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IMPACTO PREVIDENCIÁRIO SOBRE ACIDENTE DO TRABALHO

Normalmente um acidente do trabalho consiste no implemento de alguma prestação social por parte do INSS, que nos termos do art. 18 da Lei 8213/91 (BRASIL, 1991), se expressam em benefícios e serviços.

De acordo como art. 337 do Decreto 3.048/99, o acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do INSS, mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo, apontando as seguintes conclusões. O INSS é responsável pelo recolhimento das contribuições e custeio das despesas com o pagamento dos benefícios do Sistema Único de Benefício (SUB). (BRASIL, 1999).

O Sistema de Comunicação de Acidente do Trabalho, desenvolvido pela Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), tem o objetivo de processar e armazenar as informações contidas na CAT. Ele supõe um processo de alimentação de informações obrigatório por parte do setor de pessoal da empresa ou empregador, que as envia aos postos de benefícios do INSS para proceder à sua entrada no sistema.

A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecimento de acidente, tanto um acidente de trabalho ou de trajeto bem como uma doença ocupacional. (CORREA; ASSUNÇÃO, 2003).

Para intensificar o acordo com a saúde, no ano de 2004, foi aprovada a Resolução nº 1.236/2004 com o propósito de criar uma nova metodologia para fortalecer o tema “prevenção e proteção contra os riscos derivados dos ambientes do trabalho e aspectos relacionados à saúde do trabalhador”, por meio de estudos estatísticos que cruzam as informações sobre o acidente de trabalho, como o código da CAT, permitindo “identificar forte associação entre diversas lesões, doenças, transtornos de saúde, distúrbios, disfunções ou a síndrome de evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive morte, independentemente do tempo de latência (formas que se convencionou denominar, no âmbito da Previdência Social, ‘agravo’) e diversas atividades desenvolvidas pelo trabalhador.” (MPS, 2009).

A implementação do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) surge como mais um instrumento auxiliar na análise e conclusão acerca da incapacidade laborativa pela perícia médica do INSS.

2.5.1 Auxílio doença acidentário (B91)

De acordo com o artigo 118 da Lei 8.213/91, auxilio doença acidentária é no qual decorre de acidente de trabalho e equiparados, doença profissional e do trabalho; isento da exigência de carência e gera consequências ao contrato de trabalho como a obrigatoriedade de emissão da CAT e do recolhimento do FGTS durante o período de afastamento em gozo do benefício; proporciona a estabilidade mínima ao segurado de 12 meses de manutenção do contrato de trabalho após a cessação do benefício. (Brasil, 1991).

2.5.2 Auxílio acidente (B94)

No Art. 86 da lei 8.213/91 diz que o auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997). (Brasil, 1997).

O art. 18 paragrafo 1 da lei 8.213/91 estabeleceu que empregado doméstico não fará jus ao auxilio acidentes, estabeleceu expressamente quem teria direito à concessão do referido benefício, in verbis:

Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços: quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria por idade; c) aposentadoria por tempo de contribuição; d) aposentadoria especial; e) auxílio-doença; f) salário-família; g) salário-maternidade;h) auxílio-acidente;

Podendo concluir que o B94 é o auxílio-acidente o qual é pago pelo INSS aos colaboradores com sequelas permanentes, ocasionadas por acidente de trabalho. Esse auxílio é mensal e permanente até a aposentadoria, de acordo com a Convenção Coletiva da categoria, quando o trabalhador tiver a limitação de sua capacidade laboral comprovada. O valor é sobre a média de contribuições do segurado.

2.5.3 Aposentadoria por invalidez acidentária (B92)

A aposentadoria por invalidez acidentária está baseada no inciso I do artigo 201 da CF/88 e foi regulamentada nos artigos 42 a 47 da Lei de Benefícios da Previdência Social (LBPS). Será devida ao acidentado que cumprir os seguintes requisitos: manter a qualidade de segurado e estar incapaz para o exercício de atividade que lhe garanta o sustento de forma permanente, sendo que essa incapacidade deve ser verificada pelo perito médico do INSS (artigo 42 e § 1º da LBPS). Portanto, o risco protegido por esse benefício é a incapacidade laborativa total e permanente (HORVATH JÚNIOR, 2008).

O segurado está obrigado a participar de processo de reabilitação profissional, assim como a submeter-se a exames médicos financiados pela Previdência Social e a tratamentos dispensados gratuitamente, exceto tratamentos cirúrgicos e a transfusões de sangue, sob a pena de descontinuação do benefício (CASTRO e LAZZARI, 2016).

2.5.4 Pensão por morte acidentária (B93)

Segundo a Previdência Social (2016), “pensão por morte é um benefício pago aos dependentes do segurado do INSS que vier a falecer ou, em caso de desaparecimento, tiver sua morte presumida declarada judicialmente”. Tendo como os principais requisitos a comprovação que o falecido possuísse qualidade de segurado do INSS na data do óbito, podendo variar a duração do benefício conforme a quantidade de contribuições do falecido, além de outros fatores.

2.5.5 Reabilitação profissional

De acordo com o Decreto 3.048/99, artigo 136, a Reabilitação Profissional é relatada como a assistência (re) educativa e de (re) adaptação profissional, que tem como objetivo disponibilizar habilitação e reabilitação profissional, aos beneficiários (segurados do INSS por auxílio doença ou acidente de trabalho), incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, livremente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que se encontram (BRASIL, 1999).

Segundo Regatieri (2014), o trabalho se sobrepõe ao homem naturalmente, mas ao analisar profundamente, sem o trabalho, o homem não progride, não inova, não há aprimoramento, pois independente da atividade que realiza suas necessidades humanas básicas, como alimentação, segurança e bem-estar dependem diretamente de seu trabalho. Neste processo, a reabilitação profissional vem trazer uma possibilidade de (re) inserção ao mercado de trabalho ao indivíduo com incapacidade laborativa parcial.

Sampaio (2005), destaca que a reabilitação profissional tem enorme capacidade de aplicação nas empresas após a conclusão da reabilitação profissional, grande parte dos servidores retornaram para o mesmo local de trabalho e para a mesma função, com restrição de tarefas. Isso acontece quando os gestores e principalmente os de recurso humano estão integrados com o processo.

Assim é possível resumir que Reabilitação Profissional é um serviço prestado pelo INSS, em caráter obrigatório, independentemente de carência, aos beneficiários que estão parcial ou totalmente incapacitados para a sua atividade profissional em decorrência de doença ou acidente de qualquer natureza ou causa e

ainda aos portadores de deficiência, tendo por finalidade a promoção dos meios para a sua reinserção no mercado de trabalho e na sociedade. É essencial para a promoção de qualidade de vida do trabalhador.

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