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2. OS ILUMINISMOS E VISCONDE DE CAIRU

2.1. ILUMINISMO GERAL

Nos séculos XVII e XVIII ocorreram substanciais alterações no panorama europeu. A aristocracia rural é desempossada do poder econômico que lhe pertencia em prol da burguesia, a classe que sobressaiu nas atividades econômicas, comerciais e manufatureiras. Conjuntamente com o enfraquecimento daquela classe, a Igreja também se viu debilitada, pois gradativamente a razão se efetivou decorrente da valorização humana (FORTES, 1986, p. 9 - 15 passim).

Peixoto destaca que a ordem liberal considera fundamental a primazia da ação humana na qual o sujeito delibera acerca de seu comportamento e, dessa forma, modifica o que o cerca. Portanto, o entendimento da referida ordem desconsidera aquilo que é tradicional, costumeiro ou determinado pelos céus. Entretanto, para ocorrer a prevalência da vontade humana é necessário que haja liberdade, pois, caso contrário, a referida primazia será tolhida. O homem dotado de liberdade decide suas ações motivado por seus interesses e a possibilidade de ganhos ou perdas, agindo de maneira racional. Nesse contexto, o conservadorismo surgiu como uma forma de denunciar os descomedimentos proporcionados pelo liberalismo, fazendo com que, dessa forma, houvesse uma reestruturação dos princípios liberais no Oitocentos. A política, nesse cenário, agiria de forma a abrandar as inquietações, porém, a supressão total dos transtornos é irrealizável. A alegação conservadora é a impossibilidade de uma reforma na sociedade por inteiro. As revoluções, para os conservadores, não devem ocorrer, pois rompem de maneira abrupta com as tradições; as mudanças, por sua vez, têm de acontecer com o tempo, e a intervenção política, nesse caso, conduziria as transformações (GUIMARÃES; PRADO, 2011, p. 11 – 29 passim).

No campo econômico, contemporâneos a essas modificações que aconteceram no decorrer do século XVIII na França, destacaram-se os fisiocratas. Liderados por François Quesnay (França, 1694 – 1774), defendiam o laissez faire, laissez passer, ou seja, os fenômenos econômicos percorrem um caminho natural, porém a ação pública deveria se fazer presente para manter a legalidade e a justiça.

De acordo com Peter Gay, o Iluminismo central se localizou no Velho Continente. Os

[...] educated Europeans awoke to a new sense of life. They experienced an expansive sense of power over nature and themselves: the pitiless cycles of epidemics, famines, risky life an early death, devastating war and uneasy peace - the treadmill of human existence - seemed to be yielding at last to the application of critical intelligence. Fear of change, up to that time nearly universal, was giving way to fear of stagnation; the word innovation, traditionally an effective term of abuse, became a word of praise. The very emergence of conservative ideas was a tribute to the general obsession with improvement: a stationary society does not need conservatives. There seemed to be little doubt that in the struggle of man against nature the balance of power oas shifting in favor of man (GAY, 1977, 2 v., p. 3).

A Revolução Francesa, uma das máximas expressões do Iluminismo francês, de acordo com José Carlos Reis, não procedeu como uma suspensão com o passado, mas assimilou-o ao universo. Os homens possuem a liberdade política junto com seu povo. O Estado, no que lhe concerne, deve garantir essa liberdade, caso contrário, a revolução é legítima (2011, p. 48).

Decerto, o acontecimento revolucionário ocorrido na França delineou a modernidade. Ainda que haja discordância acerca de suas motivações ou resultados, é impossível negar as transformações pelas quais ela foi responsável, uma vez que a revolução determinou a alteração dos alicerces sociais da época em questão: Igreja, monarquia e aristocracia. Contudo, tal evento, como Israel faz questão de frisar, originou-se de um duradouro processo intelectual centenário (2009, p. 783 – 786).

É comum relacionar o Iluminismo somente aos franceses e à Revolução Francesa, o que representa um equívoco. A Ilustração também apresentou ideias consonantes com o movimento conservador e desfiou duras críticas ao movimento revolucionário.

