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e o inicio do XX Tese – PUC /SP 2004.

terminados pontos do paiz. É justo, portanto, que nós, apezar de não temos nenhum vislumbre de sciencia, nos ponhamos ao lado do no sentido de fazer a prophylaxia de nossos sertões, tornando- os parte integrante e útil da nação (GAZETA DO NORTE, 18 de Janeiro de 1917, p.1).

A sequência de manchetes da coluna “Pelo Sertão” é encerrada pelo jornalista com o cuidado de “construir” uma narrativa de denúncia e soluções, colocando-se no debate e indicando suas intenções. Fica claro, nessa coluna, o tom de denúncia, fazendo direta associação entre sertão e mazelas, salientando sempre que existem homens capazes de salvar o sertão:

Não é somente nos sertões de Minas, mas também no interior de quase todos os Estados brasileiros, que as endemias campeiam sobranceiras e orgulhosas, fazendo a sua colheita annual de milhares de vidas, já inutilizando para sempre outras. Ao lado do hematozoario e do ttypanosoma que por aqui permanecem, sendo a cada passo, diariamente mesmo, innoculados pelos seus behiculadores próprios – morissoca e barbeiro – exste o treponema da syphilis a se transmitir de regação em geração, tornando-as rachiticas e entesandas. E todas estas entidades mórbidas, verdadeiras espantalhos da civilização e progresso de um povo, só cedem a uma prophylaxia systimatica e rigorosa; e esta so pode ser posta pratica com o aulixio dos governos e intervenção efficaz dos homens de sciencia e representação popular. Dahi a razão de ser desta nossa série de artigos desativados em que entra apenas uma larga somma de boa vontade e mais nada. Delinamol-os com dois intuitos únicos – provar a existência dessa moléstia em nosso meio, o que suppomos ter alcançado, e pedir o auxilio do governo nesta campanha patriótica, o que esperamos receber dentro em breve. Esta nossa esperança se funda no facto de existir no orçamento vigente do Estado, avultada verba consignada a soccorros públicos – calamidades, epidemias, etc. Ao invés de estarem os governos da União e do Estado a gastar sommas enormes com immigrações e colônias e núcleos, é mais consentanco, parece, tractarem elles de sanear às nossas terras, tornando-as assim aptas e capazes para o desenvolvimento não só dos seus naturaes, como também dos que para ellas immigram (GAZETA DO NORTE, 18 de Janeiro de 1917, p.1).

No trecho acima fica claro que o jornalista se posicionava, citava os problemas e as doenças sem associá-las à riqueza ou à pobreza, mas, a projetos de administração e responsabilizava a administração pública. O jornal reivindica o saneamento, cumprindo um papel político, papel esse que de fato tem pertencido à imprensa. Sublinho, nesta análise, o fato de a diferença entre o norte e o sul já está naturalizada como uma questão de administração pública ou de interesse dos representantes das suas respectivas localidades. O tema “Norte versus Sul” não aparece

claramente nos jornais de Montes Claros, a forma como foi tratado é muito sutil. Em compensação, no jornal O Norte, editado na cidade de Diamantina257, há uma longa campanha sobre a diferença entre as regiões Norte e Sul do Estado, sendo que essa diferença foi tratada como falta de atenção ou preconceito por parte do governo estadual em liberar verbas para o Norte do Estado.

Naquele período, início do século XX, havia um trânsito de pessoas, mercadorias e informações muito grande entre Montes Claros e Diamantina. Assim, ambas as cidades disputavam o lugar de cidade referência. Disputavam o privilégio de terem, em seu favor, políticos com maior influência nas câmaras estaduais e federais. Apesar de existir essa disputa entre as duas cidades, encontrei tanto em jornais de Montes Claros como nos de Diamantina “troca de elogios e cordialidades” de uma para com a outra.

O jornal O Norte saiu em defesa dos interesses da região Norte do Estado, como o mesmo publicava em seu slogan: “o jornal de interesse do Norte”. Percebo que aí estava presente uma ampla campanha para enaltecer aqueles que, com pequenas ou grandes ações, fizeram ou tentaram fazer algo pela região, como no trecho abaixo, cuja reportagem elogia Afonso Pena por visitar e observar os problemas estruturais, apontando esse comportamento como sendo o início de uma nova fase para a região:

Fundadas esperanças [...]

