• Nenhum resultado encontrado

Gráfico 9 – Percentual de Cancelamento

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

17Segundo as informações obtidas das Notas Explicativas no Balanço Geral de 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018, o estoque atualizado Dívida Ativa, não apresenta a dedução da provisão para perda, em virtude da Procuradoria Geral do Estado (PGE), ainda não ter definido parâmetro específico para sua implantação, bem como os registros de atualização monetária, juros, multas e outros encargos.

Analisando a gestão da Dívida Ativa do Estado, por meio dos Gráficos 8 e 9, é possível inferir que o Estado melhorou a Gestão da sua Dívida Ativa nos exercícios de 2014, 2015 e 2018 e obteve pioras nos exercícios de 2016 e 2017.

Em 2014, houve arrecadação da Dívida e não teve nenhum cancelamento da mesma. Representando uma melhora na Gestão da Dívida Ativa.

Em 2015, houve arrecadação da Dívida Ativa maior que a arrecadação do exercício anterior, bem como, também não se registrou nenhum cancelamento da Dívida, representando uma melhora na Gestão da Dívida Ativa.

Em 2016, a arrecadação foi maior que a de 2015, porém, foi registrado um nível de cancelamento elevado, se comparado com o exercício anterior que apresentou nível de cancelamento zero (0%). Isso demonstra uma piora na Gestão da Dívida Ativa do Estado.

Em 2017, houve uma redução no cancelamento da Dívida, porém, em contrapartida, houve uma redução na arrecadação da Dívida, se comparada com a arrecadação do exercício anterior. Demonstrando, assim, uma piora na gestão da Dívida Ativa do Estado.

No exercício de 2018, houve um aumento de 0,43% na Arrecadação e, uma redução de 1,37% no Cancelamento da Dívida Ativa do Estado. Isso demonstra que houve um esforço na parte do gestor, em melhorar gestão da Dívida Ativa.

Apesar dos esforços observados através dos dados apresentados nesses gráficos, vale destacar o seguinte: o Estado precisa melhorar continuamente a gestão da Dívida Ativa, no sentindo de adotar políticas que visem a redução no cancelamento da Dívida Ativa em percentuais próximos de zero (0), ou até mesmo, chegando a zero. Bem como, o aumento na Arrecadação da Dívida Ativa em 50% ou em 100% do valor previsto.

4.6 MEDIDAS PARA MELHORAR A GESTÃO DA DÍVIDA ATIVA DO ESTADO

A fim de melhorar a gestão da Dívida Ativa do Estado, foram publicadas duas Leis. Uma no ano de 2015 e outra no ano de 2018.

O Art. 1º da Lei nº 9.964, de 27 de julho de 2015, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE Nº 13.487), em 28/07/2015, que altera o art. 65 da Lei Estadual n.º 6.968, de 30 de dezembro de 1996, disciplina sobre a redução da multa para o contribuinteque quitar integralmente o débito, constituído por imposto e por multa.

A redução será de: 60%, caso o débito seja pago em até (5) cinco dias, 60%, se odébito for pago no prazo mínimo de (6) seis ou máximo de até (30) trinta dias, 50%, caso o pagamento do débito ocorra antes do julgamento do processo administrativo fiscal em Primeira Instância, 40%, se o pagamento do débito ocorrer em (30) trinta dias, 30% trinta por cento, se o pagamento ocorrer antes de iniciada à cobrança judicial do débito, mediante a apresentação, em juízo, da petição inicial, com os requisitos enumerados pelo art. 6º, incisos I a III e §§ 1º a 4º, da Lei n.º 6.830, de 22 de setembro1980”.

A Lei nº 10.341, de 23 de março de 2018, concede remissão parcial dos créditos tributários relativos às transferências interestaduais com produtos derivados de petróleo não alcançados pela imunidade disposta no art. 155, § 2º, X, “b”, da Constituição Federal de 5 de outubro de 1988, na hipótese e condições que indica para quem quitar integralmente a parcela remanescente dos créditos de que trata o art. 1º desta Lei, até a data prevista no Convênio ICMS 14/18, de 27 de fevereiro de 2018; e para quem desistisse dos processos administrativos ou judiciais nos quais estivessem envolvidos.

Conforme observado, as duas Leis que foram publicadas pelo Governo cujo objetivo visava melhorar o nível de recuperação da Dívida Ativa, de fato, causaram impacto positivo nas Receitas Próprias do Estado, uma vez que foram constatados excessos de Arrecadação da Dívida nos anos de 2015 e 2018, apesar de esses aumentos de Arrecadação não estarem próximos do nível considerado ideal (50% ou 100%).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão da Dívida Ativa no Estado é realizada pela Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Norte – PGE/RN, por meio da Procuradoria da Dívida. O processo se inicia com a negociação entre a Secretaria de Estado da Tributação do Rio Grande do Norte – SET/RN e o contribuinte. Ela mantém o cadastro de contribuintes contendo todos os dados necessários ao exercício das atividades de fiscalização, previsão de receitas e planejamento tributário do Estado.

