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Inovação Pedagógica e as tecnologias

3- Inovação pedagógica e práticas pedagógicas inovadoras

3.7 Inovação Pedagógica e as tecnologias

A atividade contextualizada está vinculada a realidade do aprendiz, estabelecendo relações com outros sujeitos propiciando um ambiente favorável a novas aprendizagens.

No contexto escolar diferente aspectos devem ser considerados dentro da variante cultural da inovação pedagógica. Fino (2009) destaca que é necessária uma tomada de consciência, para o autor o termo inovação pedagógica significa,” um salto qualitativo nas práticas pedagógicas, que envolve um posicionamento critico, explicito, uma descontinuidade ante as práticas pedagógicas tradicionais”.

A utilização de instrumentos tecnológicos promove uma mudança significativa na vida dos sujeitos e concomitantemente na educação, intensificando-se o discurso da necessidade de usar novos instrumentos tecnológicos.

Portanto, é essencial a busca do pensamento construído a partir dos questionamentos e da utilização da tecnologia aplicada à formação acadêmica do aluno.

Nesse processo de aproximação com a realidade dos sujeitos, é fundamental abrir o diálogo para compreender o que os mesmos entendem ser favorável vivenciar dentro do ambiente escolar e de que forma a tecnologia está sendo utilizada na aplicabilidade dos conteúdos vivenciados na escola.

As habilidades relacionadas ao uso da tecnologia delineiam um novo modelo para aprendizagem, pois a influência das mídias na construção de conhecimento tem sido imprescindível para uma geração cujo contato com a tecnologia tem

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proporcionado uma aproximação cada vez maior com a pesquisa e com as descobertas científicas.

Nas atividades realizadas com auxílio da tecnologia, as relações de aprendizagem inauguram uma nova etapa do construir saberes, possibilitando relações comunicativas importantes no universo social vivido pelo aluno.

Na proposta construcionista de Papert (1994), o aluno usando o computador visualiza suas construções mentais relacionando o concreto e o abstrato por meio do processo interativo, configurando assim, a construção de conhecimento.

Papert (1994) argumenta que a criação de espaços ativos de aprendizagem permite ao aluno concretizar suas ideias e teorias. Para o autor, o uso da informática possibilita aos indivíduos condições para que mudanças significativas aconteçam no desenvolvimento educacional, já que o ambiente tecnológico desperta nos sujeitos a curiosidade, funcionando como instrumento que permite interação sujeito-objeto.

É preciso pensar criticamente como a tecnologia está sendo inserida dentro das escolas e analisar sua contribuição e sua finalidade na formação dos educandos. Outro ponto fundamental é compreender o sucesso das ações educacionais dentro do ambiente escolar associado ao uso dos computadores.

A formação acadêmica precisa estar baseada numa concepção ampla e universal da educação, transcendendo aos conceitos fragmentários da aprendizagem, e que esta provoque mudanças paradigmáticas, porque aprender implica atribuições de significados.

Um leque se abre para o desenvolvimento de metodologia de pesquisa que integra a tecnologia, enquanto instrumento e princípio epistemológico.

Só existe inovação pedagógica quando ocorrem mudanças nas práticas pedagógicas, não necessariamente apenas com uso dos computadores, mas com auxílio deles.

Com o advento da tecnologia auxiliando a pesquisa o trabalho tornou-se mais eficaz, a utilização da informática no processo educacional vai além do uso de equipamentos tecnológicos nas escolas, constitui na sua essência um novo olhar na busca do conhecimento, desde a sua idealização até sua consolidação.

O computador e as novas tecnologias são ferramentas viabilizadoras de ambientes educacionais, sendo fundamental para a formação dos indivíduos, no qual as ideias construcionista podem ser amplamente exploradas.

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A introdução da informática na educação provocou diversas indagações a respeito da maneira como o mesmo poderia auxiliar na construção de conhecimento. Papert (1994, p. 42) afirma que “a tecnologia não é solução, é somente um instrumento”.

Nesse sentido, o uso do computador deve ser aplicado de maneira construcionista, influenciando significativamente na aprendizagem do sujeito e no processo formativo do mesmo, compreendendo que o sucesso da tecnologia no sistema educacional depende da metodologia usada, pois o computador deve ser usado de forma construtiva e não instrucionista.

Para que o computador seja eficaz do ponto de vista educacional, é preciso a criação de ambientes de aprendizagens estimulantes e enriquecedores, nos quais o computador seja apenas um instrumento que ajuda no desenvolvimento de habilidades.

Na abordagem construcionista de Papert (1994) o aprendiz constrói conhecimento por intermédio do computador, no entanto, o computador deve ser apenas um suporte para exploração, interação, investigação e descobertas que o ajude na sua formação, construindo um saber fundamentado nas pesquisas, tornando assim, a aprendizagem satisfatória.

A introdução das tecnologias nas instituições educacionais tem sido objeto de vários estudos e pesquisas, englobando potencialidades, criatividades, apontando uma mudança de concepção de construção de uma aprendizagem que atenda e respeite a diversidade.

Podemos afirmar que nas atuais perspectivas tecnológicas e educacionais, a educação vai além de equipar as escolas com computadores e de conectar as escolas às redes, é preciso direcionamento na construção de projetos pertinentes que respeitem as especificidades dos diferentes campos de conhecimento.

Para Papert (1994), os computadores podem e devem ser utilizados como instrumentos para trabalhar e pensar novas ideias, no entanto, não podem ser vistos apenas como uma forma de apoio à instrução automatizada: o papel do sujeito é determinante nesse processo.

