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PROJETO SOCIOACADÊMICO “UNIVERSIDADE BAIRRO” VILA TAMARINDO

2.1 INSERÇÃO REGIONAL

Campos dos Goytacazes é o maior município em extensão territorial do Estado do Rio de Janeiro, com uma área de 4.026,7 km2. Sua população é de 487.186 habitantes (Estimativa do IBGE para 2016), ocupando a 7ª (sétima) posição de cidade mais populosa no estado do RJ. Possui posição estratégica entre os estados do Espírito Santo (230 km da capital) e Minas Gerais (670 km de Belo Horizonte) e se destaca como pólo econômico-cultural do Norte Fluminense.

Situado a 274 km do Rio de Janeiro, acha-se ligado aos grandes centros do país por ferrovias, rodovias e aerovias, tendo o seu território cortado pelo Rio Paraíba do Sul e seus afluentes. Sua história é rica e ligada aos mais diversos e importantes acontecimentos nacionais, destacando- se o movimento abolicionista e com ele o grande vulto José Carlos do Patrocínio,

cognominado de o “Tigre da Abolição”. A luta republicana e o surgimento da agroindústria açucareira foram outros marcos da história campista. Em 1875 já havia 245 engenhos de açúcar,

67 com 3.160 fazendeiros instalados na região. Em 1879 foi construída a primeira Usina de açúcar, seguindo-se muitas outras, que se constituíram por muito tempo a força econômica da região. Hoje possui apenas três usinas em operação.

É de se ressaltar que Campos foi a primeira cidade da América do Sul a adotar o sistema de iluminação elétrica, e seu jornal diário “O Monitor Campista” (1840), órgão dos Diários Associados, é o terceiro em antiguidade no Brasil.

Principal produtor fluminense de leite e carne bovina, como também o maior pólo ceramista do Estado, produzindo mais de 2 milhões de tijolos/dia, Campos tem, em suas águas profundas, imensa bacia petrolífera - a Bacia de Campos, maior produtora de óleo e gás natural do Brasil.

A produção total de petróleo e gás natural na Bacia de Campos — incluindo pré-sal e pós-sal — é de 1,6 milhão de barris por dia. Enquanto a produção total no país é de 2,9 milhões de barris diários, incluindo Petrobras e demais empresas petroleiras.

Segundo a ANP, a Bacia de Campos foi responsável em 2011 pela produção de 84,2% do petróleo brasileiro. No tocante ao gás natural a província petrolífera concentrou a produção de 39,7% do volume total produzido (ANP). A Prefeitura campista recebeu cerca de Royalties e participações especiais, em 2016, R$ 292.729.492,45.

Gráfico 01: Valores dos Royalties – Campos dos Goytacazes (1999-2016).

Disponível em: http://inforoyalties.ucam-campos.br/. Acesso em: jan/2017.

R$ 292.729.492,45 R$ 1.354.233.313,47

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Gráficos 02: Distribuição da produção de petróleo e de gás natural por Bacia.

Em nossa região, nos últimos anos, presenciamos o surgimento de um novo patamar de desenvolvimento: a indústria do petróleo na Bacia de Campos; a nova fase do álcool como combustível, internacionalmente cobiçado; e, recentemente, a instalação do Porto do Açu, no município vizinho São João da Barra; o anúncio do estaleiro em Barra do Furado, na divisa do município de Campos dos Goytacazes com Quissamã e o desenvolvimento da pesquisa e da educação, especialmente de nível superior, nas cidades da região, dentre outros inúmeros fatores econômicos importantes da região.

Temos recebido, ainda, novas e promissoras notícias de outros investimentos na região: a expansão das atividades de exploração e produção de petróleo e gás com o pré-sal (ver Figura a seguir), a ampliação do Porto de Ubú pela Petrobras e da Construção do Porto de Presidente Kennedy pela Ferrous, ambos no Sul do Espírito Santo.

Com a descoberta de petróleo nas camadas do pré-sal, a avaliação do potencial petrolífero no Brasil indicou aumento dos volumes de óleo e gás. Tal avaliação elevará significativamente as reservas e em consequência, a relação reserva/produção.

69 Figura 01: Mapa de localização geográfica da camada pré-sal.

Fonte: http://www.petrobras.com.br

Dentro do contexto regional, a cidade de Campos dos Goytacazes exerce grande influência nas regiões Norte, Noroeste e Baixadas Litorâneas do Estado do Rio de Janeiro, no Sul do Espírito Santo e Sudeste de Minas Gerais, polarizando uma grande região e atingindo cidades como Macaé, Rio das Ostras, Búzios, Cabo Frio, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira, Bom Jesus do Itabapoana, São Fidélis, São Francisco do Itabapoana, São João da Barra, Bom Jesus do Norte, Muqui, Mimoso do Sul, Muriaé, entre outras.

