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2.2 Inovação

2.2.3 Inovação como processo

Após a conceituação do que é inovação e dos tipos existentes, torna-se interessante dizer que, atualmente, ela vem sendo vista e tratada como um processo de gestão; sendo mais do que simplesmente conceber uma ideia nova, mas sim a sua difusão e aplicabilidade na prática organizacional.

A concepção como “processo” surge do entendimento de que o estabelecimento dessas inovações se faz por meio da interação entre diversos fatores e agentes que influenciam no ambiente inovativo e, por consequência, na sua capacidade de

desenvolvimento diante das condições do mercado (VALLIM, 2014).

Tidd, Bessant e Pavitt (2008) abordam a gestão da inovação como a busca de estratégias e desafios da sua gestão, o desenvolvimento de mecanismos e estruturas de implementação efetivos, o desenvolvimento de um contexto organizacional que sustente a inovação e a construção de estratégias.

Para tais autores, o processo de inovação deve ser entendido como um importante processo de gestão para todas as organizações, seguindo três fases; conforme figura 7:

Figura 7 – Representação simplificada do processo de inovação

Fonte: Tidd; Bessant; Pavitt (2008).

A primeira etapa do processo é buscar, que consiste em fazer uma análise da organização tanto interna quanto externamente em busca de oportunidades e ameaças (ambas são chamadas de sinais) para mudanças e algo novo. Ou seja, diante da realidade da empresa, analisar mais detalhadamente os fatores que poderiam facilitar a existência de uma inovação e as possíveis barreiras a ela.

A segunda etapa é selecionar quais estratégias serão utilizadas para desenvolver melhor tais sinais, e quais a empresa deverá priorizar. Talvez existam vários sinais que são relevantes, mas alguns deles não são aplicáveis ao momento vivido pela organização.

implementação que a ideia realmente se torna algo novo para ser lançado no mercado; subdividindo-se em:

 Aquisição: adquirir conhecimentos que viabilizem a inovação, tais como Pesquisa & Desenvolvimento, pesquisa de mercado e novas tecnologias;

 Execução: executar o projeto mesmo em condições que não sejam tão favoráveis para empresa, pois o mercado existe sob imprevisibilidade;

 Lançamento no mercado: a inovação é apresentada ao mercado;

 Sustentabilidade de adoção e uso da inovação a longo prazo: manter aquela inovação no mercado e, se necessário, reinventá-las ou revisá-las.

 Aprendizagem: aprender com as etapas desse ciclo como forma de melhorar as formas de gerir esse processo alo longo do tempo.

Diante de tais conceituações de Tidd, Bessant e Pavitt (2008) a gestão da inovação funciona diante das circunstâncias em que a organização está inserida, mas aprendendo e encontrando as melhores soluções com o tempo; pois cada uma diferente em termos de ameaças e oportunidades.

Comparando essa ideia com a de Davila, Epstein e Shelton (2007), não existe uma formula mágica ou receita especial para que uma inovação se estruture perfeitamente bem na empresa. Existem maneiras pelas quais as organizações conseguem aprimorar os resultados da inovação, criando e agregando valor. Aprender com os elementos positivos predominantes e mudar os negativos já é um bom começo. Sendo assim, apesar das inovações serem tratadas tradicionalmente como algo espontâneo que as organizações podem desenvolver para terem “novidades”, o mercado exige que as empresas mudem essa perspectiva. É necessário ter uma gestão da inovação procurando transformá-la em um processo estruturado, que venha a contribuir com o seu desenvolvimento a longo prazo (QUADROS, 2008).

3 METODOLOGIA

A terceira seção desse trabalho consiste na abordagem de todos os aspectos metodológicos utilizados para alcançar os objetivos estipulados.

3.1 CLASSIFICAÇÃO

Quanto à abordagem, o presente estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa, uma vez que trabalha com uma gama de significados, atitudes, aspirações e valores no âmbito das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos a dados quantitativos (MINAYO, 2009).

Sendo assim, para Gerhardt e Silveira (2009) a pesquisa qualitativa busca descrever e explicar relações entre o global e o local em determinado fenômeno, respeitando o caráter interativo entre os objetivos buscados, considerando a subjetividade e a compreensão de resultados singulares e de múltiplos aspectos da realidade.

Quanto aos objetivos, trata-se de uma pesquisa descritiva, uma vez que visa descrever as características de determinadas populações, amostras ou fenômenos; ou ainda verificar a existência de relações entre as variáveis propostas no objeto de estudo em análise. Assim, é realizado um estudo detalhado, com coleta de dados, análise e interpretação dos mesmos de acordo com o levantamento descritivo do que foi observado (GIL, 2012).

Importante destacar que esse tipo de pesquisa não tem a obrigatoriedade de explicar os fenômenos que descreve, embora possa servir com uma boa base para isso. O proposito principal é conseguir descrever as características ou comportamentos do objeto de pesquisa.

Já no que se refere aos meios, trata-se de uma pesquisa bibliográfica e de campo, tendo como método o estudo de caso múltiplo.

A pesquisa bibliográfica foi necessária como forma de levantar dados sobre o tema em materiais já publicados, tais como livros, revistas, teses, dissertações, reportagens e anais de eventos científicos. É uma fonte de dados fundamental para colher informações antes de buscar a experiência direta na situação do estudo.

A pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que se coleta dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa (FONSECA, 2002).

O estudo de caso múltiplo foi adotado como método de investigação por compreender, explorar e/ou descrever acontecimentos em um contexto onde estão

envolvidos diversos fatores. É uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro da conjuntura local, tentando esclarecer e descrever uma decisão ou um conjunto de decisões (ARAUJO et al., 2008)

Para Yin (2001), o estudo de caso múltiplo traz informações mais convincentes, não permitindo a generalização dos resultados para a toda a população, mas sim a possibilidade de encontrar resultados semelhantes (“replicação literal”) ou a de produzir resultados contrários por razões previsíveis (“replicação teórica”) da amostra estudada. Assim, tem-se uma unidade única de análise e múltiplos casos, com o intuito de fazer um comparativo entre cenários que abordam o mesmo tema, dando mais embasamento à pesquisa.

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