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Existem basicamente duas opções para o X11R6: Xfree86 e X.Org. Em termos práticos, não há diferença entre eles, apenas em alguns detalhes de arquitetura e configuração. O X11R6 é o ambiente gráfico de janelas no GNU/Linux.
Compatibilidade de Hardware
O primeiro passo antes de usar o X11R6 é verificar a compatibilidade de hardware. Em
http://www.xfree86.org/4.1.0/Status.html pode ser encontrada a lista de dispositivos compatíveis. Ainda que o dispositivo não seja totalmente compatível, é possível utilizá-lo no modo VESA
Framebuffer, se o mesmos suportar (a grande maioria dos dispositivos aceita esse modo).
Instalando o X11R6
O mais comum é que o X11R6 já venha instalado junto com a distribuição. Para instalar manualmente, os pacotes binários podem ser encontrados em
ftp://ftp.xfree86.org/pub/XFree86/4.1.0/binaries/, em subdiretórios correspondentes a arquitetura desejada (axp=alpha, ix86=Intel 80x86) e versão da biblioteca Gnu C. Para auxiliar no processo de instalação, há o script Xinstall.sh, disponível no diretório common do servidor servidor FTP.
Verificar quais binários adequados:
$ sh Xinstall.sh -check
Os arquivos de instalação fundamentais são Xbin.tgz, Xlib.tgz, Xman.tgz, Xdoc.tgz, Xfnts.tgz, Xfenc.tgz, Xetc.tgz, Xvar.tgz, Xserv.tgz e Xmod.tgz.
Os arquivos devem ser descompactados em /usr/X11R6. O diretório /usr/X11R6/bin deve constar na variável PATH e o diretório /usr/X11R6/lib deve constar no cache de bibliotecas do ls.so.
Configurando o X11R6
Configurar o X11R6 significa criar um arquivo /etc/X11/XF86Config ou
/etc/X11/xorg.conf, que deve conter informações sobre caminhos para arquivos de sistema, mouse, teclado, monitor e dispositivo de vídeo.
Ferramentas de configuração para o XFree86 XFree86 -autoconfig
Configura o servidor X automaticamente. Se bem sucedido, será possível mover o cursor do mouse na tela. Ctrl+Alt+backspace fecha a sessão do X. O arquivo de configuração ainda não foi escrito por essa ferramenta.
XFree86 -configure
Alternativa ao anterior
Tópico 110: O Sistema de Janelas X
Se não ocorrerem problemas, uma sessão X será iniciada com uma janela de configuração mostrando o diagrama de configuração do servidor X.
xf86config
Interface interativa de texto para entrar as informações de configuração manualmente.
Ferramentas de Configuração para o X.Org X -configure
O servidor X carrega cada módulo de dispositivo, testa o driver e salva o resultado para o arquivo xorg.conf.new no diretório do usuário (provavelmente /root)
xorgcfg
Se não ocorrerem problemas, uma sessão X será iniciada com uma janela de configuração mostrando o diagrama de configuração do servidor X.
xorgconfig
Interface interativa de texto para entrar as informações de configuração manualmente.
Ajustes da Configuração
Após configurar o servidor X, pode ser necessário corrigir o posicionamento da tela. Para isso, existe o aplicativo xvidtune. Através de uma interface interativa, é possível reposicionar a tela.
Encontrada a posição adequada, os valores retornados no terminal virtual devem ser incluídos como opção Modeline, na seção Monitor do arquivo /etc/X11/XF86Config ou
/etc/X11/xorg.conf.
Outro item que pode precisar ser incluído manualmente é o funcionamento da roda do mouse. Na seção referente ao mouse em /etc/X11/XF86Config ou /etc/X11/xorg.conf. incluir a opção ZaxisMapping, como no exemplo:
Section "InputDevice"
Driver "mouse"
Option "Protocol" "IMPS/2" Option "Device" "/dev/mouse" Option "ZAxisMapping" "4 5" EndSection
Seções de XF86Config e xorg.conf
Os arquivos de configuração XF86Config e xorg.conf são divididos em seções no formato:
Section "nome da seção" Item_1 "Valor item 1" Item_2 "Valor item 2" ...
EndSection
Nomes das seções: Files
Caminhos para alguns arquivos necessários ao servidor X. Itens podem ser FontPath, RGBPath e ModulePath. O item mais importante é FontPath, que determina as localizações das fontes no sistema.
Tópico 110: O Sistema de Janelas X
ServerFlags
Opções globais para o servidor X, no formato Option “Nome” “Valor”.
Module
Carregamento dinâmico de módulos. Load “nome do módulo”.
InputDevice
Dispositivos de entrada. Deve haver uma seção InputDevice para cada dispositivo. Os itens obrigatórios nessa seção são Identifier e Driver. Identifier é um nome único para identificação do dispositivo. Os valores mais comuns para Driver são
“Keyboard” e “Mouse”. Outros itens são opcionais e são descritos com Option. Option
“CorePointer” indica que o dispositivo é o apontador (mouse) primário. Option
“CoreKeyboard” indica que o dispositivo é o teclado primário. O caminho para o dispositivo
é indicado com Option “Device” “/dev/xxx”.
