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3.5 Dimensão Desempenho do Sistema de Saúde

3.5.2 Desempenho da Atenção Básica à Saúde

3.5.2.2 Utilização de Serviços na População de Abrangência da UBS

3.5.2.2.4 Idosos

Atividade física

A recomendação médica para a prática de exercícios físicos em alguma consulta alcançou 19% (n = 6) dos 43 idosos entrevistados. Esta mesma recomendação, na última consulta foi feita para 21% (n = 7) deles (Tabela 3.40).

Tabela 3.40 - Atividade física dos idosos estudados em Alvorada. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 Sul, 2005.

Variável Alvorada (%)

Recomendação médica da UBS para a prática de exercícios físicos 19 Recomendação médica da UBS para a prática de exercícios físicos

84 Hipertensão Arterial Sistêmica

Entre os 43 idosos entrevistados, 49% (n = 21) informaram ser hipertensos e o tempo médio que sabiam de sua hipertensão foi de 12,3 anos (Tabela 3.41).

A consulta por hipertensão na UBS da área foi referida por 55% (n = 11) dos idosos hipertensos.As consultas por hipertensão na UBS foram agendadas para 73% (n=8) hipertensos e o agendamento aconteceu para o mesmo dia em 33% (n = 3) deles, 11% (n=1) teve sua consulta agendada para a semana em questão e 56% (n = 5) precisaram esperar mais de uma semana para serem atendidos. O tempo médio que decorreu da última consulta até a data da entrevista foi de 47 dias (Tabela 3.41).

O uso de medicamentos para o controle da pressão arterial era uma realidade para 95% (n = 20) dos hipertensos idosos, outras formas de tratamento além daquelas indicadas pelo médico foram adotadas por 30% (n = 6). Apenas um idoso afirmou ter participado de atividades de grupo dedicadas aos hipertensos na UBS (5%); e a hospitalização por hipertensão aconteceu para 11% (n = 2) idosos (Tabela 3.41).

Tabela 3.41 - Hipertensão Arterial Sistêmica nos idosos estudados em Alvorada. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 Sul, 2005.

Variável Alvorada

Prevalência de HAS (%) 49

Tempo médio de diagnóstico (anos) 12,3

Consulta por HAS na UBS da área (%) 55

Consulta agendada (%) 73

Agendamento para o mesmo dia (%) 33

Agendamento para outro dia na mesma semana (%) 11

Agendamento para mais de uma semana (%) 56

Tempo desde a última consulta (dias) 47,0

Precisa usar medicamentos para HAS (%) 95

Outras formas de tratamento (%) 30

Participação em grupos de HAS (%) 5

85 Diabetes Mellitus

O diagnóstico de diabetes foi informado por 20% (n = 8) dos idosos

entrevistados em Alvorada e o tempo médio que tinham conhecimento do diagnóstico foi de 4,9 anos. A proporção de idosos que consultavam por diabete na UBS da área foi de 63% (n = 5). A consulta foi agendada em 50% (n = 2) dos casos, para um desses a consulta foi marcada para a mesma semana e para o outro em um prazo maior do que oito dias. O tempo médio decorrente desde a última consulta foi de 54 dias (Tabela 3.42).

A necessidade de usar medicação para a doença foi informada por 75% (n = 6) diabéticos idosos e o uso de outras formas para o tratamento além daquelas indicadas pelo médico por 63% (n = 5) e não houve participação em atividade de grupo dirigida aos diabéticos entre os idosos entrevistados no município. Apenas um idoso

entrevistado (13%) referiu hospitalização por diabete nos últimos dois anos (Tabela 3.42).

Tabela 3.42 - Diabetes Mellitus nos idosos estudados em Alvorada. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 Sul, 2005.

Variável Alvorada

Prevalência de diabetes (%) 20

Tempo médio de diagnóstico (anos) 4,9

Consulta por diabetes na UBS da área (%) 63

Consulta agendada (%) 50

Agendamento para o mesmo dia (%) 60

Agendamento para outro dia na mesma semana (%) 20

Agendamento para mais de uma semana (%) 20

Tempo desde a última consulta (dias) 54,0

Precisa usar medicamentos para diabetes (%) 75

Outras formas de tratamento (%) 63

Participação em grupos de diabetes (%) 0

86 Problemas Psíquicos

Os idosos que referiram problemas de nervos foram 21% (n = 9). O tempo médio que sabiam ter problemas de nervos foi de 30,3 anos. A consulta por este motivo foi realizada na UBS por 22% (n = 2) - (Tabela 3.43).

Em 50% (n = 1) dos caso a consulta foi agendada, tendo sido marcada com um período de espera maior do que uma semana. O tempo decorrente da última consulta em relação à data da entrevista foi de 60 dias para os idosos do estudo de Alvorada (Tabela 3.43).

O uso de medicamentos para problema de nervos foi referido por 44% (n = 4) dos idosos e outras formas de tratamento além da indicada pelo médico foram adotadas por 33% (n = 3), nenhum idoso participou de atividade de grupo para portador de sofrimento psíquico (PSP) na UBS e não houve hospitalização nos últimos dois anos por este tipo de problema (Tabela 3.43).

Tabela 3.43 - Problemas de nervos nos idosos estudados em Alvorada. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 Sul, 2005.