A semelhança do que actualmente faz o presidente eleito da republica conselheiro Afonso Penna, em demanda das regiões do Norte, onde de vez de estudar as necessidades d’áquelle povo, pretende à nosso presidente menino observar incógnito diversas localidades, o que só é digno de elogios devido à nítida compreensão do que deva ser um verdadeiro estadista, não consentrando seu meio de acção no estreiro de uma capital belíssima, onde tudo é magestoso, mas que de modo algum traduz a realidade da lucta pela vida no nosso meio (O NORTE, 7 de Junho de 1906, s/p.).

O estabelecimento de instituições do governo de determinadas cidades é, e foi, muito importante para essa precária região, ao ponto de o jornal “O Norte” de Diamantina publicar em suas páginas a disputa entre Montes Claros e Januária para a

instalação de um destacamento militar, conforme mencionado no capítulo anterior, como teoria da intervenção militar258:

“O Norte” – órgão dos interesses geraes do norte

Opinião do norte, de Montes Claros, em vibrante editorial sob o titulo – desgoverno ou injustiça? Estranha o acto do sr. Dr. chefe de policia, designando a cidade de Januária para sede da grande circunscripção policial a que pertence também Montes Claros.

O confrade argumento no intuito de preferenciar Montes claros para sede da mesma circunscripção (O NORTE, 12 de Julho de 1906, s/p.).

O jornal como espaço de disputa de poder, fora, em Diamantina, utilizado como clamor e pedido de remissão para a região Norte, tanto que o discurso era de que ficassem atentos à região e que, caso houvesse investimento, o Norte, certamente, prosperaria:

Solução

Das espessas do passado, cujas linhas lhe são servindo de limites, despreendendo seus derradeiros raios governo que no último período dirigio o destino do grandioso estado de minas, gravão-se indelvumente os seus actos e deliberações.

[...]

Critério e luzes bastantes tem s. ex, para, empulsionando a lavoura, acariciando o commercio, e falicitando a indústria, fazer do estado fraco uns estado rico, forte, faustoso, principalmente na sua parte norte, onde tudo definha e se aniquila por difficuldades que se lhe antolhão.

Derrame s. ex. os bens do seu governo sobre esta zona opulenta, mas despresada, laboriosa, porém mal fadada, e teremos o norte, não um sorvedouro dos sacrifícios do sul, como disse alguém, não um consumidor das receitas do estado, mas um grande e perenne manacial para o thesouro publico, uma ingatavel fonte de argumento das economias mineiras. “Lance s. ex. um olhar prescrutador sobre esta feracissima zona, e verá quanto futuro sem horizonte, quanta riqueza sem destino, se achão occultas pelas nuvens do esquecimento em que faz o triste norte de minas.

Não há estimulo para nada, e nas mais duras contigencias viu o seu povo sem meios de transporte, sem incentivo no trabalho, sem instrução, sem luz.

[...] Deto delgo (O NORTE, 26 de Julho de 1906, s/p.).

A ideia é sempre de que havia recurso e que com a ajuda do governo tudo daria certo, como divulgado na coluna Pelo Sertão, publicada no Gazeta do Norte.

258 FAUSTO, Boris. As ideologias de intervenção. In: História Geral da Civilização Brasileira –

Percebo que existia uma rede de comunicação entre os jornais de Diamantina e Montes Claros, pois tanto nas páginas dos jornais pesquisados em Diamantina, como nas dos jornais de Montes Claros, nota-se uma troca de informações e de posturas políticas, gerando um elo entre as cidades e, consequentemente, entre os jornais que estabeleciam um pacto de poder e influência em toda a região: “A opinião do Norte, que sahe á luz da publicidade na adiantada cidade de Montes Claros” (Ibid., 30 de Agosto de 1906, p. 3). A imprensa trabalhava no sentido de que Montes Claros era, e deveria ser a principal cidade do Norte de Minas, porém, esta supremacia não afirmava o prestígio de sua representação política. Com o fim da lei que obrigava os candidatos a presidente do estado e a deputados estaduais e federais serem naturais dos respectivos lugares de sua representação política, o norte de Minas perderia prestígio em detrimento do sul, pois a região sul do estado era economicamente mais forte e, consequentemente, teria maior poder representativo. O jornal “O Norte” de Diamantina publicou a matéria intitulada “Falência do Norte”, na qual há a explicação de que a representação passaria a ser por indicação e não mais por eleição.

