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Data: ____/____/____

01 – Nome:_________________________________________________________ CPF: ________________________________________ RG: __________________ E-mail: _________________________________________ Telefone: ___________ Sexo: ( ) Masc. ( ) Fem.

Peso: ____________ Altura: ___________

Data de nascimento: ____/___/___ Idade: _________

02 - Endereço: ___________________________________________ nº ________ Bairro: _________________ Cidade: ___________________ U.F.: _____________

03 – Responsável: __________________________________________________ Idade: ___________ Grau de parentesco: ________________ Telefone: ________ Profissão: ____________________

Você se relaciona bem com seus responsáveis? ( ) sim ( )não Você se relaciona bem com sua família? ( ) sim ( )não

Quantas pessoas vivem em sua casa, incluindo você? _______

04 - Escola: _____________________________________________ Série: ______ Horário das aulas:

Quanto tempo fica na escola?

_______________________________________________ Quanto tempo leva para chegar até a escola?

___________________________________ Qual o meio de locomoção?

_________________________________________________

Onde?

__________________________________________________________________ Quantas horas por dia?

____________________________________________________ Qual período? ( ) manhã ( ) tarde ( ) noite ( ) integral

06 – Fora da escola você pratica outras atividades? ( ) sim ( ) não Pratica atividades físicas ?( ) sim ( ) não

Pratica atividades culturais? ( ) sim ( ) não Pratica atividades de lazer? ( ) sim ( ) não Quais atividades?

________________________________________________________ Quantas horas por atividade? Física: ______. Cultural: _______ Lazer: ______________

Quantas vezes por semana?

________________________________________________

07-Na sua escola é oferecido algum tipo de atividade física, cultural ou de lazer? ( ) sim ( )não

Quais?

________________________________________________________________ Quantas vezes por semana?

_______________________________________________

08- Você tem tempo livre? ( ) sim ( ) não Se sim, o que você faz no seu tempo

livre?____________________________________ Quantas vezes por dia?

____________________________________________________ Quantas vezes por semana?

________________________________________________

09 - Possui algum problema de saúde? ( ) sim ( )não Faz uso de algum tipo de medicamento? ( ) sim ( )não

Qual?

_________________________________________________________________ Com que frequência?

_____________________________________________________ Fuma? ( ) sim ( )não Se sim,quantos cigarros por dia?

__________________________

Faz uso de bebidas alcoólicas? ( ) sim ( )não Com que frequência? ______________

10 – Escreva abaixo como é sua rotina de atividades diárias:

___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________

3.1-Resultados dos estudos em humanos RESUMO

Este estudo teve como objetivo avaliar a rotina em jovens do ensino médio em uma escola pública e observar se há relação da rotina com o cronotipo, a qualidade do sono e com o desenvolvimento de estresse psicossocial e a resiliência nesta população. A coleta de dados ocorreu na Escola Estadual Vigília Pascoal, Pouso Alegre – MG, região Sudeste do Brasil. Fizeram parte da amostra 90 adolescentes com faixa etária média de 16, 17 (±0,07), todos do 2º ano do Ensino Médio, e do período diurno. Ao todo, participaram 43 alunos do sexo masculino e 47 do sexo feminino. As hipóteses iniciais consistiram em que os estudantes que tiverem seu cronotipo ajustado às suas atividades diárias serão os menos estressados, os mais resilientes e com melhor qualidade do sono. Ou seja, os indivíduos da população estudada, pertencentes ao grupo do cronotipo matutino, principalmente, e intermediário, seriam os com menores escores de estresse psicossocial, com maior resiliência e melhor qualidade de sono e sonolência. A grande maioria dos participantes da população estudada apresentou o cronotipo intermediário (n=72; 80%), corroborando com os dados da literatura. Os classificados como vespertinos (n=10; 11%), apesar de poucos, apresentaram uma pontuação média maior para o estresse (39,9±1,8), em relação aos matutinos (n=8; 9%); (26,3±1.8) e intermediários (n=72; 80%); (29,7±1,06), corroborando nossas hipóteses iniciais. Atividades realizadas no tempo livre como utilizar a internet e celular, assistir séries, praticar alguma atividade física, tocar instrumentos musicais e namorar predominaram. Sobre os indivíduos com menor pontuação de estresse psicossocial e maior resiliência (n=25), 19 pertencem ao sexo masculino e 6 ao feminino. Estes tiveram como atividades diferenciais em suas rotinas de lazer a pratica de algum esporte, namorar e tocar um instrumento musical, e a prática de jogar vídeo game. Para análise dos resultados utilizamos o Excel para armazenamento dos dados e o Software Prisma para elaboração de análises estatísticas e figuras. Dessa forma, um estudo relacionando o Cronotipo, estresse psicossocial e a qualidade do sono em adolescentes no período escolar é fundamental para implementação de medidas para um melhor rendimento escolar dos alunos e, principalmente, qualidade de vida destes.

INTRODUÇÃO

A população de alunos que frequenta o ensino médio consiste, em sua maioria, de adolescentes que, em fase de desenvolvimento emocional, cognitivo e físico, depara-se com enfrentamentos cotidianos que moldam e modificam seu comportamento em busca de sua identidade e independência. Portanto, o interesse em estudar esta população situa-se na busca de ações preventivas para a saúde destes jovens que estão ligadas ao seu comportamento rotineiro. Acreditamos que, ao identificar hábitos inadequados nesta população de jovens em formação, teremos fundamentos para alertá-los e conscientizá-los para que tenham uma vida mais produtiva e saudável no futuro.

Segundo Oliveira e colaboradores (Oliveira et al., 2017), durante a adolescência dar-se- ão a modificação e a consolidação de diversos hábitos, ocasionando várias mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais, nas quais experimentam-se novos comportamentos e vivências, sendo algumas delas fatores de risco para a saúde, como uso de tabaco, consumo de álcool, alimentação inadequada, sedentarismo, entre outros (World Health Organization, 2008); (Malta et al., 2014). Esses fatores de risco estão associados ao desenvolvimento da maioria das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como as doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias crônicas e diabetes, principais causas de óbito em adultos no país e no mundo (Ministério da Saúde, 2011).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a implantação e manutenção de sistemas de vigilância de fatores de risco à saúde dirigida aos adolescentes. De forma que, atualmente, os principais inquéritos desse tipo são o Global School Based Student Health Survey (GSHS; World Health Organization. 2009), o Health Behaviour in School-aged Children (HBSC; World Health Organization, 2008) e o Youth Risk Behavior Surveillance System (Brener et al., 2013).

No Brasil, em 2004, o Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) realizou um inquérito sobre o uso de drogas psicotrópicas por estudantes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio (Galduróz et al., 2005). Em 2002 e 2003, o Instituto Nacional de Câncer realizou o inquérito de Tabagismo em Escolares (Vigiescola), contemplando estudantes de 7ª e 8ª ano do Ensino Fundamental e do 1ª ano do Ensino Médio de escolas públicas de 12 capitais brasileiras (Ministério da Saúde, 2004). E, nos anos de 2003 e 2007, foram realizados inquéritos sobre a vigilância de fatores de risco para doenças não transmissíveis entre adolescentes de escolas públicas do município do Rio de Janeiro (Castro et al., 2008).

Nestes questionários extremamente bem elaborados não encontramos informações a respeito das atividades diárias dos estudantes e nem a respeito das atividades de lazer e cultura. E acreditamos serem estes fatores extremamente importantes para a manutenção da qualidade de vida dos jovens e a produção de conscientização para medidas preventivas às doenças crônicas.

Portanto, ao analisar a rotina de jovens, levando em conta os aspectos da ritmicidade circadiana, o estresse e resiliência, bem como a qualidade do sono que os adolescentes desenvolvem, podem adquirir informações importantes para a tomada de decisões na prevenção de danos à saúde. A construção de medidas mitigadoras, como um jogo de tabuleiro que, de forma simples e objetiva, leva informação àqueles que a necessitam a fim de adequarem seus hábitos e costumes visando uma melhor qualidade de vida.

