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Revisão Bibliográfica

IMPACTOS AMBIENTAIS

2.2.5 Indicadores de resíduos sólidos

A constituição dos indicadores de resíduos sólidos deve dar respostas sobre mudanças nos padrões de consumo e de produção, e de que forma estão alinhados aos princípios do desenvolvimento em bases sustentáveis.

O desenvolvimento de sistemas de indicadores que agreguem o binômio resíduos-sustentabilidade é uma ferramenta estratégica e desconhecida na gestão publica. Na prática, os programas governamentais são concebidos para um horizonte de curto prazo e sem sustentabilidade (POLAZ; TEIXEIRA, 2008).

Campos (2012) considera que os resíduos sólidos podem ser importante indicador socioeconômico, tanto pela sua quantidade como por sua tipologia. Baseia-se pelos dados dos indicadores de geração per capita de resíduos sólidos urbanos que são superiores quando vêm de origem das famílias abastadas, em cidades maiores e nos países mais ricos.

2.2.5.1 Indicadores oficiais de resíduos sólidos nacionais

Diversas são as propostas de apresentação de indicadores de resíduos sólidos. No Brasil, destacam-se do ponto de vista oficial os indicadores propostos pelo IBGE e pelo Ministério das Cidades, dentro do Programa de Modernização do Setor de Saneamento - PMSS, que traz uma série de indicadores utilizados para o diagnóstico situacional dos sistemas de serviços básicos no País (POLAZ, 2008). Reforça-se a importância de os organismos públicos de terem de informações qualitativas e quantitativas de indicadores de sustentabilidade ambiental.

2.2.5.1.1 Indicadores publicados pelo IBGE

A lista dos indicadores de desenvolvimento sustentável publicada pelo IBGE (2012i) segue o marco ordenador proposto pelo o CDS16, organizada em quatro dimensões - ambiental, social, econômica e institucional. A dimensão ambiental se refere ao uso dos recursos naturais e à degradação ambiental, e está organizada nos temas: atmosfera; água doce; oceanos, mares e áreas costeiras; biodiversidade e saneamento. No tema saneamento reúne os indicadores de abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta e destino final de lixo. Estes indicadores são organizados em fichas, contendo a definição do indicador, a descrição de sua construção, as fontes de dados utilizadas, eventuais comentários metodológicos, uma lista de indicadores relacionados e os comentários sobre indicadores.

2.2.5.1.2 Indicadores publicados pelo Ministério das Cidades

O Ministério das Cidades disponibiliza um banco de dados denominado de Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), constituído de dados anuais para todo o setor de saneamento do Brasil.

Para o setor de resíduos sólidos, foi constituída e sistematizada uma metodologia de trabalho, com uma série histórica desde 2002, que cobre as diversas fases do processo de coleta, tratamento, organização e armazenamento. O SNIS tem boa representatividade da amostra em termos do porte populacional dos municípios. Assim, embora se reconheça o fato de que um País imenso com diversidades culturais, econômicas e sociais, como o Brasil, exija estudos regionais mais detalhados relacionados ao manejo, é possível estimar algumas projeções baseadas nos indicadores da amostra do SNIS. A metodologia de pesquisa do SNIS tem como amostra os dados coletados anualmente, em órgãos municipais encarregados da gestão do manejo de resíduos sólidos nos municípios. Os municípios tem participação voluntária.

2.2.5.2 Outros indicadores publicados

Entre diversas aplicações e desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade para a gestão de resíduos sólidos urbanos, destacam-se a da ABRELPE e a de Milanez, que foi aplicada no Município de São Carlos-SP, e indicadores de gerenciamento de resíduos sólidos para a América Latina.

2.2.5.2.1 Publicação da ABRELPE

A ABRELPE, anualmente, publica, desde 2003, O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. Essa é uma das mais completas publicações sobre indicadores no Brasil e é disponível a todos os pesquisadores.

A metodologia utilizada é feita com levantamento de dados sobre os RSU, junto aos municípios e empresas, mediante a aplicação de um questionário. Os resultados são divididos conforme as regiões e estados e subdivididos por categorias e tipos de resíduos.

2.2.5.2.2 Proposição de Milanez

Milanez (2002) propôs 12 indicadores de sustentabilidade para a gestão de resíduos sólidos urbanos no Município de São Carlos – SP. Na seleção dos indicadores, o Pesquisador escolheu aqueles que teriam princípios norteadores específicos para os RSU. Entre estes se encontram: coerência com a realidade, clareza, relevância, facilidade para definir metas, consistência cientifica e confiabilidade da fonte, sensibilidade temporal, participativo e capacidade de síntese. No Anexo C, apresenta-se a proposta à gestão de RSU para São Carlos- SP.

2.2.5.2.3 Indicadores a serem utilizados na América Latina

Outro trabalho relevante sobre indicadores para gerenciamento de serviço de limpeza pública a serem utilizados na América Latina foi proposto pelos

pesquisadores Paraguassu de Sá e Rojas Rodríguez (2002). Eles dividiram os indicadores de resíduos sólidos em

 Indicadores Gerais.  Indicadores Operacionais.  Indicadores Financeiros.  Indicadores Comerciais.  Indicadores de Qualidade.  Indicadores de Custo.  Indicadores de Segurança.

Nesta pesquisa, destacam-se os principais indicadores de resíduos sólidos que deveriam ser utilizados no Brasil, como mostrado no Anexo D.

2.3 Métodos estatísticos

A Estatística está interessada nos métodos científicos para a coleta, organização, resumo, apresentação e análise de dados, utilizando-se das teorias probabilísticas, tendo como objetivo a compreensão de uma realidade específica para a tomada de decisão (SPIEGEL,1972). A estatística pode ser dividida em Estatística descritiva e Estatística inferencial ou indutiva.

A Estatística descritiva ou exploratória tem como objetivo tornar mais compreensível a interpretação dos dados observados (SILVA, 2001). É a parte que procura os melhores métodos para coletar, ordenar e sumariar um conjunto de dados. Divide-se em medidas de tendência central e medidas de dispersão.

Na Estatística inferencial, é possível tirar conclusões acerca da população usando informação de uma amostra, sem que seja necessário proceder a um recenseamento de toda a população.