7 NOVOS PARADIGMAS - DIAGNÓSTICO DAS DIFICULDADES GERENCIAIS
7.1 A INFLUENCIA POSITIVA DE PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA
NO BRASIL
Mesmo com alguns registros de que a utilização do termo Educação Ambiental
sinalizem para o ano de 1948, quando ocorreu em Paris o encontro da União Internacional para
a Conservação da Natureza (UICN), só na Conferência de Estocolmo, em 1972, é que foram
traçados os rumos da Educação Ambiental e a partir daí, começou a ser atribuída a inclusão
desse tema em nível internacional.
Desta forma foram sendo alinhadas em todas as conferências seguintes: Belgrado em
1975, com o Programa Internacional de Educação Ambiental, no qual foram definidos os
princípios e orientações para o futuro; em Estocolmo, 1977 a Conferência Intergovernamental
sobre Educação Ambiental, que firmaram as definições, os objetivos, os princípios e as
estratégias para a Educação Ambiental; RIO - 92 com o Tratado de Educação Ambiental para
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global e a Agenda 21. Sendo este um plano de
ação para os âmbitos global, nacional e local, pelas Nações Unidas, governos e pela sociedade
civil; Tessaloniki, 1997, na Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade:
Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade.
Em todos os encontros foram enfatizados a necessidade de articulação das ações
voltadas para a Educação Ambiental, baseadas nos princípios da ética, da sustentabilidade, da
identidade cultural e diversidade, da mobilização, da participação e das práticas
interdisciplinares.
No Brasil, a Educação Ambiental começou a ser difundida e institucionalizada com a
criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), vinculada à Presidência da
República em 1973; com a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) que estabeleceu, no
âmbito legislativo, a necessidade de inclusão da Educação Ambiental em todos os níveis de
ensino, incluindo a educação da comunidade, com o objetivo de capacitar a sociedade para a
participação efetiva na defesa do meio ambiente em 1981.
Com a Constituição Federal, que estabeleceu no inciso VI do artigo 225, em 1988 e na
Comissão Interministerial para a preparação da Rio 92, em 1991. A partir daí, outros atos foram
sendo instituídos como instrumentos de educação ambiental na política ambiental brasileira.
No ano de 1999, com a aprovação da Lei n° 9.795, que dispõe sobre a Política Nacional
de Educação Ambiental (PNEA), com a criação da Coordenação-Geral de Educação Ambiental
(CGEA) no Ministério da Educação (MEC) e da Diretoria de Educação Ambiental (DEA) no
Ministério do Meio Ambiente (MMA), esse tema passa a fazer parte no ano (2000-2003) do
plano plurianual vinculado ao MMA.
Em 2004, com inserção do tema pelo MEC junto às redes estaduais e municipais de
ensino, passou-se a ter maior visibilidade e destaque do potencial de transversalidade e atuação
de forma integrada à áreas de diversidade, educação escolar indígena e educação no campo.
No Brasil e especialmente na cidade de Salvador de forma generalizada, a educação
ambiental sempre esteve relegada a um segundo plano, onde apenas o sentimento de
preservação e conservação era remetido à lembranças maiores como: rios, florestas etc. Vale
ressaltar, que o papel da educação ambiental deve abranger uma dimensão macro e que não
deve ficar restrito aos conceitos mais abstratos. Torna-se importante lembrar, que a informação
é o primeiro caminho para a elaboração do senso crítico.
Neste prisma, fica claro que programas de educação informando os princípios básicos
para o manejo ambientalmente correto, sempre terão um papel de relevância para a mudança
de hábitos, dos valores éticos e morais dentro da sociedade, nas quais o ímpeto pelo consumo
deve estar atrelado ao entendimento do descartável e do saudável, para a sobrevivência das
gerações futuras. De forma equivocada e preocupante, o trato pelas questões ambientais tem
levado de forma distorcida ao entendimento de estar na contramão do desenvolvimento
econômico.
A introdução do conhecimento das condutas ambientalmente adequadas dentro das
escolas primárias surge como mais um alternativa no enfrentamento desta problemática, visto
que o consumo começa dentro da casa do cidadão civil. E neste sentido, consequentemente a
contribuição para a geração dos resíduos, também começa com a população consumidora
(Figura 29).
Figura 29 - Resíduos descartados em cima da calçada e embaixo de placa de sinalização de proibição de descarte irregular no bairro dos Dois Leões em frete a antiga rodoviária
Fonte: Acervo do autor desta tese (2017).