Orienta os contribuintes sobre a aplicação e a interpretação da legislação tributária, informa à população os valores de taxas, contribuições, multas, licenças, alvarás e certidões. Cria mecanismos de articulação permanente com os setores econômicos do Estado, visando debater a regulamentação e aplicação da política tributária, o endividamento fiscal das empresas e a negociação de alternativas para o equacionamento desses débitos fiscais.

Foram feitas as análises sobre a Gestão da Dívida Ativa Estadual no Rio Grande do Norte no período de 2014 a 2018, cujos resultados apontam para uma melhoria na Gestão da Dívida Ativa do Estado.

Foi pesquisado o Fluxograma da Dívida Ativa do Estado no portal eletrônico do governo estadual, porém, foi encontrado apenas a Lei Complementar nº 240, de 27 de junho de 2002, que atribui competência à Procuradoria Geral do Estado, de apurar a liquidez e certeza do crédito tributário e não tributário, inscrever, controlar e executar, com exclusividade, a dívida ativa do Estado.

Foram identificados os valores de Estoque Inicial da Dívida Ativa Tributária e Não Tributária, de novas inscrições, da Baixa da Dívida Ativa pela Arrecadação e Pela Prescrição ou Remissão, de Saldo Final em Estoque da Dívida Ativa dos cinco exercícios analisados.

Não foi possível verificar a estrutura administrativa de cobrança e controle de Arrecadação da Dívida Ativa Estadual, pelo fato de não existirem informações a respeito, tanto no sito eletrônico da Procuradoria Geral do Estado quanto no da Dívida Ativa do Estado. Porém, foram encontradas informações no sitio eletrônico da Secretaria da Tributação do Estado sobre os procedimentos que antecedem a fase de Inscrição da Dívida Ativa.

A Secretaria da Tributação, após observar que o Contribuinte cumpriu com todos os requisitos, de imediato realiza o Pré-Parcelamento de débitos de ICMS, IPVA, homologa o parcelamento de débitos de ICMS por assinatura digital do contribuinte e do IPVA, de forma presencial, em até 24h. O serviço é realizado pela internet, por meio da ferramenta UVT – Unidade Virtual da Tributação. Depois de esgotado todas as possibilidades de negociação

com o contribuinte, a Secretaria informa e encaminha à Procuradoria da Dívida Ativa, para inscrição de Dívida Ativa, Parcelamentos de débitos de ICMS, IPVA e ICTD inadimplentes.

A Procuradoria da Dívida Ativa recebe as informações, emite o Termo de Inscrição de Dívida Ativa e a Certidão da Dívida Ativa. Com esses documentos prontos, o órgão intima o Devedor.

Foram avaliados os níveis de Recuperação e de Cancelamento da Dívida Ativa do Estado durante os cinco exercícios, cujos resultados foram: níveis de Recuperação da Dívida Ativa (0,42%, 0,45%,0,43%, 0,36%, 0,43% ) para os anos de 2014,2015,2016,2017 e 2018, e níveis de Cancelamento da Dívida Ativa (0,00%, 0,00%,1,76%, 1,65%, 1,37% ) para os anos de 2014,2015,2016,2017 e 2018.

Os estudos realizados apontam como principais causas do baixo nível de Arrecadação da Dívida Ativa do Estado, as seguintes: a cobrança da Dívida não é realizada por via Banco, a maior parte da Dívida é concentrada em um pequeno grupo que compõem as grandes empresas, e muitos desses devedores apresentam um histórico de baixa perspectiva de recuperação da Dívida, devedores cujas empresas estão falidas.

Por fim, aconselha-se, que se firme uma parceria entre a Procuradoria e a Secretaria da Tributação,para atuarem de forma conjunta nessa tarefa. Nessa parceria deve-se adotar a estratégia, de transferir os núcleos de execução fiscal e do contencioso para dentro da secretaria, para aproximar o trabalho entre os órgãos, criar perfis de devedores e dar tratamentos diferentes, de acordo com seus perfis.

Recomenda-se, ainda, que novas pesquisas explorem as análises sobre a relação entre o nível de Inscrição da Dívida Ativa e o nível de Recuperação da Dívida Ativa, bem como, a relação entre o nível de Recuperação e o nível de Cancelamento da Dívida Ativa do Estado do Rio Grande do Norte, para os próximos exercícios.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade Pública na Gestão Municipal. – 6. ed. – São Paulo: Atlas, 2017.

