• Nenhum resultado encontrado

É incontestável a onipresença da técnica e da tecnologia no mundo atual. Ter uma certa compreensão sobre os fenômenos técnicos e tecnológicos parece ser um imperativo da vida moderna. De acordo com Bazzo, Linsingen e Pereira (2003, p.36) “A compreensão desse fenômeno tem sido denominada com frequência como alfabetização científico- tecnológica. Em todo caso busca-se explorar a influência das forças sociais, políticas e

72 Essas habilidades estão descritas nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e no PCN+ e trabalhadas nos três anos do Ensino Médio. Na escola em questão essa habilidade é trabalhada na 1a série do Ensino Médio o que nos deu condições de trabalhar de forma conjunta. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf, acesso em 10 de julho de 2016.

113

culturais na ciência e na tecnologia, e examinar o impacto que as tecnologias e as ideias científicas podem ocasionar à vida das pessoas”.

O processo de hominização do homem tem sido muito discutido pelos antropólogos e, apesar de haver alguns impasses, parecem estar claro que a sociabilidade, a capacidade linguística e as habilidades técnicas foram fundamentais no processo de hominização. A interação social dos hominídeos favoreceu a mudança de habitat passando nossos ancestrais de uma vida arborícola, própria de seus antepassados primatas, para a prática da caça cooperativa.

Pode-se dizer que a técnica tem suas origens como produto da evolução biológica. A posição vertical é considerada o primeiro critério de hominização que liga o homem aos seus antepassados. O rosto achatado, sem caninos ofensivos, e ter as mãos livres para a locomoção e, por conseguinte, para o manuseio de utensílios, favoreceu o desenvolvimento técnico. Assim, instrumentos rudimentares (pedras, paus, ossos) puderam ser convertidos em tochas, lanças e punhais, tornando-se as primeiras ferramentas técnicas que

114

substituíram a garras de outros predadores mais bem dotados anatomicamente, o que, de acordo com a teoria evolucionista, foi somente o princípio, pois os hominídeos e seus descendentes puderam usar e diversificar os instrumentos e atos técnicos para a adaptação a qualquer situação substituindo a evolução natural. Na interação dinâmica da evolução biológica do homem surgiu a ferramenta. Segundo Ortega a técnica é vista como uma adaptação do sujeito ao meio.

A técnica tem permitido ao homem transformar o meio, parece ser própria da espécie humana a contínua adaptação a qualquer condição ambiental mediante a construção técnica de artefatos e produtos que permitem que sua vida seja possível em todos os lugares do planeta, inclusive fora dele e tem permitido melhorar a vida humana, prolongar a vida humana além dos desígnios do acaso natural ou do destino divino, embora também existam técnicas capazes de piorá-la, porque, para o bem ou para o mal, tem recriado as condições dessa existência. (BAZZO, LINSINGEN E PEREIRA, 2003, p.38).

Fonte:

http://www.ced.ufsc.br/emt/trabalhos/atividadefisicaetecnologia/home/a%20influencia%20da%20tecnologia %20na%20atividade%20fisica%20.htm, acesso em 29 de janeiro de 2009

Nesse contexto, como que as técnicas e o avanço científico tecnológico tem influenciado a história do ser humano?

Junte-se com mais dois amigos e apresente, pelo menos duas conquistas de nossos ancestrais que determinaram mudanças radicais para a história da Humanidade, ainda no período da pré-história.

Breve análise da atividade:

Nos PCNs de Ciências da Natureza existe a recomendação do trabalho conjunto entre diferentes disciplinas, desta forma destacamos que

115

O aprendizado disciplinar em Biologia, cujo cenário, a biosfera, é um todo articulado, é inseparável das demais ciências. A própria compreensão do surgimento e da evolução da vida nas suas diversas formas de manifestação demanda uma compreensão das condições geológicas e ambientais reinantes no planeta primitivo. O entendimento dos ecossistemas atuais implica um conhecimento da intervenção humana, de caráter social e econômico, assim como dos ciclos de materiais e fluxos de energia. A percepção da profunda unidade da vida, diante da sua vasta diversidade, é de uma complexidade sem paralelo em toda a ciência e também demanda uma compreensão dos mecanismos de codificação genética, que são a um só tempo uma estereoquímica e uma física da organização molecular da vida. Ter uma noção de como operam esses níveis submicroscópicos da Biologia não é um luxo acadêmico, mas sim um pressuposto para uma compreensão mínima dos mecanismos de hereditariedade e mesmo da biotecnologia contemporânea, sem os quais não se pode entender e emitir julgamento sobre testes de paternidade pela análise do DNA, a clonagem de animais ou a forma como certos vírus produzem imunodeficiências (BRASIL, PCN Ciência da Natureza e suas tecnologias, 1998, p. 9).

Em história não tivemos que mudar o plano anual para realizar a atividade, já que a análise da pré-história é o conteúdo inicial. A atividade de discussão dá ao aluno a condição de ouvir os colegas e colocar sua opinião. Em princípio isso não ocorreu pois todos queriam falar ao mesmo tempo. Mas, aos poucos, a sala foi se organizado. Interessante marcar que o consenso (em todas as salas) foi aproximar a ideia de técnica/tecnologia aos avanços da informática.

No segundo momento, ainda na aula de história, a discussão seguiu um rumo mais tranquilo, os alunos tomaram contato com o texto e puderam argumentar embasados no que haviam lido. Não interferi nesse processo, mas percebi que a fundamentação deu mais segurança ao discurso.

Na aula de biologia os alunos já estavam envolvidos com a ideia de técnica/tecnologia e puderam participar da aula, usando o arcabouço teórico do texto lido em História.

A professora de biologia relatou que seu trabalho foi bem mais tranquilo porque o conceito de técnica/tecnologia já havia sido trabalhado. Os alunos, aparentemente entendiam a relação entre o problema e sua solução. O problema do homem era a sobrevivência e para tal precisou-se desenvolver uma técnica para a resolução do problema.

Desta forma, concordamos com Alvim e Zanotello (2014, p. 358) quando afirmam que,

Na produção de um texto historiográfico, (...) a história se configura como uma manifestação da perspectiva do historiador, enquanto narrador, e das influências

116

e demandas de seu próprio contexto histórico, atribuindo sentidos em um processo interpretativo que pode ser pensado a partir da análise do discurso. Processo interpretativo este que dá suporte também à aprendizagem (...)”. Acreditamos que a historiografia pode dar subsídio para o ensino de ciências, que pode ser trabalhada em conjunto, fazendo com que o professor de História, possa fazer a interface entre a ciência e a história. Acreditamos que a experiência descrita possa representar esse processo.

B) Atividade 2 - Aula de História da Ciência inserida no currículo padrão de História Série: 2º EM

Período: 1º semestre / 2012 Disciplina relacionada: Física

Conceitos trabalhados: Revolução Inglesa e Industrial (História) / Mecânica – Leis de Newton (Física)

Quantidade de aulas: 5 (aulas de 50 minutos) Quantidade total de alunos: 98 (três salas) Descrição da atividade:

Aula 1: Aula frontal, tradicional com a retomada do contexto histórico da