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Prática motivacional de compartilhamento do conhecimento organizacional em portais corporativos

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Sérgio Peixoto Mendes

PRÁTICA MOTIVACIONAL DE COMPARTILHAMENTO DO

CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL EM PORTAIS

CORPORATIVOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Católica de Brasília como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Amadeu Dutra Moresi

(2)

AGRADECIMENTOS

Ao professor Lucas, um negro, diretor do Grupo Escolar Edith

Gama Ramos, foi ele quem me apresentou ao mundo da linguagem. Com ele tudo começou. À professora Carmem, com ela aprendi valiosas lições de disciplina em sala de aula, seu “chá das cinco” era uma modalidade de “castigo” que apresentava resultados. Ao professor Dr. Antônio Alfredo Fernandes, aprendi com ele o conceito de “explicação” e a

enxergar aquilo que está nas entrelinhas de um texto. Ir além dos sinais é fundamental. Ao professor Dr. Eduardo A. D. Moresi, suas orientações valiosas estão refletidas neste trabalho. A minha mãe, autora das “minhas” primeiras redações. A minha esposa Luciane M. Chaves, suas dicas de estatísticas me permitiram chegar às conclusões aqui apresentadas. A Aline Alves Freitas que me apoiou na tabulação dos dados e aos colegas do Serpro que contribuíram respondendo aos questionários. Aos felinos Caburé e Felpuda, pelo silêncio que vale ouro. A Sophia pela inspiração necessária nos momentos de angustia.

(3)

"Porque não há coisa oculta que não acabe por se manifestar, nem secreta que não venha a ser descoberta".

(4)

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ... 6

LISTA DE GRÁFICOS ... 7

LISTA DE QUADROS ... 8

LISTA DE TABELAS... 9

LISTA DE ABREVIATURAS... 10

RESUMO ... 11

ABSTRACT ... 12

CAPÍTULO I 1. INTRODUÇÃO ... 13

1.1. Relevância do estudo ... 13

1.2. Revisão de literatura ... 15

1.3. Formulação do problema ... 18

1.4. Objetivo geral ... 19

1.4.1. Objetivos específicos ... 19

1.5. Estrutura do trabalho ... 19

CAPÍTULO II 2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 21

2.1. A gestão do conhecimento e a importância do compartilhamento 21 2.1.1. Obstáculos ao compartilhamento do conhecimento ... 26

2.2. Motivação para o compartilhamento ... 29

2.2.1. Revisando outras teorias da motivação... 32

2.2.2. A teoria das necessidades ... 33

2.2.3. A teoria da expectativa ... 34

2.3. Marketing e endomarketing ... 36

2.3.1. A origem do marketing de incentivos ... 37

2.3.2. Marketing do conhecimento ... 39

2.3.3. O endomarketing ... 39

2.3.4. Marketing e comprometimento ... 42

2.4. Indicadores de avaliação da gestão do conhecimento ... 43

2.5. O contexto Serpro ... 48

2.5.1. Modelo de gestão do Serpro ... 48

2.5.2. Premissas para o modelo conceitual ... 49

2.5.3. Estrutura organizacional – Dinâmica do relacionamento ... 49

2.5.4. Princípios do modelo de gestão do Serpro ... 50

2.5.5. Visão geral do processo Serpro de GCO ... 53

2.5.6. Políticas e estratégias Serpro de GCO... 55

2.5.7. Ambiente de conhecimento e aprendizagem do Serpro... 58

2.5.8. Suporte de TI – Portal corporativo ... 59

2.5.9. Sistemas gestores de conteúdo ... 65

2.5.10. Comunidades de prática ... 69

2.5.11. Alguns números do portal corporativo Serpro ... 71

CAPÍTULO III 3. METODOLOGIA... 72

3.1. Classificação da pesquisa ... 72

3.2. População ... 72

3.3. Perfil dos respondentes ... 73

(5)

3.5. Hipóteses ... 75

3.6. Definição de termos ... 75

3.7. Coleta e análise dos dados ... 77

3.8. Delimitação do estudo ... 78

3.9. Pré-teste do questionário... 78

CAPÍTULO IV 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 80

4.1. Os indicadores de GCO ... 80

4.1.1. Painel de indicadores por ordem de pontuação ... 82

4.2. Fatores de maximização do compartilhamento do conhecimento. 83 4.2.1. Identificação dos fatores que influenciam o compartilhamento ... 85

4.3. Principais obstáculos individuais identificados no estudo ... 87

4.4. O endomarketing e os obstáculos ao compartilhamento ... 89

4.5. Modelo de Maitland ... 91

4.5.1. Incentivo de cunho social ... 92

4.5.2. Incentivo de cunho simbólico ... 92

4.5.3. Incentivo de cunho relacionado ao trabalho ... 93

4.5.4. Incentivo de cunho financeiro ... 93

4.6. Criação de ambiente ao compartilhamento do conhecimento ... 94

4.7. Correlação e alfa de Cronbach ... 95

4.8. Análise das correlações entre as macrovariáveis... 97

4.8.1. Tecnologia, indicadores e melhoria de processos ... 97

4.8.2. Tecnologia e práticas motivacionais para o compartilhamento ... 98

4.8.3. Indicadores, práticas motivacionais e o aproveitamento do conhecimento já existente na organização ... 99

4.9. Análise adicional de outros aspectos constatado pelo estudo ... 100

CAPÍTULO V 5. CONCLUSÃO ... 104

5.1. Quanto ao problema proposto pela pesquisa ... 105

5.2. Quanto ao atendimento às hipóteses formuladas ... 106

5.3. Quanto aos objetivos gerais ... 107

5.3.1. Quanto aos objetivos específicos ... 108

5.4. Recomendações para trabalhos futuro ... 108

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 110

APENDICE A – Questionário ... 114

APENDICE B – Autorização para a pesquisa ... 122

APENDICE C – Tabela de freqüência ... 124

APENDICE D – Tabela de freqüência consolidada e percentagens ... 125

APENDICE E – Tabela de resultados sobres questões de múltipla escolha ... 126

APENDICE F – Tabela de correlação geral ... 127

APENDICE G – Tabela de resultados sobre as questões de tecnologia ... 128

APENDICE H – Tabela de resultados relacionado aos indicadores ... 129

(6)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fases motivação – metas ... 32

Figura 2 O papel das necessidades na motivação ... 34

Figura 3 Conceito básico do modelo de expectativa de Vroom (Teoria VIE) ... 36

Figura 4 Principais aspectos da política Serpro de gestão do conhecimento . 51 Figura 5 Modelo de gestão das políticas e diretrizes Serpro para GCO ... 58

Figura 6 Ambiente do conhecimento organizacional ... 59

Figura 7 O portal corporativo do Serpro ... 63

Figura 8 Base Serpro de conhecimento e árvore Serpro do conhecimento ... 64

Figura 9 Sistema gestor de conteúdo – Formulário de contribuição ... 67

Figura 10 Sistemática de validação de conteúdo pelo gestor ... 68

Figura 11 Conteúdos do gestor por tema, ramo e assunto ... 69

(7)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Fatores que maximizam a motivação para o compartilhamento ... 84

Gráfico 2 Resultado dos fatores que influenciam o compartilhamento do

conhecimento... 86

(8)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Fases da criação do conhecimento - A Grade 5 X 5 ... 23

