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Informações técnicas sobre coleta seletiva

4. METODOLOGIA PROPOSTA

8.3 Informações técnicas sobre coleta seletiva

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010), define a coleta seletiva como sendo um dos seus instrumentos, assim como o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras associações de materiais recicláveis e reutilizáveis e a educação ambiental.

A coleta seletiva tem como um entendimento básico a coleta dos resíduos orgânicos e inorgânicos ou secos e úmidos ou recicláveis e não recicláveis, que foram previamente separados na fonte geradora. Materiais não recicláveis são aqueles compostos por matéria orgânica e/ou que não

possuam, atualmente, condições favoráveis para serem reciclados

(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014).

No que diz respeito à coleta seletiva, o Município de Maracajá definiu como meta a criação de incentivos para a ampliação da participação da população na coleta seletiva.

Entre os benefícios ambientais da implantação da coleta seletiva pode- se destacar:

a) prolonga a vida útil dos aterros sanitários;

b) possibilita a recuperação de materiais que seriam aterrados; c) diminui a exploração de recursos naturais;

d) reduz a poluição do solo, da água e do ar;

e) melhor controle da proliferação de vetores de doenças.

Já as principais vantagens econômicas são: a) economia de energia;

b) economia de transporte, pela redução de material que demanda o aterro; c) diminui os custos da produção, com o aproveitamento dos recicláveis pelas indústrias;

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d) reduz os gastos com a limpeza pública;

e) incentiva às indústrias de reciclagem, com a criação de novas oportunidades de trabalho.

Por fim, as vantagens sociais relacionadas à coleta seletiva são: a) conscientização da população para questões ambientais;

b) resgate social de indivíduos, com a criação de associações/cooperativas de catadores;

c) geração de emprego e renda pela comercialização dos recicláveis; d) estimulo a cidadania através da participação popular.

No Decreto Federal n. 7.404 (BRASIL, 2010) estão definidos os seguintes aspectos da coleta seletiva:

a) a coleta seletiva deve ocorre mediante a segregação prévia dos resíduos sólidos, conforme sua constituição ou composição;

b) a implementação do sistema de coleta seletiva é essencial para atingir a meta de disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

c) o sistema de coleta seletiva implantado pelo titular do serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos deve estabelecer no mínimo a separação em resíduos secos e úmidos e, progressivamente a separação de parcelas específicas;

d) os geradores de resíduos sólidos devem segregá-los e disponibilizá-los adequadamente conforme definido pelo titular do serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;

e) o sistema de coleta seletiva deve priorizar a participação de cooperativas ou demais associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.

Para o sucesso da coleta seletiva é imprescindível a definição de um programa de educação ambiental focado na sensibilização da população sobre a importância da correta segregação na fonte, horários de coleta de resíduos, roteiros de coleta e incentivos a minimização da geração de resíduos sólidos.

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8.3.1 Critérios técnicos para implantação de Pontos de Entrega Voluntária Os PEV (ponto de entrega voluntária) ou LEV (locais de entrega voluntária), ou ainda, Ecopontos, são locais constituídos de infraestrutura específica para materiais com potencialidade de reciclagem, implantados estrategicamente próximos aos geradores de resíduos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (BRASIL, 2001), os pontos de entrega voluntária consistem na instalação de contêineres ou recipientes em locais públicos para que a população, voluntariamente, possa fazer o descarte dos materiais separados em suas residências.

Os PEV promovem a participação da população na coleta seletiva, uma vez que a mesma deve deslocar-se para a entrega do material previamente segregado.

O sucesso da implantação de pontos de entrega voluntária de materiais recicláveis está condicionado ao acesso à informação por parte da população, que pode ser obtido através de estratégias de educação ambiental.

Os PEV caracterizam-se como alternativa o recolhimento de materiais urbanos recicláveis, visando diminuir a quantidade de resíduos descartados em locais públicos, terrenos baldios e córregos. No Quadro 8 é possível verificar os aspectos positivos e negativos da implantação de PEV.

Quadro 8: Características positivas e negativas da implantação de PEV.

Negativas Positivas

Maior dificuldade na entrega de recicláveis de maior volume

Condições desfavoráveis para a coleta (lenta) Menor visibilidade

Mais simples e funcional

Estimula a segregação nas residências Mais qualidade

Redução de resíduos dispostos em local impróprio

Condições favoráveis para coleta e transporte Menor vandalismo

Fonte: modificado de Bringhenti (2004).

A área onde deverá ser implantado o PEV deve ter as seguintes características:

 ser fechada e coberta, com o intuito de evitar a dispersão de odores para além dos limites do ponto;

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 ter iluminação natural feita através de cobertura específica e janelas translúcidas localizadas em torno da construção;

 possuir piso de concreto;

 ser dotado de uma pequena guarita, com sanitário e telefone, para facilitar a presença contínua de um funcionário.

O Ministério do Meio Ambiente (2012) indica que o número de PEV deverá ser definido em função da população do município, conforme pode ser visualizado na Tabela 12.

Tabela 12: Número de PEV e PVEC conforme a população.

População da Sede Municipal PEVs ATT PEV Central

Até 25 mil - - 1

de 25 a 50 mil - - 2

de 50 a 75 mil 3 1 -

de 75 a 100 mil 4 1 -

Fonte: modificado de Ministério do Meio Ambiente (2012).

Diante do exposto e baseado nas metas definidas para emergencial, médio e longo prazo, indica-se a instalação de 01 ponto de entrega voluntária no município de Maracajá instalado na sua Sede. Indica-se que o PEV em questão tenha função de receber resíduos recicláveis, bem como os seguintes resíduos com logística reversa obrigatória, mediante acordos setoriais: pilhas e baterias, eletroeletrônicos, lâmpadas e pneus inservíveis. Sobre resíduos com logística reversa, há indicações técnicas no item 8.6.

Antes da implantação desses PEV’s deve-se avaliar a capacidade de recebimento dos resíduos reciclados por parte das cooperativas de recicladores ou outra instituição.

É fundamental ressaltar que antes da implantação de um PEV devem ser realizados os seguintes estudos e avaliações:

 dimensionamento da estrutura dos PEV considerando a população a ser atendida e as características dos resíduos sólidos;

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 análise ambiental e técnica das condições e restrições da área onde o PEV será instalado;

 solicitação de licenciamento ambiental do PEV;  avaliação financeira da implantação de PEV;

 estratégias para divulgação das funções operacionais e da importância de PEV, incentivando a participação da população.

Também, pode-se avaliar a possibilidade de instalação de PEV’s que possuam disponibilidade de área e de baias para recebimento de resíduos de construção civil (RCC) e resíduos volumosos. Os condicionantes para a implantação de PEV’s com recebimento de RCC e resíduos volumosos são:  disponibilidade de área;

 área coberta;

 definição de responsáveis pela coleta;  transporte e destinação final;

 sensibilização da população (tendo significativa influência para o sucesso do projeto.

8.4 Procedimentos operacionais mínimos a serem cumpridos por