

A história do Jornal A União se confunde com as ideologias de cada governo. Aparece sob o apagar das luzes do século XIX, como veículo a legitimar o alvarismo. Ainda hoje, continua a desempenhar funções propagandísticas e apologéticas dos dirigentes políticos. Desde o nascimento, o rebento gerado por Álvaro Machado carrega o símbolo da oficialidade, sendo, até hoje, um empreendimento inteiramente estatal. Até o recorte temporal estabelecido no quadro acima, sua linha editorial e política buscava enaltecer as elites oligárquicas alvarista, walfredista, epitacista, americista, argemirista e

ruista, respectivamente. A cada oligarquia emergente, o periódico oficial procura silenciar

Do ponto de vista da forma e da técnica, o jornal passou por três grandes transformações. A primeira, entre 1913/14, durante o governo Castro Pinto. Na estrutura burocrática do Estado, foi acrescido o cargo de Diretor, subordinado diretamente à Secretaria do Palácio visto que, até então, a folha esteve sob a batuta de um redator-chefe. O pioneirismo do cargo coube ao poeta Carlos Dias Fernandes. A diagramação passou a ser simplificada limitando-se, basicamente, “a enfeitar as páginas com linhas desenhadas nos trabalhos gráficos dos quadros, muito usado na época”. (MARTINS, 1977, p. 32). Nesse bojo, apareceu, ainda, a reportagem a cobrir os acontecimentos no seu desenrolar. No que concerne aos aspectos tecnológicos, em 1914, o governo adquiriu uma linotipo, máquina que passara a substituir o trabalho de dez operários, segundo anunciava o próprio jornal.

Ainda com relação ao Jornal A União, o ano emblemático do encontro entre as letras e as fotografias é 1913. Naquele momento, a capa do periódico oficial foi ilustrada por uma quantidade de imagens nunca antes vista. No ano seguinte, lá estavam figuras de proa do oligarquismo paraibano, a exemplo de Álvaro Machado, Castro Pinto, Heráclito Cavalcanti, Celso Vieira e a equipe de redatores e administradores daquela folha69.

IMAGEM XV