Quadro 2 Principais obstáculos ao compartilhamento do conhecimento ... 29

Quadro 3 O efeito da cultura e do clima sobres os fatores motivacionais ... 31

(9)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Perfil da amostra ... 74

Tabela 2 Painel de indicadores ... 82

Tabela 3 Resultados de endomarketing ... 90

Tabela 4 Percentuais de aprovação por tipo de incentivo ... 92

Tabela 5 Resultados vinculados à tecnologia ... 102

(10)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABREVIATURAS

EIP Do inglês – Enterprise Information Portal

GCO Gestão do Conhecimento Organizacional

GC Gestão do Conhecimento

GI Grupo Interáreas

ICP Instituto de Padronização de Certificação Digital

MVS Microsoft Visual Studio

PC Portais Corporativos

SGC Sistema Gestor de Conteúdo

TI Tecnologia da Informação

XML Extensible Markup Language

SIGLAS

ACNR Ação Corporativa em Nível Regional

EaD Ensino à Distância

FPNQ Fundação Prêmio Nacional da Qualidade

HP Hewlett-Packard

PNQ Prêmio Nacional da Qualidade

PSQ Prêmio Serpro da Qualidade

SERPRO Serviço Federal de Processamento de Dados

SUPGP Superintendência de Gestão de Pessoas

U N Unidades de Negócio do Serpro

UC Unidade Corporativa do Serpro

UGs Unidades Gestoras do Serpro

(11)

RESUMO

No contexto atual da era do conhecimento um dos maiores desafios enfrentados pelas organizações é o de gerir o conhecimento tácito. Algumas iniciativas têm apresentado resultados insatisfatórios e, consequentemente, o retornos dos investimentos não tem sido o esperado pelas organizações. Gerir o conhecimento é fundamental para manter a competitividade num mercado cada vez mais exigente, onde, agregar novos valores ao produto depende, basicamente, de uma gestão eficaz dos ativos intelectuais. Mas, como gerenciar o conhecimento que está na cabeça das pessoas? Como motivá-las ao compartilhamento? Para responder a estas questões, o estudo compreendeu um referencial teórico apoiado em gestão do conhecimento, marketing interno e portais corporativos. A pesquisa quantitativa, descritiva e de campo foi realizada no SERPRO e contou com a opinião de 55 gestores do conhecimento. O resultado foi a identificação dos subsídios necessários para elaboração de programas que permitam mensurar e implementar práticas de reconhecimento e recompensas visando alavancar o compartilhamento do conhecimento organizacional. Apresenta-se uma proposta para a construção de um painel de indicadores estratégico e operacional, viabilizando a aplicação de critérios objetivos no processo de premiação e recompensa. Conclui-se que apenas a existência de um portal corporativo não é condição suficiente para garantir o compartilhamento do conhecimento organizacional, é preciso desenvolver práticas motivacionais adequadas, junto ao seu quadro de colaboradores, para que o conhecimento tácito possa ser compartilhado em portais corporativos.

(12)

ABSTRACT

In the current context of the age of knowledge one of the biggest challenges faced for the organizations it is to manage the tacit knowledge. Some unsatisfactory initiatives have presented resulted and the returns of the investments have not been the waited one for the organizations. To manage the knowledge is basic to keep the competitiveness in a market each more demanding time, where, to add new values to the product it depends, basically, of an efficient management of the intellectual assets. But, as to manage the knowledge that is in the head of the people? How to motivate them it the sharing? To answer to these questions, the study it understood a supported theoretical referencial in management of the knowledge, internal marketing and corporative vestibules. The quantitative, descriptive research and of field was carried through in the SERPRO and counted on the opinion of 55 managers of the knowledge. The result was the identification of the necessary subsidies for elaboration of programs that allow to measure and to implement practical of recognition and rewards aiming at to to improve sharing of the enterprise knowledge. One presents a proposal for the construction of strategical and operational a panel of pointers, making possible the application of objective criteria in the awarding process and rewards. It is concluded that only the existence of a corporative vestibule is not condition enough to guarantee the sharing of the enterprise knowledge, is necessary to develop practical adjusted motivations, together to its picture of collaborators, so that the tacit knowledge can be shared in corporative vestibules.

(13)

13

CAPÍTULO I

1.

INTRODUÇÃO

Encontrar alternativas que propiciem as condições para gerenciar de maneira

inteligente o conhecimento, viabilizando as questões centrais do negócio, é vital para as

empresas. A implantação de um programa capaz de gerir o "capital intelectual" pode gerar

um diferencial importante no desenvolvimento de novos produtos e serviços (DAVENPORT,

1998). O desejo de atender melhor o cliente, o choque da competição acirrada e a abertura de

mercados, requerem mudanças significativas não só na maneira de gerir mas, principalmente,

na maneira de incorporar inteligência aos produtos e serviços. Este é, portanto, um assunto

chave. Trata-se de "vantagem competitiva" e da própria sobrevivência da empresa num

ambiente caracterizado pela alta velocidade, instabilidade, desequilíbrio e imprevisibilidade.

Este estudo objetiva apresentar os subsídios necessários à implementação de programas de

reconhecimento e recompensas, identificando o que pode motivar as pessoas a utilizarem as

ferramentas de compartilhamento de conhecimento em portais corporativos. Portanto, o foco

central está no gerenciamento do “capital intelectual”, dos “ativos humanos” e na criação de

um ambiente organizacional propício para a cooperação e o compartilhamento do

conhecimento.

1.1. Relevância do estudo

Quando as mudanças organizacionais não são planejadas, pode-se aumentar a

resistência interna gerando uma série de obstáculos, que vão desde a incerteza e falta de

(14)

14

tende a aumentar as resistências nos seus aspectos lógico, psicológico e sociológico, o que

representam por ordem: tempo para ajuste às novas mudanças, medos, falta de confiança,

ameaças e, por fim, interesses de grupos que não terão benefícios diretos com a revisão de

valores e com as mudanças propriamente ditas (DAVIS, apud ZABOT, SILVA; 2002).

O desafio proposto aqui é o de apresentar uma alternativa para a solução do problema

do funcionamento da empresa enquanto inteligência coletiva, ou seja, integrar o conjunto do

conhecimento da força de trabalho incluindo os terceirizados e bolsistas amenizando as

resistências internas ao compartilhamento do conhecimento. Pretende-se, com este estudo,

melhorar os índices do compartilhamento do conhecimento organizacional por intermédio do

estímulo ao uso das ferramentas de colaboração. As ações estarão diretamente relacionadas

aos procedimentos de registro, armazenamento, interpretação dos dados e informação.

Entretanto, é preciso integrar e adequar a estrutura organizacional, a tecnologia, as

pessoas e os produtos-serviços a um único ambiente. Isso implica em ações de melhorias por

meio do uso de recursos tecnológicos com o objetivo de ampliar a comunicação, a

participação e o envolvimento das pessoas. A relevância desse estudo está vinculada à criação

das facilidades para apoiar a integração entre empresa e funcionários pelo fornecimento de

feedback e reconhecimento. Tudo gerido a partir de um painel de indicadores disponível no

portal corporativo. O gerenciamento permitirá acompanhar a evolução do engajamento e

comprometimento dos colaboradores, contribuições individuais e por equipe, o avanço rumo

à melhoria dos produtos, agregação de valor aos serviços, criação de novos produtos e as

(15)

15

1.2. Revisão de Literatura

Este estudo utilizou-se de conceitos da área de: marketing e endomarketing, Teorias da

Motivação e Reconhecimento, Capital Intelectual, Mudança Organizacional, Inteligência

Competitiva e Recursos Tecnológicos, mais especificamente, os Portais Corporativos (PC).

Os conceitos de marketing aqui utilizados tiveram como referenciais, principalmente, as

obras clássicas de marketing de Kotler (1999) os estudos de Shapiro (1999) e a pesquisa de

Figueiredo (2003). Os estudos de Kotler levaram à valorização do conceito de “troca”. Este

conceito foi essencial neste estudo. As pesquisas de Shapiro abordam os temas dos “bens de

informação”, da “economia da atenção” e um conceito fundamental para este estudo, o

conceito de “lock-in1”. Figueiredo (2003) fornece um estudo detalhado do Marketing do

Conhecimento, igualmente importante para este estudo.