Rotina e Saúde

É a partir da administração de uma rotina diária que encontramos formas para realizar a prevenção e vigilância dos fatores de proteção à saúde pelo fato de podermos observar diariamente as peculiaridades que afetam nosso organismo. Sendo a manutenção de uma rotina equilibrada e saudável uma boa estratégia para a obtenção de qualidade na saúde.

Vários fatores podem interferir na manutenção de uma rotina saudável, uma delas é a Interrupção ou alteração circadiana, ou seja, o ciclo claro-escuro. Estas alterações são resultantes de exposição excessiva à luz à noite, trabalho por turnos e até mesmo hábitos alimentares inadequados. A redução do tempo, ou a privação de sono, pode produzir efeitos danosos ao organismo, incluindo prejuízos cognitivos, aumento da irritabilidade e consequentemente desencadeamento do distress. O rompimento da ritmicidade circadiana está associado também com o desencadeamento de doenças metabólicas, disfunções cardiovasculares e desordens psiquiátricas (Rocha et al., 2013; Bellivier et al., 2015; Krishnan and Lyons, 2015; Morris et al., 2015; Sehgal, 2017).

Um melhor ajuste entre os ritmos biológicos e as rotinas laborais e sociais poderia contribuir para o aprimoramento do desempenho humano, com impacto positivo sobre a rotina da população. De fato, esta preocupação com a rotina torna-se destaque uma vez que a comunidade que define o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia laureou, em 2017, a ritmicidade circadiana como merecedora do prêmio. O reconhecimento do campo pelos cientistas avaliadores para indicação ao Nobel, esperançosamente, enfatiza a importância dos ritmos circadianos para a manutenção da saúde.

Portanto, outro fator relevante para a dinâmica rotineira é o ciclo vigília-sono, pois representa a mais evidente manifestação da ritmicidade comportamental humana. A espécie humana possui hábitos diurnos e, em geral, observam-se momentos de maior atividade durante a fase clara do ciclo ambiental e momentos de repouso durante a fase escura. Um adulto, exposto a ritmos ambientais e sociais, apresenta, em média, 8 horas de sono e 16 horas de vigília, que tendem a ocorrer em horários similares, todos os dias (Karatsoreos and Mcewen, 2014).

Estas variações relativas à duração do sono permitem a identificação de indivíduos denominados grandes dormidores. Estes apresentam uma maior necessidade de sono e dormem, no mínimo, 9 horas por noite. Já os pequenos dormidores são aqueles que precisam de uma menor quantidade de sono e podem dormir, no máximo, 6 horas por noite (Harrison and Horne, 1995; Bailey and Heitkemper, 2001).

O ciclo vigília-sono mantém importante relação de fase com o ritmo de muitas variáveis fisiológicas, como a temperatura central, a melatonina e o cortisol (Mcewen and Karatsoreos, 2015; Yang et al., 2017). Algumas diferenças individuais relacionadas à alocação temporal do ciclo vigília-sono permitem a identificação de diferentes tipos cronobiológicos, ou cronotipos. O cronotipo considera a preferência de horários para dormir e acordar e as fases de maior disposição física e mental. Assim, os indivíduos podem ser classificados em três tipos básicos: matutinos, vespertinos e intermediários. Os indivíduos do tipo matutino tendem a dormir e acordar cedo, e apresentam maior disposição para realizar atividades durante a manhã. Por outro lado, os do tipo vespertino apresentam um atraso na alocação do ciclo vigília-sono, dormem e despertam mais tarde e relatam ter maior disposição para realizar atividades à tarde ou à noite. Os indivíduos do tipo intermediário localizam-se entre os dois extremos e não possuem preferências tão definidas (Urbán et al., 2011; Duarte et al., 2014; Barbosa et al., 2016).

