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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

1.1 HISTÓRICO

1.2 Avaliação da vigilância epidemiológica; 1.3 Atributos da vigilância epidemiológica; 1.3.1 Utilidade; 1.3.2 Qualidade; a) Aceitabilidade; b) Sensibilidade; c) Representatividade; d) Oportunidade; e) Simplicidade; f) Flexibilidade;

1.4 No Brasil - sistema nacional de vigilância epidemiológica; 1.5 Vigilância sentinela;

1.6 Vigilância epidemiológica de doenças não transmissíveis; 1.7 Vigilância ambiental em Saúde;

1.1 HISTÓRICO

O termo vigilância epidemiológica é recente, porém o conceito por trás do nome existe há muito tempo. O principal objetivo da vigilância epidemiológica sempre foi coletar e analisar dados e fatos que pudessem desencadear ações de prevenção e combate às doenças.

Desde antes de Cristo que os povos já sabiam como trocar informações com respeito às pragas e doenças que atingiam não só homens mas também a flora e fauna, no entanto o acompanhamento sistemático deste tipo de dado, visando proteger a saúde, é um procedimento que surgiu após o século XVII, e que só no século XX se consolidou como uma rede de coleta, análise e divulgação de estatísticas vitais.

No final do século XIX, para controlar as pestes, tanto no Brasil como no resto do mundo os serviços de saúde pública começam a se organizar. Nos EUA surgem centros como o Comunicable Diseases Center, mas somente em 1965 surge o termo vigilância epidemiológica e a OMS cria uma Unidade de Vigilância Epidemiológica na Divisão de Doenças Transmissíveis.

Usando os conceitos de polícia médica, as primeiras ações se limitavam à vigilância de pessoas, com ações individuais de isolamento e quarentena. Mais tarde com maior intercâmbio comercial entre países é que surgem conceitos ambientais de controle, como vacinação, saneamento ambiental e controle de vetores.

Na década de 50 surge nos EUA um sistema de informação sobre doenças chamado

Serviço de Inteligência para Epidemias, com o objetivo de detectar epidemias precocemente, possibilitando a defesa contra uma possível guerra biológica.

Como define a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90), a vigilância epidemiológica é “o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar

oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças”.

Geralmente os clínicos imaginam ter pouco a ganhar com a Vigilância Epidemiológica. Na verdade um sistema de vigilância rápido e eficaz pode funcionar como um auxiliar ao diagnóstico, por exemplo, uma síndrome exantemática passa a ser vista de outra forma quando se sabe estar ocorrendo uma epidemia de sarampo.

1.2 Avaliação da Vigilância Epidemiológica

Atualmente usa-se em todo mundo as diretrizes propostas pelo CDC para avaliação da vigilância epidemiológica. Este procedimento favorece a comparação de dados encontrados em qualquer lugar do planeta, possibilitando intercâmbio de dados.

No andamento desta avaliação, são utilizados indicadores epidemiológicos e operacionais.

Epidemiológicos: as freqüências, incidências, prevalências, mortalidade e letalidade de cada doença são avaliadas para indicar a importância do agravo à saúde. Dentro desta ótica também é possível avaliar o impacto real de ações de combate aos agravos.

Operacionais: são instrumentos usados para avaliar o desempenho das atividades de vigilância de acordo com os atributos considerados.

1.3 Atributos da Vigilância Epidemiológica

1.3.1 UTILIDADE: é a capacidade do sistema em cumprir o objetivo de prevenção e controle do evento adverso à saúde e de promover a divulgação e entendimento das implicações para a saúde pública de cada evento, ou seja, para ser útil, o sistema tem que ser capaz de detectar epidemias, tendências, identificar fatores de risco e avaliar o impacto das medidas de controle.

1.3.2 QUALIDADE: subdividida em

a) Aceitabilidade – capacidade de “conquistar” a população, fazendo com que a participação seja satisfatória, obtendo poucas recusas (formulários em branco ou mal preenchidos), tendo uma relação de colaboração com a população, que percebe que aquela ação lhe trará benefícios futuros;

b) Sensibilidade – capacidade de detectar casos verdadeiros do evento. (Valor Preditivo Positivo = refere-se à proporção de casos positivos que são de fatos positivos. Um sistema que apresente baixo VPP resulta em um grande número de falso-positivos, gerando despesas desnecessárias). Programas com sensibilidade adequada devem apresentar coerência entre casos suspeitos e casos notificados, diagnósticos suspeitos e diagnósticos confirmados.

c) Representatividade – capacidade de atingir todas parcelas da população, sem distinção de raça, sexo, local de residência e renda (sem viés de seleção). Este ponto é extremamente fraco em países como o Brasil, em que a parcela da população que procura auxílio na rede privada de saúde dificilmente serve como fonte de dados para o serviço de vigilância. Uma maneira boa de avaliar este aspecto é ver se as proporções das

características demográficas da população atingida pelo sistema é semelhante àquela encontrada pelos censos demográficos (no Brasil – IBGE).

d) Oportunidade – é a capacidade do sistema de saúde em fornecer medidas de controle e prevenção às doenças de forma rápida, nos momentos mais oportunos. Avalia principalmente o tempo decorrido entre as fases de ocorrência do agravo e início das ações epidemiológicas de prevenção e controle. Aplica-se mais às doenças agudas, mas para as crônicas pode ser medida com relação ao tempo que levaria para estruturar ações que combatessem e controlassem as exposições e os fatores de risco.

e) Simplicidade – é a capacidade do sistema em realizar aquilo que se propôs, de forma simples e objetiva, sem perder a qualidade na obtenção de informações. Para ser simples, a estratégia deve ser de fácil execução, não exigir treinamentos extremamente complexos e possuir normas operacionais claras e compreensivas.

f) Flexibilidade – é a capacidade do sistema em se moldar de acordo com o local em que está sendo aplicado, e principalmente no ritmo das mudanças que podem surgir. Essas mudanças devem ser realizadas de forma rápida e barata, acompanhando as alterações nos padrões dos agravos à saúde do local em questão.

No documento UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE (páginas 42-44)

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