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III O TOM DA COR NA DIREÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL

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Inserir todo um trabalho de pesquisa num determinado tempo e espaço é uma das tarefas mais difíceis de serem realizadas. As variáveis que se apresentam são decorrentes da necessidade que temos enquanto pesquisadores de buscar novos caminhos, novos desafios, novas descobertas.

Faz-se necessário efetuar escolhas, muitas vezes difíceis, de enfrentamentos e incertezas. Muitas vezes motivados por esses novos desafios, nos aventuramos em busca de rumos que nos levem até nosso objetivo.

A escolha que realizei concentrou todos esses ingredientes. Somei a eles um outro, tão importante quanto os demais, mas que fez com que pudesse caminhar por lugares comuns, conhecidos e vivenciados na minha trajetória pessoal, profissional, social e cultural. Não obstante, a cada novo caminhar, novas descobertas, novas paixões se fizeram presentes.

A opção de realizar a pesquisa de campo nas escolas públicas estaduais de Diadema apresenta dois motivos relevantes: em primeiro lugar, como já mencionado, a vivência cotidiana nas escolas públicas estaduais ao longo dos meus 24 anos de funcionária pública na rede estadual da Secretaria de Estado da Educação, 23 dos quais em Diadema; em segundo lugar, as especificidades que a cidade apresenta e todo o seu campo fértil de descobertas e ensinamentos, quer seja no campo das ciências naturais ou das ciências sociais, mas principalmente nas aprendizagens de vida, de cidadania.

A contextualização deste locus privilegiado e o seu entendimento é o elemento gerador da investigação de campo, sua relevância para a pesquisa ora realizada e os dados obtidos.

Ao adentrarmos qualquer espaço na sociedade, nos deparamos com situações e pessoas diferentes, experimentamos a descoberta do novo, do diferente, do outro. Essa descoberta nos causa os mais diversos sentimentos: amor e ódio, alegria e tristeza, aceitação e rejeição, confiança e medo, certeza e incerteza. Passamos da descoberta para o enfrentamento, momento que precede a formação

ou ainda, a transformação. Onde o velho, o novo e o diferente se apresentam, o eu e o outro se confrontam, guerreiam, padecem, crescem, nascem, renascem, se constroem e se transformam.

Esses momentos mágicos acontecem na escola, na família, no ambiente social e profissional em que vivemos. As relações sociais estão num movimento constante e inacabado de construção e transformação. Nossas experimentações se estabelecem de forma cotidiana, atuam e interagem nesse espaço mágico e passam a coexistir refletindo as nossas representações sociais, culturais, econômicas, políticas e, ainda, da sociedade a que pertencemos.

E é num desses espaços e momentos mágicos que a pesquisa de campo

desse trabalho acontece. A opção por pesquisar gênero, raça, discriminação, educação na direção da escola pública em Diadema reuniu um conjunto de fatores. Como já mencionado, adotar uma visão isenta da influência de todos esses fatores é também uma tarefa difícil, uma vez que ela requer escolhas. Ao propor a utilização do imaginário de uma brincadeira infantil, a ciranda, nos deparamos com o novo, com o outro, com o diferente, assumimos a posição de estar ao lado uns dos outros, ligados e interligados num movimento mágico, numa dança viva, onde o ritmo e a canção entoada falam de vida, vida cidadã.

Num movimento onde todos se reencontram na alegria e na simplicidade de uma grande brincadeira de roda. A ciranda. Num momento mágico do qual somos atores. Numa ciranda mágica que fala de mulheres, de paixão, de desejo, de coragem e esforços, num território onde o poder masculino, o preconceito e a discriminação sobrepõem-se a direitos e, onde, os sonhos, à vontade e a fibra dessas mulheres se equilibram e se firmam.

3.1 - A cidade de Diadema: algumas notas.

A apresentação do município que acolhe as escolas públicas estaduais, com as suas peculiaridades, dentro de um contexto maior que são as demais escolas públicas do Estado de São Paulo, impõe–se como um desafio. Este desafio presente e tão comum no cotidiano das mulheres e, ainda, das mulheres negras é o que pretendemos investigar.