Device
Dispositivo de vídeo. Várias seções Device podem indicar vários dispositivos de vídeo, e deve haver ao menos um. Os itens obrigatórios nessa seção são Identifier e Driver. Identifier é um nome único para identificação do dispositivo. Driver especifica o drive do dispositivo de vídeo, disponíveis em /usr/X11R6/lib/modules/drivers/. Outros itens comuns são BusID (ex.: Option “BusID” “PCI:1:0:0”) e VideoRam (Ex.: Option “VideoRam” “8192”).
Monitor
O arquivo de configuração pode ter várias seções Monitor. Deveria haver pelo menos uma, mas se não houver uma padrão será criada. A única opção obrigatória é Identifier. Outras opções são UseModes, HorizSync, VertRefresh e ModeLine.
Modes
Modos de tela disponíveis para monitor. Não é obrigatória.
Screen
Agrega dispositivo e monitor. Pode haver mais de uma seção Screen. Apenas as opções
Identifier e Device (indicando um dispositivo de vídeo de uma seção Device
existente) são obrigatórias.
Display (Subseção de screen)
A subseção Display define, entre outras coisas, que resolução usar para cada profundidade de cor.
ServerLayout
Agrega as seções Screen e InputDevice para formar uma configuração completa do servidor X.
DRI
Seção opcional que fornece informação sobre a Infraestrutura de Renderização Direta (DRI). Para que usuários comuns possam utilizar o DRI, incluir o item Mode 0666 nesta seção.
Tópico 110: O Sistema de Janelas X
Informações e configurações personalizadas
Fontes
Há dois sistemas de fontes, Core e Xft. No sistema Core as fontes são manipuladas no servidor e no sistema Xft no cliente. O sistema Xft é mais avançado e permite usar fontes Type1, OpenType,
TrueType, Speedo e CID, com suporte a anti-aliasing (cantos arredondados). O X.Org inclui suporte
nativo ao sistema Xft.
Instalar fontes Xft
Para instalar fontes para o sistema Xft basta copiá-las para um dos diretórios de fontes padrão -
/usr/X11R6/lib/X11/lib/fonts/*, /usr/share/fonts/* - ou para o diretório .fonts/ no diretório pessoal. O cache de fontes precisa ser atualizado para que a nova fonte possa
ser usada, o que será feito automaticamente quando o X iniciar uma sessão. A atualização manual é feita através do comando fc-cache.
O alguns comportamento das funções do Xft pode ser alterado através do arquivos de configuração global /etc/fonts/fonts.conf ou no arquivo de configurações por usuário .fonts.conf, no diretório pessoal.
Para os programas que não usam fontes por Xft por padrão, o recurso *faceName em $HOME/.Xresources especifica um nome de fonte para usar através do Xft. Exemplo:
XTerm*faceName: Courier
O programa xterm usará a fonte Courier através de Xft.
Instalar fontes Core
Instalar fontes pelo sistema Core requer duas etapas: Criar o diretório com os arquivos das fontes e arquivos índice e em seguida incluir o diretório em questão caminho de fontes do sistema.
Para cada tipo de fonte, a instalação se dá de uma forma:
Fontes Bitmap (.bdf)
Esse tipo de fonte precisa primeiro ser convertido para o formato .pcf, através do comando
bdftopcf. As fontes convertidas podem ser convertidas com o comando gzip. O diretório padrão
para esse tipo de fonte é /usr/X11R6/lib/X11/fonts/75dpi. Após copiadas as fontes para o diretório, o comando mkfontdir deverá ser executado dentro do diretório.
Fontes escalonáveis (Type1, Speedo, TrueType, etc)
O procedimento é semelhante ao das fontes Bitmap, exceto pelo fato de que fontes escalonáveis não precisam ser convertidas e de que o comando mkfontscale precisa ser executado antes de
mkfontdir. Os diretórios respectivos também se encontram em /usr/X11R6/lib/X11/fonts.
A segunda etapa é incluir cada diretório entre os diretórios de fontes de servidor X. Isso pode ser feito de maneira temporária, com o comando xset:
# xset fp+ /diretório/para/as/fontes # xset fp rehash
Tópico 110: O Sistema de Janelas X Os diretórios de fonte atualmente em uso podem ser listados com xset -q.
Para que os novos diretórios se tornem diretórios de fontes permanentes, devem ser incluídos na seção Files do arquivo de configuração /etc/X11/XF86Config ou /etc/X11/xorg.conf, como itens FontPath.
Servidor de Fontes xfs
O servidor de fontes xfs pode rodar como daemon ou tarefa comum, e fornece fontes através da rede ou mesmo no host local.
Iniciar o xfs como daemon:
# xfs -daemon
O arquivo de configuração padrão para o xfs é /usr/X11R6/lib/X11/fs/config, cujas opções mais comuns são:
client-limit
Limite de clientes conectados à esses servidor de fontes
alternate-servers
Outros servidores de fontes
catalogue
Caminhos dos diretórios contendo as fontes para serem fornecidas pelo xfs.
port
Porta tcp que o xfs usará para esperar por pedidos de conexão. Padrão: 7100.
Para que as fontes sejam solicitadas ao daemon do xfs, o endereço do host servidor de fontes precisa ser incluído como item FontPath da seção Files de /etc/X11/xorg.conf ou
/etc/X11/XF86Config:
Se o servidor de fontes for o host local:
FontPath “unix/:7100”
Se o servidor de fontes for o host chamado slackware, através de uma conexão TCP/IP:
FontPath “tcp/slackware:7100”