BRASIL.Lei n.º 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm>. Acesso em: 22 jul. 2019.

BRASIL.Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Receitas públicas: manual de procedimentos: aplicado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios/Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional – Brasília: Secretaria do Tesouro Nacional, Coordenação-Geral de Contabilidade, 2004. 142 p.: il. – (Manual de procedimentos; n.1). BRASIL.Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional.

Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público: aplicado à União, Estados, Distrito

Federal e Municípios, 6ª edição, – Brasília: Secretaria do Tesouro Nacional, Coordenação- Geral de Contabilidade, 2014. 357 p.

BRASIL.Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Secretaria de Orçamento Federal. Manual técnico de orçamento MTO. Edição 2018. Brasília, 2017. 159 p. Disponível em: file:///F:/MEU%20TCC_DA%20RN_2014-2018/MTO_2018.pdf. Acesso em: 09 set. 2019.

BRASIL.Portaria nº 338, da STN/SOF, de 26 de abril de 2006. Altera o Anexo I da Portaria Interministerial STN/SOF no 163, de 4 de maio de 2001, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federal do BRASIL, Brasília, 28 de abril de 2006.

BERNARDO, Fabiano Domingos. Contabilidade pública. Florianópolis: IFSC, 2014. 110 p. Disponível em: https://www.google.com/search?q=BERNARDO%2C+Fabiano+Domingos.+Contabilidade+p %C3%BAblica.+Florian%C3%B3polis%3A+IFSC%2C+2014.+110+p&oq=BERNARDO%2 C+Fabiano+Domingos.+Contabilidade+p%C3%BAblica.+Florian%C3%B3polis%3A+IFSC %2C+2014.+110+p&aqs=chrome..69i57.1044j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8.Acesso em: 05 out. 2019.

BORGES, Thiago Bernardo; MARIO,Poueri do Carmo; CARDOSO,Ricardo Lopes, AQUINO,André Carlos Busanelli de. Desmistificação do regime contábil de

competência.Rap,Rio de Janeiro, v.44, n.4, p.877-901, jul./ago. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rap/v44n4/v44n4a06.pdf. Acesso em: 27 ago. 2019.

CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. 3. ed. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017. 69 p.

CONTADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.Coordenadoria de Produção de Normas e Estudos Contábeis:Manual da dívida ativa, versão 1.4. Rio de Janeiro, 11 de abril de 2017. 91 p.

BEZERRA FILHO, João Eudes.Orçamento aplicado ao setor público: abordagem simples e objetiva. São Paulo: Atlas, 2012.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. JUND, Sérgio. AFO, administração financeira e orçamentária: teoria e 750 questões. 4.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública: teoria e prática. 15.ed. São Paulo: Atlas, 2016. LEAL, Marcello. Receitas públicas orçamentárias e extraorçamentárias. 2013.Disponível em: http://marcelloleal.jusbrasil.com.br/artigos/121943060/receitaspublicas-orcamentarias-e- extraorcamentarias. Acesso em: 23 ago. 2019.

FIGUEIREDO, João. Lei n. 6.830, de 22 de setembro de 1980. Dispõe sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública e dá outras providências. 1980.Disponível em:http://honoriscausa.weebly.com/uploads/1/7/4/2/17427811/117lei-6830-1980.pdf. Acesso em: 28 set. 2019.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia

científica. 5. ed. - São Paulo: Atlas 2003.

Normas brasileiras de contabilidade: contabilidade aplicada ao setor público: NBCs T 16.1 a 16.11/ Conselho Federal de Contabilidade. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2012.

PALUDO, Augustinho Vicente. Orçamento Público, Administração Financeira e

Orçamentária e LRF. 7. ed.rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017.

PISCITELLI, Tathiane. Direito financeiro. 6. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2018. 262 p.

CORRÊA DA SILVA, Maurício. Uma análise crítica sobre a utilização do princípio da

competência no setor público. Disponível

em:http://revista.crcsc.org.br/index.php/CRCSC/article/view/1156.Acesso em: 08 set.2019. SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, EsteraMuszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração

de dissertação. 4. ed. rev. atual. Florianópolis: UFSC, 2005. 138p. Disponível

em:https://projetos.inf.ufsc.br/arquivos/Metodologia_de_pesquisa_e_elaboracao_de_teses_e_ dissertacoes_4ed.pdf. Acesso em: 20 out. 2019.

Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Manual do ieg-e:Índice de Efetividade da

Gestão Estadual. Divisão AUDESP, Metodologia 2017. P. 177. Disponível

em:https://www4.tce.sp.gov.br/sites/tcesp/files/downloads/manual_iege_2017.metodologia.pd f.Acesso em: 06 out. 2019.

Documentos relacionados