As pesquisas de Bekin (1995) estão vinculadas mais diretamente com a questão da

integração entre RH e marketing interno (endomarketing) e buscam a revitalização da idéia de

que as organizações e os indivíduos são interdependentes no alcance de seus objetivos. Este

será o ponto de ligação importante do endomarketing com o problema do compartilhamento

do conhecimento aqui neste estudo. Ainda sobre o compartilhamento e a disseminação do

conhecimento, encontrou-se na literatura um estudo de caso relevante como o realizado por

Balerini (2003) junto a SIEMENS. Nesse estudo o autor aponta para a necessidade de

investimentos na valorização do “capital intelectual” como estratégia para alcançar bons

resultados numa época altamente competitiva.

Na “Era do Conhecimento”, o capital humano assume importância fundamental na

(16)

16

prefaciando a obra de Becker, Huselid e Ulrich, (2001) “Vários estudos demonstram que até

85% do valor das organizações baseiam-se em ativos intangíveis”, daí decorre a importância

de mensurá-los evitando-se a incongruência entre o que é medido e o que é importante.

Os conceitos relacionados aos aspectos motivacionais e à criatividade nas organizações

utilizados neste estudo têm por base as pesquisas de Alencar e Fleith (2003) a obra clássica

de Robbins (2002) em relação ao comportamento organizacional, além da estrutura da

hierarquia das necessidades de Maslow (1987).

Os conceitos vinculados às estruturas tecnológicas, às ferramentas e processos para

disponibilização e compartilhamento de conhecimento organizacional, foram extraídos das

pesquisas de Dias (2001) e Terra (2002). Estes autores trataram em suas investigações da

importância dos portais corporativos no âmbito da gestão do conhecimento, como ferramentas

ideais para os processos de compartilhamento. Também Micheletti (2003) aponta os portais

corporativos como ferramentas ideais para tornar o recursos humanos mais estratégicos.

O tema do capital intelectual será tratado a partir das pesquisas de Krog, Ichijo e

Nonaka (2001) também utilizou-se as pesquisas de Rezende (2002) acerca da importância da

informação para os negócios e dos novos agentes do conhecimento como gestores do capital

intelectual.

Também foram fundamentais os referenciais conceituais de Leonard-Barton (1998)

acerca das fontes de inovação no âmbito organizacional. Seu trabalho foi direcionado para a

questão da criação dos bens cognitivos, ou seja, soluções e produtos baseados no

conhecimento que se transformam em ativos no âmbito das organizações.

1

(17)

17

Os conceitos fundamentais relacionados ao valor do intangível na Era do

Conhecimento, foram extraídos basicamente da obra clássica de Sveiby (2000).

Também foram abordadas as temáticas da construção da inteligência competitiva, tanto

no âmbito da tecnologia quanto no âmbito da aprendizagem. Os conceitos essenciais sobre

esse tema foram extraídos das pesquisas de Zabot e Silva (2002).

A pesquisa de Rossato (2002) orientou quanto ao estudo dos modelos e estruturas para

implementação da gestão do conhecimento no âmbito das organizações.

Morin (2001) em pesquisa realizada com estudantes de administração e administradores

do Canadá e França, aponta para a necessidade de se obter novos sentidos para o trabalho a

partir dos novos perfis dos trabalhadores do conhecimento. Já o estudo realizado por Teixeira

e Zanberian (2002) aponta para a necessidade de desenvolvimento e investimentos em

aprendizagem organizacional e inovação tecnológica em mercados altamente competitivos.

Ambas as pesquisas tiveram papel fundamental neste estudo.

A pesquisa de Ghostal e Bruch (2003) sobre a necessidade de ir além da motivação

quando se pretende superar os obstáculos iniciais de uma mudança organizacional foi

importante, principalmente, na elaboração do questionário. É preciso, segundo os autores,

muita força de vontade e determinação uma vez que ambas significam comprometimento

absoluto com um objetivo. Esse aspecto foi extremamente relevante para este trabalho.

A partir das pesquisas de Reichkeld (2003) desenvolveu-se neste estudo o tema da

lealdade como filosofia e suas principais regras de implementação. Segundo esse autor, a

lealdade pode desenvolver uma base segura para a construção dos relacionamentos internos e

com os clientes. A lealdade é fundamental nos processos de compartilhamento ainda que o

cliente seja interno.

O tema relativo à mudança organizacional, foi abordado a partir dos artigos de Lansiti,

(18)

18

sempre que uma nova tecnologia ameaça transformar um setor de atividade inteiro,

simplesmente largar na frente não significa chegar na frente. Este tipo de mudança exige

fôlego de maratonista. O outro artigo identifica as condições para que as transformações

organizacionais ocorram de forma correta e equilibrada. Isso implica compreender a

combinação e o equilíbrio entre: mudança radical, mudança sistemática e mudança orgânica.

Segundo Fuld, prefaciando a obra de Miller (2002) é o valor e não o volume, a força

motriz da inteligência. Nesta perspectiva, tirar proveito das experiências do dia-a-dia,

transformando o conhecimento em diferencial competitivo, passa pela análise criteriosa do

valor dos conteúdos que se compartilha internamente na empresa. A inteligência competitiva,

segundo o contexto acima, trata da análise das informações sobre o mercado e da geração de

recomendações para os processos decisórios da empresa. Segundo esta perspectiva, não basta

motivar o compartilhamento do conhecimento, é preciso, antes de tudo, identificar os agentes

e o conhecimento que possam produzir recomendações úteis e trazer benefícios que possam

agregar valor aos produtos e serviços da organização.

Os pontos identificados acima estão atrelados ao processo de comunicação empresarial.

Nesse sentido, o endomarketing se transforma em ferramenta para dar visibilidade ao

processo de produção do conhecimento e de inteligência competitiva, como se constatará no

desenvolvimento deste estudo.

1.3. Formulação do problema

Considerando a lacuna identificada na revisão de literatura, relativa à inexistência de

estudos focando o endomarketing e o compartilhamento do conhecimento, este estudo

abordará o seguinte problema: como as ações do marketing de incentivos e do endomarketing,

(19)

19

de motivação e de reconhecimento para o compartilhamento do conhecimento

organizacional?

1.4. Objetivos

1.4.1. Objetivo Geral

Identificar ações do marketing de incentivos e do endomarketing que podem se

transformar em práticas de mensuração, de motivação e de reconhecimento, aplicáveis a

portais corporativos para o compartilhamento do conhecimento organizacional.

1.4.2. Objetivos Específicos

Identificar um conjunto de indicadores a ser implantado no portal corporativo com a

finalidade de mensurar as contribuições e usabilidade interna do portal por parte de todos os

colaboradores da organização;

Identificar os aspectos motivacionais e de reconhecimento essenciais ao

compartilhamento do conhecimento organizacional;

Propor alternativas para a criação de um ambiente organizacional que ofereça recursos

(técnicos, financeiros, logísticos), reconhecimento e oportunidades para aumentar a

probabilidade de ocorrência de contribuições no portal corporativo.

1.5. Estrutura do Trabalho

Este trabalho está estruturado em cinco capítulos:

Neste capítulo inicial são descritos: a origem, a importância, a formulação do problema,

os objetivos e uma síntese da revisão bibliográfica . Sua finalidade é apresentar o tema do

(20)

20

O segundo capítulo descreve os conceitos fundamentais vinculados ao tema da Gestão

do Conhecimento, os elementos de Marketing e Endomarketing, Teorias da Motivação,

Tecnologia dos portais e a importância dos indicadores vinculados aos ativos intangíveis.

O terceiro capítulo apresenta a metodologia utilizada pelo estudo, sua classificação,

população, tabela contendo o perfil da amostra, locais do estudo, as hipóteses utilizadas pelo

estudo, uma curta definição de termos, a maneira como os dados foram analisados, as

delimitações deste estudo e suas respectivas restrições.

O quarto capítulo apresenta os resultados, a discussão em relação ao referencial teórico,

e a analise dos dados em relação às hipóteses apresentadas por este estudo.

O quinto capítulo apresenta as conclusões do trabalho e as recomendações para futuros

desenvolvimentos e pesquisas.