Esse seu caráter um tanto inesperado para quem normalmente está acostumado a “rezar” no altar da Revolução Francesa como único símbolo da modernidade é desdobramento necessário de sua afirmação de que o Iluminismo foi plural e que nunca existiu uma homogeneidade no movimento de ideias, nem mesmo entre aquelas mais próximas (HIMMELFARB, 2011, p. 2).

A herança historiográfica de associar o Iluminismo ao caso francês vem sendo substituída gradativamente por uma inclinação intelectual que prioriza as ideias inglesas, sobretudo, de Francis Bacon (1561 – 1626), John Locke (1632 – 1704) e Isaac Newton (1643 – 1727). Esses pensadores eram considerados extremamente seguros e inovadores. Além disso, a religião, a ordem social e política para eles, deveriam ser preservadas. Por pensarem dessa forma, tiveram ampla aceitação nos setores mais tradicionais da Igreja (ISRAEL, 2009, p. 564).

O Iluminismo é compreendido como um movimento de ideias responsáveis pelas transformações das relações humanas. Enquanto no Iluminismo francês predominou a razão como condição do movimento ilustrado, os britânicos, por exemplo, consideraram as virtudes sociais como essenciais ao referido movimento (HIMMELFARB, 2011, p. 7 – 16 passim). A luta contra a herança religiosa assume especificidades destoantes na França e na Inglaterra. No primeiro país houve um comportamento extremamente agressivo contra a Igreja, ao passo que no país anglo- saxão, protestante, foi diferente. “As próprias igrejas reformadas participaram da tendência no sentido de favorecer a valorização da Razão, do livre exame das Escrituras e de se contrapor ao predomínio absoluto do dogma e da fé (FORTES, 1986, p. 18).

Certamente, o Iluminismo francês e Encyclopédie9 tiveram lugar de destaque na

Ilustração, pois essa representou a “corporificação do Iluminismo” (DARNTON, 1996, p. 401). Escrita por homens de letras, como se denominavam, estes frequentavam os grandes salões parisienses elevando, assim a capital francesa à “Capital Intelectual Europeia” (HIMMELFARB, 2011, p. 21). Todavia, Israel expõe a necessidade de se atentar para o fato de que a Encyclopédie, à época de sua elaboração, situava-se em um momento delicado no que concerne à ideologia e à intelectualidade sendo, inclusive, constantes as tentativas de censura sobre o empreendimento. Dessa forma,

9 A Encyclopédie ou Dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers, obra substancial do

Iluminismo francês escrita pelos philosophes. Lançada entre 1751 e 1772, abarcou 28 volumes, mas até 1780 foram lançados 7 volumes adicionais. Organizada pelos franceses Denis Diderot (1713 – 1784) e Jean le Rond d’Alembert (1717 – 1783), apresenta contribuições dos filósofos Voltaire (1694 – 1778), Montesquieu (1689 – 1755) e Rousseau (1712 – 1778). A obra coloca o homem no centro do Universo.

os três intelectuais ingleses, Newton, Bacon e Locke, possuíam em seus escritos a segurança necessária que se desejava naquela época.

O ponto crucial sobre Newton, Locke e Bacon é que esses pensadores eram, a partir da década de 1730, considerados em todos os lugares, até mesmo entre os setores mais reacionários da Igreja francesa e pela Inquisição espanhola e portuguesa, como escritores em termos intelectuais seguros, inovadores, mas que apoiavam completamente a religião revelada e a ordem social e política (ISRAEL, 2009, p. 564).

Verburg afirma que o Iluminismo não foi um movimento singular, mas uma profusão de ideias com o intuito de restabelecer a ordem social. Foram elaboradas distintas soluções para tanto, porém as ideias foram sincronizadas (19--, p. 39).

