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5 MÉTODO E PROCEDIMENTOS

5.4 FASE QUANTITATIVA

5.4.2 Instrumento de coleta de dados

Para o desenvolvimento desta fase da pesquisa, foi elaborado um questionário como instrumento de coleta de dados. Para a estruturação deste, foram utilizados o referencial teórico estudado e, principalmente, as unidades de registro oriundas da análise da fase qualitativa desta pesquisa.

O questionário foi escolhido como instrumento, uma vez que possibilita abranger maior número de pessoas simultaneamente, é de fácil e rápida aplicação, proporciona respostas mais precisas e confere certa uniformidade na avaliação (MARCONI; LAKATOS, 2003). De acordo com os autores, a elaboração de um questionário é complexa e requer alguns cuidados de modo a aumentar a sua eficácia e validade: os temas escolhidos devem ter relação direta com os objetivos da pesquisa, o questionário deve ser limitado em extensão e em finalidade (se for muito longo pode causar desinteresse e se for curto pode não oferecer as informações necessárias), as questões devem ser codificadas de modo a facilitar a posterior tabulação, deve estar acompanhado de instruções sobre como o responder e os aspectos estéticos também devem ser observados (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 203). O instrumento foi dividido em três partes: a primeira constitui- se da apresentação da pesquisa e seu objetivo; a segunda com perguntas cuja finalidade era identificar dados do perfil sociodemográfico, características pessoais, familiares e ocupacionais (tais como atividades escolares e trabalho) e uma terceira parte constituída de perguntas cujas respostas deveriam contribuir para uma melhor compreensão acerca das razões que influenciam na escolha pela formação técnica e expectativas após o término do curso. O questionário foi composto por 25 questões fechadas (sendo duas questões do tipo Likert com amplitude graduada que vai de zero a quatro), e seis questões abertas, constituindo um total de 31 questões (Apêndice C).

5.4.2.1 Pré-teste do questionário

Uma vez concluída a elaboração do questionário, este foi submetido a um teste para aperfeiçoamento. Segundo Barbetta (2004, p. 33), o “pré-teste” deve ser realizado com a aplicação do instrumento em pessoas com características idênticas aos sujeitos em pesquisa. É através deste teste que se torna possível verificar, de acordo com Barbetta (2004), as falhas na construção do mesmo (sendo reformulado caso necessário) e se ele terá condições de avaliar fidedignamente os resultados (de modo que qualquer pessoa que o aplique alcance os mesmos resultados). Marconi e Lakatos (2003) ainda mencionam como objetivos da realização do pré-teste a verificação da validade do instrumento (que garante que os dados obtidos são necessários para responder ao problema de pesquisa e aos objetivos); sua operatividade (linguagem acessível) ou ainda para estimar o tempo médio de aplicação necessário.

Depois de elaborado, o questionário foi preenchido por alunos de uma turma do curso técnico de Automação Industrial do SENAI, unidade São José. