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A reengenharia do Processo de Desenvolvimento foi realizada no sentido de solucionar os problemas identificados (através da aplicação da TFD), operacionalizando as rotinas e procedimentos determinados pelo modelo de GC adotado.

Processos Operacionalização

Identificação da informação e do conhecimento

Definição da informação e conhecimento relevante no Processo de Desenvolvimento- realizada com periodicidade anual- responsabilidade da DIDP, DIDMP e DQ

Captura (aquisição) da informação e do conhecimento

Rotinas e procedimentos definidos no PjDP (por ex: lista de características de engenharia, lista de características críticas, registo de eventos), registo de todos os ensaios realizados nos PjDP.

Codificação e arquivo (validação)

Construção do repositório do PIDP no GCED. Validação repositório GCED pelo Chefe de Projecto antes conclusão do PjDP, nomeadamente avaliação das lições aprendidas, garantindo a sua documentação, quando existirem.

Aplicação (utilização)

Introdução no PDP da actividade pesquisa na base GCED na fase de especificação de produto. Repositório de conhecimento relevante de ajuda no desenvolvimento.

Criação (socialização, internalização)

Estímulo à comunicação, formação de equipas multidisciplinares, novos actores no PDP, Reuniões DID-DC, Reuniões DID-DQ-DI, plataforma para gestão de projectos acessível em todas as empresas do grupo-Programa GCED.

Transferência para outras partes

Na figura 13 ilustra-se a modelação do Processo de Desenvolvimento antigo (PAQ) e a modelação do novo Processo de Desenvolvimento, assinalando-se neste último as alterações diretamente relacionadas com a GC (círculos azuis).

O Novo PDP introduziu um conjunto de alterações relativamente ao anterior que se sumarizam a seguir:

Entrada obrigatória de novos atores: Comercial e Industrial – aumentar a pluridisciplinaridade das equipas, condição necessária à criação de conhecimento (Nonaka e Takeuchi, 1995; Davenport e Prusak 1999). Proporcionar maior conhecimento do mercado e maior ligação ao cliente (Popadiuk e Choo, 2006).

Novas atividades:

Análise de factibilidade: esta atividade pretende ajustar, o melhor possível, os objetivos do desenvolvimento aos objetivos de mercado e aos recursos da própria empresa. Eppinger (2008), caracteriza esta fase como Planeamento de Produto, fase que antecede o Desenvolvimento de Produto.

No Planeamento do Produto a empresa deve avaliar o conjunto de projetos de desenvolvimento que tem em curso e os que estão nesta fase de planeamento (que ainda não arrancaram), e determinar aqueles que poderão seguir em frente. Para este escrutínio são pesados os fatores: importância estratégica do projeto de desenvolvimento, retorno esperado, tecnologias disponíveis, custo de desenvolvimento, tempo de desenvolvimento, orçamento disponível, apelando estes três últimos para os recursos humanos e financeiros que a empresa é capaz de disponibilizar.

Desta forma são avaliados aspectos essenciais para que o plano de desenvolvimento de produto do Grupo seja mais consistente, haja uma redução do número de projetos que arrancam, mas que depois são abandonados, esteja alinhado com a estratégia global da empresa, quer em termos de mercado quer em termos tecnológicos e ajustado com o plano de investimentos da empresa.

Atividade Especificação de Produto: verificava-se um distanciamento da equipa de projeto dos requisitos/targets relativos ao custo do produto, conduzindo por vezes ao desenvolvimento de soluções economicamente não viáveis (custo de matérias-primas ou produção elevados).

Por outro lado, a atenção da equipa (análise técnica) era canalizada quase exclusivamente para o protótipo* e, não se procedia a uma avaliação conveniente de toda a família representada naquele projeto de desenvolvimento ou de homologação, o que numa fase posterior levantava por vezes problemas; indefinições quanto à construção e fabrico, ocorrência de erros.

Introduziu-se a obrigatoriedade de uma revisão de projeto, no final da fase de Especificação de Produto, de forma a obrigar a equipa PD a verificar se as fases foram cumpridas e os objetivos satisfeitos: família de produtos analisada no seu todo, ponto de vista técnico (características, constituição, processo produtivo) e de custos. Considera-se esta alteração imprescindível para a Qualidade do próprio projeto, ou seja, para garantir o elevado grau de adequação dos resultados aos objetivos do Projeto.