Sob este alicerce e ainda segundo Papert (1994), podemos designar o termo construcionismo para mostrar outro nível de construção de conhecimento que acontece quando o sujeito elabora (em um computador e utilizando a linguagem de

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programação – LOGOS) um objeto do seu interesse, aproximando-se dele. Percebe- se, assim, que o uso da informática nessa abordagem se configura de maneira antagônica à inicialmente introduzida pelo instrucionismo, por exemplo. Nesse sentido, segundo Papert (1994): “A ação realizada pelo aprendiz na interação com o computador, favorece o desenvolvimento a construção mental, num movimento dialético entre o abstrato e o concreto”.

A proposta construcionista de Papert aborda a aprendizagem do sujeito usando o computador, relacionando o concreto e o abstrato por intermédio de uma interação onde seja permitido o teste de suas ideias e teorias, tendo a tecnologia como aliada para construir mudanças significativas em seu desenvolvimento, podendo ser manipulada tanto por crianças e pessoas leigas em computação, quanto por usuários avançados do LOGO.

De outra perspectiva, formula Toffler (1980) que a terceira onda representa uma mudança radical na vida das pessoas, permitindo que seu tempo seja mais aproveitado, podendo, assim, ser classificada como a era da informação e da tecnologia, onde o futuro está ao alcance de todos que se apropriarem da criatividade, ou seja, que fizerem uso proveitoso das fermentas postas à disposição pelo avanço da informática.

Diante da complexidade do aprender a fazer, é bem verdade que os sujeitos precisam de liberdade e autonomia pedagógica para explorar suas habilidades, impulsionando ambientes favoráveis à aprendizagem. Desta forma, o conhecimento deve estar pautado no fenômeno da curiosidade humana perante o novo, o não descoberto e o proibido. Nesse entremeio, vale destacar que a inovação por si só não é abstraída unicamente de aspectos políticos, institucionais e pedagógicos; de forma semelhante, a inovação não se concreta efetivamente apenas pelo uso de computadores.

O computador tem sido uma ferramenta importante no processo de construção da aprendizagem, no qual o pensamento construcionista pode e deve ser amplamente explorado. Nesse sentido, ainda segundo Papert (2001), a “tecnologia não é solução, é somente um instrumento. Logo, a tecnologia por si não implica em uma boa educação, mas a falta de tecnologia automaticamente implica em uma má educação (2001, p.2)”.

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Abordagem significativa do uso das tecnologias na educação representa um marco importantíssimo na sociedade contemporânea, fomentando novas ideias e expandindo outros valores.

Na mesma esteira de pensamento de Piaget (1975; 1978), Vygotsky (1989; 1998) e Papert, podemos afirmar que o uso o das tecnologias desperta o interesse, estimula a criatividade e desenvolve o raciocínio, apresentando aspectos positivos numa perspectiva construtivista (advinda Piaget), interacionista (inaugurada por Vygotsky), e, construcionista (disseminada por Papert). No entanto, é preciso acompanhar e monitorar as informações nessa nova etapa de transição para que seja qualitativa.

Não existem resultados positivos sem a organização do sistema e a elaboração de novas concepções de promoção da educação, tendo como aliada à tecnologia e a comunicação, em uma perspectiva que estimule o processo construtivo educacional. De acordo com o primado de Piaget (1975), a aprendizagem deve estará centrada no aluno, respeitando as diferentes realidades desses indivíduos. Na outra ponta deste paradigma, os conteúdos não devem ser concebidos como um fim, mas como instrumentos evolutivos no desenvolvimento dos sujeitos.

È necessário, nesse contexto, reorganizar as ações educacionais de forma interativa, na intenção de favorecer o pensamento cognitivo.

Para Papert (1994) a investigação era uma forma diferente de aprender, na qual o sujeito agia como criador do conhecimento, saindo do estágio estático para um processo ativo de aprendizagem. Para o autor, essa mudança acontece em uma dinâmica de cultura de responsabilidade social, coexistindo com o meio em que se está situado/engajado, potencializando e refletindo sobre experiências compartilhadas com outras pessoas, assumindo uma postura central, enfim, podendo assumir autonomia na escolha de projetos que sejam de seu interesse.

Nesses trâmites, ações pedagógicas organizadas por meio de pesquisas e projetos contribuem para transformações na educação. Compreendendo que promoção de soluções possíveis para o quadro de problemas que apresenta a educação hoje perpassa por diversas instâncias, mobiliza estruturas específicas e necessita de muito investimento e do engajamento dos sujeitos no contexto da aprendizagem que consideram significativa para sua formação.

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É essencial, assim, proporcionar as condições para a criação de ambientes motivadores, onde a interação com os educandos possa instigar seus interesses e, desta forma, incentivá-los a construir seu próprio conhecimento.

Segundo Papert (1994) “é na investigação que se encontram diferentes formas de aprender”, lugar que também situa o sujeito que age como criador de conhecimento, passando de mero receptor de informações para o estado ativo no desenvolvimento da aprendizagem, assumindo comando do seu próprio desenvolvimento.

Nesses moldes potencializar as experiências do sujeito na construção de ambientes investigativos promove o interesse pessoal sobre o desejo de compartilhar experimentos com outras pessoas, servindo de referencial para a organização de outras ideias. Neste contexto, o sujeito assume a autonomia na escolha de projetos, consolidando o efetivo crescimento pessoal e profissional.

Assim, a inovação pedagógica abre um novo espaço para o fortalecimento acadêmico que reflete nas ações realizadas no contexto escolar. Essa abordagem é de grande relevância e ampliam saberes e práticas educacionais, elementos essenciais na formação pedagógica do sujeito, vista em resultados com maior arcabouço cientifico, integrando teoria e prática, concretizando, assim, um elo importantíssimo na formação da cidadania dos educandos.

4. LEITURA NO CONTEXTO DA APRENDIZAGEM: MUNDO ENCANTADO DA