Encerrando o trabalho, encontram-se as referências bibliográficas utilizada, além das

citadas durante o desenvolvimento do mesmo, seguidos pelos apêndices A, B, C, D, F, G, H, I

e J que trazem respectivamente o questionário, documento eletrônico (e-mail) contendo a

autorização para o estudo, tabela de freqüência, tabela de freqüência consolidada e

percentagens, resultados das questões de múltipla escolha, tabela das correlações entre as

variáveis, tabela de correlação geral, tabela de resultados vinculadas as questões de

tecnologia, tabela de resultados vinculados as questões relacionadas aos indicadores,

resultados sobre as questões vinculadas as práticas motivacionais e viabilidade técnica

(21)

21

CAPÍTULO II

2.

REFERENCIAL TEÓRICO

O problema subjacente a este trabalho é, inicialmente, a conversão do conhecimento

tácito em explícito e, num segundo momento, o problema do compartilhamento do

conhecimento no âmbito das organizações. Ambos os problemas estão diretamente vinculados

à gestão do capital humano. O desafio que se propõe é identificar os subsídios adequados para

criação de uma estrutura organizacional capaz de mensurar as ações vinculadas ao

compartilhamento do conhecimento e alavancar a motivação da força de trabalho através de

reforços direcionados para as ações colaborativas e de cooperação.

Os tópicos deste capítulo estão dispostos da seguinte maneira: primeiro, apresenta-se a

importância da Gestão do Conhecimento (GC) no contexto organizacional e os principais

obstáculos ao compartilhamento do conhecimento organizacional; segundo, apresenta-se a

importância da motivação das pessoas para os processos de compartilhamento; terceiro,

argumenta-se como o marketing de incentivos e o endomarketing podem auxiliar no processo

de compartilhamento; quarto, aborda-se a questão de como é possível mensurar os ativos

intangíveis vinculados ao compartilhamento do conhecimento e, por fim, descrevem-se as

ferramentas tecnológicas e o contexto relativo a GC da empresa alvo do estudo.

2.1. A Gestão do Conhecimento e a Importância do Compartilhamento

A necessidade de inspirar as pessoas a contribuírem, tornando o conhecimento

individual disponível para toda a organização, é essencial para a GC uma vez que a

aprendizagem organizacional depende diretamente de um processo de compartilhamento

(22)

22

ferramentas tecnológicas e mais da cultura organizacional, ou seja, depende das atitudes das

pessoas, de suas motivações e, principalmente, da superação de uma série de obstáculos que

se apresentam no processo de compartilhamento do conhecimento.

Nesse sentido, além de investir em ferramentas, compete às organizações criar uma

cultura de colaboração e apoiar o processo de contribuição por meio das estruturas e das

funções (BUKOWITZ e WILLIAMS, 2002).

Mas, como motivar as pessoas a compartilharem conhecimento? A resposta a essa

questão ainda é uma incógnita, mesmo para os profissionais da gestão do conhecimento, pois

facilitar este processo envolve a superação de diversos obstáculos e também requer tempo e

dinheiro. Entretanto, os benefícios do compartilhamento de conhecimento são inegáveis, tanto

para a organização como para os contribuidores. O compartilhamento do Know-how

envolverá custos e tempo, principalmente, se a codificação do conhecimento for abordada

como uma atividade adicional da força de trabalho. Nesse sentido, o compartilhamento pode

exigir benefícios extras e práticas capazes de reconhecer aqueles indivíduos que contribuem

com alguma espécie de recompensa.

Segundo Bukowitz e Williams (2002) os imperativos e os desafios no processo de

compartilhamento envolvem três etapas: motivação, facilitação e confiança.

A motivação passa pela remoção das barreiras ao compartilhamento, pela vinculação da

contribuição as oportunidades de avanço (pessoal e organizacional) e também pela retenção

dos benefícios daqueles que não compartilham. A chave, neste caso, consiste em encontrar os

pontos de benefícios mútuos.

A facilitação é composta pelos sistemas e estruturas de apoio ao processo de

contribuição por isso é importante que se dê tempo e espaço para que os empregados

compartilhem o melhor do trabalho deles. Também é importante criar funções de dedicação

(23)

23

conhecimento tácito e, por fim, que se crie uma rede organizacional vinculada ao tema do

compartilhamento do conhecimento.

A confiança também é fundamental para que o processo de compartilhamento do

conhecimento dê certo. Criar procedimentos de reciprocidade entre os empregados e a

empresa é essencial. Outro aspecto importante está relacionado à criação de políticas

explícitas sobre a utilização dos ativos intelectuais, viabilizando a publicação e valorizando os

laços de confiança (BUKOWITZ e WILLIAMS, 2002).

Segundo a Grade 5 x 5 apresentada por Krog, Ichijo e Nonaka (2001) são definidos

cinco principais capacitadores do conhecimento: instilar a visão do conhecimento, gerenciar

conversas, mobilizar os ativistas, criar contexto adequado e globalizar o conhecimento local.

Todos estes capacitadores relacionam-se com a maioria das fases da criação do conhecimento

organizacional que são: compartilhamento do conhecimento tácito, criação de conceitos,

justificação de conceitos, construção de protótipos e nivelamento de conhecimento. O

Quadro 1, permite uma melhor visualização destes capacitadores que também são

fundamentais para o processo de compartilhamento do conhecimento.

Quadro 1: Fases da criação do conhecimento - A grade 5 X 52

Capacitadores de Conhecimento

Compartilhamento

de Conhecimento Tácito

Criação de Conceitos

Justificação de Conceitos

Construção de Protótipos

Nivelamento de

conhecimento

Instilar a Visão Fr M F M F

Gerenciar as

Conversas F F F F F

Mobilizar os

Ativistas Fr M M M F

Criar o Contexto

Adequado M M F M F

Globalizar o

Conhecimento Local Fr Fr Fr Fr F

(24)

24

Neste estudo os esforços estão mais relacionados à criação do contexto adequado

(ambiente organizacional) para o compartilhamento do conhecimento tácito e nivelamento do

conhecimento, respectivamente, segunda e sexta colunas verticais do quadro 1.

O estímulo ao compartilhamento, a motivação das pessoas para a cooperação, o

comportamento colaborativo e a relação de confiança pertencem aos componentes da cultura

organizacional e, por isso mesmo, são requisitos complexos. Esses ativos dependem de fatores

individuais e ambientais, mais especificamente, da relação entre ambos. Esse conjunto

composto por capital intelectual, capital estrutural e capital de relacionamento possuem valor

de mercado onde são conhecidos como ativos intangíveis (SVEIBY, 2000).

Os ativos intangíveis que compõem o capital intelectual de uma empresa podem ser

divididos em três categorias (REZENDE, 2002): ativos de mercado, ativos de competência

individual e ativos de estrutura organizacional.

A primeira categoria compreende os ativos de mercado, que são os bens intangíveis

que guardam relação com o mercado, tais como: carteira de clientes, fidelidade, bancos de

dados com informações de fornecedores, canais de distribuição, conjunto de licenças,

franquias e, principalmente, aquelas informações relativas aos clientes. Essas informações

podem garantir e assegurar a vantagem competitiva da organização (REZENDE, 2002).

A segunda categoria refere-se aos ativos de competência individual que compreendem

o conhecimento tácito, a expertise, as habilidades pessoais e a capacidade criativa das

pessoas e das lideranças do quadro de funcionários da empresa. São qualidades inerentes ao

ser humano e não pertencem, senão indiretamente, a organização (REZENDE, 2002).

A terceira categoria é composta pelos ativos de estrutura organizacional que

englobam o conjunto de ferramentas, de processos, de tecnologias, de metodologias, ou seja,

do modus-operandi da organização (REZENDE, 2002).

2

(25)

25

Segundo Sveiby (2000) os ativos baseados no conhecimento devem ser avaliados com

extrema cautela porque seu impacto sobre o destino de qualquer negócio é grande. Ainda,

segundo esse autor, muito mais que contribuir para a valorização total da empresa, o

conhecimento é a base de sua estrutura interna e externa, junto com os outros dois intangíveis,

os clientes e os fornecedores.