Diadema é um município do Estado de São Paulo que está situado na Região Metropolitana da Grande São Paulo, distante 17 km do Marco Zero da Capital (Praça da Sé). O Paço Municipal está localizado geograficamente na Latitude 23º 41' 10'' S e Longitude 46º 36' 38'' W e sua altitude é de 780m.

Sua área total é de 30,7 Km², possuindo um relevo acidentado, com pequenas colinas e morrotes alongados e poucas áreas planas. Cerca de 7,24 Km² de sua área total é definido como Área de Preservação e Recuperação de Mananciais64.

O clima é caracterizado por temperaturas médias girando em torno dos 25 graus centígrados, com o verão pouco quente e chuvoso e o inverno ameno e sub-seco. O índice pluviométrico é de aproximadamente 1400 a 1500 mm por ano. A maior parte da rede hidrográfica está orientada para o noroeste do Estado de São Paulo, em direção à calha do rio Tietê.

Com uma das densidades demográficas mais altas do estado, cerca de 12.150 habitantes por Km², Diadema possui 357.064 habitantes e apresenta a Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População (TGCA) de 2,48%. Conta ainda com 245.374 eleitores, 49.000 analfabetos, 17.373 com 15 anos ou mais, e uma população economicamente ativa de 215.000 pessoas 65 .

Desde o início de sua ocupação, Diadema66 contou com um fator fundamental para sua expansão e desenvolvimento: sua localização geográfica

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Ao sul do Município está localizado um braço da Represa Billings, responsável pelo abastecimento de água na Grande São Paulo e no ABCD. Do território Municipal, 23,6% do total é definido como APRM, incluindo o braço da Represa Billings. Nesta região, que corresponde a partes dos bairros Eldorado e Inamar, as regras de uso e ocupação do solo são diferentes, visando proteger a quantidade e a qualidade da água da represa.

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Dados do Censo IBGE/1999.

66 Povoado surgido ao redor de um templo, erguido em devo

ção à N. Sra. da Conceição, padroeira de Acuri ou Guacuri, depois chamado de Vila Conceição e hoje Diadema, assim denominada por escolha do jurista e professor Miguel Reale quando da criação do Distrito de Diadema, em homenagem à

entre o litoral, a Vila de São Vicente, e o planalto, a Vila de São Paulo de Piratininga. Foi a existência de uma via de ligação entre São Bernardo e Santo Amaro que proporcionou a chegada de uns poucos moradores ainda no século XVIII.

Até os anos de 1940, a região de Diadema era constituída por quatro povoados pertencentes ao município de São Bernardo do Campo: Piraporinha, Eldorado, Taboão e Vila Conceição. Dispersos entre si, eles eram ligados apenas por caminhos precários. Cada um deles possuía vida própria dada a proximidade com outras localidades67.

Em 1925, com a criação da Represa Billings, a região do Eldorado passou a despertar o interesse de moradores da capital que buscavam opções de lazer68. Os primeiros sinais de mudanças aconteceram nos anos de 1930, quando os irmãos Camargo, donos das terras, resolveram melhorar a ligação com a Vila Conceição (centro) por meio da abertura da atual Avenida Alda até o Parque 7 de Setembro. O trajeto até o centro foi completado pelo Sr. Alberto Simões Moreira. Nessa estrada passaram a transitar carros de boi, cavalos, automóveis e a primeira jardineira que fazia o itinerário Eldorado - Vila Conceição - Praça da Árvore (SP). Notam-se ai os primeiros sinais de mudanças.

Apesar da proximidade geográfica com a Capital, até os anos de 1950 a cidade pouco sentiu os efeitos das transformações produzidas pela industrialização em São Paulo. Até então, Diadema não tinha nenhuma importância econômica regional. Foi nas cidades localizadas ao longo da ferrovia Santos - Jundiaí, principal via de circulação de mercadorias na época, que ocorreu a expansão industrial paulista até a década de 40, especialmente em São Caetano do Sul, Santo André e Mauá.

Após os anos de 1950, o sistema de escoamento da produção, feito até então pelos eixos ferroviários, entra em declínio e o governo passa a optar pelos coroa (diadema) de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira da cidade, em cujo dia 08 de dezembro se comemora o aniversário da cidade.

