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IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA CONSULTA DE

1. CANCRO DO COLO DO ÚTERO

1.4. IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA CONSULTA DE

conhecer, pesquisar e avaliar as evidências científicas que fundamentam esta temática por forma a aumentar os níveis de conhecimento dos profissionais de saúde, para que estes estabeleçam intervenções quer de promoção de comportamentos saudáveis, como de prevenção de fatores de risco suscetíveis de causarem as doenças, junto às suas clientes/famílias/comunidade.

Segundo Nuno Miranda et al. (2017, p. 4) “O Cancro tem uma importância cada vez maior em Portugal, mas o Serviço Nacional de Saúde tem sido capaz de responder ao aumento de necessidades dos nossos utentes”.

Tomar medidas de prevenção primordial é imperioso, logo incentivar a promoção de hábitos saudáveis e a prevenção de fatores de risco torna-se premente. De acordo com o Ministério da Ministério da Saúde (2018, p. 12) “A educação condiciona fortemente os comportamentos e estado de saúde, já que tem uma grande influência no acesso dos indivíduos à informação, na sua capacidade em beneficiar de novos conhecimentos e na adoção de comportamentos saudáveis”.

Posto isto a capacitação das mulheres jovens e adultas, para a tomada de decisão e para a adoção de estilos de vida mais saudáveis é fundamental para que se tornem mais competentes, mais confiantes e mais habilitadas a identificarem e evitarem possíveis fatores que contribuem para a origem do CCU, por outro lado ficam aptas a adotarem medidas preventivas cientificamente comprovadas.

Aumentando-lhes a literacia em saúde, também ganham um conjunto de competências cognitivas e sociais que se pretende determinem de forma favorável a motivação das clientes, a sua capacidade para aceder, compreender e utilizar a informação, bem como recorrer aos serviços de saúde de forma mais assertiva e mais esclarecida. Todos estes aspetos promovem a manutenção de uma boa saúde (Direção-Geral da Saúde, 2015, p. 22).

De acordo com Lopes, Gomes e Almada-Lobo (2018, p. 4)“os profissionais de enfermagem asseguram uma parte significativa da prestação de cuidados de saúde, e são, como tal uma peça fundamental”. No que se refere à importância dos cuidados por eles prestados, podem incluir-se intervenções que vão desde “o acompanhamento, educação, aconselhamento e promoção de boas práticas, assim como no que respeita à relevância dos enfermeiros especialistas para a gestão das doenças crónicas e para a melhoria dos resultados na saúde do cliente”.

Os enfermeiros intervêm de forma ativa em todos os níveis de prevenção referidos anteriormente, a sua intervenção é efetiva a nível da promoção de comportamentos saudáveis – prevenção primordial.

No que diz respeito à prevenção primária, os enfermeiros são intervenientes diretos e ativos no Programa Nacional de Vacinas sendo responsáveis pelas elevadas coberturas vacinais verificadas no nosso país. Segundo Subtil e Vieira (2011, p.168) “A vacinação é uma das principais atividades dos enfermeiros que trabalham em cuidados de saúde primários”.

Este momento pode ser aproveitado, pelo enfermeiro, como uma oportunidade de realizarem sessões de educação para a saúde dirigidas às clientes. “O consentimento esclarecido para a vacinação contra o HPV pode ser outra oportunidade de comunicação para educar os pais e as meninas sobre questões da saúde do adolescente ou prevenção do câncer do colo do útero” (Organização Mundial da Saúde, 2013, p. 4).

A nível da prevenção secundária o enfermeiro intervém diretamente na consulta de RCCU, facultando a informação necessária à compreensão e fundamentação de todos os procedimentos face ao mesmo e está integrado na equipa multidisciplinar que realiza a consulta de rastreio. No que diz respeito a este nível de prevenção da doença, tem como principal função a capacitação das clientes de forma a aumentar a sua literacia em saúde para que frequentem este rastreio conforme recomendações vigentes.

Segundo Barbosa (2015, p. 98):

“Identificou-se que o enfermeiro tem um papel importante no rastreamento do CCU, pois exerce uma ação educativa ao esclarecer às mulheres a necessidade do exame de Papanicolau e de práticas sexuais seguras para prevenção do câncer do colo uterino.”

O Código Deontológico do Enfermeiro, Artigo 101.º, inserido no Estatuto da OE republicado como anexo pela Lei n.º 156/2015 de 16 de setembro, define que o enfermeiro

tem dever para com a comunidade, sendo responsável para a com a mesma na promoção da saúde e na resposta às necessidades em cuidados de enfermagem de forma adequada, assumindo assim o dever de: “Conhecer as necessidades da população e da comunidade em que está profissionalmente inserido”; “Participar na orientação da comunidade na busca de soluções para os problemas de saúde detetados”; “Colaborar com outros profissionais em programas que respondam às necessidades da comunidade”.

Assim, poderá acrescentar-se que desde a prevenção ao tratamento os enfermeiros são considerados como conselheiros, educadores, advogados, gestores de caso e prestadores de cuidados, tal como é preconizado na Carta de Otawa (Organização Mundial de Saúde, 1986 p. 2).

Deve salientar-se que o enfermeiro ESMOG assume neste âmbito um conjunto de competências que lhe são específicas, de acordo com o Regulamento 127/2011 (in, D.R. 2.ª série nº 35, de 18 de Fevereiro de 2011) das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna, Obstetrícia e Ginecológica Ordem dos Enfermeiros (2010, p. 7 e 8), é o enfermeiro que apresenta mais competências técnicas e cientificas para realizar quer a consulta de RCCU como a promoção de hábitos que previnam o CCU.

A relação que o enfermeiro estabelece com a cliente é preponderante para esta aderir ao rastreio, ou seja ao estabelecer uma relação empática eficaz com a cliente cria um ambiente que favorece a confiança. Ao garantir esta parceria com a cliente, o enfermeiro está simultaneamente a zelar pelas regras mais básicas da convivência e a respeitar o cumprimento das normas deontológicas orientadoras em que se encontra consagradas, neste caso especifico, no Artigo 97.º, ponto 1 alínea, a) (Ordem dos Enfermeiros, 2015, p. 2).

No que concerne à problemática do CCU para além da extrema importância de Educação para a Saúde, o enfermeiro deve também implementar programas que incentivem ao rastreio, de modo a que esta vigilância precoce previna o desenvolvimento deste cancro, corroborando com Moutinho (2009, p. 1) “(…)a necessidade de melhorar a qualidade do serviço prestado à comunidade, garantindo a utilização adequada dos recursos existentes, obriga-nos a encontrar formas organizativas que acautelem o êxito deste programa”.

Digamos que o enfermeiro tem um importante papel na condução de apreciações comunitárias, fazendo parcerias com a própria comunidade, para a recolha e análise de dados,

desenvolvimento de diagnósticos comunitários e implementação de intervenções com base em evidências científicas.

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