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Um dos objetivos da gestão do conhecimento organizacional é utilizar o conhecimento para agregar valor ao cliente final. Em função disso, alavancar o compartilhamento do conhecimento pode implicar em vantagens competitivas e, nesse sentido, sua mensuração se torna importante uma vez que está atrelada aos resultados da organização.

Mensurar os resultados é fundamental para novas tomadas de decisão e, principalmente, para identificar as oportunidades de melhoria nos diversos processos que compõe a criação dos produtos e serviços. Além disso, viabiliza também a identificação das necessidades de investimentos para compor os ativos intelectuais da organização.

Em uma economia, onde cada vez mais os derivados dos intangíveis se tornam peça chave para a sustentação da organização num mercado competitivo, os processos de

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avaliação se tornam quase obrigatórios. Nesse aspecto é imperativo enfrentar alguns desafios nesta área de mensuração e, segundo Bukowitz e Williams (2002) duas ações são essenciais:

• É imprescindível expandir a teoria da organização para capturar o impacto do conhecimento sobre o desempenho organizacional; e,

• Torna-se importante incorporar no processo geral de gestão um novo conjunto de estruturas, processos e medidas que avaliem toda a base de recursos a partir dos quais a organização gera valor.

O primeiro passo está atrelado às perspectivas e, nesse aspecto, é necessário identificar as novas formas de capital organizacional concebendo novas tarefas de gestão. O segundo passo está vinculado à integração. Assim, visualizar as estruturas que guiam as práticas de gestão do conhecimento e vinculá-las às estimativas de resultados estratégicos para atender às expectativas dos interessados (stakeholders) são desafios que precisam ser assumidos nesta nova economia.

Segundo as autoras, para gerar valor a partir do capital intelectual, as organizações necessitam gerenciar os fluxos de conhecimento entre o capital humano, o capital do cliente e o capital organizacional. O valor ao cliente origina-se da inter-relação desses três componentes organizacionais. Quanto melhor esses fluxos são gerenciados, mais os inter- relacionamentos entre os três tipos de capital atingem a harmonia (BUKOWITZ e WILLIAMS, 2002).

O Modelo de Capital Intelectual (MCI) foi desenvolvido em um esforço de colaboração que inclui Leif Edvinsson na Skandia, Hubert St. Orange na Clarica, Gordon Petrash na PricewaterhouseCoopers e Charles Armstrong Industries. Este modelo propõe um cenário no qual as organizações necessitam gerenciar simultaneamente tipos diferentes de capital intelectual para criar valor (BUKOWITZ e WILLIAMS, 2002).

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O sucesso da aplicação das práticas motivacionais para o compartilhamento do conhecimento depende, basicamente, de um processo de escolha das melhores contribuições e devem ter como critério a usabilidade do conhecimento compartilhado. Nesse sentido, os critérios e o processo de mensuração como um todo, fornecerão as bases objetivas com clareza e transparência.

Mensurar o desempenho sem a adoção de critérios objetivos pode gerar complicações e insatisfação junto aos participantes uma vez que as práticas de incentivo ao compartilhamento envolvem benefícios que poderão gerar concorrências internas. As metas, os objetivos e os resultados, necessitam de clareza e de divulgação em toda a organização uma vez que a credibilidade de uma prática motivacional deve passar por critérios rigorosos e sua eficácia depende da reunião dos fatores citados anteriormente. Por isso os indicadores são fundamentais e precisam estar alinhados com as estratégias da empresa como um todo.

Mensurar os ativos tangíveis geralmente é mais simples. Já mensurar o capital intelectual exige técnicas mais apuradas. No entanto, é esse último que pode gerar benefícios tangíveis para a organização. A vinculação direta entre capital humano e os resultados financeiros da empresa não são imediatamente evidente nas práticas contábeis tradicionais (BECKER, HUSELID e ULRICH, 2001). Por isso a ferramenta de mensuração necessita estar bem estruturada e validada pelos colaboradores.

Os ativos intangíveis quando mensurados com exatidão podem garantir o sucesso das práticas motivacionais entre todos os interessados. Por esta razão, identificar um conjunto de indicadores adequados que possam interligar as pessoas, a estratégia e a performance, fornecendo bases objetivas para a tomada de decisão minimizando os critérios subjetivos, constitui-se em fator crítico de sucesso no processo de mensuração

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No quadro 4, mostra-se um modelo para elaboração do conjunto de indicadores que formarão, juntamente com o portal corporativo e os sistemas gestores de conteúdo, as ferramentas que suportarão os dados objetivos para aplicação das sistemáticas de motivação.

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Quadro 4: Modelo de descrição e detalhamento de indicadores ESPECIFICAÇÃO DO INDICADOR

Título Revisão 1 – Índice de conhecimentos individuais atualizados no

Sistema Currículos 24/05/2004

Tipo – chave Abrangência Unidade de Medida Periodicidade

Informações e Conhecimento Todas as áreas Percentual (%) Semestral

1 – Definição O indicador afere o número de empregados que

atualizam os conhecimentos individuais no Sistema de Currículos.

2 – Objetivo O objetivo é ter 100% dos empregados com

conhecimentos atualizados no sistema de currículos.

3 – Fórmula de Cálculo Número de empregados com conhecimentos

atualizados

Número de empregados total

4 – Definição dos Parâmetros Número de empregados com conhecimentos

atualizados:

Empregados que realizaram inclusão/exclusão/alteração no Sistema de

Currículos, Módulo Currículo e Atualização de Conhecimentos.

Número total de empregados.

Empregados pertencentes ao quadro interno permanente.

5 – Fonte de Dados Sistema de Currículos

6 – Método de Medição O gestor do Sistema de Currículos solicita a

apuração da atualização realizada pelos empregados. 7 – Exemplo

8 – Método de Análise Os resultados são consolidados por Unidade Gestora

(UG) e encaminhados à Unidade Corporativa (UC), semestralmente, até o quinto dia útil do mês subseqüente à coleta.

9 – Método de Melhoria ou Uso Identificar quais UGs apresentam melhor indicador e

as causas ou fatores envolvidos.

10 – Referenciais de Comparação Os referenciais de comparação são internos, isto é,

as próprias Unidades Gestoras.

11 – Observações A área de comunicação divulga aos empregados,

semestralmente, a necessidade de atualização do Sistema Currículos por meio do correio eletrônico. 12 – Responsável pela Medição e Análise Gestão de Pessoas (medição) e Unidade Corporativa

(análise)

13 – Responsável pela Melhoria do Uso UC

14- Arquivo Os dados são mantidos no Portal Corporativo no

‘Painel de Indicadores.

Fonte: adaptado pelo autor, em parceria com Isamir Machado do Serpro, sistema de elaboração de indicadores do Serpro.

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