Para reforçar a importância dos ativos intangíveis e a necessidade de adotar o

paradigma do conhecimento, em entrevista a Revista HSM – Management, Sveiby (2000)

diz:

(26)

26

sistema de informação mostra isso. Se a empresa tem ações na bolsa, começarão a espalhar que ela está perdendo pessoal valioso, alguns acionistas-chave venderão suas ações, o preço cairá e desencadeará uma crise financeira. É um circulo vicioso relacionado com ativos intangíveis no qual qualquer empresa pode cair”.

O “ciclo de desgraças” de Sveiby não deixa dúvidas quanto à importância da gestão dos

ativos intangíveis. A receita para evitar o ciclo passa pela troca do paradigma da “Era

Industrial” pelo da “Era do Conhecimento” e inicia-se por estimular os “trabalhadores do

conhecimento” a buscarem novas idéias e, da melhor maneira, aplicá-las na organização.

2.1.1. Obstáculos ao compartilhamento do conhecimento

O primeiro passo para quem pretende gerir o conhecimento é reconhecer que existem

mercados do conhecimento (DAVENPORT, PRUSAK, 1998) ou seja, o conhecimento não

depende somente da espontaneidade para circular, depende de profissionais intermediários

que compram, vendem e intermediam o negócio do conhecimento. Entender esse passo é

importante uma vez que todos os mercados possuem suas moedas de troca. Isso implica dizer

que quem espera que o compartilhamento possa ocorrer de forma espontânea corre o risco de

ver suas iniciativas ligadas à GC fracassarem. Compreender que o intercâmbio de

conhecimento possui suas moedas específicas, tais como: reciprocidade, reputação, altruísmo

e confiança, permite identificar os principais obstáculos ao compartilhamento no âmbito das

organizações.

Então, em tratando-se de intercâmbio de conhecimento, teremos vendedores,

compradores e intermediários; isso muda bastante a forma de se abordar a questão.

Ainda segundo Davenport e Prusak (1998) os compradores estão em busca de insigth,

de discernimento e de entendimento, ou seja, na maioria das vezes querem encontrar respostas

complexas para solucionar problemas e dar sentido às coisas. Os intermediários ou corretores,

(27)

27

pessoas que sabem onde encontrar e com quem está um conhecimento específico. São os

guardiões do conhecimento (gatekeepers).

Os vendedores são os que possuem o conhecimento em determinado processo ou

assunto. Alguns potenciais vendedores entendem que o conhecimento é poder e

compartilhá-lo é o mesmo que dissipar poder. Surgem, assim, as táticas de blindagem ou enclausuramento.

O enclausuramento é um dos principais obstáculos ao compartilhamento do conhecimento e

precisa de tratamento específico nas iniciativas de GC.

A questão das barreiras e dos limites da GC também foi tratada por Krogh, Ichijo e

Nonaka (2002). Segundo esses autores, existem dois tipos de barreiras à criação e ao

compartilhamento do conhecimento: as individuais e as organizacionais. São barreiras que,

apesar de poderem ser estudadas e pesquisadas separadamente, estão fortemente relacionadas.

A capacidade de acomodação e a ameaça à auto-imagem são as duas principais barreiras

individuais. A barreira da baixa capacidade de acomodação está relacionada com o conceito

de conhecimento como crença verdadeira e justificada onde, aceitar o novo, implica rever

todas as crenças e experiências anteriores. O método para a incorporação de todo um conjunto

de novos inputs é o de assimilação. Acomodar estes novos inputs é um desafio, pequeno para

uns mas enorme para outros e disso depende a validação e justificação da nova crença, daí o

surgimento de diversas barreiras individuais.

Outra grande barreira apontada por estes autores é a ameaça da auto-imagem. O

conhecimento novo faz justamente isso, ameaça a auto-imagem, pois no processo de

acomodação as pessoas necessitam incorporar mudanças em si mesmas. Isso implica numa

série nova de configurações existenciais. O conhecimento e a auto-imagem estão fortemente

ligados, alterar um implica alterar o outro e desse processo surge, em alguns indivíduos, a

(28)

28

Porém, é certo que nem todas as pessoas encaram estas mudanças como sendo

existenciais, algumas as vêem apenas como ameaçadoras. Aqui o que está em jogo é o

status-quo o que também acaba gerando barreiras ao compartilhamento do conhecimento.

Krog, Ichijo e Nonaka (2002) apresentam quatro barreiras organizacionais: falta de uma

linguagem legítima; histórias organizacionais; procedimentos e paradigmas da empresa.

A inexistência de uma linguagem legítima pode inviabilizar a explicitação do

conhecimento tácito. No processo de compartilhamento, principalmente de novos

conhecimentos, as peculiaridades exatas são importantes para que ocorram as diferenciações.

No entanto, as distinções não devem ser por demais minuciosas para que não se percam as

questões mais amplas. Nesse aspecto, a linguagem e as terminologias devem permitir aos

indivíduos a justificação de suas crenças.

As histórias organizacionais são de vários tipos, ajudam as pessoas a orientar-se e ainda

viabilizam o entendimento dos valores da organização. No entanto, as histórias

organizacionais podem, paradoxalmente, inibir a manifestação de idéias contraditórias e

polarizar novos conhecimentos, ou seja, as organizações tendem a interpretar o novo sempre

dentro da velha perspectiva.

Outra barreira organizacional que merece destaque está relacionada aos procedimentos.

Esses, ao mesmo tempo em que garantem a eficácia, podem engessar a organização inibindo a

justificação pública das crenças.

E, por fim, a última barreira organizacional está relacionada ao paradigma da empresa.

A visão, a missão e os valores podem obstruir a criação do conhecimento gerando

paradigmas e modelos que se tornam arraigados. Com isso as dificuldades para assimilar o

conhecimento novo tendem a crescer, principalmente, se o paradigma for inflexível e os

valores rígidos demais. No Quadro 2 são apresentados os principais obstáculos ao

(29)

29

Quadro 2: Principais obstáculos ao compartilhamento do conhecimento

Obstáculos ao Compartilhamento do Conhecimento

Falta de capacidade de acomodação do conhecimento Ameaça a auto-imagem

Enclausuramento

Falta de confiança mútua INDIVIDUAIS

Falta de incentivos para o compartilhamento Necessidade de linguagem legítima

Histórias organizacionais Procedimentos enraizados Paradigmas da empresa ORGANIZACIONAIS

Intolerância para com o erro

Fonte: Krogh, Ichijo e Nonaka (2001) e Davenport (1998).

2.2. Motivação para o compartilhamento

As teorias sobre a motivação abordadas neste tópico constituem uma síntese contendo

os aspectos mais relevantes sobre o tema e são aplicadas com maior freqüência nos ambientes

organizacionais. Geralmente essas teorias têm seu enfoque atrelado a questões da

produtividade, por isso sua relevância para explicar as variáveis contempladas neste estudo.

Foi no ano de 1900 que o conceito de motivação começou a ser estudado, porém,

somente nas décadas de 40 e 50 foi mais aceleradamente desenvolvido. Inicialmente a

motivação teve sua origem no conceito de “vontade” com Bain (1959) e está constituída por

uma rede complexa de inter-relações tanto para explicar quanto para interpretar o fenômeno

da motivação humana.

Segundo Soto (2002) a motivação é a pressão interna surgida de uma necessidade,

também interna que, excitando (via eletroquímica) as estruturas nervosas, origina um estado

energizador que impulsiona o organismo à atividade, iniciando, guiando e mantendo a

conduta até que alguma meta (objetivo, incentivo) seja atingida ou a resposta seja bloqueada.

A motivação, segundo Robbins (2002) é “o processo responsável pela intensidade,

direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta”.

