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Inácio Pinto Cardoso, com quem se continua.

CADERNOS BARÃO DE ARÊDE

AMARAES &

6.1. Inácio Pinto Cardoso, com quem se continua.

5. GUILHERME PINTO CARDOSO DA FONSECA, nasceu por volta de 1830 em

Cinfães, provavelmente em Tarouquela onde o seu pai deve ter casado dado que aí nasceu o seu filho António como se regista na carta de legitimação de seu filho Inácio, e nem o assento de casamento do pai do biografado nem o seu assento de baptismo estão registados na paróquia de São Cristóvão de Nogueira, e foi baptizado em período em que faltam os registos paroquiais dessa freguesia de Tarouquela, pelo que a sua filiação é sustentada no teor da carta de legitimação de seu neto que refere o biografado como filho primogénito e herdeiro do anterior e morador na sua Casa da Quinta de Vila Nova. De acordo com a referida carta de legitimação casou com Ana

Portocarrero, filha de Pedro Portocarreiro e mulher Teresa Pereira, de quem se

desconhecem dados biográficos acrescidos, e foi seu filho conhecido: 5.1. António Pinto Cardoso, com quem se continua.

6. ANTÓNIO PINTO CARDOSO, nasceu por volta de 1860 em Cinfães, Tarouquela,

conforme se regista na carta de legitimação de seu filho Inácio, e foi baptizado em período em que faltam os registos paroquais dessa freguesia, pelo que a sua filiação é sustentada no teor da referida carta de legitimação, dada pelo Rei D. Carlos e datada de 29.10.1891, legitimação que o biografado, e conforme a mesma carta, havia registado por instrumento público lavrado a 27.8.1891 nas notas do tabelião do concelho de Santa Marta, António da Silva Vieira9. Teve um filho natural de Carolina

Maria de Jesus que também usou o nome Maria Leite, conforme se regista no

bilhete de identidade de seu filho, sendo que há partida nada parece justificar esse apelido, solteira, jornaleira, aí nascida e moradora no lugar da Torre, filha de António Ribeiro, aí falecido no lugar da Torre a 8.5.1882 com 60 anos de idade, deixando duas filhas, e mulher Joaquina Maria de Jesus [Leite?], aí falecida no lugar da Torre a 9.2.1887 com 70 anos de idade, da freguesia de Bairos, bispado do Porto [por certo Bairros no termo de Castelo de Paiva]; neta paterna de Joaquim Ribeiro e mulher Rita Maria, moleiros, ele de São Cristóvão de Nogueira e ela de Marco de Canaveses, Vila Boa do Bispo; e neta materna de Manuel Vieira e mulher Maria Moreira. Carolina Maria de Jesus foi ainda mãe de outra criança, de nome Olinda, filha do biografado ou de outro pai, que nasceu na Torre, foi baptizada a 26.5.1886 em Tarouquela como filha de pai incógnito, e morreu a 11.8.1887 na Torre.

6.1. Inácio Pinto Cardoso, com quem se continua.

9 Certidão de teor datada de 20.1.1900 e tresladada da referida carta de legitimação pelo punho de Albano

Alfredo de Almeida Caldeira, então oficial diplomático e depois conservador da Torre do Tombo, e selada e assinada pelo então director da Torre do Tombo José Manuel da Costa Basto, está hoje na posse de Nuno Miguel de Pinto Leite Soeiro e Cardoso, que dela me cedeu uma cópia, na qual se regista que foi extraída do original arquivado na Torre do Tombo, e conforme a mesma serviu na Chancelaria-Mor da Corte

e Reino, “Registo de Legitimações e Perdões na Repartição Competente”. Entenda-se como Chancelaria dos registos

da Corte e não o fundo existente na Torre do Tombo com a designação de Chancelaria-Mor da Corte e

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7. INÁCIO PINTO CARDOSO, nasceu no lugar da Torre, no termo de Cinfães,

Tarouquela, onde foi baptizado a 10.6.1889 como filho natural de Carolina de Jesus e de pai incógnito, sendo seus padrinhos Inácio Pinto da Fonseca, casado e proprietário, que não assinou o assento por não saber escrever, e Ana Vieira dos Santos, igualmente casada e proprietária, e morreu a 26.4.1966 em Cinfães. Conforme o mesmo instrumento acima referido, foi legitimado por seu pai para dele ser herdeiro, por carta do Rei D. Carlos de 29.10.1900, carta de legitimação que regista também o local e data do seu nascimento e baptismo, coincidentes com o registado no seu assento de baptismo, no qual constam os nomes da sua mãe e avós maternos, e também coincidente com o local e data de nascimento registados no seu bilhete de identidade. Por qualquer motivo que se desconhece no seu casamento declarou ser filho de pai incógnito quando a dita carta de legitimação data de 19 anos antes do seu casamento, e registou o seu filho Antero (desconheço os registos dos outros filhos) como neto de avô paterno incógnito. É difícil entender qual a razão para tal: apresentação nesses actos do seu assento de baptismo onde estava assim registado? Desentendimentos entre pai e filho magoado pela sua condição de filho natural legitimado e a rejeição de sua mãe por parte do pai ou por qualquer outro motivo? Quem sabe...? Aparentemente, e ao que foi possível apurar, não terá sido pessoa de muito fácil trato, e o relacionamento com o seu filho Antero biografado adiante, também não foi o mais próximo. Sabemos pelo teor da sua carta de legitimação que com 15 meses de idade o seu pai o levou para sua casa para o criar, mas o que parece claro é que à data do seu casamento vivia afastado do pai e ainda não tinha posses sendo então referido como

gigueiro (condutor de gigues? – carros de duas rodas puxados por cavalos). E apenas

