• Nenhum resultado encontrado

Implementac¸ ˜ao e Resultados

4.2 Modelo

4.2.3 Implementac¸ ˜ao e Resultados

Para a implementac¸ ˜ao do modelo desenvolveu-se um algoritmo de MCMC. O al- goritmo utilizado ´e o algoritmo de Metropolis-Hastings dentro de Gibbs. Esse al- goritmo foi desenvolvimento atrav ´es da combinac¸ ˜ao da linguagem de programac¸ ˜ao R e C++. O trabalho foi sempre desenvolvido no ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) RStudio.

A combinac¸ ˜ao do R com o C++ apresenta grandes vantagens e ´e feita atrav ´es do pacote RCPP1 e RCPPArmadillo2. A principal raz ˜ao para a combinac¸ ˜ao das

linguagens ´e aproveitar a rapidez do C++, uma vez que se ir ´a simular uma grande quantidade de n ´umeros pseudo-aleat ´orios, e ao mesmo tempo ser pr ´atico criar gr ´aficos e utilizar pacotes de diagn ´ostico de MCMC, como o CODA. O algoritmo pode ser visto no anexo C.

Uma etapa crucial em MCMC ´e a escolha das distribuic¸ ˜oes propostas.

1Faz a ligac¸ ˜ao entre o C++ e o R 2Biblioteca em C++ de ´Algebra Linear

Adriano Oliveira

Aplicac¸ ˜ao da Estat´ıstica Bayesiana

ao Risco de Cr ´edito 31

Para p (θ1

n) foi escolhida uma distribuic¸ ˜ao beta que toma como valor esperado o

valor anterior da cadeia: θ1

n|θn−11 ∼ B(cθ1n−1, c(1−θ1n−1)). O valor c e θ1-inicial foram

escolhidos para que a distribuic¸ ˜ao inicial fosse a distribuic¸ ˜ao a priori (c = 107 e θ10 = 0.023).

A escolha da func¸ ˜ao beta ´e adequada uma vez que tem o mesmo suporte de p, [0, 1].

Para a vari ´avel τ escolheu-se a distribuic¸ ˜ao U[−1,1]. A escolha deve-se ao facto

de n ˜ao existir qualquer informac¸ ˜ao sobre o seu valor. Assim, neste passo ir ´a ser usado um algoritmo de Metropolis-Hastings independente.

As vari ´aveis zt foram simuladas atrav ´es do algoritmo de Metropolis utilizando

uma distribuic¸ ˜ao N (0, 1) para definir o salto.

Foi gerada uma cadeia de 1e6 valores aleat ´orios e um ”burn-in”de 1000. No anexo D.1 pode-se observar os testes aplicados ao resultado da simulac¸ ˜ao de Markov.

No anexo D.1.2 ´e apresentado o teste de Raftery que mostra que o ”burn-in” utilizado ´e superior ao necess ´ario, no entanto ´e utilizado por uma quest ˜ao de aumentar a seguranc¸a.

O tamanho de cada ”batch” foi de 250. No anexo D.2 pode-se observar a auto-correlac¸ ˜ao.

Quanto `a converg ˆencia, n ˜ao existe qualquer evid ˆencia que aponte para que esta n ˜ao tenha sido atingida (ver anexo D.1).

As taxas de aceitac¸ ˜ao foram as seguintes: (θ1, θ2, ..., θ6)= (.262, .504, .565, .505, .331, .278)

Adriano Oliveira

Aplicac¸ ˜ao da Estat´ıstica Bayesiana

ao Risco de Cr ´edito 32

realizada ´e bastante semelhante `a feita por (Geyer 2012).

O valor esperado da PD e τ , bem como o MCSE s ˜ao dados na seguinte ta- bela:

p τ z1 z2 z3 z4

Estimac¸ ˜ao 0.01994 0.26851 1.47956 1.09970 -0.42610 -1.03491 MCSE 6.851e-05 7.801e-04 3.114e-03 3.752e-03 3.944e-03 3.609e-03

Tabela 4.2: M ´edias das vari ´aveis a posteriori

Quanto `a forma da func¸ ˜ao da densidade da PD ´e a seguinte:

Figura 4.2: Func¸ ˜ao π(p|y)

Ao observar a figura 4.2 pode-se tirar a conclus ˜ao de que apesar de o valor esperado de incumprimento ser bastante semelhante ao definido pelo perito, a func¸ ˜ao a posterior ´e mais informativa, uma vez que se encontra mais concen-

Adriano Oliveira

Aplicac¸ ˜ao da Estat´ıstica Bayesiana

ao Risco de Cr ´edito 33

trada. Diminui-se, portanto, a dispers ˜ao de valores da probabilidade de incum- primento.