Portanto, os três elementos chaves segundo este conceito, são: intensidade, direção e

(30)

30

A intensidade refere-se ao esforço que a pessoa despende. Contudo o esforço sem

direção não leva a lugar algum. Neste aspecto é preciso considerar a qualidade do esforço. O

esforço que deve ser considerado é aquele direcionado aos objetivos. Já a persistência define

por quanto tempo o esforço pode ser mantido. Em suma, os indivíduos motivados se mantêm

na realização da tarefa até que os objetivos sejam atingidos.

Quando uma pessoa se coloca ou se direciona a um caminho ou um objetivo, ela não

necessariamente está motivada a atingir esse objetivo. Os fatores que a levam a caminhar

naquela direção podem-lhe ser intrínsecos (internos) ou extrínsecos (externos). Quando são

intrínsecos, há motivação; quando são extrínsecos, há apenas movimento ou apenas satisfação

(HERZBERG, apud BUENO, 2002).

Para utilizar a motivação de forma eficiente no ambiente organizacional cinco fatores

são fundamentais: direção de liderança e estilo de gerenciamento; ambiente físico; grupo de

trabalho; oportunidades para aprender e desenvolver e recompensa e reconhecimento

(MAYO, 2003). Ainda, segundo este autor, uma liderança de alta qualidade é o maior ativo de

uma organização e, em se tratando de motivação, ter um modelo de função visível para os

valores da organização é fundamental para manter alta a moral do grupo.

O quadro 3 apresenta uma síntese da importância dos cinco fatores para o sucesso da

(31)

31

Quadro 3: O efeito da cultura e do clima sobres os fatores motivacionais

Fatores Influenciadores Principalmente Culturais Principalmente Relacionados

ao Clima Estilo de liderança e de

gerenciamento

Relativamente baixo - influenciado pela visão e pelos

valores partilhados pela liderança

Alto

Ambiente físico Médio - sujeito a políticas da

corporação e a alocação de recursos

Alto – Geralmente modelado pelos líderes e pelas equipes

O Grupo de trabalho Muito baixo Alto

Oportunidades de aprender e de desenvolver

Alto - influenciado pela ênfase da organização em aprendizagem, investimento em crescimento e potencial e processos da corporação

Alto - no local de trabalho e aprendizagem prática, mais dinheiro, tempo e

recomendações dadas para o desenvolvimento pessoal Recompensa e

reconhecimento

Alto - esquemas e processos da corporação provavelmente significantes

Médio – em especial no escopo para reconhecimento

Fonte: Mayo (2003 p. 128).

Para que os membros da organização possam contribuir com o seu conhecimento é

preciso que haja integração dos cinco fatores acima e que os empregados identifiquem alguma

vantagem ou benefício ao fazê-lo. Os benefícios e vantagens podem afetar os aspectos

motivacionais provocando uma pressão interna surgida de uma necessidade de conquistar os

prêmios propostos pela organização. Entretanto, os elementos motivadores podem variar de

pessoa para pessoa, por isso, torna-se vital que sejam mapeados e construídos considerando o

perfil dos membros que compõem a organização. Também é importante que seja criado um

elo entre os interesses das pessoas e os interesses da organização. Ambos precisam se integrar

para que os resultados sejam mais efetivos.

O conflito de interesse, nesse aspecto, pode por a perder as iniciativas da GC. Como os

interesses das organizações dependem basicamente da alta direção, o envolvimento desta

(32)

32

Na Hewlett-Packard um sistema de micropagamentos, recentemente instituído,

estabeleceu firmemente os benefícios do compartilhamento do conhecimento o que fez com

que o compartilhamento se tornasse um valor para as pessoas. O elemento motivador da

pressão interna utilizada pela HP, como visto, é a recompensa financeira.

O estudo da motivação humana permite entender e conhecer o comportamento das

pessoas e, em alguns casos, prevê-lo. Isso viabiliza o controle por meio das necessidades ou

motivos que impulsionam as pessoas a atingirem suas metas.

As principais fases da motivação, segundo Soto (2002) estão sintetizadas no figura 1.

Figura 1: Fases da motivação - metas

Necessidade interna

Meta Conduta

Estado Energizado Estruturas

Nervosas Pressão

Fonte: (Soto, 2002, p. 119).

2.2.1. Revisando outras teorias da motivação

A motivação tem sido tema relevante de estudo na área de administração. Desde o

início do século passado quando as organizações passaram a exercer um papel importante na

sociedade e na vida dos homens, o assunto se tornou central. Em função disso surgiram

diversas escolas e correntes que trataram do seu estudo.

Segundo Robbins (2002) os etologistas sugerem ser a conduta instintiva de cada

espécie animal e a busca por adaptação ao meio a maior motivação para a ação. Os

behavioristas acreditam que as forças motrizes são os estímulos externos através do processo

de aprendizagem; os cognitivistas acreditam que a motivação depende da representação que

os indivíduos possuem do meio (percepção, pensamento, valores, expectativas,

aprendizagem); a psicanálise enfatiza as motivações inconscientes derivadas de pulsões

(33)

33

de teóricos, que procuram compreender o ser humano na sua vivência concreta, procura evitar

os reducionismos.

Para efeito deste estudo as teorias que mais interessam são: a Teoria da Hierarquia das

Necessidades de Maslow (1987) e a Teoria da Expectativa de Victor Vroom (Apud,

ROBBINS, 2002).

2.2.2. A Teoria das necessidades

O que faz com que o trabalho de Maslow (1987) seja tão relevante para a questão da

teoria da motivação humana é a forma coerente, unificada e compreensiva com que ele

observou o fenômeno. Sua abordagem enfatiza que uma hierarquia inata de necessidades e

motivos, envolvendo segurança e proteção, identificação com um grupo, estima e respeito,

amor e finalmente, auto-realização, influencia diretamente os motivos para a ação.

No entanto, pode-se objetar: existe realmente uma hierarquia das necessidades? A

motivação humana pode ser efetivamente hierarquizada?

Maslow (1987) diz que a motivação surge com o desejo de satisfazer uma necessidade.

Uma necessidade é uma sensação pessoal de carência em alguns dos aspectos da vida de uma

pessoa, a qual gera uma tensão desagradável. Para reduzir a tensão o indivíduo toma alguma

ação que lhe permita minimizar a sua necessidade.

Os motivos que levam as pessoas a sentirem necessidades são os mais diversos, tais

como: obter êxito, serem apreciadas, obter poder, obter riqueza, obter segurança no trabalho e

outras. Quando o indivíduo consegue reduzir a sua sensação de deficiência ele reduzirá

também a intensidade de força motivadora.

As necessidades estão relacionadas e, para Maslow, à medida que as necessidades da

base da pirâmide são satisfeitas, a tendência do indivíduo é sintonizar com a próxima

(34)

34

necessidades de estima e auto-realização. Este autor também buscou compreender o homem

dentro de uma percepção multidimensional ao considerar a existência de diversas

necessidades, desde as mais básicas até as mais complexas e numa inter-relação dinâmica

ainda pouco estudada. Ao conceber a motivação como o caminho para a satisfação da

necessidade dominante, ele fugiu ao aspecto da espontaneidade contido no conceito de

motivação (BUENO, 2002).

A figura 2 mostra o papel das necessidades na questão da motivação.

Figura 2: O papel das necessidades na motivação.

A deficiência na satisfação

de necessidades

gera tensão metas Persistência da

deficiência na satisfação das necessidades Fracasso da conduta dirigida a meta Alívio da Tensão Êxito da conduta dirigida a meta Escolha e

adoção de uma conduta dirigida a Busca de meios para aliviar a tensão

Fonte: (Soto, 2002, p. 143)

2.2.3. Teoria da expectativa

A teoria da expectativa, ou modelo contingencial de motivação, baseia-se na observação

de que o processo motivacional não depende apenas dos objetivos individuais mas, sobretudo,

do contexto de trabalho em que o indivíduo está inserido. Essa teoria, a mais aceita

atualmente, foi formalizada por Victor Vroom (Apud ROBINS, 2002). O autor sustenta que a

força da tendência para agir de determinada maneira depende da força da expectativa de que a

ação trará certo resultado e da atração que este resultado exerce sobre o indivíduo.