mais tarde aparece referido como proprietário e lavrador, que foi, no concelho de Cinfães onde herdou de seu pai e provavelmente onde também adquiriu terras mercê da sua estadia no Brasil, no Maranhão. Mas é claramente um personagem especialista em baralhar as contas. Quaisquer que tenham sido as razões, parece ter renegado a sua filiação paterna durante grande parte da sua vida embora tenha sempre usado o apelido do pai. Se não há dúvida que a carta de legitimação a ele se dirige, como confirmam o local, especificamente referido como Torre na freguesia de Tarouquela, e as suas datas de nascimento e de baptismo, aí registadas bem como no seu assento de baptismo, data e local de nascimento também registados no seu bilhete de identidade, certo é que nunca usou a sua filiação paterna excepto no seu bilhete de identidade emitido a 9.1.1941 onde se regista correctamente como filho de António Pinto Cardoso, biografado no 6. Mas como se não chegasse, o seu bilhete de identidade regista o nome de sua mãe como Maria Leite sem aparentemente se entender donde lhe viria esse apelido conhecidos que são os nomes dos seus avós quer paternos quer maternos, a qual é sempre referida nos restantes documentos como Carolina de Jesus ou Carolina Maria de Jesus. Erro no preenchimento dos dados pelo funcionário do arquivo de identidade? Só isso se pode entender porque naturalmente para a emissão de um bilhete de identidade nesses anos 40 do século passado por certo era

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obrigatória a apresentação da certidão de baptismo e ela é clara quanto à sua filiação materna e tira-nos as dúvidas quanto ao facto de ter sido apresentada a carta de legitimação. Ou será que o funcionário do arquivo aceitou apenas as suas declarações eventualmente na presença de testemunhas? Outras hipóteses são difíceis de imaginar. Se foi engano então porque é que terá usado mesmo assim o seu bilhete de identidade? E se foi ele quem declarou propositadamente o nome da mãe? Será que também se zangou com ela? Que a sua mãe fosse conhecida como Maria, entende-se, o apelido ainda não. É um facto que poderia ter usado esse apelido por algum dos seus bisavós, mas esse situação não foi por mim devidamente investigada. É mais uma questão que fica para já sem resposta.

PT/ADVIS (Arquivo Distrital de Viseu)/PRQ/CNF/Tarouquela, B.1889 – Assento de baptismo de Inácio Pinto Cardoso biografado no 7, como filho de pai incógnito, lavrado a 11.12.1962 como reforma do original que estava lavrado no edifício das repartições públicas do concelho de Cinfães destruído por um incêndio. O mesmo assento em original, mas sem os averbamentos, encontra-se também em PT/ADML/PRQ/CNF/Tarouquela, B-1889.

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Certidão de teor datada de 20.1.1900 da carta de legitimação de Inácio Pinto Cardoso concedida pelo Rei D. Carlos a 29.10.1891, que refere ter sido extraída do original arquivado na Torre do Tombo e que «serviu na Chancelaria-Mor da Corte e Reino “Registo de Legitimações e Perdões na Repartição Competente”», tresladada pelo punho de Albano Alfredo de Almeida Caldeira, então oficial diplomático e depois conservador da Torre do Tombo, e selada com o selo Real e assinada pelo então director da Torre do Tombo José Manuel da Costa Basto, actualmente propriedade de Nuno Miguel de Pinto Leite Soeiro e Cardoso, bisneto do legitimado. A mesma carta informa a ascendência por varonia do legitimado até seu tetravô António Pinto da Fonseca biografado no 2, a qual, e em conformidade, aqui se regista. Dela consta que seu pai: «[...] tendo por isso sumo desejo de que o dito filho lhe sucedesse em todos os seus bens que de presente possuía e pelo tempo futuro lhe pertencerem a elle supplicante de Prazos essenciarios ou moveis e dinheiros e direitos e açoens que a elle supplicante lhe pertenção ou pertencerião ao dito filho e gosar de Nobreza por seus Pais e Avos e herde seus Bens E como não podia herdar sem a minha comcepção e Real autoridade Me pedia lhe fizesse a Graça de haver por firme e valiosa Carta para que lhe sucedesse a elle supplicante em todos os seus bens mandando-lhe passar Carta… e outro sim quero que por esta Legitimação haja o dito Ignacio Pinto Cardoso a Nobreza e privilégios delle que por Direito comum Leis Ordenaçoins e uzos deste Reino haver; [...]». Na falta dos livros de registos paroquiais de Cinfães, Tarouquela, C-1736-1859 e B- 1797-1859, de onde é natural o pai do biografado conforme se regista na presente carta de legitimação, a genealogia do pai e avô do biografado foi extraída da mesma.

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Bilhete de identidade do biografado Inácio Pinto Cardoso emitido a 9.1.1941 onde o seu pai, António Pinto Cardoso, biografado no 6 está devidamente identificado, e em acordo com a carta de legitimação do biografado, documentando-se assim inequivocamente a sua filiação

Casou a 21.11.1910 em Tarouquela com Rita Alves, aí nascida no lugar de Pinheiro, baptizada a 24.6.1891 sendo padrinhos José Vieira de Andrade e Rita Alves, solteiros e tios maternos da baptizada, e falecida a 12.10.1964; filha de Jacinto Cardoso e mulher Emília Alves, ambos jornaleiros e moradores no lugar de Pinheiro; neta paterna de António Cardoso, aí falecido a 10.8.1903 com 75 anos de idade, e mulher Josefa Soares, lavradores, aí falecida viúva a 14.3.1908 com 74 anos de idade e aí casados a 25.2.1861; e neta materna de Jerónimo Vieira de Andrade e mulher Maria Alves. Foi

seu filho de entre outros: