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Implicações da pesquisa na escola cooperativa chapadão

Através dos acompanhamentos que deram sustentabilidade a referida pesquisa, verificou-se mudanças na prática escolar, como:

No início do ano letivo a equipe realizou o planejamento de avaliações diagnósticas, sob a orientação e acompanhamento da orientadora Kênia Alves de Freitas e da Coordenadora Regional, Edna de Jesus Vieira, autoras deste texto. As avaliações tinham como principal objetivo diagnosti- car os conhecimentos prévios, o nível de aprendizado de cada aluno, de acordo com as habilidades leitoras, a hipótese da língua escrita em que se encontravam e o conhecimento matemático.

A avaliação pôde nortear o planejamento, pois pelos resultados os professores puderam ter um ponto de partida para a organização do trabalho pedagógico, sobretudo na identificação de habilidades e competências que ainda necessitam ser trabalhadas e superadas por cada aluno, tornando-se prática um ato planejado, investigativo e de cunho estratégico para o replanejamento conforme necessidades educacionais das crianças.

Após a aplicação da avaliação, os resultados foram tabulados de acordo com as habilidades solicitadas na mesma, podendo identificar as que não foram aprendidas e que deveriam concentrar os esforços dos professores.

A coordenação pedagógica auxiliou no processo diagnóstico com a aplicação de uma segunda avaliação individual, com o propósito de verificar o nível de escrita de cada aluno.Isso promoveu um acompanhamento efetivo da coordenadora a gestão de sala de aula.

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Os testes foram elaborados de acordo com a psicogênese da língua escrita, segundo Emília Ferreiro. Os testes serviram para a reorganização da prática em sala de aula, mais precisamente a organização do espaço e tempo, facilitando os agrupamentos dos alunos por nível de escrita, ajustando o planejamento, com o objetivo de analisar o processo e evolução na aprendizagem, para que todos possam estar alfabetizados ao fim do ano letivo.

A escola adotou a sistemática de avaliações semanais para diagnosticar a progressão do aprendizado adquirido durante o bimestre, serve para estabelecer um comparativo do quanto o aluno progrediu e quanto ainda necessita aprender.

Mediante todo processo educativo, a escola analisou a trajetória do aluno em todos os anos, suas experiências e conquistas, utilizando evidências que assegurem a comprovação do rendimen- to e aprendizado durante o ciclo.

A escola adotou registros bimestrais que apontam as dificuldades e vida escolar dos alunos que passam para o ano seguinte sem ter conquistado ainda as habilidades propostas pelo programa, promovendo a progressão automática do aluno ao longo do ciclo, consolidando o processo ao fim do terceiro ano, quando é avaliado se tem ou não capacidade de progredir.

Conclusão

A construção de um processo avaliativo é um eterno diagnosticar, planejar, repensar, começar e recomeçar, analisar e avaliar, diante de tudo isso essa sistemática de trabalho dependerá da pers- pectiva do currículo da instituição de ensino, e de ambos dependerá o planejamento de ensino de grupos de docentes.

Nesse sentido, percebe-se que a avaliação é ainda uma tarefa que exige dedicação cotidiana, é preciso também que se perceba a avaliação como uma categoria presente em todos os momentos do trabalho da instituição de ensino e da sala de aula. Ela é tão poderosa que pode facilitar ou prejudicar o desenvolvimento dos discentes. Desenvolver e avaliar o trabalho que garanta a apren- dizagem dos seus alunos e o uso da avaliação tem um propósito comum: formar o aprendiz inde- pendente e capaz de colaborar, interagir, inovar, comunicar-se e enfrentar diferentes situações, daí a necessidade de a escola fundamental criar ambiente de construção e participação por parte de todos os que nela atuam.

Diante dos estudos feitos sobre avaliação, percebeu-se que os professores do ciclo de alfa- betização da Escola Cooperativa Chapadão gostam de desafios que consistem em problemáticas que eles só poderão descobrir em ação-reflexão-ação, além disso, não se pretende que o alcance em uma tarefa pontual, mas ao longo de um tempo, através de um conjunto de procedimentos e reflexões do fazer diário. Por tudo que foi analisado, percebe-se que a avaliação é um poderoso instrumento de mudança, colocando-se a serviço da autêntica aprendizagem e no desenvolvimen- to mais pleno do ser humano, ligada num projeto de libertação. Assim, a avaliação diagnóstica auxilia o educador e o educando na sua viagem de crescimento, e principalmente a instituição de ensino na sua responsabilidade social.

Diante do exposto, conclui-se que a avaliação diagnóstica tornou-se instrumento de funda- mental importância para a Escola Cooperativa Chapadão, pois provocou sua equipe a analisar e refletir coletivamente sobre os diferentes processos de gestão praticados, consolidando estratégias diversificadas de ensino com foco na melhoria da aprendizagem dos alunos.

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Referências

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REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DA ALFABETIZAÇÃO NA