67 Piraporinha se encontrava pr

óximo a São Bernardo do Campo; o Taboão, próximo a São Bernardo e a São Paulo, pela Avenida Água Funda; Eldorado, que possuía características muito próprias, graças à Represa Billings, vinculava-se mais a São Paulo na região de Santo Amaro; a Vila Conceição formada pelas chácaras pertencentes ao loteamento da Empresa Urbanista Vila Conceição. Atualmente esta localização ainda recebe influências regionais e geram uma grande concentração de demanda escolar.

68 Moradores da capital com maior poder aquisitivo constru

íram suas chácaras de veraneio nesta região. Poucas delas ainda hoje resistem às invasões das áreas de mananciais.

circuitos rodoviários. A Via Anchieta, inaugurada em 1947, representa uma nova fase da industrialização paulista e da implantação do capitalismo no Brasil. Em São Bernardo do Campo, situado ao longo dessa estrada, instalaram-se as primeiras e grandes indústrias multinacionais e, em Diadema, principalmente, pequenas e médias empresas nacionais que produziam na sua maioria, materiais complementares para as multinacionais.

Em 1948, com a Lei Estadual nº. 233, criou-se o Distrito de Diadema. As transformações ocorridas a partir dos anos de 1950 na região do ABCD paulista com a abertura de estradas, a industrialização, as migrações, os novos loteamentos e o crescimento das cidades, despertaram os interesses das lideranças políticas da região de Diadema. Havia o entendimento de que a mudança de distrito para município favoreceria o desenvolvimento do lugar.

A Vila Conceição liderou o movimento pela emancipação local. Além de contar com as lideranças políticas mais interessadas na questão, o vilarejo encontrava-se bastante isolado de São Bernardo do Campo, sentindo particularmente a falta de infra-estrutura e serviços básicos. Os moradores de Piraporinha, Taboão e Eldorado eram, na sua maioria, desfavoráveis ao movimento. Foi a conjugação de vários fatores que determinou a emancipação político- administrativa de Diadema, como a expansão urbana e industrial paulista em direção ao ABC, a articulação de políticos da localidade, como o professor Evandro Caiafa Esquível, com lideranças de influência no âmbito estadual, como o jurista Miguel Reale e a intensa participação dos moradores da Vila Conceição na Campanha da Emancipação.

Aprovado o processo de emancipação pela Assembléia Legislativa, ocorreu o plebiscito no dia 24/12/1958. As pessoas residentes há mais de dois anos no local votariam a favor ou contra a emancipação. Participaram cerca de 300 eleitores e a emancipação venceu por pequena margem, apenas 36 votos. Em 1959 realizaram-se as primeiras eleições para os poderes Executivo e Legislativo do Município de Diadema. No dia 10/01/1960, com a posse do primeiro prefeito, vice- prefeito e vereadores, instalou-se oficialmente o novo município.

Com a emancipação, Diadema viu seus contornos geográficos serem alterados, devido à instalação na região de indústrias de grande porte e que

geravam impostos e renda para o município de São Bernardo do Campo69. Além da área geográfica, São Bernardo do Campo também deteve para si os benefícios fiscais e de desenvolvimento que acompanhavam a instalação do porte dessas indústrias.

O Município traz em sua história marcas profundas de mecanismos de segregação social, associados ao processo de industrialização na região do ABC paulista. Quando as grandes montadoras se instalaram em São Bernardo do Campo, as terras das cidades acabaram por se tornarem muito valorizadas, levando os trabalhadores que eram atraídos pela oferta de emprego, vindos de várias regiões do Estado de São Paulo e de outros das regiões Norte e Nordeste do País, a buscarem lotes mais baratos em locais menos valorizados e próximos das indústrias.

Desta forma, a proximidade com o município vizinho fez com que a população de Diadema aumentasse rapidamente. A ampliação significativa da demanda populacional não foi acompanhada da infra-estrutura necessária e suficiente para o atendimento dos moradores. Nos anos de 1970, a expansão populacional já era acentuada e a cidade não contava com fornecimento de água para além da região central, apesar de sua proximidade da Represa Billings, e nem tampouco com investimentos de expansão da rede de esgotos.

No inicio dos anos de 1980, a população de Diadema havia triplicado em relação à década anterior, chegando próximo a 230 mil habitantes70. Os problemas de saúde, transporte, educação e saneamento básico não acompanhavam este desenvolvimento.