Falência do Norte

Podemos dizer que o poder político do Norte de Minas, está falido, já os seus representantes, nas câmaras Federal e Estadual não precisam ter seu berço natal. N’um de seus municípios bastante que tenham sua baptismal na sede do P. R. M. no mais já se deu início, com a representação do sr. Col. Bueno Brandão, para deputado pelo 1ºdistrito na vaga deixando pelo sr. Pedro Luiz.

Embora esteja a altura de ser deputado federal, não nos consta ser exc. O ex-presidente de Minas, filho do Norte. Esta indicação é o symptoma crasso do esmagamento do Norte de Minas pelo Sul. Este facto veio positivar que o Norte tem um dever, apenas o direito de encher o thesouro do Estado, Sem o direito de fiscalizá-lo. Possue o Norte homens de valor igual ao condidato sulista à vaga deixada pelo deputado nortista, no entanto, vae ser imolado privado de um seu filho como representante. Que é isto politicamente senão a fallencia do Norte? (O NORTE, 30 de Agosto de 1906, p. 2).

A representação política era o principal elemento de existência ou satisfação de uma região. Segundo a reportagem, havia uma espécie de “complô” contra o Norte; a região Sul do Estado elegia seus representantes políticos e assim conseguia a

infraestrutura necessária para se desenvolver. Nesse momento de confrontos políticos, um grupo de políticos e cidadãos preocupados com a situação do Norte fundou um clube - o Clube Separatista de Diamantina, a exemplos dos clubes europeus que se reuniam para estudar e protestar contra a “ordem”. O Clube Separatista de Diamantina propunha recuperar o respeito da representação política do Norte do Estado259.

Se o Norte só servia para pagar impostos, nada mais legítimo que se separar do sul. Antes dessa data, outros movimentos separatistas já haviam ocorrido260. Porém, o Clube Separatista de Diamantina foi o mais ativo, pelo menos é o que ficou registrado na imprensa diamantinense, e através dessa, deixa claro que terá como aliada e como instrumento para as reivindicações e debates: “O club Separatista de Diamantina de facto e a sua acção será na imprensa, na tribuna e nas armas si preciso for” (O NORTE, 13 de Setembro de 1917, s/p.). Os discursos do Clube Separatista evidenciavam a importância de se eleger um representante da região para assim sanar os problemas de construção de pontes e pavimentação de estrada. Solicitação sempre presente, tanto nos jornais de Montes Claros, como nos de Diamantina: “só um representante “preocupado” com as necessidades do norte poderia reverter a situação em que se encontrava a região” (Ibid., loc. cit.). O jornal “A Noite” fez a sua parte ao reivindicar a pavimentação da estrada que ligava Mendanha, cidade de grande potência comercial, à Diamantina.

O Norte abandonado – o inicio de reação – os políticos estão acordando: o Norte de Minas e A Noite

Pelo lado das estradas terrosas, acima, citada que está ingranzitavel, temos ainda a do gavião, cuja construção já foi arrematada pelo sr. João Gonçalves que passeando em Bello Horizonte se esquece que com a entrada das águas não poderá iniciar sua construção e e isto muito prejudica lavradores e commerciantes norteistas. Mas é mesmo assim, um taverneiro qualquer, obtem arrematação de limpeza publica, alicia empregados (eleitores) e funda directorio político e zaz está de braços com o sr. Delfim e prompto a auxilial-o. Dias depois se transforma em constrictor e arremata uma construcção de estrada. A estrada é de difficil construcção fica mais caro que o orçamento desiste ou amolece o corpo, não constroe nem deixa outros construir,

259 No caso de diamantina, com a acessão de Juscelino Kubitschek e outros políticos – acredito que este respeito foi alcançado.

