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4 RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS

4.3 Impactos do curso na carreira

4.3.2 Impactos subjetivos

Assim como foi feito na análise de impactos objetivos, para os impactos subjetivos, avaliou-se, estatisticamente, se havia diferença entre respondentes de diferentes idades, tempo de experiência, setor, gênero ou cursos. Entretanto, não se observaram diferenças significantes no nível de impacto subjetivo percebido entre variáveis demográficas ou entre os três cursos analisados. Em geral, a percepção de impacto subjetivo é maior e mais homogênea.

4.3.2.1 Tipos de impacto subjetivo na carreira

A Tabela 11 apresenta o percentual de concordância dos respondentes com cada tipo de impacto subjetivo do curso na carreira.

Tabela 11. Concordância por tipo de impacto subjetivo na carreira

Categorias CEAG MPA MBA GERAL Valor de p

Tornou mais confiante na capacidade técnica e

intelectual para conduzir as atividades no trabalho. 80% 94% 79% 80% 0,007 Aumentou empregabilidade no mercado (mais

oportunidades de mudar de emprego). 75% 84% 73% 77% 0,09

Tornou mais confiante na capacidade de assumir

novas responsabilidades e desafios profissionais. 75% 75% 78% 74% 0,001 Tornou mais preparado para funções de liderança e

gestão de pessoas. 63% 63% 64% 64% 0,027

Conquistou maior prestígio ou status diante dos

pares e superiores. 51% 67% 52% 52% 0,134

Aumentou empregabilidade dentro da empresa (mais

oportunidades em outras áreas, cargos e funções). 51% 52% 51% 51% 0,327 Sentiu-se mais motivado e satisfeito com a carreira. 46% 52% 50% 48% 0,422 Atingiu objetivo profissional específico (exs.: mudar

de setor, abrir um negócio, iniciar carreira acadêmica etc.).

29% 33% 18% 23% 0,006

Nota: N=391 N=64 N=256 N=712

Considerou-se as respostas "concordo" e "concordo totalmente". Estão destacados os itens mais frequentes.

Na coluna “valor de p”, estão destacados os valores p<0,05, isto é, itens que apresentaram diferença estatisticamente significante entre os cursos.

Percentual por curso calculado sobre o total de respondentes de cada curso.

Percentual geral calculado a partir da ponderação dos resultados por curso pela proporção dos cursos na população. Fonte: Elaborado pela autora.

As afirmações para avaliar os impactos subjetivos dos cursos na carreira podem ser agrupadas em quatro temas: (1) ganho de autoconfiança; (2) percepção de aumento da atratividade e empregabilidade; (3) conquista de prestígio e status e (4) aumento da motivação.

O grupo de impactos mais percebido foi o aumento da autoconfiança. Ele foi observado de três formas: (1) na capacidade técnica e intelectual para conduzir as atividades no trabalho, com 80% de concordância; (2) na capacidade de assumir novas responsabilidades e desafios, percebido por 74% dos respondentes e (3) para exercer funções de liderança e gestão de pessoas, percebido por 64%.

O segundo grupo de impactos, empregabilidade, também foi avaliado por três perspectivas: (1) aumento da empregabilidade dentro da empresa em que trabalha (mais oportunidades em outras áreas, cargos e funções), (2) aumento da empregabilidade no mercado (mais oportunidades de mudar de emprego) e (3) conseguir atingir um objetivo profissional

específico. Entre elas, a mais percebida pelos respondentes foi a empregabilidade no mercado (77%). Ainda que 51% tenham concordado que o curso aumentou a empregabilidade dentro da empresa, esse impacto ficou entre os impactos subjetivos menos observados.

O terceiro impacto, conquista de maior prestígio ou status, foi percebido por 52% dos respondentes. Por último, o quarto impacto é na motivação e satisfação com a própria carreira, selecionado por 48% dos respondentes.