−1.0

−0.5

0.0

0.5

1.0

0.0

0.4

0.8

τ

Densidade

Figura 4.3: Func¸ ˜ao π(τ |y)

Quanto `a correlac¸ ˜ao temporal observa-se que ´e positiva, como seria de es- perar. Ou seja, a per´ıodos em que o risco sist ´emico ´e mais elevado seguem-se per´ıodos de elevado risco sist ´emico.

A tabela 4.2 mostra que o fator sist ´emico ´e positivo quando n ˜ao existem in- cumprimentos e `a medida que os incumprimentos aumentam o fator sist ´emico piora, como seria de esperar.

Por fim, definida a func¸ ˜ao a posteriori da PD da carteira de empr ´estimos seria poss´ıvel calcular o capital econ ´omico necess ´ario, utilizando a LGD definida por Basileia para este tipo de carteiras. No entanto, essa an ´alise fica fora do ˆambito do projeto.

5. Conclus ˜oes

Este trabalho teve como principal objetivo calcular a probabilidade de incum- primento atrav ´es da incorporac¸ ˜ao da informac¸ ˜ao hist ´orica, de uma carteira de cr ´edito real, com informac¸ ˜ao fornecida por um perito de an ´alise de risco de cr ´edito.

Ao longo do projeto ficou explicitado a import ˆancia da introduc¸ ˜ao da opini ˜ao de peritos, principalmente quando a informac¸ ˜ao hist ´orica ´e insuficiente ou pouco fi ´avel.

No entanto, a utilizac¸ ˜ao de apenas um perito pode ter desvantagens principal- mente se existirem interesses pessoais em causa. Por isso recomenda-se que se desenvolva uma metodologia com um maior n ´umero de peritos, caso se de- seje aplicar este modelo na realidade. Para tal, recomenda-se o modelo cl ´assico de Cooke (1991).

Foi tamb ´em desenvolvido um algoritmo de simulac¸ ˜ao para determinar a func¸ ˜ao a posteriori. ´E de facto crucial o conhecimento de Monte Carlo via cadeias de Markov quando se estuda estat´ıstica Bayesiana.

Seria tamb ´em interessante realizar um estudo comparativo, de m ´edio prazo, entre a abordagem aqui apresentada e a abordagem utilizada pelos bancos de forma a perceber qual a mais adequada.

No que toca `a correlac¸ ˜ao temporal do fator econ ´omico denota-se que existe uma correlac¸ ˜ao positiva, apesar de n ˜ao ser muito forte ( ≈ .269).

Adriano Oliveira

Aplicac¸ ˜ao da Estat´ıstica Bayesiana

ao Risco de Cr ´edito 35

modelos que combinem o c ´alculo da LGD com PD. J ´a existe, pelo menos, um estudo sobre o tema (Shevchenko & Luo 2012), no entanto ainda ´e uma ´area a investigar.

Refer ˆencias Bibliogr ´aficas

Ant ˜ao, P. & Lacerda, A. (2008), ‘Avaliac¸ ˜ao dos requisitos de capital sob basileia ii: o caso portugu ˆes’, Relat ´orio de Estabilidade Financeira 2008–Banco de Portugal pp. 207–28.

Bakker, M. (2004), Quantifying operational risk within banks according to Basel II, Bakker, MRA.

Banco de Portugal (2014), ‘Sistema banc ´ario portugu ˆes - desenvolvimentos re- centes (1otrimestre 2014)’.

Basel Committe on Banking Supervision (2000), Principles for the management of credit risk, Technical report, Bank for International Settlements.

Basel Committe on Banking Supervision (2005a), ‘An explanatory note on the basel ii irb risk weight functions’.

Basel Committe on Banking Supervision (2005b), ‘Validation of low-default port- folios in the basel ii framework’.

Basel Committe on Banking Supervision (2006), ‘International convergence of capital measurement and capital standards’.

Adriano Oliveira

Aplicac¸ ˜ao da Estat´ıstica Bayesiana

ao Risco de Cr ´edito 37

Chan, K. S. & Geyer, C. J. (1994), ‘Discussion: Markov chains for exploring pos- terior distributions’, The Annals of Statistics pp. 1747–1758.

Cooke, R. (1991), Experts in uncertainty: opinion and subjective probability in science, Oxford University Press, New York.

Gamerman, D. & Lopes, H. F. (2006), Markov chain Monte Carlo: stochastic simulation for Bayesian inference, CRC Press.

Garthwaite, P. H., Kadane, J. B. & O’Hagan, A. (2005), ‘Statistical methods for eli- citing probability distributions’, Journal of the American Statistical Association

100(470), 680–701.

Geweke, J. et al. (1991), Evaluating the accuracy of sampling-based approaches to the calculation of posterior moments, Vol. 196, Federal Reserve Bank of Minneapolis, Research Department.

Geyer, C. J. (1992), ‘Practical markov chain monte carlo’, Statistical Science pp. 473–483.