*Os projetos de homologação/desenvolvimento visam na maior parte dos casos uma família de produtos e não apenas um determinado produto particular. Os protótipos associados a cada projeto são definidos pela equipa de projeto, ou podem também ser definidos pelo próprio cliente, ou entidade certificadora. A equipa, nestes casos, pode considerar necessário fazer mais protótipos (fabricos experimentais), para além dos exigidos.

Avaliação homologação: avaliação produção industrial e meios de ensaio – os trabalhos da equipa PD concluíam-se, de forma geral, verificada a conformidade do protótipo aos requisitos definidos. Os aspectos relacionados com a viabilidade da produção industrial saíam fora do âmbito do trabalho e só eram tratados já na fase de encomenda. Este aspecto criava muitos problemas quando se iniciava a produção industrial, atrasos na produção e custos acrescidos, aumento da taxa de erros por falta de preparação prévia de procedimentos e muitas vezes de formação específica necessária dar por

exemplo, aos operadores; a própria produção queixava-se frequentemente de só nesta fase ter contacto com estes novos produtos. A introdução desta atividade contempla a análise das questões envolvidas com a produção industrial; necessidade de introduzir alterações nos processos produtivos existentes, adaptação de máquinas, compra de equipamentos, formação operadores e eventualmente chefias, etc... Todos estes aspectos passam a ser analisados e são planificadas as ações de forma a garantir que o arranque da produção industrial se faz sem perturbações significativas. Esta atividade decorre sob a responsabilidade da Produção e DID Processo e também da Qualidade, para responder às mesmas questões mas do ponto de vista de Inspecção e Ensaio. As conclusões desta atividade devem constar de um relatório que deve ser submetido à Administração, tendo previamente a aprovação das Direções da Qualidade, Comercial e Industrial. Deste modo assegura-se que todas as partes têm conhecimento e coadunam dos resultados alcançados. Também pode não haver acordo, nestes casos caberá à Administração decidir o que fazer. O Projeto prossegue, a execução do plano traçado será da responsabilidade das entidades envolvidas e nos casos em que se justificar despoletará à abertura de um Projeto de Desenvolvimento de Processo.

Validação do repositório de Projeto – GCED - O Chefe de cada PD deve garantir que a nova metodologia foi acompanhada pelos registos necessários e que a informação é correcta. Deve promover a constituição das lições aprendidas e transferência de conhecimento para as outras áreas da empresa.

Estímulo à utilização do conhecimento no novo desenho do Processo de Desenvolvimento Este estímulo será induzido pelo responsável pela GC (Autora), pelos engenheiros do conhecimento nomeadamente o chefe da equipa de projeto. Introduziu-se também uma atividade obrigatória que é verificar o repositório GCED, procurando informação sobre projetos idênticos, ou outra informação relevante, por exemplo; resultados obtidos em ensaios realizados a uma matéria- prima que se vai utilizar na construção de um protótipo, ou rever lições aprendidas de processos produtivos idênticos.

Estímulo à criação de conhecimento no novo desenho do Processo de Desenvolvimento Este estímulo foi sustentado em dois vectores:

Fomento da participação de outras áreas da empresa e participação das várias empresas do Grupo: outras perspetivas, outros conhecimentos enriquecerão a discussão e geração de novo conhecimento.

Introdução de mais Revisões de Projeto:

A revisão de projeto é uma peça fundamental no PDP, constitui uma oportunidade de reflexão da equipa do PD. É onde se procede à análise da informação recolhida, se avaliam os resultados obtidos nas diversas atividades realizadas, se determinam correcções, alterações, optimizações, aspetos diretamente ligados com o projeto em causa, se avalia o curso do projeto, tarefas em atraso, custos efectuados, orçamento disponível, se refaz o planeamento.

Desta forma, a revisão de projeto é parte integrante da gestão de projeto, e do ciclo de aprendizagem da organização; proporciona uma oportunidade para identificar e reter o conhecimento e experiências dos membros da equipa de projeto. Este processo canaliza os esforços para a ação; Aprendizagem efectiva leva a ação efectiva (Rezania e Lingham, 2009). A revisão de projeto encoraja a equipa a refletir na própria ação e a produzir conhecimento dessa forma.

Este é também é o espírito do conceito da ISO 9001, em que se considera a importância das revisões de projeto em etapas apropriadas que se destinam a avaliar a aptidão dos resultados da concepção e desenvolvimento para ir ao encontro dos requisitos e para identificar quaisquer problemas e propor as ações necessárias.