O Iluminismo apresenta uma cronologia concisa: de 1715 a 1789. O homem a partir daí passa a agir segundo seus preceitos. O indivíduo conduz o seu próprio destino apoiado na razão, atributo que o diferencia dos outros animais. Seus atos outrora restringidos pela preocupação do pecado, ele agora ambiciona a felicidade terrena (ARASSE; VOVELLE, 1997, p. 8 – 18 passim). O homem pretende ter uma maior percepção acerca da natureza bem como dos assuntos considerados humanos e, conforme Paulani, com a Reforma, o Iluminismo e a Revolução Francesa, eventos fundamentais para o estabelecimento da modernidade, foi possível ao Estado designar o livre-arbítrio em prejuízo do direito histórico.

A partir deles [eventos], o mundo divino transforma-se em “algo postulado por nós”, o livre-arbítrio surge como fundamento do Estado, em detrimento do direito histórico, a eticidade funda-se na vontade do homem e não mais um mandamento divino, os conceitos morais adaptam-se ao reconhecimento da liberdade subjetiva do homem, a natureza perde sua magia porque a ciência objetivante liberta o sujeito cognoscente, e, por fim, a arte passa a ter como princípio a auto-realização expressiva dos indivíduos (PAULANI, 2005, p. 26).

Como já relatado, a primazia francesa no Século da Luzes é posta em xeque devido à anglomania. Ainda que o Iluminismo quase sempre seja vinculado à França (resposta para tanto se encontra na Encyclopédie, por se tratar de um grande empreendimento bibliográfico, e na Revolução Francesa), a Inglaterra e a Escócia, vem ganhando cada vez mais espaço e estudos acerca desse tema. A anglomania no século XVIII trata-se de uma inclinação para com as ideias e influências inglesas. Newton, Locke, Monarquia Constitucional Britânica, gramática, dicionários, poesia, dramaturgia, enfim, tudo relacionado à Inglaterra era largamente elogiado e estudado quase que universalmente (ISRAEL, 2009, p. 563).

Pensadores ingleses expressaram nesse período, em suas obras, reflexões contrárias às restrições comerciais e ao paternalismo. Além disso, o Iluminismo britânico incorpora pensadores considerados contrarrevolucionários, por exemplo, Edmund Burke,10 autor da obra Reflexões sobre a Revolução em França. A obra citada desfia

duras críticas à revolução e aos philosophes, isto porque as ideias francesas a partir de pilares tanto liberal quanto plural, confrontavam as tradições que tanto lhe simpatizavam.

Em seu Reflexões, Burke tratou longamente das medidas que resultaram em uma revolução na propriedade comparável à revolução na política: o confisco das propriedades da Igreja, e emissão de papel-moeda, o modo irresponsável de enfrentamento da dívida pública, o encorajamento da especulação e, em geral, a parcialidade em relação ao ‘interesse monetário’ em detrimento do velho interesse de terras. Além dessas objeções, havia uma acusação ainda mais grave, o fracasso dos revolucionários em reconhecer que as atividades comerciais e econômicas precisavam daqueles ‘princípios protetores naturais’ – nobreza, religião, honra, costumes – que as tinham sustentado. Um povo podia existir, dizia Burke, sem comércio e indústria, mas com suas antigas instituições e seus antigos sentimentos. O contrário, todavia – comércio e indústria na ausência daquelas condições civilizatórias -, podia apenas levar à barbárie e à ferocidade (HIMMELFARB, 2011, p. 102). Burke era totalmente desafeiçoado do acontecimento revolucionário francês. “A antipatia que sinto pelas revoluções, cuja sinalização frequentemente partiu dos púlpitos; o espírito de mudança que se expande no estrangeiro; o desprezo total que prevalece entre os senhores [...]” (BURKE, 2014, p. 47). Tais fatos tornam aquele evento subversivo. Para Burke, o Rei não é servidor como na concepção revolucionária, uma vez que o soberano não deve obediência a ninguém, mas a população lhe deve obediência legal (BURKE, 2014, p. 51).