O Rio de Janeiro vem recebendo um dos maiores projetos estruturantes da história do Estado e que representa um marco no desenvolvimento econômico: o Porto do Açu, que é um Terminal Portuário Privativo de Uso Misto, e que está em instalação no município de São João da Barra, no norte fluminense, vizinho a Campos dos Goytacazes.

O Porto do Açu será uma das maiores plataformas logísticas do mundo e colocará o Brasil, especialmente o Rio de Janeiro, em uma posição de vanguarda para a atração e desenvolvimento de diversos projetos de empresas nacionais e multinacionais.

70 Figura 02: Vista aérea do Porto do Açu.

Cobrindo uma área de 90 km² e localizado estrategicamente no norte do estado do Rio de Janeiro, o Porto do Açu está a aproximadamente 150 km da Bacia de Campos.

Atualmente em operação, o Porto possui 17 km de cais e até 23m de profundidade, com capacidade para receber navios de grande porte, como Capesize e Very Large Crude Carrier (VLCCs), que transportam até 320 mil toneladas de carga.

Dentro dos conceitos mais modernos de porto-indústria, o Porto do Açu conta com um Distrito Industrial e uma retroárea para armazenamento e movimentação de carga.

O Complexo Portuário do Açu está em operação desde outubro de 2014 e já figura como o 7º terminal privado em movimentação de cargas no país (dados Antaq). Ao longo de 2016, o Complexo Portuário do Açu recebeu um total de 966 embarcações comerciais.

No Complexo Portuário do Açu já foram investidos mais de R$ 12 bilhões (até o 3º trimestre de 2016) na infraestrutura do empreendimento e em unidades das empresas que estão operando no local.

Entre os terminais em operação está o Terminal de Petróleo (parceria da Prumo com a alemã Oiltanking), que realiza, desde agosto de 2016, o transbordo de petróleo para a BG E&P Brasil Ltda., subsidiária da Royal Dutch Shell. A Ferroport (parceria entre a Prumo e a Anglo) iniciou em outubro de 2014 a operação do terminal de minério de ferro no porto, sendo que

71 somente em 2016 foram movimentados 16 milhões de toneladas de minério de ferro no empreendimento.

Também está em operação, desde junho de 2016, o Terminal de Combustíveis Marítimos do Açu (parceria da Prumo com a BP), que comercializa combustível marítimo para embarcações que trafegam na costa brasileira. O Terminal Multicargas (T-MULT) é um terminal controlado integralmente pela Prumo e que, desde 2015, já movimenta bauxita, carvão, coque e cargas gerais (como caminhões usados em mineração, equipamentos para sondas, entre outros).

Além disso, outras empresas já têm seus terminais em operação no empreendimento. Entre elas estão a Technip – empresa com presença global e que construiu no complexo a sua maior unidade; a Edison Chouest, com a maior base de apoio offshore do mundo; a NOV e a InterMoor.

O projeto criará um corredor logístico de classe mundial para o estado do Rio. Primeiro por contar com um mineroduto de 525 quilômetros, o maior do mundo, ligando o norte fluminense a Minas Gerais. Em segundo lugar, porque o porto, devido a sua localização privilegiada e seu calado de 18,5 metros funcionará como base de apoio para as operações de apoio offshore da Bacia de Campos e do sul do Espírito Santo.

Um pouco mais ao Sul da costa litorânea do município de Campos dos Goytacazes, na divisa com o município de Quissamã, o Complexo de Barra do Furado (ver Figura a seguir) prevê a instalação de um estaleiro de construção e reparos navais, de uma base de apoio off shore e de um entreposto pesqueiro para atender aos barcos de pesca da região da Barra do Furado e do Farol de São Tomé. Em uma segunda etapa está prevista a implantação de um condomínio industrial e de serviços.

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Campos dos Goytacazes

A Região Norte do Estado do Rio de Janeiro, à qual pertence o Município de Campos, compõe-se de 9 Municípios:

1. Campos dos Goytacazes (em que o ISECENSA tem a sua sede); 2. Carapebus; 3. Cardoso Moreira; 4. Conceição de Macabu; 5. Macaé; 6. Quissamã; 7. São Fidelis;

8. São Francisco do Itabapoana; 9. São João da Barra.

Seu território e sua população relacionam-se com a Região Norte do Estado do Rio de Janeiro, em particular, com o Estado todo, e com os Estados do Espírito Santo e de Minas Gerais:

• No Estado do Rio de Janeiro – 92 Municípios, acolhendo 16.635.996 habitantes; • No Estado do Espírito Santo – 78 Municípios, com 3.973.697 habitantes;

• Em Minas Gerais – 853 Municípios, com 20.997.560 habitantes.1

Em todos os indicadores que possamos tomar, referentes à atividades industriais, comerciais ou à oferta dos mais diferenciados serviços, a presença de Campos é a da mais efetiva liderança regional.