Variável Alvorada

Prevalência de problema de nervos (%) 21

Tempo médio de diagnóstico (anos) 30,3

Consulta por problema de nervos na UBS da área (%) 22

Consulta agendada (%) 50

Agendamento para o mesmo dia (%) 0

Agendamento para outro dia na mesma semana (%) 0

Agendamento para mais de uma semana (%) 100

Tempo desde a última consulta (dias) 60,0

Precisa usar medicamentos para problema de nervos (%) 44

Outras formas de tratamento (%) 33

Participação em grupos (%) 0

87 Cuidado domiciliar

A necessidade de cuidado domiciliar nos últimos três meses foi informada por 7% (n = 3) idosos amostrados no município, sendo que os mesmos referiram necessitar de cuidados domiciliares com regularidade. Utilizando uma escala de zero a dez, a satisfação média com o cuidado recebido foi de 8,0 (Tabela 3.44).

Tabela 3.44 - Necessidades de cuidado domiciliar dos idosos estudados em Alvorada. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 Sul, 2005.

Variável Alvorada

Cuidado domiciliar nos últimos três meses (%) 7 Necessidade de cuidado domiciliar com regularidade (%) 7

89 4 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE EM ALVORADA

O desenho transversal do ELB foi concebido para descrever a ABS e comparar os modelos de atenção, Tradicional e PSF. A pesquisa conduzida pela UFPel incluiu o universo dos municípios com mais de 100.000 habitantes dos estados do Piauí, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas, Rio Grande do Sul e quatro municípios de Santa Catarina, de seus gestores, Presidentes do Conselho Municipal de Saúde e uma amostra representativa das UBS em cada município. Em cada UBS foram estudados os trabalhadores da equipe, uma sub-amostra de usuários e da população adstrita que contribuíram para compor a amostra calculada para o lote de acordo com o

delineamento do estudo. Assim, quando o recorte destaca o município, a descrição é representativa do que acontece até o nível da UBS e de seus trabalhadores. A amostra de usuários e da população, em função do desenho do estudo, permite apenas uma

descrição do que acontece nestas comunidades do município. As comparações entre os modelos estudados são possíveis apenas para o conjunto do lote, mas não no interior de cada município em função do tamanho sub-amostral pequeno e da falta de poder estatístico para comparações externas ao objeto de estudo do ELB que foi o modelo de atenção das UBS. A comparação dos dados do município com os do Lote e,

eventualmente com os do Brasil, pode ser um marcador utilizado por gestores para avaliar seus esforços na implantação da política de saúde nos seus Municípios.

Os indicadores demográficos e socioeconômicos de Alvorada são semelhantes aos do Estado do Rio Grande do Sul e do Brasil, embora tenha menos idosos e mais crianças menores de cinco anos.

A renda bruta mensal dos médicos e enfermeiros entrevistados em Alvorada foi maior do que a observada no Lote 2 Sul, as demais categorias profissionais

90 A grande maioria da população da área de abrangência das UBS de Alvorada residia em moradias adequadas, com água encanada e banheiro dentro de casa e dispondo de recolhimento do lixo domiciliar por caminhão de serviço municipal, embora a proporção de residências adequadas na amostra de crianças e mulheres tenha sido bem inferior, ultrapassando pouco a metade das residências amostradas. A média de pessoas por domicílio foi de aproximadamente 4 pessoas, alcançando a concentração de sete ou mais pessoas por domicilio em cerca de 16% da amostra, mostrando

proporções maiores em residências da amostra de mulheres e crianças e menores em residências das amostras de adultos e idosos. As mães das crianças estudadas, assim como as mulheres, os adultos e idosos informaram renda média per capita de menos de um salário mínimo, embora a renda das mulheres seja aproximadamente a metade daquela informada por adultos e idosos. A inclusão no estrato social E foi em torno de 40% para todos os grupos.

Alvorada mostrou um aprendizado institucional baixo, cobertura de PSF de 17%, revelando uma expansão que aumentou seis vezes o número de ESF.

Na opinião do gestor, o modelo Tradicional de Atenção Básica e o PSF se equivalem em adequação para o atendimento das necessidades de saúde do município.

O ingresso por concurso público alcançou quase dois terços dos trabalhadores da rede básica e o trabalho tipicamente precário (sem garantias trabalhistas) alcançou 13% dos trabalhadores da atenção básica estudados em Alvorada. O pagamento aos

trabalhadores não sofria atrasos e a metade deles recebia incentivos financeiros. Os profissionais de Alvorada referiram proporções maiores de capacitação para o treinamento Introdutório ao PSF, SIAB, DST / AIDS, diabete e Imunizações, sendo menor para as outras capacitações estudadas. A despesa per capita com saúde em Alvorada foi menos da metade do que a média mostrada pelos municípios do Lote 2 Sul.

O gestor municipal refere apoio total dos parlamentares à política de saúde e uma grande adesão dos profissionais, em especial aqueles do PSF. Apenas a UBS Formosa era adequada para o acesso de idosos e pessoas com deficiência. A utilização de protocolos nas UBS estudadas em Alvorada foi bastante baixa, sendo mencionada por um quarto dos profissionais. Dois terços dos profissionais de saúde de Alvorada considerou a qualidade dos serviços prestados nas UBS como boa ou muito boa.

91 De modo geral, os indicadores do Pacto da Atenção Básica são desfavoráveis ao município de Alvorada.

O perfil da demanda atendida nas UBS era predominantemente composta por mulheres. A carga de trabalho com enfoque nos cuidados das necessidades crônicas e degenerativas, mais prevalentes na população adulta e idosa, predominou. A

participação do médico no atendimento à demanda representou 14% dos atendimentos. Os pequenos números da amostra populacional de Alvorada oferecem uma descrição da utilização dos serviços de Atenção Básica, mas não permitem comparações.

A ABS em Alvorada apresenta problemas similares ao do conjunto dos municípios avaliados, a intensidade e amplitude dos mesmos foi maior.

93 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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