Embora os impactos mais observados tenham sido os mesmos para os três cursos, os resultados das análises estatísticas revelam que houve diferença entre eles quanto à intensidade em que alguns de tipos de impacto foram percebidos (p<0,05):

a) Os percentuais de respondentes do MPA que concordaram com a afirmação de que o curso os tornou mais confiantes na capacidade técnica e intelectual (94%) e na capacidade de assumir novas responsabilidades e desafios (84%) são maiores do que se observa nos demais cursos;

b) O percentual de entrevistados do CEAG que concordaram totalmente com o fato de que o curso os tornou mais preparados para funções de liderança e gestão de pessoas foi maior;

c) O percentual de entrevistados do CEAG e MPA que concordaram com a afirmação de que o curso os fez atingir um objetivo profissional específico foi maior.

4.3.2.2 Principais aspectos que geraram os impactos subjetivos

O aspecto do curso que mais gerou impactos subjetivos foi a participação em disciplinas técnicas, selecionado por 51% dos respondentes. Em seguida, aparecem o desenvolvimento da capacidade analítica (42%) e a melhoria do currículo (39%). Entre os aspectos menos relevantes, estão a aplicação dos conceitos aprendidos em sala de aula no trabalho (29%) e a

ampliação da rede de relacionamentos (21%). Apenas 1% alega que o curso não contribuiu para nenhum dos impactos subjetivos na carreira.

Tabela 12. Aspectos do curso que geraram impactos subjetivos na carreira

Categorias CEAG MPA MBA GERAL

Participação em disciplinas técnicas (finanças, marketing,

operações etc.). 51% 47% 52% 51%

Desenvolvimento da capacidade analítica, para realizar

diagnósticos e desenvolver soluções. 39% 41% 45% 42%

Melhoria do currículo. 42% 44% 37% 39%

Participação em disciplinas de liderança (gestão de pessoas,

relacionamento interpessoal etc.). 40% 34% 27% 33%

Participação em disciplinas de desenvolvimento pessoal

(comunicação, negociação, planejamento etc.). 39% 30% 29% 33%

Aplicação dos conceitos aprendidos em sala de aula no

trabalho. 25% 41% 32% 29%

Ampliação da rede de relacionamentos (networking). 12% 27% 29% 21%

O curso não contribuiu para nenhuma mudança. 2% 0% 1% 1%

Outro aspecto. 0% 2% 1% 1%

Nota: N=391 N=64 N=256 N=712

Cada respondente podia selecionar até 3 itens. Destacados os itens mais frequentes por curso.

Percentual por curso calculado sobre o total de respondentes de cada curso.

Percentual geral calculado a partir da ponderação dos resultados por curso pela proporção dos cursos na população. Fonte: Elaborado pela autora

Na visão por curso, o aspecto mais importante para todos eles foi a participação em disciplinas técnicas. O desenvolvimento da capacidade analítica e a melhoria do currículo também foram valorizados nos três. Quanto aos demais aspectos, observaram-se diferenças estatisticamente significantes:

a) O percentual de respondentes do CEAG que perceberam a ampliação da rede de relacionamentos é significativamente menor (12%);

b) A proporção de respondentes do MBA que perceberam que o curso provocou uma melhoria no currículo também é menor (37%);

c) Há um percentual significativamente mais alto de respondentes do MPA (41%) que afirmaram ter percebido a aplicação dos conceitos aprendidos no trabalho.

Para avaliar estatisticamente a relação entre aspectos do curso e os impactos subjetivos, observou-se o percentual de respondentes que assinalou cada aspecto entre todos que concordaram com determinado impacto subjetivo. Considerou-se que houve associação entre um aspecto do curso e um impacto subjetivo quando p<0,05. Em linhas gerais, observou-se que:

a) A aplicação do conhecimento adquirido no trabalho, melhoria no currículo e desenvolvimento da capacidade analítica foram associados à maioria dos impactos subjetivos;

b) Houve forte associação entre a participação em disciplinas (técnicas, de liderança e de desenvolvimento pessoal) e o aumento da autoconfiança;

c) A aplicação dos conceitos aprendidos ao trabalho foi fortemente associada ao aumento do prestígio e empregabilidade dentro da empresa;

d) Como era de se esperar, a melhoria no currículo é o aspecto mais associado ao aumento da empregabilidade no mercado; e

e) Surpreendentemente, a ampliação da rede de relacionamentos (networking) não foi estatisticamente associada a nenhum dos impactos subjetivos na carreira.

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