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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.7. IMPOSTO SOBRE OPREÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE

MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÕES DE SERVIÇO DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO (ICMS)

Determinou a Constituição Federal de 1988 em seu art. 155, Inc. I, alínea b, ampliação do campo de incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Assim, segundo Fabretti, o ICMS passou a abranger, também, a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações (2014, p. 170).

2.7.1. Definição de ICMS

Segundo o art. 1º da Lei Complementar 87/1996 (Lei Kandir), onde:

Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

Para Oliveira et al (2011, p. 55), esse imposto é regulamentado, em suas normas gerais, pela Lei Complementar nº 87/1996 e pelos Convênios firmados entre os estados.

Cada estado possui uma regulamentação específica, devendo seguir os termos das normas gerais.

Segundo Fabretti “O ICMS é, por determinação constitucional, um imposto não cumulativo. Do imposto devido em cada operação será abatido o valor pago na operação anterior” (2014, p. 167). Assim, segundo a sua cumulatividade desse imposto, quando na operação de venda ou revenda poderá ser descontado o ICMS já pago no momento da compra dos produtos ou mercadorias – para daquele objeto de sua atividade –, afim de não acumular esse tributo sobre o consumidor final.

2.7.2. Fato Gerador do ICMS

O ICMS tem incidência de operação quando ocorrer sobre:

x a circulação de mercadorias, inclusive pelo fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;

x as prestações de serviço de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores e as prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive geração, a emissão, a recepção, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza, aplicando-se para ambos os casos quando o serviço tenha sido prestado ou tenha iniciado no exterior;

x o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios e as prestações de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios com fornecimento de mercadorias, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual;

x a entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo imobilizado do estabelecimento;

x a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificante e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente. (OLIVEIRA et al, 2011, p. 55).

Fabretti (2014, p. 170) complementa que, o ICMS incide também sobre as operações com energia elétrica, combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais, que antes da CF/88 estavam sujeitos apenas ao Imposto Único Federal. E pela Emenda Constitucional nº 3/1993, foram-se incluídos na incidência do ICMS os serviços de telecomunicações.

Em consequência, o ICMS corresponde a um tributo de múltiplas hipóteses de incidência e como consequência sua base de cálculo, alíquota, local da operação ou da prestação do serviço, são estabelecidos em lei estadual para o cálculo e a cobrança devido em cada operação ou prestação. (OLIVEIRA et al, 2011, p. 58)

2.7.3. Alíquotas do ICMS

Alíquota é o percentual estabelecido pelo fisco para ser aplicado sobre a base de cálculo (valor da operação) para definição do valor do imposto a ser recolhido. São divididas em internas, operações realizadas dentro do estado, ou externas, para operações realizadas fora do estado. (OLIVEIRA et al, 2011, p. 67)

Conforme Art. 26, Livro I do Decreto nº 37.699/1997 (RICMS-RS), as alíquotas do imposto nas operações com mercadorias e nas prestações de serviços, interestaduais, são:

I - 12% (doze por cento), quando o destinatário for contribuinte do imposto e estiver localizado nos Estados de MG, PR, RJ, SC e SP;

II - 7% (sete por cento), quando o destinatário for contribuinte do imposto e estiver localizado nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e no Estado do ES.

Visto que a tributação de ICMS versa pro tributação específica de cada Estado da Federação, a substituição tributária é formalizada entre eles, na forma de convênios conforme será visto a seguir.

2.7.4. Substituição Tributária

Segundo o art. 6º da Lei Complementar 87/1996 (Lei Kandir), onde:

Art. 6º Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário a qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que assumirá a condição de substituto tributário.

§ 1º A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente sobre uma ou mais operações ou prestações, sejam antecedentes, concomitantes ou subsequentes, inclusive ao valor decorrente da diferença entre alíquotas interna e interestadual nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, que seja contribuinte do imposto. § 2o A atribuição de responsabilidade dar-se-á em relação a mercadorias, bens ou serviços previstos em lei de cada Estado.

Art. 7º Para efeito de exigência do imposto por substituição tributária, inclui-se, também, como fato gerador do imposto, a entrada de mercadoria ou bem no estabelecimento do adquirente ou em outro por ele indicado.

Isso significa que a legislação atribui, a determinado contribuinte que integra uma determinada cadeia de produção e circulação de bens e serviços, a obrigação de recolher o ICMS devido pelo próximo contribuinte (operação subsequente), ou pelo anterior (operação antecedente), ou por ambos (operações concomitantes). Dessa forma, a lei estabeleceu a figura do contribuinte substituto e da contribuinte substituído. (FABRETTI, 2014, p. 173)

Oliveira et al apresentam o conceito de substituto “é o contribuinte responsável pela retenção e recolhimento do imposto” e também o conceito de substituído “é aquele que promove as operações antecedentes ou subsequentes, com as mercadorias que estão sujeitas ao regime de substituição tributária”. (2011, p. 73)

Nas operações interestaduais, o regime de substituição tributária é regulado por Convênios entre os Estados. Mas um dos principais problemas que envolvem a questão da substituição tributária é na não ocorrência do fato gerador presumido, pois o contribuinte substituído pode estar sujeito a algumas circunstâncias em que a venda não se realiza: deterioração em estoque, evaporação de líquidos estocados (combustíveis), vencimento de prazo de validade, ocorrência nos estoque que promovem a destruição da mercadoria, tais como incêndios ou inundações. (FABRETTI, 2014, p. 175)