Território em km2 Nº de habitantes

Estado 43.780,157 15.989.929

Região Norte do Estado 9.767,0 751.809

Somente em Campos 4.026,698 487.186

O município possui 679 unidades escolares atendendo aos segmentos de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio, compreendendo 425 escolas públicas (2 federais, 95 estaduais e 328 municipais) e 254 escolas particulares.2

1 Fonte: www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2016/estimativa_tcu.shtm.

2 Fonte: Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro – Versão online-2013. Fund. CEPERJ – Fundação Centro Estadual de Estatística, Pesquisas e Formação de Servidores Públicas do Rio de Janeiro.

73 Campos é, hoje, também um pólo universitário, que atrai estudantes de vários estados. Possui 13 instituições de ensino superior: 05 públicas (3 Universidades, 1 Instituto Federal e 01 Instituto de Educação) e 8 particulares (sendo 03 universidades).

Culturalmente, Campos se orgulha de ter, além dos Teatros do SESC, SENAC, CENSA e Teatro Municipal Procópio Ferreira, o Teatro Municipal do Trianon, com capacidade para 900 pessoas e tecnologia de ponta em termos de som, luz, refrigeração e ambientes adequados, o que lhe permite estar incluído no circuito de eventos culturais dos grandes centros. Caracterizam ainda o nível cultural da cidade: o Palácio da Cultura, que compreende a Biblioteca e o Arquivo Histórico Municipais; o Centro de Cultura Musical e o Conservatório de Música; Galeria de Artes Plásticas; Academia de Letras, várias de Dança e de Esportes; um Centro Esportivo de Saúde, complexo em nada inferior aos dos grandes centros; canais de TV, Estações de Rádio, Jornais diários; clubes sociais e 03 clubes esportivos de futebol.

Entre suas construções centenárias, tombadas pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, destacam-se: o Mosteiro de S. Bento, que data da época do domínio do Gal. Salvador Correia de Sá e Benevides; o Solar do Colégio, fundado pelos jesuítas em fins do século XVI; o Solar da Baronesa, construído em 1840, hoje pertencente à Academia Brasileira de Letras, que ali instalou um museu; o Solar do Barão da Lagoa Dourada, construído em 1864, hoje sedia o Liceu de Humanidades de Campos; e o Solar dos Airizes, construído no início do século XIX, que reuniu em sua biblioteca as mais expressivas obras de arte do século passado e o relatório da conspiração mineira, descrita em todos os pormenores, num documento oficial apresentado ao governo português.

Todos esses fatos contribuíram para que a cidade de Campos dos Goytacazes se tornasse o que é hoje, uma das poucas cidades brasileiras onde se pode conciliar desenvolvimento econômico com qualidade de vida.

Em relação ao PIB - Produto Interno Bruto, que indica a capacidade de geração de riqueza do município, Campos dos Goytacazes ocupa a sétima nacional, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geográfica Estatística (IBGE) referente ao ano de 2013. A cidade aparece no ranking depois de seis capitais, produzindo 1,1% de toda a riqueza gerada no Brasil.3

O PIB é um indicador que mede a produção de um país, levando em conta três grupos principais:

- Agropecuária, formada por Agricultura, Extrativa Vegetal e Pecuária;

3 Fonte: Disponível em: < http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/12/62-municipios-concentravam-cerca-de-50-do-

74 - Indústria, que engloba Extrativa Mineral, Transformação, Serviços Industriais de Utilidade

Pública e Construção Civil; e

- Serviços, que incluem Comércio, Transporte, Comunicação, Serviços da Administração Pública e outros serviços.

Gráfico 03: % do PIB brasileiro em 2013.

Precisamos oferecer melhor qualidade de vida à nossa população com projetos locais, endógenos e sustentados, educacionais e de desenvolvimento, comprometidos com a nossa cultura e com a nossa História. Não apenas com os lucros que possam gerar, ainda que legítimos e defensáveis.

O ISECENSA oferece-se como instrumento para o alcance desses ideais, reafirmamos nossa crença de que a qualidade do que se oferece no Ensino Superior hoje no Brasil torna-se um dos mais fortes argumentos a defender a necessidade social de novos Cursos.

A seguir, o Mapa do Estado do Rio de Janeiro divido em suas 8 regiões e, também sua divisão municipal.

75 MAPA DO MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES

76 DIVISÃO DISTRITAL

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2.2 PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS QUE NORTEIAM AS PRÁTICAS