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A importância do coordenador pedagógico na viabilização do Grupo de Trabalho para Alfabetização e Letramento – GTAL

O coordenador pedagógico se consolida cada vez mais como formador e articulador, com a incumbência de acompanhar constantemente o trabalho docente, o planejamento escolar e de atender questões do dia a dia da escola. Essas múltiplas atribuições que englobam o campo de atuação é uma das dificuldades encontradas pelo coordenador pedagógico no desenvolvimento do seu trabalho. Muitos coordenadores ainda não têm total clareza da sua identidade. Com essa incerteza ele deixa de buscar caminhos que delimitem sua função e aceita as rotinas já existentes no interior da escola.

De acordo com Libâneo (2001, p. 183):

o coordenador pedagógico responde pela viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógico-didático em ligação direta com os professores, em função da qualidade de ensino. A coordenação pedagógica tem como principal atribuição à assistência pedagógico-didática aos professores, para se chegar a uma situação de qualidade de ensino (considerando o ideal e o possível), auxiliando-os a conceber, construir e administrar situações de aprendizagens adequadas às neces- sidades educacionais do aluno.

Dentro dessas dimensões, o coordenador pedagógico precisa conquistar o respeito de sua equipe de trabalho para que os professores se sintam à vontade para compartilhar suas dificuldades e problemas o que facilita o entendimento, a colaboração e o questionamento das questões apre- sentadas. Esse canal de troca de informações abre espaço para o trabalho coletivo do coordenador, pois é a partir da interação com os professores que ele pode exercer seu papel mais importante, o

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de formador que promove a reflexão contínua junto aos professores sobre a prática pedagógica e de todo o planejamento escolar.

Durante a organização e a realização dos encontros do GTAL, percebeu-se que o Coordena- dor Pedagógico é essencial na viabilização desse processo.

Cunha (2011) na obra o Coordenador Pedagógico e suas crenças descreve o coordenador como mediador da escola, aquele que deve promover o diálogo entre gestão, professores, pais e alunos e enumera algumas atribuições: promover oportunidade de trabalho coletivo para constru- ção permanente da prática docente e revisão do projeto político-pedagógico; acompanhar e avaliar o ensino e o processo de aprendizagem, bem como os resultados do desempenho dos alunos junto aos professores; assumir o trabalho de formação continuada e garantir situações de estudo e de reflexão sobre a prática pedagógica e aprofundamento das teorias da educação; auxiliar o professor na organização de sua rotina de trabalho; colaborar com o professor na organização de seleção de materiais adequados às diferentes situações de ensino e de aprendizagem; apoiar os estudantes e orientar as famílias, entre outras.

O coordenador pedagógico tem um papel essencial na viabilização e articulação de um espaço coletivo de debate com a equipe de trabalho em busca da efetivação de uma escola alfa- betizadora. Só a partir dessa interação o coordenador promove um ambiente de estudo, reflexão e ações, direcionando a gestão das aprendizagens para o sucesso escolar.

Considerações Finais

A realização desta pesquisa com os coordenadores pedagógicos que atendem ao ciclo de al- fabetização da Rede Municipal de Ensino de Pedro Afonso revelou que através da participação em grupos de estudos o coordenador fica mais preparado para participar ativamente da organização do trabalho escolar, formando com os demais colegas a equipe de trabalho, aprendendo coletivamente novos saberes e competências, assim como um modo de agir coletivo, contribuindo significativa- mente para o processo de ensino e aprendizagem escolar.

O registro reflexivo da prática do coordenador pedagógico e a organização e realização do GTAL tem apontado os seguintes avanços nas escolas que atendem ao ciclo de alfabetização:

Gestores escolares apoiando e fortalecendo o processo de alfabetização e letramento. Os coordenadores pedagógicos assumindo um papel protagónico na formação dos professo- res, apoiando-os no diagnóstico da situação dos alunos, quanto à leitura, escrita e numeramento e no planejamento de intervenções para o atendimento das crianças com dificuldades de aprendiza- gem. Percebeu-se professores elogiando o trabalho dos coordenadores e solicitando ajuda, criando assim, um processo de construção de uma cultura de trabalho coletivo na escola.

Acompanhamento da aprendizagem dos alunos, quanto à leitura, escrita e numeramento pelos membros do GTAL.

No entanto, ainda há grandes dificuldades para a organização e realização de GTAL em serviço, devido à falta de tempo e espaço no cotidiano escolar para reunir o coletivo.

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Pode-se dizer que o GTAL é indispensável à prática pedagógica do coordenador, como no acompanhamento do trabalho do professor, no desenvolvimento do currículo, na seleção de conteúdos, nos procedimentos metodológicos, na avaliação, no conselho de classe, pois todas essas práticas demandam pesquisas, estudos, análises e discussões, portanto, são ações ricas de aprendizagem permanente do coordenador e de toda sua equipe.

A realização de todo este processo nas escolas que atendem ao ciclo de alfabetização da Rede Municipal de Ensino de Pedro Afonso revela que o coordenador pedagógico é o gestor das aprendizagens de sua equipe de trabalho, o agente educacional fundamental para a formação escolar. Essa foi uma experiência significativa tanto na área profissional quanto pessoal, no sentido de contribuir para que a escola se torne em um espaço efetivo de formação, apesar de reconhecer que muito há para melhorar, como priorizar a realização do GTAL em serviço no espaço escolar.

Pode-se dizer, então, que o coordenador pedagógico contribui diretamente com o sucesso escolar, pois direciona a escola em um espaço constante de aprendizagem tanto do professor, como do aluno e dele próprio. O Coordenador é um formador, orientador de um trabalho coletivo e arti- culador da criação de uma cultura de formação dentro da escola.

Referências

ALVES, Nilda (Coordenadora). Educação e Supervisão: o trabalho coletivo na escola. 9. Ed. São Paulo: Cortez, 2000.

ANDREOLLA, Neusa; DICKEL, Adriana; COLUSSI, Roseane (orgs). Uma experiência em formação continuada de professores de escolas públicas de periferia: um relato de um trabalho inacabado. Revista de Educação AEC, nº 115, 2000.

CUNHA, Renata. O Coordenador Pedagógico e suas crenças. In Revista Educação. O articulador da escola contemporânea. Editora Segmento, Ano 14, nº 167, Março de 2011.

GARCIA, Olgair Gomes. Revitalizando a prática escolar cotidiana através dos relatos e troca de experiência. Revista de Educação AEC, nº 117, 2000.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2001.

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AVALIAÇÃO NO PACTO NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO NA