Enfoca, basicamente, três relações: do esforço–desempenho; de

(35)

35

ser: boa avaliação de desempenho, bonificações, aumento de salário, promoção e coisas do

gênero.

Robbins (2002) diz que: “A teoria da expectativa ajuda a explicar por que tantos

trabalhadores não se sentem motivados em seu trabalho, e fazem o mínimo necessário para

continuarem empregados”. Acrescenta ainda em suas conclusões: “a teoria da expectativa é

melhor para explicar a produtividade daqueles trabalhadores em cargos mais altos na

organização onde o trabalho é mais complexo (e a autonomia decisória é maior)”.

A teoria de Vroom aborda uma questão até então inédita onde é preciso que o

trabalhador sinta-se capaz de atingir os objetivos pessoais traçados para que se sinta

motivado. Essa suposição acaba por atrelar a motivação à competência. Um trabalhador que

busca a auto-realização através do alcance dos objetivos pessoais só irá sentir-se motivado ao

se julgar capaz de atingir esses objetivos. Essa hipótese estabelece um elo de ligação entre

treinamento, capacitação, desenvolvimento e a motivação (BUENO, 2002).

Segundo Ghoshal e Bruch (2003) a motivação em si às vezes não é suficiente para

superar os obstáculos iniciais. É preciso, segundo esses autores, muita força de vontade e

determinação. Ambas significam comprometimento absoluto com um objetivo. Esse aspecto

é extremamente relevante nesse estudo uma vez que salienta a importância dos processos de

comunicação.

Os reforços de comportamentos podem ser definidos em quatro tipos básicos: social,

simbólico, relacionado ao trabalho e financeiro. Os exemplos de práticas propostos a seguir

são, principalmente, de cunho social, simbólico e relacionadas ao trabalho (MAITLAND,

2000).

Incentivo de cunho social: Trata-se de reconhecimento público transmitido ao

(36)

36

Incentivo de cunho simbólico: Trata-se de algo que é dado ao empregado, significando

reconhecimento por uma meta atingida ou uma realização importante:

Incentivo de cunho relacionado ao trabalho: Trata-se de forma de reconhecimento

diretamente ligada ao trabalho do empregado.

A figura 3 resume a abordagem de Vroom sobre a motivação humana.

Figura 3: Conceito básico do modelo de expectativa de Vroon

Nível de esforço

Expectativa

Resultados de primeira ordem

• Desempenho

• Criatividade

• Pontualidade

• Prestação de contas Instrumentalidade Resultados de segunda ordem

• Elogios ao chefe

• Aumento Salarial

• Promoção

• Segurança no emprego

• Aceitação pelos colegas

Fonte: ( Soto, 2002, p. 130)

2.3. Marketing e endomarketing

A confiança, por parte da organização, deve ser promovida pela compreensão e o

respeito pelo valor do conhecimento compartilhado. A confiança é uma palavra carregada de

(37)

37

confiança apresenta-se de muitas formas e todas elas lubrificam as engrenagens do processo

de contribuição (BUKOWITZ e WILLIAMS, 2002).

Uma das formas de insuflar a confiança consiste na transparência das informações no

âmbito organizacional. Se o empregado não sabe o que está acontecendo com sua empresa, se

desconhece seu principal negócio, se não conhece o processo global de criação dos principais

produtos e serviços, como irá ter confiança no processo de compartilhamento de

conhecimento? O Marketing interno, ou seja, o Endomarketing, pode gerar as facilidades

para a construção da confiança, principalmente se a estratégia comunicada a todos os

empregados deixar claro os benefícios do compartilhamento do conhecimento.

Nesse sentido, um novo Marketing está surgindo, mais dedicado à criação de valores

organizacionais de confiança a partir da inteligência, da oferta de inovação acima da média e

a outras ofertas, todas enraizadas na cultura organizacional. Trata-se do Marketing do

Conhecimento.

Antes de abordar este tipo de marketing é preciso conhecer um pouco da história do

Marketing de Incentivos, para depois apresentar o marketing do Conhecimento e o

Endomarketing. O conjunto dessas três vertentes do marketing aponta para uma possível

solução para o problema do compartilhamento do conhecimento nas organizações.

2.3.1. A origem do marketing de incentivos

Mais do que uma simples coincidência, toda a inspiração dessa modalidade de

ferramenta vem dos jogos Olímpicos da Era Antiga, há aproximadamente 3.000 anos, quando

as técnicas de incentivo já eram utilizadas. Os gregos, em seus jogos, utilizavam a estratégia

da divulgação dos vencedores como forma de incentivo para a superação das marcas. No

entanto, o foco central estava na preparação dos competidores para as eventuais batalhas de

(38)

38

Os jogos eram realizados em honra das divindades (Olímpia era Zeus). Ao Estado

interessava não só a premiação dos vencedores, até porque eram bem poucos os que

ganhavam, mas principalmente a preparação dos atletas para eventuais combates de guerra

(TORRES, 2001).

Os atletas vencedores de cada modalidade tinham como momento almejado a

condecoração e a premiação. O valor material dessa premiação não era o principal motivo da

corrida por sua conquista, mas, mais importante do que isso, era a coroa de louros, sinônimo

de honra perante a comunidade, que conquistavam (TORRES, 2001).

O mesmo trinômio que sustenta a chama olímpica sustenta o Marketing de Incentivos:

motivação, reconhecimento e recompensa (TORRES, 2001).

Traçando paralelos entre a história dos Jogos Olímpicos e o Marketing de Incentivos,

pode-se apontar algumas analogias. Assim como o Estado tinha nos jogos olímpicos uma

fonte de preparação dos atletas para combates, as empresas estabelecem programas de

incentivo para suas equipes mais do que como uma forma de premiar os melhores, tais

programas visam treinar e capacitar equipes para um mercado altamente competitivo que, nos

dias atuais, se parece muito com uma batalha. Dessa forma, treinamento e capacitação estão

acima dos prêmios que acabam distribuindo (TORRES, 2001).

Segundo Marlety Gübel na apresentação do livro de Torres (2001) o marketing como

estratégia de negócios e todos os seus aparatos, objetiva implementar ações que gerem

resultados tangíveis e mensuráveis, tais como: o lucro.

Por outro lado, as evoluções e sofisticações na obtenção de informações e suas

tecnologias, seja em conteúdo, seja em velocidade, são aspectos extremamente positivos para

analisar e avaliar as ações e seus retornos tangíveis e intangíveis (TORRES, 2001).

Entre vários aspectos, promoção e incentivo confundem-se conceitualmente, mas

(39)

39

pelas empresas em seu público interno e externo. Provavelmente, o crescimento nessas ações

esteja calcado, primeiro, na rápida demonstração de resultados; segundo, na maior agilidade

de implementação e, conseqüentemente, na diminuição do risco do negócio.

Observa-se que os incentivos têm sido uma prática para aumentar a fidelidade dos

consumidores, clientes e funcionários, neste mercado altamente competitivo (TORRES,

2001).

2.3.2. Marketing do conhecimento

Denominado de "Marketing do Conhecimento" esse novo marketing tem por finalidade

apoiar as estratégias de conhecimento das corporações mexendo nas relações de confiança

recíprocas (FIGUEIREDO, 2003).

O Marketing do Conhecimento complementa o Marketing tradicional, mas agrega um

desafio adicional que é o envolvimento e o comprometimento do pessoal de marketing das

organizações com a GC (FIGUEIREDO, 2003).

O conceito subjacente ao Marketing do Conhecimento é, conforme já definido por

Kotler (1999) a arte de descobrir oportunidades, desenvolvê-las e lucrar com elas, o que não

lhe permite ficar imune à GC nas organizações. Entretanto, o Marketing do Conhecimento

precisa contemplar o público interno da organização, transformando-se em Endomarketing.

