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APÊNDICE A – CAMPOS DE RELATÓRIO DAS CARACTERÍSITICAS INSTITUCIONAIS E OPERAÇÕES DA

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.2. SUSTENTABILIDADE E O ENSINO SUPERIOR

2.2.2. Instituições Federais de Ensino Superior Brasileiras

As instituições de ensino superior são um aspecto central para o desenvolvimento da nação, pois geram capital intelectual, pesquisas, mão-de-obra capacitada e diversos benefícios para a região na qual se localizam (DUARTE; DE OLIVEIRA, 2012). A universidade brasileira é uma instituição jovem, mesmo no contexto latino-americano, e tem a grande responsabilidade de contribuir para um novo projeto de desenvolvimento nacional, que compatibilize crescimento sustentável com equidade e justiça social (TCU, 2008).

As instituições de ensino superior brasileiras podem ser públicas ou privadas. As instituições de ensino públicas são mantidas pelo Poder Público, seja na forma Federal, Estadual ou Municipal. Essas instituições são financiadas pelo Estado, e não cobram matrícula ou mensalidade dos alunos. Em contraste, as IES privadas são geridas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, com ou sem fins lucrativos (MRE, 2016). As instituições privadas sem finalidade de lucro são as seguintes:

1. Comunitárias: que incluem em sua entidade mantenedora representantes da comunidade;

2. Confessionais: que atendem a determinada orientação confessional e ideológica; e

3. Filantrópicas: que prestam serviços à população, em caráter complementar às atividades do Estado.

A Figura 4 ilustra a classificação das IES conforme a fonte mantenedora.

Figura 4 - Classificação das IES conforma a fonte mantenedora.

Fonte: Adaptado de MEC (2010) apud Vaz et al. (2010).

Com relação à organização acadêmica, as instituições podem ser classificadas da seguinte forma (MRE, 2016):

Faculdade - categoria que inclui institutos e organizações equiparadas, nos termos do Decreto n° 5.773, de 9 de maio de 2006;

Centro universitário - dotado de autonomia para a criação de cursos e vagas na sede, está obrigado a manter um terço de mestres ou doutores e um quinto do corpo docente em tempo integral;

Universidade - dotada de autonomia na sede, pode criar campus fora de sede no âmbito do Estado e está obrigada a manter um terço de mestres ou doutores e um terço do corpo docente em tempo integral;

Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia para efeitos regulatórios, equipara-se a universidade tecnológica;

Centro Federal de Educação Tecnológica - para efeitos regulatórios, equipara-se a centro universitário.

Atualmente, está se vivenciando um fato inédito no ensino superior brasileiro, no que tange sua expansão e reestruturação (DUARTE; DE OLIVEIRA, 2012). Nesse contexto, as instituições federais de ensino superior, em especial as universidades, possuem um papel de destaque no desenvolvimento do país, por serem instituições formadoras de opinião e geradoras de conhecimento (MIZAEL et al., 2013).

Diante disso, o principal desafio das IFES é o de construir um equilíbrio dinâmico entre sua expansão com qualidade acadêmico- científica e o compromisso social. Nesse sentido as universidades precisam aumentar e diversificar suas relações com a sociedade, promovendo a equidade, isto é, a capacidade de transferir efetivamente aos setores mais amplos da coletividade os frutos da atividade acadêmica. Em síntese, a universidade pública tem uma importância fundamental pela sua liderança na pesquisa acadêmica e na formação de quadros qualificados na pós-graduação, no País e no exterior, sendo que a universidade pública é a principal produtora de conhecimento e de tecnologia (TCU, 2008).

Quanto aos aspectos administrativos, as universidades públicas federais são entidades da administração indireta, sendo constituídas sob a forma de autarquias ou fundações públicas. Seus atos, além de sofrerem a fiscalização do Tribunal de Contas da União, submetem-se ao controle interno exercido pelo Ministério da Educação (STF, 2016).

Atualmente, o Brasil conta com 107 IFES, sendo que dessas 63 são universidades (E-MEC, 2016), divididas em 321 campi e que atendem 275 municípios (MEC, 2012). A Tabela 1 mostra a evolução dos números das universidades Federais no Brasil.

Tabela 1 - Expansão das Universidade Federais no Brasil.

Dada a quantidade de universidades e seus campi existentes no Brasil, fica claro seu potencial de impactar o meio ambiente, ao mesmo tempo que pode ajudar na transformação da sociedade, ao pesquisar e disseminar modelos de desenvolvimento sustentável.

Ademais, ao se considerar que as IFES são autarquias ou fundações, subordinadas ao governo público federal, é importante se levantar os principais programas do governo federal que abordam a temática da sustentabilidade, que serão apresentados na sequência. 2.3. SUSTENTABILIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA

Enquanto conceito e ferramenta, a sustentabilidade está em um estágio inicial de desenvolvimento, sendo que ainda não há acordo sobre quais aspectos dos sistemas e organizações essa temática é mais relevante (MERAD; DECHY; MARCEL, 2014). Diante disso, os governos claramente têm um papel central na sua promoção, ao prover padrões e legislação específica para conservar recursos e a qualidade de vida, em um ambiente econômico no qual tais ações podem ser entendidas como ampliadoras de custo e prejudiciais à competitividade (WILKINSON; HILL; GOLLAN, 2001).

Ademais, o desenvolvimento sustentável deve ser entendido como um compromisso global, aplicável a todos os agentes envolvidos (RIBEIRO, 2010). Nesse contexto, Batista (2012) destaca que o objetivo das organizações públicas é gerar valor para a sociedade e formas de garantir o desenvolvimento sustentável, sem perder de vista a obrigação de utilizar os recursos de forma eficiente. De fato, ao considerar que as compras governamentais no Brasil movimentam de 10 a 15 % do produto interno bruto nacional (MMA, 2009) e ao analisar que existem mais de 1 milhão de servidores públicos, somente na esfera federal (ENAP, 2015), fica claro que, ao adotar medidas de sustentabilidade internas, o governo pode gerar um impacto positivo e de proporções vultuosas no desenvolvimento do país.

Diante da comprovada importância do governo como promotor do desenvolvimento sustentável nacional, no Brasil, leis, resoluções e programas vêm sendo desenvolvidos no sentido de dar apoio a medidas de sustentabilidade. Dentre os programas governamentais voltados à sustentabilidade no setor público, no qual estão ligadas às IFES, podem- se destacar os seguintes:

 Agenda Ambiental na Administração pública – A3P;  Projeto Esplanada Sustentável – PES; e

 Plano de Gestão de Logística Sustentável – PLS. Esses programas serão apresentados sucintamente em seguida, juntamente com normativas federais que tratam de aspectos relativos à sustentabilidade e que são pertinentes ao contexto das IFES.