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Impacto pessoal e social da qualificação obtida pela certificação de nível B3

CAPÍTULO V APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO dos RESULTADOS

5.4. Impacto pessoal e social da qualificação obtida pela certificação de nível B3

Os dados apresentados de seguida pretendem tirar conclusões relativamente ao impacto da certificação no domínio pessoal e social, apresentando, uma vez mais, a confrontação de respostas obtidas pela comparação „antes da certificação‟ e „ depois da certificação‟. As tabelas nem sempre apresentam a ordem sequencial pela qual as questões surgem no instrumento, pois já estão agrupadas em função do objetivo específico a atingir.

Em todos os dados percentuais introduzidos, o valor foi arredondado às décimas. A coluna N/R (Não Respondeu) inclui o número total de respostas em branco, não considerando respostas nulas. Todas as colunas apresentam a frequência de resposta (f) e a percentagem correspondente (%).

Tabela 14 – Efeito da certificação na autoconfiança do adulto em situações da sua vida pessoal e social

Sim Não Em parte N/R

f % f % f % f %

Antes da certificação

103 Depois da certificação

Está mais confiante daquilo que sabe? (n.º 49) 90 81,1 5 4,5 15 13,5 1 0,9

Toma decisões com confiança? (n.º 50) 89 80,2 2 1,8 19 17,1 1 0,9

Os dados da tabela 14 demonstram um aumento claro na autoconfiança do adulto, desde o momento da certificação, passando a haver 81,1% dos adultos a considerar que está mais confiante daquilo que sabe e 80,2% dos adultos a afirmar que toma decisões com confiança.

A percentagem de pessoas que respondeu „em parte‟ à questão n.º 41 (26,1%) também é significativa, pois indicia que o adulto não assumia claramente falta de confiança, mas havia alguma, uma vez que as opções „sim‟ e „em parte‟ totalizam 54% das respostas dadas.

Por último, independentemente de o adulto se sentir confiante ou não antes da certificação, a percentagem de respostas „não‟ à questão n.º 49 indica que só uma minoria dos adultos certificados (4,5%) considerou que o processo RVCC foi irrelevante para o aumento da sua autoconfiança. O mesmo se pode concluir acerca da questão n.º 50, pois apenas 1,8% dos adultos afirma não tomar decisões com confiança.

Tabela 15 - Efeito da certificação na capacidade de aprendizagem

Sim Não Em parte N/R

f % f % f % f %

Antes da certificação

Sentia dificuldade em aprender assuntos novos? (n.º 42) 27 24,3 58 52,3 25 22,5 1 0,9

Tinha confiança e vontade de estudar? (n.º 43) 88 79,3 10 9 11 9,9 2 1,8

Depois da certificação

Aprende assuntos novos com mais facilidade? (n.º 51) 74 66,7 7 6,3 28 25,2 2 1,8

Compreende a informação que lê e ouve com mais facilidade? (n.º 52) 87 78,4 8 7,2 14 12,6 2 1,8 Sente confiança para continuar a estudar e ter sucesso? (n.º 53) 70 63,1 15 13,5 25 22,5 1 0,9

Pela análise da tabela 15 vemos que 24,3% dos adultos sentia dificuldade em aprender novos assuntos e 22,5% „em parte‟, embora 52,3% afirmasse não sentir dificuldades. A clara maioria (79,3%) assumia vontade de estudar, o que pode levar a concluir que os adultos procuraram a certificação por iniciativa própria, pela vontade de aprenderem mais.

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A certificação obtida parece ter produzido claras melhorias ao nível da capacidade de aprendizagem (n.º 51) e compreensão da informação (n.º 52), uma vez que 66,7% dos adultos assume aprender novos assuntos com mais facilidade e 78,4% diz compreender mais facilmente informações orais e escritas. Uma vez mais, a percentagem de adultos que afirma não sentir melhorias nestes dois aspetos é reduzida (6,3% para a aprendizagem e 7,2% para a compreensão de informação). Embora isso, há uma fatia relevante de respostas „em parte‟ à questão n.º 51, o que leva a concluir que, para essas 28 pessoas, a certificação não produziu efeitos diretos na capacidade de aprendizagem.

