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A Família e os Serviços Comunitários da Área Educacional

2. despertar na criança a necessidade de se expressar, de se comunicar, partindo do

3.4. A Independência do Filho Surdo

Compete à família cooperar para independência do filho adulto nas áreas econômica e social.

Independência Econômico-Financeira:

É importante que o surdo adulto adquira a sua independência econômica e sinta-se produtivo dentro da comunidade .

Para tanto sugere-se que a escola, sempre com a participação dos pais, busque parceria junto aos serviços que a comunidade dispõe, como por exemplo Escola Técnica Federal, SESC, SESI, SENAI, SENAC, para a profissionalização dos seus filhos.

O encaminhamento para o mercado de trabalho deverá ter, inicialmente, um caráter de orientação, informando o aluno sobre a legislação, os documentos necessários, hábitos e atitudes frente à situação de trabalho, as opções profissionais, profissões e funções existentes e sobre as normas que regem o mundo do trabalho.

O surdo adulto ainda encontra dificuldades em ser aceito no mercado de trabalho, uma vez que suas reais potencialidades ainda não são reconhecidas por falta de informações e pelo preconceito relativo aos portadores de deficiência.

Face a essas dificuldades, a integração do surdo no mercado de trabalho deverá ser uma preocupação de família, da escola e do próprio interessado.

É importante que os pais tenham uma participação efetiva no processo de inclusão de seu filho no mercado de trabalho.

A esse respeito uma profissionalização proporcional ao seu nível de escolarização pode ser considerada a meta a ser alcançada com vistas à independência do surdo. A escola deverá desenvolver ações que possibilitem a integração do deficiente auditivo no mercado de trabalho. Essas ações envolvem a implantação de serviços de esclarecimento junto a empresas sobre as verdadeiras capacidades do portador de deficiência auditiva e serviços de apoio para conscientizá-lo a respeito de seus direitos e deveres trabalhistas.

São as atitudes da família, da escola e da comunidade que vão levar o surdo a desenvolver sua auto-estima e a escolher o seu modelo de vida.

Independência Social

O adequado seria o surdo adulto sentir-se identificado com a comunidade surda, bem como sentir-se integrado na comunidade ouvinte. Para tanto, é fundamental o papel da família no processo de

interação e integração de seu filho. As seguintes situações podem ser encontradas;

a) Pais ouvintes x filhos surdos

De modo geral, todas as orientações contidas nesta unidade visam ajudar os pais ouvintes que têm filhos surdos.

b) Pais surdos x filhos surdos

Verifica-se que a etiologia da surdez de um casal que gera filhos também surdos, em geral, é congênita por consangüinidade e genética (herança de gens de ante-passados distantes).

É importante que, antes de os surdos decidirem a se casar ou mesmo já casados decidirem a ter filhos, sejam orientados a fazerem um estudo genético, para que possam ter conhecimento do risco de gerarem um bebê com surdez.

A melhor maneira é informar a esses pais, de modo bem esclarecedor, sobre como será difícil a educação de um filho cujas dificuldades serão iguais ou até maiores do que as que eles tiveram e ainda têm.

A grande maioria dos pais surdos, que geram filhos surdos, usam a língua de

sinais, comunicação gestual associada a uma precária comunicação oral e/ou escrita. A partir desta constatação, algumas atitudes por parte dos ouvintes que convivem com o casal surdo apresentam resultados positivos, como por exemplo proporcionar:

 orientação sexual;

 cursos para noivos e pais surdos com especialistas, médicos geneticistas, psicólogos, fonoaudiólogos, orientadores educacionais;

 palestras sobre genética, causas da surdez, com material visual bem objetivo, utilizando língua de sinais, comunicação escrita, etc;

 encontros com profissionais de saúde e educação especial, visando mostrar alternativas para se educar o filho surdo e os avanços científicos atualmente usados, tais como os aparelhos de amplificação sonora individual (A.A.S.I.) e o implante coclear (I.C.);

 debates com pessoas surdas que já enfrentam a difícil tarefa de educar filhos com surdez;

 campanhas educativas nos postos de saúde, escolas, associações de pais e associações de surdos.

Há uma enorme dificuldade de comunicação entre a pessoa surda e a pessoa ouvinte, o que acarreta relações inadequadas e conclusões errôneas sobre surdez. É necessário criar estratégias para minimizar a barreira da comunicação entre surdos e ouvintes. Os conflitos ocorrem porque:

 nem os surdos compreendem os ouvintes, ou os compreendem mal;

 nem os ouvintes compreendem os surdos, ou os compreendem mal;

De modo geral, há pais surdos com filhos ouvintes quando a surdez de um dos cônjuges é adquirida por vírus (meningite, por exemplo) ou por medicação ototóxica na primeira infância.

É fundamental que o casal de surdos se submeta a um estudo genético para averiguar quais as chances de que seus filhos nasçam surdos ou ouvintes.

A relação do casal surdo com suas famílias, em geral, é inadequada, é conflitiva, pois ficam irritados ao perceberem que não vêem com tranqüilidade o casamento deles.

Os motivos da família podem ser: ..a superproteção;

..o medo de nascer um outro parente com surdez ou com outros comprometimentos;

..a descrença de que o casal surdo seja capaz de viver só e independente; ..o medo de que o casal surdo não tenha capacidade para educar seus próprios filhos.

Algumas estratégias, por parte das famílias ouvintes para com os casais surdos, apresentam resultados positivos, quais sejam:

 melhorar a comunicação, e com ela a relação entre ouvintes e surdos;

 fazer visitas freqüentes para demonstrar disponibilidade;

 buscar conhecer outros casais surdos para trocar conhecimentos;

 ajudar só quando houver solicitação por parte do casal;

 respeitar o casal e a forma de como vivem e educam os filhos;

 participar de encontros que ajudam a enriquecer e ampliar as formas de comunicação com os surdos;

 demonstrar interesse pelo casal;

 articular campanhas nos meios de comunicação para esclarecer à sociedade sobre a surdez.

É preciso acreditar no potencial do surdo, dando-lhe condições para demonstrar sua competência e oportunidades para que adquira conhecimentos e desenvolva-se como pessoa.

Com o apoio da família, o surdo adulto conquista sua independência socioemocional a partir do momento em que ele adquire autoconfiança e auto-suficiência. Para tanto ele procura aliar-se a grupos que possuem características semelhantes às suas, tal como uma associação de surdos.

Os Serviços Comunitários da Área Social