FINANCEIRAS CONSOLIDADAS E NOTAS ANEXAS
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
10. IMPOSTOS CORRENTES E DIFERIDOS
De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante um período de quatro anos (cinco anos para a Segurança Social), excepto quando tenham ocorrido prejuízos fiscais, tenham sido concedidos benefícios fiscais, ou estejam em curso inspecções, reclamações ou impugnações, casos estes em que, dependendo das circunstâncias, os prazos são alargados ou suspensos. Deste modo, as declarações fiscais das empresas do Grupo Cofina dos anos de 2012 a 2015 poderão vir ainda a ser sujeitas a revisão.
O Conselho de Administração da Empresa entende que eventuais correcções resultantes de revisões/inspecções por parte das autoridades fiscais àquelas declarações de impostos não terão um efeito significativo nas demonstrações financeiras consolidadas em 31 de Dezembro de 2015 e 2014.
A Cofina encabeça um grupo de empresas (Grupo Cofina) que são tributadas de acordo com o Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades (“RETGS”).
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O movimento ocorrido nos activos por impostos diferidos nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014 foi como segue:
Activos por impostos diferidos
2015 2014
Saldo inicial 2.578.268 4.697.703
Efeitos na demonstração dos resultados:
Aumento/(Utilização) de prejuízos fiscais reportáveis (825.990) 1.180.494 Aumento/(Redução) de provisões não aceites para efeitos fiscais (31.723) (603.988) Efeito fiscal dos ajustamentos de conversão - (2.581.334) Efeito de alteração da taxa de imposto - (24.684) Diferenças temporárias nos activos entre a sua base contabilística e fiscal (777)
Crédito fiscal ao investimento (146.063) -
Efeitos em capitais próprios:
Justo valor de instrumentos derivados - (89.923)
Saldo final 1.573.715 2.578.268
Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014 não existem situações geradoras de passivos por impostos diferidos. O detalhe dos activos por impostos diferidos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, de acordo com as diferenças temporárias que os geraram, é como segue:
31.12.2015 31.12.2014 Diferenças temporárias nos activos entre a sua base contabilística e fiscal - 777 Provisões e perdas por imparidade de activos não aceites fiscalmente 252.148 283.871 Prejuízos fiscais reportáveis 1.321.567 2.147.557
Créditos fiscais - 146.063
1.573.715 2.578.268
No exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, decorrente de alterações ao nível da legislação fiscal, foram reconhecidos activos por impostos diferidos relativos à valorização dos instrumentos financeiros reconhecidos pelo justo valor através de resultados, cujo impacto passou a concorrer para a formação do lucro tributável em determinadas situações. Estes valores poderiam ser reconhecidos numa base linear e contínua durante 5 anos (até 31 de Dezembro de 2014) sendo que o valor implicitamente utilizado no exercício findo em 31 de Dezembro de 2014 ascendeu a 2.581.334 Euros.
Durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2013, a Empresa interpôs junto do Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD) uma acção no sentido de lhe ser reconhecido o direito à integral dedução, para efeitos fiscais, das perdas de justo valor apuradas relativas a instrumentos financeiros ao justo valor através de resultados. A decisão foi favorável à Empresa o que levou ao reconhecimento de activos por impostos diferidos superiores aos inicialmente considerados, tendo originado os seguintes efeitos, os quais foram integralmente utilizados em 31 de Dezembro de 2014:
Efeito fiscal dos ajustamentos de conversão
Saldo em 31.12.2012 3.085.659
Aumento por via de decisão do CAAD 2.525.938
Utilização em 2013 (2.805.799)
Efeito de alteração de taxa de imposto (224.464)
Saldo em 31.12.2013 2.581.334
Utilização em 2014 (2.581.334)
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De acordo com as declarações fiscais das empresas que registam activos por impostos diferidos relativos a prejuízos fiscais, em 31 de Dezembro de 2015, os mesmos eram reportáveis como segue:
Prejuízo Data limite fiscal de utilização
Gerados em 2013 647.824 2018
Gerados em 2014 5.645.348 2026
6.293.171 Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento
Os créditos fiscais apurados em exercícios anteriores diziam respeito ao Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI) e poderiam ser utilizados até 2018.
No âmbito da aprovação de um crédito fiscal extraordinário ao investimento pelo Decreto-Lei 29/2013 de 16 de Julho, o Grupo beneficiou de um crédito fiscal correspondente a uma dedução à colecta de IRC no montante de 20% das despesas de investimento em activos afectos à exploração efectuadas entre 1 de Junho de 2013 e 31 de Dezembro de 2013. A dedução efectuada na liquidação de IRC do exercício de 2013, até à concorrência de 70% da colecta deste imposto, ascendeu a 146.063 Euros, tendo sido integralmente utilizada no exercício de 2015.
Impostos correntes
Os impostos sobre o rendimento reconhecidos na demonstração dos resultados durante os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014 são detalhados como segue:
31.12.2015 31.12.2014
Imposto corrente 2.311.410 1.614.451
Estimativa de imposto do exercício 1.432.978 1.414.119
(Excesso)/Insuficiência de estimativa de imposto de exercícios anteriores (221.568) (135.234) Restituição de impostos indevidamente liquidados em exercícios anteriores - (1.514.434)
Provisão para processos fiscais (Nota 21) 1.100.000 1.850.000
Imposto diferido 1.004.553 2.029.512
Efeito fiscal dos ajustamentos de conversão - 2.581.334
Provisões e perdas por imparidade de activos não aceites fiscalmente 31.723 628.672 Constituição/reversão de AID por prejuízos fiscais reportáveis 825.990 (1.180.494)
Crédito fiscal ao investimento 146.063 -
Diferenças temporárias nos activos entre a sua base contabilística e fiscal 777 -
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A reconciliação do resultado antes de imposto para o imposto dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, é como segue:
31.12.2015 31.12.2014
Resultado antes de impostos 8.377.189 9.892.340
Taxa de imposto (incluindo taxa máxima de derrama) 22,50% 24,50% 1.884.868 2.423.623
Restituição de impostos - (1.514.434)
Correcção das estimativas de imposto de exercícios anteriores (221.568) (135.234) Provisão para processos fiscais (Nota 21) 1.100.000 1.850.000
Derrama estadual 147.330 290.422
Tributação autónoma 244.655 381.766
Efeito de alteração de taxa - 24.684
Aplicação do Método de equivalência patrimonial (6.126) (118.151) Reversão de activos por impostos diferidos - 402.071
Outros efeitos 166.804 39.216
Imposto sobre o rendimento 3.315.963 3.643.963
Em 31 de Dezembro de 2015, mantinham-se em aberto divergências com a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) na sequência de uma inspecção em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, cujo montante questionado pelas autoridades fiscais ascende a, aproximadamente, 20.200.000 Euros. No âmbito da adesão ao Regime Excepcional de Regularização de Dívidas Fiscais e à Segurança Social aprovado pelo Decreto-Lei n.º 151-A/2013, de 31 de Outubro (“RERD”) o Grupo liquidou voluntariamente, no exercício findo em 31 de Dezembro de 2013, um montante de 2.000.000 Euros com a correspondente dispensa de juros de mora, juros compensatórios e custas do processo de execução fiscal. Ao abrigo daquele mesmo regime, o Grupo solicitou à Administração Tributária a compensação de parte das quantias exequendas relativas àquela inspecção com créditos que o Grupo detinha sobre a AT (relacionados com reclamações graciosas e impugnações judiciais em sede de IRC), tendo obtido no decurso do exercício findo em 31 de Dezembro de 2014, o deferimento daquele pedido num montante de, aproximadamente, 5.700.000 Euros. Consequentemente, o valor da contingência em aberto relativamente a este processo ascende, em 31 de Dezembro de 2015, a aproximadamente 12.500.000 Euros.
Para fazer face a estas divergências encontram-se constituídas provisões (Nota 21), que correspondem à melhor estimativa do Conselho de Administração, suportado pelos seus consultores legais e fiscais, dos impactos que poderão vir a surgir do desfecho dos processos actualmente em curso.