Quanto à questão da autoconfiança para prosseguir estudos, 63,1% referiu ter confiança suficiente para o fazer e apenas 13,5% das pessoas disse o contrário. Uma vez mais, houve 22,5% de pessoas a responder „em parte‟, o que poderá não estar apenas relacionado com a confiança, mas também com a disponibilidade.

Tabela 16 - Valor atribuído ao indivíduo como consequência da certificação

Sim Não Em parte N/R

f % f % f % f %

Antes da certificação

Sentia-se inferior junto dos seus familiares e amigos, por não ter o 9.º ano? (n.º 44)

25 22,5 60 54,1 22 19,8 4 3,6

Tinha dificuldades em expressar a sua opinião? (n.º 46) 15 13,5 69 62,2 26 23,4 1 0,9

Depois da certificação

Os seus familiares e amigos reconheceram o seu esforço por ter concluído o 9.º ano? (n.º 54)

96 86,5 2 1,8 12 10,8 1 0,9

As pessoas valorizam a sua opinião? (n.º 55) 83 74,8 3 2,7 24 21,6 1 0,9

Através da análise da tabela 16 podemos concluir que 54,1% dos inquiridos não se sentia inferior junto dos seus familiares e amigos por falta de habilitações. Porém, 22,5% dos adultos exprimia o contrário, além de que 19,8% referia sentir-se „em parte‟ inferior. O mesmo não aconteceu na questão n.º 46, pois apenas 13,5% dos adultos disse sentir dificuldades em expressar a sua opinião.

Ora, independentemente do valor que cada adulto sentia ter junto do seu grupo de pares, os dados da tabela provam claramente que a certificação contribuiu para a sua valorização social, uma vez que 86,5% dos adultos diz ter sido reconhecido pelo esforço e 74,8% declara que a sua opinião é valorizada.

105 Tabela 17 - Impacto da certificação na ação cívica do adulto

Sim Não Em parte N/R

f % f % f % f %

Antes da certificação

Participava em alguma Associação? (n.º 45) 47 42,3 63 56,8 0 0 1 0,9

Acompanhava as notícias (telejornais, jornais, internet, …)? (n.º 47) 101 90,9 4 3,6 4 3,6 2 1,8 Depois da certificação

Sente-se mais interessado(a) em relação a política, economia, sociedade ou cultura? (n.º 56)

70 63,1 13 11,7 27 24,3 1 0,9

Pratica algum tipo de voluntariado? (n.º 57) 19 17,1 86 77,5 4 3,6 2 1,8

Participa em alguma Associação? (n.º 58) 39 35,1 70 63,1 1 0,9 1 0,9

Relativamente à ação cívica dos adultos, a tabela 17 mostra não haver relação direta com a certificação, pois havia 42,3% dos adultos a participarem numa associação, antes da certificação, descendo a percentagem para 35,1% após a mesma. Embora isso, o total de adultos participantes em associações e ações de voluntariado perfaz 52,2% dos inquiridos.

Quanto ao interesse pela atualidade política, económica e cultural, a esmagadora maioria dos adultos (90,9%) afirmava acompanhar as notícias antes da certificação, mas o número de adultos que exprime sentir-se, depois da certificação, mais interessado pela atualidade é muito interessante (63,1%).

Tabela 18 - Impacto no sentimento de realização pessoal

Sim Não Em parte N/R

f % f % f % f %

Antes da certificação

Sentia-se realizado? (n.º 48) 28 25,2 49 44,1 33 29,7 1 0,9

Depois da certificação

Sente-se mais realizado? (n.º 59) 85 76,6 7 6,3 16 14,4 3 2,7

Os resultados apresentados pela tabela 18 são deveras interessantes no âmbito deste estudo, pois provam que a clara maioria dos adultos envolvidos no processo RVCC assume sentir-se mais realizado (76,6%) após a certificação, considerando, ainda, que apenas 25,2% das pessoas se sentia assim antes da certificação (aumento de 51,4%). Aliás, apenas 6,3% dos adultos diz não se sentir mais realizado.

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