260 Para Bernardo da Mata-Machado, houve três momentos importantes antes da Primeira República sobre a questão de separação pelo Norte de Minas, que seria a criação do Estado do São Francisco. Primeiro em 1830, por projeto de lei, projeto este que não foi aprovado pelo governo imperial. O segundo e o terceiro foram levantados pela bancada federal baiana. Em 1850, a bancada baiana contou com o apoio das bancadas pernambucanas e piauiense. E, finalmente, em 1873, desta vez a separação dar-se-ia seguindo o curso do Rio São Francisco, com regiões das províncias de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. Neste sentido, vide: MATA-MACHADO, Bernardo. História do Sertão Noroeste de Minas Gerais. 1690 – 1930. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1991. p. 101 e 102.

ficando como empatada ..., prejudicando assim os lavradores commerciantes e todos os habitantes da zona norte mineira.

Não pode continuar este estado de cousas sr. Gonçalves diga logo se pode ou não e deixe outro construir.

Contra o abandono do norte pelos políticos sulistas já se iniciou neste município a reação, com a eleição do dia 16, em que elementos populares, tendo a frente membros do C. separatista, representam a candidatura de Artur Queiroga, cujos resultados foram ao mais brilhantes possíveis.

Saccudidos pelo nosso appello já se estão despertando os políticos norte mineiros. Os represntantes dos municípios. Na convenção se manifestaram collectivamente aborrecidos com os meios dos políticos sulistas. Publicamos o telegramma expedido pelo correspondente da “A Noite” em Bello Horizonte áquella redacção (O NORTE, 20 de Setembro de 1917, s/p.).

Tendo a imprensa como aliada, o Clube Separatista, com o falecimento de Bias Fortes261 e a necessidade de substituição no senado, encontrou momento oportuno para conquistar sua visibilidade com a indicação do candidato Artur Queiroga. O espaço da imprensa também foi utilizado, pelo clube, para educar e informar os eleitores a respeito da possibilidade de votar com antigos títulos. Na manchete de serviço especial do jornal “A Noite” foi publicado um texto no qual o jornalista delimitava espaços de representação do poder, ou seja, a Geografia das Minas como base para dividir a representação política, o que pode ser entendido como uma metáfora em favor dos ideais dos separatistas:

Eleição senatorial

Foi frizante a atitude do Club Separatista de Diamantina, na eleição realizada, no dia 16 para preenchimento da vaga, no senado mineiro, aberta com o fallecimento do sr. Bias Fortes. Assim que foi dada na

261 Crispim Jacques Bias Fortes (Oliveira Fortes, 25 de outubro de 1847 — Barbacena, 14 de maio de 1917) foi um político e promotor brasileiro. Faculdade de Direito de São Paulo, na qual se formou em

Ciências Jurídicas em 1870. Retornou a Barbacena, onde exerceu os cargos de promotor de Justiça e de

juiz municipal. Exonerou-se da magistratura em 1879 para atuar na política.Em 1881 elegeu-se deputado provincial pelo Partido Liberal, sendo sucessivamente reeleito até o fim do Império, ocupando por algumas vezes a presidência da Assembléia. Foi reeleito novamente em 1889, mas em decorrência de manobras dos partidos Liberal e Conservador, acabou nao sendo diplomado como deputado provincial.No início da República, recebeu convite de João Pinheiro da Silva para elaborar o anteprojeto da Constituição de Minas Gerais. Exerceu o governo provisório de Minas Gerais por nomeação do Marechal Deodoro da Fonseca em quatro breves ocasiões, que na prática se estenderam de 24 de julho de 1890 a 11 de fevereiro de 1891.Em 1894 teve de renunciar à cadeira de senador estadual em virtude de sua eleição para presidente do estado de Minas Gerais para o período de 7 de setembro de 1894 a 7 de setembro de 1898. Durante seu governo, realizou-se a transferência da capital mineira de Ouro Preto para Belo Horizonte, em 12 de dezembro de 1897. Após o mandato de presidente estadual, retornou ao senado estadual, onde permaneceu até 1918, vindo a falecer durante o exercício do mandato. Acessado em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Crispim_Jacques_Bias_Fortes, 22 de janeiro de 2011 às 11:43.

véspera a noticia de que o candidato era um sulista cujo nome ficaria occulto, até última hora, o C. S. Diamantina se movimentou e lançou a candidatura do professor Arthur Quiroga que foi abraçada immediatamente por elementos populares que distribuíram o seguinte boletim.

Nortistas a postos!