Com um terço dessa população vivendo em favelas e sem a infra- estrutura adequada para o atendimento da demanda, decorrentes do processo de crescimento industrial, Diadema foi se configurando, como em todas as periferias urbanas para onde se dirigem os trabalhadores desprovidos de dinheiro e moradia, como um local difícil de viver, destinado principalmente àqueles que, destituídos do direito de morar em locais com melhores condições de vida, viam na cidade sua última opção.

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Entre elas a Ford do Brasil, a Mercedes-Benz do Brasil, a Scania e a Rolls-Royce do Brasil, potências automobilísticas em grande expansão.

70 No ano de sua emancipa

ção, 1959, a população era de aproximadamente 8 mil moradores.Fonte:IBGE

Com um quadro cujos indicadores sociais demonstraram as péssimas condições de vida da população, os índices de analfabetismo, mortalidade infantil, densidade demográfica e criminalidade foram durante mais de duas décadas os mais altos de todo o ABCDMR71 e os que apresentaram os menores declínios.

Com uma previsão do TGCA72 de crescimento populacional girando em torno de 39% e uma estimativa de que a população girasse em torno de 475 mil habitantes 73, Diadema inicia os anos de 1990 com cerca de 305 mil habitantes.

Mesmo não correspondendo às expectativas de crescimento, verificamos que o perfil da cidade demorou bastante para se modificar. Diadema encerra a década passada apresentando um quadro alarmante de injustiças sociais, violência e discriminação.

Atualmente o município apresenta um contraste acentuado com as décadas passadas, fruto de investimentos sociais. As principais ruas em todos os bairros estão asfaltadas e possuem saneamento básico, o transporte coletivo atende a demanda existente com linhas municipais e intermunicipais74, conta com rede de abastecimento de água e esgoto, rede de saúde pública equipada e em fase de ampliação, rede de educação Infantil, creches, teatro, centros culturais e desportivos que embora atendam a uma parcela mínima da população são bem equipados.

A segunda maior cidade em densidade demográfica do País75 apresenta hoje um quadro diverso das décadas passadas. Apesar das demandas ainda não atendidas na sua totalidade, impressionam as rápidas modificações ocorridas no setor de serviços públicos que notadamente repercutem na melhoria da qualidade de vida, com quedas nas taxas de mortalidade infantil e de violência.

A alta taxa de ocupação populacional ainda é um desafio para o município, uma vez que grandes partes dos Núcleos Habitacionais já são urbanizadas, com saneamento básico, coleta de lixo e cessão dos terrenos. Entretanto nota-se que o setor de habitação demanda ainda muito esforços. As

71

O ABCDMRR é a sigla que designa as sete cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra que compõem a Região Metropolitana da Grande São Paulo.

72

TGCA é a Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População.

73

Fonte: CIESP. Catálogo das Indústrias em Diadema. SP, 1990, Ano I, vol. I.

74 Possui um corredor moderno e eficiente de Tr

óleibus que corta o município interligando-o a Santo André, São Bernardo do Campo e São Paulo.

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famílias moradoras de núcleos habitacionais não urbanizados são ainda em maior número que aquelas residentes nos urbanizados.

No município, hoje, o setor industrial continua sendo responsável pela absorção de boa parte da mão de obra existente, com a instalação de indústrias de cosméticos e produtos de beleza, plásticos, equipamentos e peças automotivas e metalúrgicas, fechaduras e cadeados, alimentícia e ainda algumas multinacionais76. O emprego informal, entretanto predomina na região dadas as altas taxas de desemprego que refletem no município e no país.

Todas as características elencadas resultam ainda em segregações sociais que, decorridas várias décadas desde a emancipação do município em 1959, ainda não foram minimizadas. Esses indicadores demonstram que a qualidade de vida da população não é a adequada nem a desejada, apesar dos esforços, avanços e do crescimento demonstrado recentemente.

3.2 - A escola pública estadual em Diadema: a escola da vida, a vida da escola.

A taxa de alfabetização é um importante indicador, não apenas para configurar a situação educacional de um país, mas também, do ponto de vista das condições sociais, para retratarem a realidade em que vive o seu povo. Com esse objetivo, buscamos os dados do último censo realizado no país que apontou a existência de 17.373 analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos.

