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Formato e tamanho

Como já mencionado anteriormente neste trabalho, o formato do livro é responsável pelo seu conforto no manuseio. Além dos padrões comuns (quadrado, retângulo, oblongo e estreito), o formato pode ser criativo e/ou personalizado. Na escolha do formato do livro proposto, os critérios utilizados basearam-se na proposta dos mecanismos definidos, por exemplo, a roleta, possui formato circular, enquanto as páginas que sugerem manuseio de

elementos exigem uma maior área para ilustração e não seria tão bem aproveitada na forma de círculo, por isso o formato definido foi o quadrado, que se encaixa perfeitamente em todos os meca- nismos de interação escolhidos.

Na proposta de um livro-brinquedo, levando em conta os espaços destinados a manipulação de roletas, abas, pop-ups , bem como o conforto no manuseio para que não fosse muito grande as mãos das crianças, definiu-se o tamanho de 19x19cm.

Suporte

Ao refletir sobre as opções de suporte, e em decorrência da solução de manipulação adotado no projeto, optou-se pela não encader- nação, assim, o livro será constituído de páginas soltas, uma vez que o poema escolhido permanece com total sentido mesmo se suas páginas não estiverem posicionadas na ordem. Além disso, essa solução faz referência ao primeiro projeto do livro Ou Isto Ou Aquilo, de 1964. Entretanto, era importante que existisse uma forma de sequenciar o poema na ordem original, com intuito de não perder a identidade poética do texto. A solução encontrada para isso foi numerar o verso das páginas, visto que a proposta do livro se encaixa perfeitamente utilizando apenas o verso das páginas.

Diante das escolhas estabelecidas, adotou-se a utilização do papel cartão para compor o miolo do livro proposto, por ser um material de baixo custo, comparado a outros materiais. Ademais, o papel cartão apresenta maior gramatura, o que o torna mais resistente ao manuseio dos mecanismos interativos. A estrutura de papel cartão foi revestida de papel adesivo impresso. A produção em

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escala para comercialização, possivelmente seria realizada com o empastamento das folhas impressas no papel cartão para montar as páginas do livro.

Impressão

O tipo de impressão que melhor se enquadra no projeto gráfico do livro-brinquedo para escala acima de 3000 impressões (recor- rente no mercado editorial nacional) é a offset, pois ela é capaz de reproduzir as ilustrações em uma boa qualidade, baixo custo e tempo curto. Entretanto, para elaborar o protótipo, utilizou-se a impressão digital, uma vez que para pequenas tiragens, ela é a opção mais viável tendo em vista a qualidade, custo e tempo.

Capa

A proposta de capa derivou da criação do miolo. A ideia foi criar algo que “guardasse” as páginas, uma vez que o miolo não está encadernado. Por isso, pensou-se em uma caixinha, que tivesse sua tampa dividida em dois. Foram realizados testes com o uso de elástico para segurar as duas partes da tampa (Figura 68) e poste- riormente optou-se por fazer uma tampa que cobrisse a parte superior e posterior da caixa, que se encaixasse, se tornando mais firme e esteticamente agradável (Figura 69).

Figura 68 Opção de capa com elástico Figura 69 Opção de capa de encaixe

Fonte: Arquivo pessoal.

Fonte: Arquivo pessoal.

Acabamento

Na obtenção dos mecanismos de interação que se propôs ao miolo do livro, foi necessário a aplicação de algumas ferramentas de acabamento. O principal acabamento utilizado foi o corte, da qual necessitaria de facas de corte especiais em quase todas as páginas do livro, porém para a construção dos protótipos o acaba- mento foi realizado com estilete. Além do corte, os outros acaba- mentos utilizados foram colagem e montagem manual dos meca- nismos e do suporte, necessários para qualquer tiragem do livro. Para a capa utilizou-se do corte, montagem e colagem.

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MODELO

O modelo final foi produzido em suportes disponíveis para aqui- sição no mercado local, priorizando o papel cartão de maior gramatura. Assim, foi utilizado o papel paraná nº90 (694g/m2) para construção da estrutura das páginas e da capa, além disso foi aplicado na superfície o papel fotográfico adesivo glossy (130g/ m2). A produção das páginas em paraná ocorreu manualmente, com o uso de lápis, régua, cola e estilete. Já o papel fotográfico foi impresso em jato de tinta. Os mecanismos escondidos em cada uma das páginas foram desenhados digitalmente e impressos em papel sulfite 75g/m2 para serem utilizados de base para a produção manual (Figura 70).

Figura 70 Páginas desenhadas digitalmente Página 1 2º nível 1º nível 3º nível Página 2 2º nível 1º nível 3º nível Página 3

2º nível e elemento móvel

1º nível 3º nível Página 4 2º nível 1º nível Página 5 2º nível 1º nível

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Página 6 2º nível 1º nível Página 7 2º nível 1º nível Página 8 2º nível 1º nível

aquilo

3º nível e elementos móveis

Página 9

2º nível

1º nível Elemento móvel

Durante o processo de confecção do artefato foi necessário realizar diversos modelos que foram propostos ajustes de enqua- dramento das ilustrações, formato e dimensão das imagens diante dos cortes especiais, até que se chegasse ao modelo final (Figura 71) . Na página 1, como por exemplo, optou-se em fazer um único corte que alternasse o cenário, em detrimento de cortes locali- zados em cada uma das gotas de chuva e no sol.