Realiza-se amanhã a eleição para preenchimento da vaga existente no senado mineiro com a morte do sr. Dr. Chispim Jaques Bias Fortes, e não se sabendo até hoje de candidato algum à vaga, e que será indicada fatalmente um sulista á úlitma hora, convidamos o eleitor a suffragar o nome do querido nortista Professor Artur Queiroga ex- deputado estadual.

Chegou o momento de iniciarmos a repulsa contra as imposições políticas do sul. O Norte de Minas não deve e nem pode consertir no seu esbulhamento, sua asphyxia e aniquillamento pelos planos e manejos políticos do sul.

Temos homens de valor, que muito bem nos podem representar em quaesquer das câmaras federal ou estadoal.

Entre estes está o illustrado patrício Arthur Queiroga, cujo amor ao Norte e trabalhos em seu beneficio estão patentes na sua passagem luminosa pela câmara dos Deputados do Estado de Minas.

NOTA - para as eleições estadoaes podem os eleitores votar com os títulos antigos ou com os novos.

Os nortistas262.

Pelo lado das estradas terrosas, acima, citada que está ingranzitavel, temos ainda a do gavião, cuja construção já foi arrematada pelo sr. João Gonçalves que passeando em Bello Horizonte se esquece que com a entrada das águas não poderá iniciar sua construção e e isto muito prejudica lavradores e commerciantes norteistas. Mas é mesmo assim, um taverneiro qualquer, obtem arrematação de limpeza publica, alicia empregados (eleitores) e funda directorio político e zaz está de braços com o sr. Delfim e prompto a auxilial-o. Dias depois se transforma em constrictor e arremata uma construcção de estrada. A estrada é de difficil construcção fica mais caro que o orçamento desiste ou amolece o corpo, não constroe nem deixa outros construir, ficando como empatada ..., prejudicando assim os lavradores commerciantes e todos os habitantes da zona norte mineira.

Não pode continuar este estado de cousas sr. Gonçalves diga logo se pode ou não e deixe outro construir.

Contra o abandono do norte pelos políticos sulistas já se iniciou neste município a reação, com a eleição do dia 16, em que elementos populares, tendo a frente membros do C. separatista, representam a candidatura de Artur Queiroga, cujos resultados foram ao mais brilhantes possíveis.

Saccudidos pelo nosso appello já se estão despertando os políticos norte mineiros. Os represntantes dos municípios. Na convenção se manifestaram collectivamente aborrecidos com os meios dos políticos sulistas. Publicamos o telegramma expedido pelo correspondente da “A Noite” em Bello Horizonte áquella redacção (O NORTE, 20 de Setembro de 1917, s/p.).

262 O Norte, sem data.

Notas do norte, sem data estavam no arquivo junto com outros jornais do período observado na tese ( 1910-1920) como outras matérias desta jornal comenta a Primeira Guerra e outros temas ficou claro para mim ser na mesma data.

Toda preocupação apresentada na matéria anterior tinha uma razão de ser. A próspera e antiga cidade de Diamantina tinha seus interesses particulares em se tornar a capital do Norte. A campanha publicada nos jornais tinha um objetivo – sua candidatura ao posto de capital da região. Nessa perspectiva, o jornal “O Norte” publicou uma carta aberta na qual são mencionados os pontos e porquês da candidatura de Diamantina ao posto de capital do Norte:

A voz do Norte, quinta–feira, 6 de setembro de 1917 PG. 2

Supponhamos o Norte um estado independente, tendo como capital a cidade de Diamantina. Limitado ao norte pelos rios Carinhanha, Verde Grande, Verde Pequeno, Serra das Almas, recta comprehendidaentre rio Pardo e Salto Grande, Serra dos Aymores, a Leste, Rio Doce, Serra dos Espinhaço, rio Parahyba ao Sul, e limites com Gorjaz, a oeste, terá seguramente 338.800 Kilomentros quadrados, sendo maior do que São Paulo, Pernambuco, Paraná, Ceará e outros importantes estados do Brasil.

Sua população será maior de 1.000,000 de habitantes não sendo muito inferior as populações de Peçanha, Serro, Diamantina e outros. Dos municípios actuais farão parte do nosso departamento administrativo cerca de trinta, incluindo Paracatu, no occidente. Quase todos estes municípios são muitíssimos ricos e si não estão mais prósperos porque dependem politicamente de 146 de outras regiões. Uma vez creado o novo estado poderá cada um deles ter seu

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