Na sociedade contemporânea, a restrição de sono tornou-se um viés bem frequente, devido às múltiplas atividades que são enfrentadas pela população, tornando o assunto bem presente e discutido. Entretanto, não há um consenso entre os cronobiologistas sobre o número ideal de horas de sono para a saúde humana. De acordo com as indicações reportadas sobre a natureza do sono no website da “Fundação Nacional do Sono” (https://sleepfoundation.org/), a quantidade de sono ideal é tão individual quanto a quantidade de comida que necessitamos ingerir (Harrison and Horne, 1995; Ferrara and De Gennaro, 2001).

Outro fator relevante para a manutenção da rotina é o desencadeamento de estresse psicossocial, sendo o termo utilizado para se referir a uma grande variedade de fatores psicológicos e sociais que se relacionam com a saúde e a doença mental (Binik, 1985;

Karatsoreos and Mcewen, 2013). Considera-se que os fatores psicológicos conferem riscos para a manutenção da saúde mental, pelo comportamento e pela emoção. O estresse no trabalho, a vulnerabilidade ao estresse, a não satisfação, a fadiga crônica, a ansiedade, o neuroticismo, a extroversão e o autoconceito parecem acompanhar um desconforto emocional significativo e podem aumentar a probabilidade de o indivíduo desenvolver alterações comportamentais. O estresse psicossocial prejudica seletivamente o controle da atenção e interrompe a conectividade funcional dentro de uma rede frontoparietal que está envolvida com o desvio da atenção, sendo a Resiliência um fator intimamente relacionado ao estresse e estado de ansiedade (Karatsoreos e Mcewen, 2013).

É importante ressaltar que a resiliência é um fator de proteção contra o estado de ansiedade, e é conhecido como sendo um "amortecedor psicológico", causando o retorno à condição de equilíbrio (Davidson et al., 2012).

A resiliência é um conceito muito usado para explicar diferenças nos efeitos que um mesmo estímulo estressante tem sobre diferentes indivíduos (Castleden et al., 2011; De Vriendt et al., 2011). É frequentemente citada como um dos processos que explicam a superação de crises e adversidades em indivíduos, grupos e organizações (Campanella, 2006; Castleden et al., 2011). Ou ainda como a capacidade humana para enfrentar, vencer e ser fortalecido ou transformado por experiências de adversidade (Rutter, 1993; Grotberg, 2005; Levin, 2014).

No contexto biológico, resiliência é a capacidade de um ecossistema de manter seus padrões de nutrientes e produção de biomassa após ter sido submetido a danos causados por algum distúrbio (Karatsoreos and Mcewen, 2013; Levin, 2014; Skarke et al., 2017). No contexto médico, é a capacidade de se recuperar ou de se ajustar ao infortúnio ou resistência psicológica. É caracterizada por aceitar circunstâncias que não podem ser alteradas e adaptar- se às mudanças significativas do ambiente (Cowen and Work, 1988).

Diversos fatores regem os aspectos de manutenção da rotina. Com as interações circadianas em torno dos processos fisiológicos, em dependência e sincronia com os ciclos claro-escuro e vigília-sono, várias manifestações orgânicas são realizadas em um período ou outro. Estes são regidos pelo cronotipo apresentado por cada um e levam em conta situações de enfrentamento cotidianas que desencadeiam o estresse e que podem ser suprimidas se a resiliência for bem desenvolvida. Sendo tudo questão de autoconhecimento daquilo que nos rege.

Para que a proposta de manutenção de uma rotina saudável seja conhecida por aqueles que precisam dela, as estratégias devem ser abordadas de forma que atinja a população alvo despertando sua atenção. A utilização de formas lúdicas e interativas se apresenta de forma

sedutora para a população de adolescentes, pois o jogo é uma forma de integração entre os jovens e que produz conhecimento, diversão e incentivo a hábitos saudáveis que, no futuro, lhes proporcionarão um melhor bem-estar (Silva et al., 2014).

Portanto, estratégias de prevenção a doenças que incentivem a manutenção de uma rotina saudável a partir da utilização de estratégias simples e sólidas, como um jogo de tabuleiro, nas quais os adolescentes possam ter contato de forma agradável e incentivadora com os temas apresentados, são medidas prementes em nosso sistema educacional.

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