Geyer, C. J. (2005), ‘Markov chain monte carlo lecture notes’. Dispon´ıvel em: http://www.stat.umn.edu/geyer/f05/8931/n1998.pdf [Acesso em : 2014/3/21].

Geyer, C. J. (2012), ‘Markov chain monte carlo and bayesian inference’. Dispon´ıvel em: http://www.stat.umn.edu/geyer/s12/5102/notes/mcmc.pdf [Acesso em : 2014/3/21].

Adriano Oliveira

Aplicac¸ ˜ao da Estat´ıstica Bayesiana

ao Risco de Cr ´edito 38

Jacobs, M. & Kiefer, N. M. (2010), The bayesian approach to default risk: A guide, Technical report, CAE Working Paper.

Kiefer, N. M. (2009), ‘Default estimation for low-default portfolios’, Journal of Em- pirical Finance16(1), 164–173.

Kiefer, N. M. (2011), ‘Default estimation, correlated defaults, and expert informa- tion’, Journal of Applied Econometrics26(2), 173–192.

Lamb, R. & Perraudin, W. (2008), ‘Dynamic default rates’. Dis- pon´ıvel em: http://www.riskcontrollimited.com/research_papers/Lamb_ Perraudin_ref8_4.pdf [Acesso em : 2014/3/10].

Paulino, C. D. M., Turkman, M. A. A. & Murteira, B. (2003), Estat´ıstica bayesiana, Servic¸o de Educac¸ ˜ao e Bolsas, Fundac¸ ˜ao Calouste Gulbenkian, Lisboa.

Raftery, A. E. & Lewis, S. M. (1996), Implementing mcmc, in ‘Markov chain Monte Carlo in practice’, Springer, pp. 115–130.

Robert, C. P., Casella, . o. et al. (2010), Introducing Monte Carlo Methods with R, Vol. 18, Springer.

Robert, C. P. & Casella, G. (2005), Monte Carlo statistical methods, Vol. 319, 2 edn, Springer.

Shevchenko, P. V. & Luo, X. (2012), ‘Dependent default and recovery: Markov chain monte carlo study of downturn loss given default credit risk model’, AN- ZIAM Journal53, C185–C202.

Adriano Oliveira

Aplicac¸ ˜ao da Estat´ıstica Bayesiana

ao Risco de Cr ´edito 39

Tierney, L. (1994), ‘Markov chains for exploring posterior distributions’, the Annals of Statistics pp. 1701–1728.

A. Esquema Cl ´assico e Bayesiano

Modelo Experi- mental Dados Amostra Racioc´ınio Indutivo Infer ˆencia Estat´ıstica Figura A.1: Esquema Cl ´assico (Paulino et al. 2003)

Modelo Experi- mental Dados Amostra Teorema de Bayes Distribuic¸ ˜ao a priori Racioc´ınio Dedutivo Infer ˆencia Estat´ıstica

B. Distribuic¸ ˜ao a priori

0.02 0.04 0.06 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

Beta (shape1= 2.5, shape2= 104.98)

fit.weights=c(1, 1, 1, 1, 1)Quantiles

Probability

Figura B.1: Desfasamento dos quantis da distribuic¸ ˜ao a priori beta e dos quantis do especialista

C. Algoritmo M-H dentro de Gibbs

Algoritmo 4 Metropolis-Hastings dentro de Gibbs Utilizado

1: Escolher (θ1

1, θ21, ..., θ61)

2: para t ← 2 at ´e n fac¸a 3: Simular Y ∼ B(c(θ1 t−1), c(1 − θ1t−1))e U ∼ U[0,1] 4: Calcular α(θ1 t−1, Y )= min{ q(θ1 t−1)π(Y |θ−1) q(Y )π(θ1 t−1|θ−1) , 1} 5: se U ≤ α(θ1 t−1, Y )ent ˜ao 6: θ1 t = Y 7: sen ˜ao 8: θt1 = θt−11 9: fim se 10: Simular Y ∼ U[−1,1] e U ∼ U[0,1] 11: Calcular α(θ2 t−1, Y )= min{ π(Y |θ−2) π(θ2 t−1|θ−2), 1} 12: se U ≤ α(θt−11 , Y )ent ˜ao 13: θt2 = Y 14: sen ˜ao 15: θ2 t = θt−12 16: fim se

17: para j ← 3 at ´e 6 fac¸a

18: Simular Y ∼ θjt−1+ N (0, 1)e U ∼ U[0,1]

19: Calcular α(θjt−1, Y )= min{ π(Y |θ−j)

π(θjt−1|θ−j), 1} 20: se U ≤ α(θjt−1, Y )ent ˜ao 21: θjt = Y 22: sen ˜ao 23: θjt = θjt−1 24: fim se 25: fim para 26: fim para θ−j = (θt1, ..., θ j−1 t , θ j+1 t−1, ..., θt−1J )

D. Diagn ´ostico Metropolis-Hastings

D.1

Converg ˆencia

Documentos relacionados