3.2 GERAÇÃO, COLETA, DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO DOS AMBIENTALMENTE
3.2.3 Logística Reversa
A PNRS, através do art. 33º da lei 12.305, instituiu a Logística Reversa como forma de
minimização dos potenciais impactos ambientais, atribuindo a responsabilidade ao setor
privado, pelo recolhimento dos resíduos gerados no mercado distribuidor e pós-consumo, e que,
de alguma forma, possuem um grande potencial de degradação, quando descartados de forma
inadequada no meio ambiente.
A Logística Reversa é simplesmente o caminho de volta dos resíduos sólidos
(pós-consumo), normalmente embalagens e recipientes de acondicionamento temporário para
proteção e transporte do produto acabado antes do consumo, onde depois de consumido o
produto pelo consumidor final, o seu descarte deve ser em locais próprios e seletivos, a exemplo
de materiais plásticos, metais, papeis e papelões, vidros e madeiras que não estejam
contaminados.
O objetivo é fazer com que a cadeia distribuidora destes produtos tenha a obrigação
legal de retirar de circulação e inserir em outras cadeias, como a de reutilização e reciclagem,
os resíduos que possuam potenciais de inserção como novos insumos nestas cadeias. Como nos
casos de pneus automotivos que devem ser reintroduzidos nas cadeias de reutilização e ou
reciclagem (Figuras 7 e 8).
De acordo com o artigo acima, citado em harmonia com o artigo 13º do decreto 7.404,
a logística reversa passa a ser um instrumento para o desenvolvimento econômico e social,
caracterizado por um conjunto de ações e procedimentos, com intuito de viabilizar a coleta e o
retorno dos resíduos sólidos ao setor privado. Possibilitando assim, o reaproveitamento na
mesma cadeia, nas cadeias de reutilização e reciclagem ou para a destinação final
ambientalmente adequada.
Em especifico, fica o sistema de logística reversa para os agrotóxicos, seus resíduos e
suas embalagens, que seguirão o disposto na Lei n
o7.802, de 11 de julho de 1989, e no Decreto
n
o4.074, de 4 de janeiro de 2002.
De acordo com § 1
odo artigo 33º da lei nº 12.305/10, os sistemas de logística reversa
serão implementados e operacionalizados por meio dos seguintes instrumentos: acordos
setoriais e termos de compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial.
Salienta-se, que estes acordos firmados, os regulamentos e os termos de compromisso que
disciplinam a logística reversa no âmbito federal, deverão ser avaliados em até cinco anos,
contados da sua entrada em vigor.
Conforme o exposto no artigo 15º do decreto lei 7.404/10, os sistemas de logística
reversa dos resíduos gerados, serão estendidos a produtos comercializados em embalagens
plásticas, metálicas ou de vidro e aos demais produtos e embalagens, conforme o potencial do
grau e extensão de impactos, à saúde pública e ao meio ambiente.
Os incisos I, II, III, IV, V, VI e § 1
odo artigo 33 da Lei nº 12.305/10, rezam que:
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos produtos, bem como de
embalagens, deverão estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante o retorno
dos produtos e embalagens após o uso pelo consumidor. Na implementação e operacionalização
do sistema de logística reversa, poderão ser adotados procedimentos de compra de produtos ou
embalagens usadas e instituídos postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis,
devendo ser priorizada, especialmente no caso de embalagens pós-consumo, a participação de
cooperativas ou outras formas de associações de catadores de materiais recicláveis ou
reutilizáveis.
Figura 7 - Pneu de caminhão descartado de forma inadequada na Via Expressa próximo a Rótula do Abacaxi na cidade de Salvador
Figura 8 - Resíduos "PNEUS" com potencial de reciclagem e ou reutilização onde a lei obriga sua inserção na Logística Reversa, descartados inadequadamente na entrada do bairro do Lobato em Salvador
Fonte: Acervo do autor desta tese (2017).
Em comunhão com o art. 33º da referida lei acima citada, o artigo 18º do decreto
7.404/10, ratifica essa obrigatoriedade quando cita:
Os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes ficam responsáveis pela realização da logística reversa no limite da proporção dos produtos que colocarem no mercado interno, conforme metas progressivas, intermediárias e finais, estabelecidas no instrumento que determinar a implantação da logística reversa. (BRASIL, 2010).