Concernente à esfera econômica, para Burke, havia a necessidade de respeitar as instituições bem como as tradições. Um povo que não cultiva a memória de seus ancestrais não cuidará de seus descendentes. De mais a mais, para o povo inglês a ideia de herança de propriedade é um princípio seguro de transmissão, sem excluir totalmente o princípio de aperfeiçoamento. Deixa livre a aquisição, mas assegura o adquirido (BURKE, 2014, p. 55).

10 José da Silva Lisboa no ano de 1812 publicou Extratos das obras políticas e econômicas do grande Edmund Burke. Tal como o irlandês, via com ressalvas as propostas democráticas da Revolução

Francesa e legitimava, portanto, as ações do monarca bem como a defesa pelas instituições tradicionais, como já visto no primeiro capítulo do presente trabalho.

A religião, tão combatida na revolução, representava para Burke o pilar da liberdade. Segundo os franceses, de acordo com a essência do Iluminismo, os homens devem se posicionar de maneira cética e crítica (CASSIRER, 1997, p. 189). A tolerância para com a religião criou um ambiente intelectual na esfera inglesa diferente do espaço francês. Foi possível no país anglo-saxão uma religião secular onde podia ocorrer a junção de Deus e razão (FALCON, 1986, p. 40).

É interessante, especialmente em se contrastando com a situação na França, ver quão longe alguns dos representantes do Iluminismo britânico podem ir na ‘naturalização’ da religião sem repudiá-la, e quão longe outros podem ir na rejeição da religião natural sem rejeitar a igreja – de fato, quão longe, mesmo os clérigos entre eles, podem ir sem arriscar sua posição na igreja (HIMMELFARB, 2011, p. 70).

Deve-se considerar que os determinantes históricos expliquem o que é primordial nos Iluminismos francês e britânico. A França não contou com reformas sociais a exemplo da Inglaterra, palco da Revolução Gloriosa. A razão, primazia do Iluminismo francês, rejeitava além da Igreja Católica, qualquer outra religião. Isso incluía também os dogmas, pois eram fatores que não representavam a razão (HIMMELFARB, 2011, p. 195).

Os filósofos morais do Iluminismo britânico diferiam dos philosophes: os primeiros supunham as virtudes como base da Ilustração e os segundos consideravam a razão. Porém, os pensadores ingleses e franceses não agiam isoladamente, mas mantinham contato entre eles. Montesquieu residiu na Inglaterra no período de 1729 a 1731; David Hume morou na França no período que escreveu Tratado sobre a natureza

humana; Adam Smith, de 1765 a 1766, enquanto exerceu a função de tutor do Duque

de Buccleuch, viveu também na França (HIMMELFARB, 2011, p. 28 - 30).

David Hume, escocês, esquadrinhou sobre questões filosóficas e históricas. Na política, Hume adotou uma postura conservadora e liberal. O governo, na concepção do pensador, se respaldaria no hábito e o ceticismo, sendo esse uma de suas características que se evidenciam:

Da hipótese religiosa, nenhum novo fato pode ser inferido, nenhum evento previsto ou antecipado, nenhuma recompensa esperada ou punição temida, além do que já se conhece pela prática e observação (HUME, 2004b, p. 200).

As virtudes sociais, sobretudo, a benevolência, predominaram no Iluminismo britânico. Tanto Hume quanto Smith concordavam que ações benevolentes conduzem ao

benefício do homem que as pratica. Nos livros mais proeminentes de Smith, Teoria

dos sentimentos morais e A riqueza das nações, o bem-estar social advém do bem-

estar individual.

Smith, figura exponencial no Iluminismo britânico, pertencia à linha moralista e como tal, predominavam os sentimentos em detrimento das regras totalmente racionais. Certamente, as condutas eram compostas por razão humana, mas também continham as emoções (TAYLOR, 1985, 2 v., p. 55).