A incidência do analfabetismo entre as crianças de 7 a 14 anos de idade, à semelhança do que ocorre com o conjunto da população brasileira, reduz-se ao longo do tempo. As taxas de analfabetismo para essa faixa etária são

76 Entre as principais ind

ústrias encontramos a Papaiz, Prensas Schuller, Davene, Kentinha, Trorion, Kenko, Dolly, Nakata.

significativamente menores em 1999 do que os observados em anos anteriores, contudo, os valores observados ainda são elevados.

Henriques (2002), afirma que no que se refere ao comportamento das taxas de analfabetismo das crianças entre 7 e 14 anos de idade, as reduções observadas na nos anos de 1990 foram mais intensas entre crianças brancas e, ainda, que as crianças negras encontram-se, ao final dos anos de 1990, com mais de uma década de atraso em relação às crianças brancas.

As possibilidades de acesso à escola podem ser inferidas, inicialmente pela quantidade de crianças que nunca freqüentaram a escola. As oportunidades de acesso à escola devem estar diretamente relacionadas à condição sócio econômica das famílias das crianças, como também à oferta de vagas na escola pública.

Com umas das taxas mais altas de densidade demográfica do Estado de São Paulo e apresentando uma taxa de analfabetismo de 6,80% entre a população com 15 anos ou mais77, o município de Diadema necessita urgentemente de investimentos educacionais que combatam esses índices.

A história educacional no município de Diadema teve origem no ano de 1936, com o surgimento do primeiro estabelecimento de ensino, constituído de apenas uma sala de aula. A “Escola Isolada” funcionava no local da atual sede da Chácara Gaúcha, em frente ao prédio dos “3 Irmãos” e o ensino era ministrado pela professora Ascendina Maria de Macedo. Mais tarde, com duas salas, passou para a “Escola Mista” instalada na propriedade do Sr. Sampaio Moreira, à beira da estrada que levava a São Bernardo do Campo, saindo do largo da Vila Conceição e passando pela Igreja Nossa Senhora da Conceição, casa que ainda hoje existe e localiza-se na Avenida Amélia Eugênia. A escola mista teve como primeiras professoras a Sra. Lourdes Penteado Galeão e Ascendina Marcondes Pio e foi demolida para a construção do primeiro grupo Escolar de “Vila Conceição”, erguido no terreno doado à Secretaria de Educação pelo Sr. Sampaio Moreira e o prédio construído pelo benemérito Sr. Evaristo Gomes Fernandes.

O prédio do primeiro grupo escolar foi inaugurado em setembro de 1951, pelo então Secretário de Educação, Dr. Cardoso de Mello Neto, recebendo o nome

77 Diadema apresenta 12.150 habitantes por quilometro quadrado e 49.000 analfabetos. Fonte: Censo IBGE/2000.

de Grupo Escolar de “Vila Conceição”, sendo sua primeira diretora a Sra. Sylvia Ramos Esquível, mais tarde passou a chamar-se Grupo Escolar João Ramalho, depois Ginásio Estadual Senador Filinto Müller e atualmente abriga a Escola Estadual Francisco Daniel Trivinho. Desde esse período, o investimento na instalação e funcionamento de escolas públicas para o atendimento da demanda escolar existente aconteceu de maneira gradativa, entretanto, verificamos no município, uma necessidade de maior ampliação da rede física dada a superlotação das classes que procura atender os que recorrem á rede pública estadual. As políticas públicas, que precisam e devem ser adotadas, encontram barreiras políticas, sociais, econômicas, geográficas e ambientais que dificultam ainda mais a sua concretização.

Dotado de especificidades próprias, o município não aderiu à municipalização do ensino fundamental conforme preconiza a Lei de Diretrizes e Bases 9394/199678, acarretando à rede pública estadual o ônus do atendimento da grande demanda existente, no oferecimento de vagas na educação básica, atendendo do ensino fundamental ao ensino médio, na modalidade regular e educação de jovens e adultos. Para tanto, a oferta de vagas e o atendimento do ensino público gratuito da educação básica está sob a responsabilidade do Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Estado da Educação79 e jurisdicionadas à Diretoria de Ensino – Região de Diadema, sendo que, o atendimento da educação infantil pública é feito pela Prefeitura Municipal80.

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