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2 – RESPONSABILIDADE SOCIAL E O EMPRESARIADO

28 O Instituto Ethos, uma organização não governamental e, conforme seus

documentos disponibilizados em seu site www.ethos.org.br tem por missão mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerirem seus negócios de forma socialmente responsável. O Ethos possuí mais de 1000(mil) associados com empresas de diferentes portes e, segundo a mesma 1 milhão de funcionários.

os problemas sociais e, 86% desses afirmaram que possuem interferência na atuação das empresas enquanto consumidores dos produtos por elas ofertados a sociedade.

Camargo (2009) diz que a RSE, esta se pauta na participação, cidadania e solidariedade; que reúne ideais, experiências e propostas, a partir de uma concepção que objetiva organizar e impulsionar a classe burguesa para a ação coletiva (p.96).

Um dos exemplos desta fala pode ser refletido em estudos realizados por Junior (2008) quando este pesquisou sobre o Programa Moto Perpétuo da Fiat automóveis S.A; onde este programa tinha por objetivo a entrega de kits de materiais paradidáticos com temáticas de história de transportes, segurança educação no trânsito e, meio ambiente – estes kits seriam distribuídos para diversas escolas em diferentes regiões do Brasil; o programa tinha parceria com o Governo Federal no Programa “Acorda Brasil! Está na hora da escola do MEC” – lançado no ano de 1995 no governo de Fernando Henrique Cardoso.

O autor trouxe por resultado desta pesquisa, reflexões sobre os investimentos realizados durante a vigência deste programa, que ocorreu no período de 1997- 2001; neste período foram investidos R$10 milhões de reais, porém, segundo este autor, além de atrasos na entrega, os kits eram de baixa qualidade e privilegiavam os estados brasileiros mais desenvolvidos.

As autoras Simionatto e Pfeifer (2006) a respeito da parceria que vêm ocorrendo nas relações entre Estado e sociedade civil e sua manifestação específica nas propostas articuladas em torno da responsabilidade social das empresas; estas para elucidarem sobre a temática realizaram uma pesquisa fazendo um recorte em torno da responsabilidade social das empresas buscando situá-las no campo das relações entre Estado e sociedade civil e seus contornos do final do século XX e início do XXI.

O material de pesquisa utilizado por elas foram quatorze balanços sociais elaborados por sete companhias de grande porte, de diferentes setores da economia e que têm atuação no Brasil e, especificamente, no estado de Santa Catarina. Após a pesquisa estas autoras chegaram à conclusão de que:

Responsabilidade Social das empresas contribui para a sustentação hegemônica do projeto capitalista, pois é formadora de uma cultura, base consensual de conservação do

modelo de desenvolvimento neoliberal marcado pelo Estado mínimo e pela exacerbação do privado. As políticas sociais oferecidas pela Responsabilidade Social são destituídas deste caráter político, levam os serviços sociais para o campo da rentabilidade mercantil e apontam para formas de intervenção pontuais dentro da ordem capitalista. Portanto, a Responsabilidade Social emerge com o propósito de formar novos valores e padrões sociais que sejam compatíveis com as necessidades do capital em seu estágio globalizado: despolitiza e constrói formas de passividade nas massas e mutila as conquistas das classes subalternas.

Neste sentido a RSE representa uma contraditoriedade, pois na sua aparente defesa do interesse público revela-se está em sua essência buscando o fortalecimento da lógica privada.

Em relação ao balanço social, esta foi uma medida que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA que ao constatar o crescimento da participação de empresas na sociedade com a inserção de projetos sociais, resolveu juntamente com Núcleo de Estudos e Pesquisas de Ações Públicas não Estatais (NEAP) realizar um estudo que apontasse estatisticamente as empresas que atuavam na área social.

Neste sentido o Instituto Brasileiro de Análises Sociais – IBASE passou a defender a ideia da elaboração e da divulgação do Balanço Social como instrumento de demonstração do envolvimento social dos empresários junto à sociedade.

Desta forma o balanço social passou a ser considerado como uma avaliação para medir e julgar os fatos sociais vinculados à empresa, tanto internamente (empresa/empregado) como externamente (empresa/comunidades) (SOUZA,1997).

Conforme o Grupo de Fundações e Instituto Empresariais - GIFE (1997), em relação à publicação do balanço social, a empresa deverá levar em consideração:

O investimento realizado no plano interno e no plano externo da empresa. No plano interno, as informações devem refletir aquelas iniciativas que contribuem para a qualidade de vida e promoção humana dos seus empregados, tais como: educação profissional e formal, saúde, segurança no trabalho, alimentação e transporte. No plano externo, o balanço social deve informar os investimentos em educação, cultura, esporte, meio ambiente (reflorestamento, despoluição, gastos com a

introdução de métodos não poluentes e outros), habitação, saúde pública, saneamento, assistência social, segurança, urbanização, defesa civil, obras públicas e, de modo especial, atividades que privilegiem as comunidades carentes. (GIFE, 1997).

Neste sentido, o balanço social empresarial, objetivava tornar público suas ações desenvolvidas de cunho social na sociedade. Para Guedes (2000), o empresariado ao se propor desenvolver RSE e a divulgação de seu balanço social, estes passam a se relacionar com públicos diferentes e, desta forma seus produtos e serviços ganham uma maior visibilidade na sociedade.

Compreendemos que a RSE, não deixa de atender sobre tudo seus objetivos, quanto a aumentar seus lucros; uma vez que ao cumprir com seu dever Institucional perante a sociedade lhes garante a visibilidade de que atendem as legislações impostas e, que por tanto merecem o crédito de serem vistas e aceitas como uma empresa que desenvolve a Responsabilidade Social Empresarial perante a sociedade. Contudo, “impactos e conflitos são palavras evitadas” (SERRÃO E LOUREIRO, 2011, p.14) nestas ações que cada vez mais tem atingido a sociedade.

3 - UM CAMINHAR NAS TRILHAS DO FAZER DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL