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2.2 Conceituação do Problema de Planejamento

2.2.1 Horizontes de Planejamento da Transmissão

em sido usual nas empresas de energia, dividir o horizonte do PET em longo, mé- dio e curto prazo, onde o Longo, Médio e Curto se medem não em períodos de tempo absolutos, mas sim relativos à possibilidade de alteração das condições previstas.

A separação em horizontes de análise distintos permite que o problema do PET seja tratado, energeticamente e eletricamente, com diferentes graus de detalhes, compatibili- zando, em cada horizonte, o grau de precisão das informações disponíveis com o volume de informações a serem processadas, a saber:

N

1) No Horizonte de Planejamento de Longo Prazo – HPLP procura-se analisar, com folga suficiente, os efeitos no sistema, da entrada das novas adições de transmis- são, assim permitindo avaliar a efetividade das soluções adotadas, identificar a adequação de soluções tradicionais e a necessidade ou oportunidade de se inse- rir, como variável de planejamento, uma nova tecnologia, em relação às usual- mente adotadas pela empresa.

Ou ainda um novo modus operandi, que se coadunem com as condições do mercado de energia elétrica, com a disponibilidade de recursos naturais e empre- sariais, visualizadas neste horizonte, e com a política energética estabelecida pe- los planos de governo.

Este planejamento fornece um padrão de referência para o planejamento de mé- dio prazo, além de ser indispensável para determinados setores em que as im- plantações dos projetos excedem muitas vezes o período de vigência, como nos casos de investimentos em projetos hidrelétricos;

2) No Horizonte de Planejamento de Médio Prazo – HPMP se define com precisão a data necessária de implantação de um novo reforço de transmissão, possibilitan- do uma decisão firme sobre a data de início de construção dos empreendimentos. Neste horizonte de planejamento, a partir das configurações estabelecidas nas análises de longo prazo, passa-se a um nível maior de detalhamento do sistema de transmissão associado a cada obra de geração;

3) Já o Horizonte de Planejamento de Curto Prazo – HPCP se refere ao período de tempo em que há real possibilidade de implantar uma nova obra em tempo de e- liminar algum ponto de congestionamento no sistema. Nesta situação, as medi- das a adotar se limitam a recomendações ou mesmo restrições operativas.

Neste horizonte, realiza-se um confronto entre as condições previstas no PET com as tendências atuais de crescimento do mercado e com as reais possibilidades de colocarem os reforços em operação nos prazos previstos. A incompatibilidade ve- rificada entre as condições previstas e as tendências atuais leva necessariamente, a revisão do PET de médio prazo e, eventualmente, a uma revisão no HPLP. Infere-se desta análise qualitativa que os diferentes horizontes de planejamento se diferenciam entre si em função de dois aspectos fundamentais:

Âmbito de ação ou nível de agregação das variáveis;

Estes dois aspectos variam inversamente um ao outro, no sentido de que, quanto mais amplo o âmbito de ação, tanto menor o grau de detalhe e vice-versa.

Quando falamos em âmbito de ação, queremos nos referir não apenas ao critério de agregação, mas também ao critério geográfico, que nos permite classificar os horizontes e fases de planejamento de acordo com a Figura 2.1, onde é ilustrado, de forma esquemáti- ca, o inter-relacionamento entre os estudos com HPLP, com HPMP e com HPCP.

Síntese de Rede dos Sistemas Regionais

Detalhamento das Redes de Interligações

Detalhamento da Rede dos Sistemas Regionais

Estudos para Análises das das Condições Operativas Novas Tecnologias Viabilizam Alternativas Descartadas no HPLP

Estudos para Elaboração dos Planos de Obras Decenais

Síntese de Rede das Interligações Regionais Horizonte de Planejamento de Curto Prazo - HPCP Sim Fim do Processo de Planejamento Condições PrevistasTendência Atuais Sim

Maior Grau de Detalhe

Maior Âmbito de Ação Horizonte de Planejamento de Médio Prazo - HPMP Horizonte de Planejamento de Longo Prazo - HPLP

Por ouro lado, a Figura 2.2 apresentada a seguir enfatiza, em termos de detalhamen- to das análises das características das incertezas exógenas e dos riscos, os seguintes as- pectos relevantes dos horizontes de estudos de planejamentos: ambiente de desenvolvi- mento, visões regionais e sistêmicas.

Configurações a Serem Planejadas Ambientes, Visões e Principais Características do PET. Sistema Regional A Sistema RegionalB Rede de Interligação Futuro Existente F u t u r o F u t u r o Existente Existente G G HPLP → CCPE e NAR Ambiente Indicativo; Visão Regional e Sistêmica; Planeja Investimentos das Interligações e Regionais; Incertezas Exógenas Elevadas; Análise de Risco Menos Deta- lhada. Sistema Regional A Sistema RegionalB Rede de Interligação Definida nos Estudos de HPLP Existente F u t u r o F u t u r o Existente Existente G G Definida nos Estudos de HPMP HPMP → CCPE e NAR Ambiente Determinativo; Visão Regional e Sistêmica; Planeja Investimentos Regio- nais e Detalha as Interligações Regionais;

Incertezas Exógenas Menores; Análise de Risco Mais Detalha- da. Sistema Regional A Sistema RegionalB Rede de Interligação Definida nos Estudos de HPLP Existente F u t u r o F u t u r o Existente Existente G G

Alocação das Obras Definidas no HPMP

HPCP → NAR e ONS

Ambiente Determinativo; Visão Apenas Regional; Reforços Definidos;

Não Planeja Investimentos (apenas aloca reforços regio- nais e de interligações); Incertezas de Outras Nature- zas.

Figura 2.2: Ambientes, Visões e Principais Características do PET na Nova Estrutura.