Smith em suas obras renegou o poder da razão para conduzir a humanidade e defende a bondade natural do indivíduo. Eis a premissa geral da ciência social dos Setecentos. As sociedades formadas por homens livres onde houvesse cooperação e competição, respeito aos próprios direitos naturais bem como do outrem, caminharia para o bem-estar de todos. De acordo com o Pai da Economia Moderna, os homens não agem de forma racional na sua totalidade, mas a moralidade é determinante na conduta humana. A condição de sentenciar a bondade ou maldade nas relações predomina no comportamento humano (TAYLOR, 1985, p. 32 – 88 passim).

No campo econômico, Smith contribui para o pensamento ilustrado na sua crítica aos alicerces do sistema colonial tradicional: política mercantil, monopólios, tratados de comércio e trabalho servil (COSTA, 1987, p. 18 – 19). O pensador organizou as ciências naturais de forma que estivessem interligadas. As vidas mentais dos indivíduos se conectam de forma harmônica. Os homens tomam suas decisões baseados nos sentimentos morais que possuem (TAYLOR, 1985, p. 81 - 82).

A primeira publicação de A riqueza das nações data de 1776, ano em que as ideias ilustradas fervilhavam no cenário europeu. Nessa obra luminar, de acordo com o autor, somente uma economia livre possibilita um progresso econômico inclusive para as camadas mais pobres da população. A divisão do trabalho promove uma maior produtividade e, consequentemente, a riqueza é proporcionada aos indivíduos desabastados.

Eis por que a remuneração generosa do trabalho é não somente o efeito necessário da riqueza nacional em expansão, mas também seu sintoma natural. Por outro lado, a manutenção deficiente dos trabalhadores pobres constitui o sintoma natural de que a situação encontra-se estacionária, ao passo que a condição de fome dos trabalhadores é sintoma de que o país está regredindo rapidamente (SMITH, 1985, 1 v., p. 124).

O Iluminismo na Escócia também se sobressaiu, embora de maneira muito mais discreta se comparado com os dois países acima mencionados. James Beattie, Hugh Blair, George Campbell, Adam Ferguson, Alexander Gerard, David Hume, Francis Hutcheson, Lorde Kames, James Millar, Lorde Monboddo, Thomas Reid, William Robertson e Adam Smith compõem o grupo intelectual escocês que se destacaram por promoverem estudos acerca da economia política, antropofagia e linguística, a partir do século XVIII.

At this juncture, it is worth noting that the process of secularization, characterestic of Enlightenment in general, did not assume an anti-religious character in Scotland. The church, however reluctantly sometimes, gradually attuned its religious message to an age of new social and moral needs. Moreover, the Scottish Enlightenment cannot be seen as a movement opposing the establishment. On the contrary, the establishment, stripped of its traditional political functions, was challenged to reconcile existing structures of autorith and subordination with Scotland's ideological transformation, a challenge to which the Scottish literati responded by providing the intellectual means this reconciliation could be achieved (VERBURG, 19--, p. 46).

Concernente à escrita, tópico importante a ser abordado é a clareza da redação dos pensadores escoceses no tocante à utilização de signos verbais e nas expressões das operações de entendimento e imaginação. Havia a necessidade entre os autores escoceses da escrita impecável, pois o risco de a obra cair em descrédito caso ocorresse o scotticism, ou seja, uso do dialeto regional, era inevitável. A crítica inglesa, nesse quesito, agia de forma incisiva (PIMENTA, 2011, p. 12).

Contudo, muitos escoceses se identificavam como estudiosos ingleses e são reconhecidos como tais. Por exemplo, Adam Smith e David Hume quando lembrados, entram no rol dos iluministas britânicos.

[Adam Smith] publicou seu trabalho em Londres e escreveu grande parte de A Riqueza das Nações no período em que lá viveu. Hume, que mudou seu nome do escocês ‘Home’ para o anglicizado ‘Hume”, teve menos êxito do que Smith em camuflar seu sotaque, mas teve o cuidado de remover expressões tipicamente escocesas de sua obra (HIMMELFARB, 2011, p. 26).

Tendo em vista as influências de José da Silva Lisboa (vide Primeiro Capítulo), é natural supor que ele tenha se identificado com os iluministas britânicos.