2.3.3. O endomarketing

O termo "endomarketing" foi cunhado por Saul Bekin (1995). Ele faz uma exposição

simples e didática do que Kotler chamou de "marketing interno das organizações". O

endomarketing (endo = para dentro) utiliza-se de elementos do Marketing tradicional e os

aplica no ambiente interno das organizações. Se os próprios funcionários não comprarem o

(40)

40

a empresa para qual trabalham é fator crítico de sucesso para atender às necessidades dos

clientes externos.

Segundo Kotler (1992) "Não faz sentido prometer serviço excelente antes de os

funcionários da empresa estarem prontos para fornecê-lo.” E complementa: "Marketing

interno é a tarefa de contratações acertadas, treinamento e motivação de funcionários hábeis

que desejam atender bem os clientes" (1992). Nesse sentido, para esse autor, o marketing

interno deve preceder o marketing externo.

Sendo o público alvo do endomarketing o recurso interno da organização (empregados,

terceiros, fornecedores, bolsistas, etc.) ele guarda estreitas relações com a área de recursos

humanos (RH). Esta relação tem influência direta no desempenho da empresa no mercado,

uma vez que ambos os segmentos estão ligados à capacidade de mobilização das forças de

trabalho que as compõem, ou seja, seus empregados.

Portanto, a estreita relação entre Endomarketing e RH se constitui numa variável

determinante para os resultados da organização. Ambos estão inseridos na cultura

organizacional e devem ser tratados como assuntos complexos (uma vez que envolve

pessoas). Além disso, a justa relação entre Marketing e RH pode gerar lucros ou prejuízos de

curtíssimo prazo, principalmente em organizações prestadora de serviços.

Bekin (1995) diz que o Endomarketing se apoia na idéia de que uma boa imagem

solidificada junto ao cliente interno aumenta a chance de sucesso nas ações de marketing com

o público externo.

Em relação ao objetivo deste estudo, em que o compartilhamento do conhecimento é um

passo importante para agregar valor ao produto final, o Marketing Interno se torna

extremamente estratégico uma vez que a contribuição e a divulgação de uma boa idéia ou

iniciativa deve passar, necessariamente, pela aprovação de quem a gerou e, principalmente,

(41)

41

Outra característica importante do endomarketing está relacionada ao conhecimento do

negócio da organização por parte de todos os seus funcionários (BEKIN, 1995). O

endomarketing tem o papel de fazer as pessoas compreenderem, vivenciarem e executarem

suas atividades com foco nas necessidades do mercado externo. Nesse aspecto, o atendimento

ao cliente externo deixa de ser um esforço apenas do departamento de vendas e passa a ser

uma responsabilidade de todos os segmentos da organização.

Segundo Bekin (1995) o endomarketing recebe influências diretas da cultura

organizacional ao mesmo tempo em que a influencia. Portanto, antes de qualquer tipo de

implementação de ações de marketing interno, a cultura organizacional deve ser amplamente

analisada para fornecer o melhor caminho para o sucesso da estratégia a ser implantada.

O endomarketing pressupõe dois tipos de processos gerenciais: gerenciamento de

atitudes e gerenciamento da comunicação.

A gestão de atitudes constitui a parte mais importante e predominante do endomarketing

e pode viabilizar as vantagens competitivas despertando nos funcionários novas habilidades

requeridas pelo mercado.

Sobre este aspecto, diz Grönroos (1995): “ Antes de tudo, as atitudes dos empregados e

a motivação dos clientes para uma consciência de serviços têm que ser gerenciadas.”

Gerenciar atitudes, neste caso, exige o mapeamento das mesmas e um sistema eficiente para

mensurar os ativos intangíveis.

O outro processo está relacionado à gestão de comunicação e envolve a divulgação

ampla daquilo que está acontecendo na empresa, seja em termos de rotina de trabalho, seja em

relação aos negócios e campanhas publicitárias. E, para objeto deste estudo, a gestão de

comunicação tem papel estratégico uma vez que as informações compartilhadas podem

(42)

42

conseqüentemente, pode eliminar alguns obstáculos ao compartilhamento do conhecimento

(relacionados na quadro 2, pag. 15).

2.3.4. Marketing e comprometimento

Outras facetas importantes do Marketing relacionadas com as atitudes da força de

trabalho, são o comprometimento e a identificação, por parte da empresa, das informações

relevantes para o negócio.

Desenvolver rotinas eficientes para obter junto aos seus empregados e colaboradores

novas informações são importantes para a tomada de decisão mas custam tempo e dinheiro,

como já visto anteriormente. O Marketing e suas técnicas sofisticadas podem auxiliar nesse

intento constituindo-se num suporte importante para a aquisição de novas informações.

Entretanto, a técnica por si só não resolve o problema; é preciso mapear as informações

relevantes para a organização.

Segundo Kotler (1999) duas questões precisam ser tratadas: que tipo de informações

as empresas necessitam para tomar melhores decisões e quais as principais maneiras de se

reunir informações relevantes. Definidas as respostas, o próximo passo é desenvolver as

técnicas necessárias para capturá-las.

Uma vez definidos os tipos de informações essenciais e as ferramentas para reuni-las,

torna-se importante motivar as pessoas ao compartilhamento. Reconhecê-las por suas

contribuições, pode ser a chave, dar-lhes algo em troca também.

O conceito central subjacente ao marketing é o conceito de troca. Quando há o desejo

por parte de alguém de conseguir de outra pessoa uma reação ou ação que pode ser traduzida

por atenção, interesse, desejo e compra, é necessário oferecer-lhe algo que favoreça essas

reações. Deve ser algo que as pessoas percebam como possuindo valor de maneira que elas,

(43)

43

O conjunto de ações/reações se denomina comprometimento, mais especificamente,

comprometimento organizacional. Constitui tarefa central do endomarketing buscar o

envolvimento e o comprometimento das pessoas utilizando-se das técnicas do Marketing de

Comunicação para divulgar e internalizar os objetivos globais da empresa. Neste sentido, o

comprometimento, do inglês commitment, tem um sentido amplo de envolver e engajar. Já o

envolvimento e o engajamento pressupõem compromisso, atitude importantíssima nas

organizações modernas e também para os objetivos deste estudo.

O endomarketing reforça a idéia de que as organizações e seus colaboradores são

interdependentes e devem possuir convergência nos seus objetivos. Portanto, pode fortalecer

as estratégias de compartilhamento. É imprescindível que os empregados “comprem” a

empresa com o objetivo de servir o cliente da melhor forma possível. Nesse sentido, as

empresas precisam investir e tratar os empregados como cliente preferencial com o intuito de

criar um sentimento de cumplicidade.

2.4. Indicadores de avaliação da gestão do conhecimento

Um dos objetivos da gestão do conhecimento organizacional é utilizar o conhecimento

para agregar valor ao cliente final. Em função disso, alavancar o compartilhamento do

conhecimento pode implicar em vantagens competitivas e, nesse sentido, sua mensuração se

torna importante uma vez que está atrelada aos resultados da organização.

Mensurar os resultados é fundamental para novas tomadas de decisão e, principalmente,

para identificar as oportunidades de melhoria nos diversos processos que compõe a criação

dos produtos e serviços. Além disso, viabiliza também a identificação das necessidades de

investimentos para compor os ativos intelectuais da organização.

Em uma economia, onde cada vez mais os derivados dos intangíveis se tornam peça

Imagem

Figura 1: Fases da motivação - metas  Necessidade  interna Meta Conduta Estado  EnergizadoEstruturas NervosasPressão  Fonte: (Soto, 2002, p
Figura 2: O papel das necessidades na motivação.
Figura 3: Conceito básico do modelo de expectativa de Vroon
Figura 4 :  Principais aspectos da política Serpro de Gestão do Conhecimento
+7

Referências

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