É importante salientar que os suportes utilizados no modelo final não correspondem aos produzidos em escala gráfica industrial. Para produção seriada, recomenda-se o papel Hörlle 35 (1,10mm) empastado com papel couché brilho 115 g/m2, cuja gramatura e acabamento são ideiais para o funcionamento adequado dos mecanismos presentes nas páginas, além disso as caracterís- ticas do papel se mostram apropriadas para impressões de alta qualidade, garantindo cores nítidas, intensas e uniformes.

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Figura 71 Modelo Final

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Verificação

Para realização da etapa de verificação, o livro foi apresentado a quatro crianças de idades diferentes idades (5, 6, 7 e 8 anos), correspondentes ao recorte do público-alvo. Durante essa fase, foram propostos dois procedimentos: (1) para as crianças de 5 e 6 anos, que não tinham habilidade de leitura consolidadas, a leitura foi mediada; (2) para as crianças de 7 e 8 anos, que interagem com o livro de forma independente, a leitura foi observada sem inter- venção da pesquisadora. Após a leitura do modelo, as crianças foram questionadas sobre a compreensão da narrativa e seu gostos pessoais, com intuito de verificar a aceitação do livro-brin- quedo proposto e se os requisitos do projeto foram alcançados. A seguir, será relatado brevemente a experiência de cada criança, utilizando para isso nomes fictícios.

TAYANE (5 anos): Tayane afirmou não costuma folhear livros em sua rotina, entretanto gostaria de mani- pular o livro novamente em outro momento. Durante a atividade mediada, ela solicitou que a pesqui- sadora lesse duas vezes. A criança relatou que achou o livro divertido, afirmando que a primeira e a terceira página eram as mais legais. Em relação a narrativa, ela descreveu apenas pequenos trechos que memorizou, mas não realizou uma contextualização ou uma reflexão do conteúdo. (Figura 72)

Figura 72 Apresentação do

Modelo Final à Tayane

Fonte: Arquivo pessoal. Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 73 Apresentação do Modelo Final à Aurora Figura 74 Apresentação do Modelo Final à Beatriz

AURORA (6 anos): Aurora apre- sentou dificuldade de compreensão do funcionamento dos mecanismo, forçando-os, o que acarretou danos nas páginas de roleta. Ao final da leitura, a criança relatou ter adorado o livro e achou “muito bonito”. Entre- tanto, em relação à narrativa, assim como a criança de 5 anos, Aurora não soube explicar do que se tratava ou recordar os trechos lidos. (Figura 73) BEATRIZ (7anos): A criança ficou livre para manipular e ler o livro, demons- trando cautela e cuidado com as páginas e mecanismos. Realizou a leitura das páginas com atenção e concen- tração, mostrando surpresa em alguns momentos da narrativa associadoao mecanismo de manipulação, principal- mente a página 1 e 4. Ela afirmou gostar de ler e achou a tipografia legível. Além disso, achou o livro interessante, porém alguns mecanismos e a capa difíceis de interagir (duros). Quando questionada sobre o conteúdo , ela afirmou “sempre tem que escolher entre duas coisas, eu prefiro o dinheiro do que o biscoito”. (Figura 74)

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FERNANDA (8 anos): Fernanda realizou a leitura de forma autônoma e demonstrou agressividade com os mecanismos, mesmo sabendo como deveriam ser manipulados. Após a leitura em voz alta, relatou ter gostado do livro e pediu para levar para casa, apesar de ter afirmado que não costuma ler. Ao ser ques- tionada sobre a narrativa, afirmou que não foi cansativa, porém não soube dizer nada sobre o conteúdo, demonstrando falta de compreensão durante a leitura. (Figura 75)

Figura 75 Apresentação do

Modelo Final à Fernanda

Fonte: Arquivo pessoal.

A avaliação com as crianças teve a intenção validar o modelo final, entretanto, notou-se que a amostra foi insuficiente para uma conclusão se o artefato alcançou realmente os requisitos essen- ciais do projeto. No entanto, a experiência de leitura mostrou que o livro-brinquedo proposto foi considerado atrativo, dinâmico e despertou o interesse do público-alvo pela leitura. Ademais, pode-se observar aspectos no projeto que devem ser conside- rados a evolução do projeto, tais como: a durabilidade do material empregado e a dificuldade de manipulação de alguns mecanismos de movimento. Além disso, verificou-se que o conteúdo da poesia foi de difícil compreensão para as crianças selecionadas. Diante desse diagnóstico, entende-se a necessidade de ampliar a leitura com crianças de diferentes contextos de desenvolvimento para concluir sobre o estágio de leitura ideal.

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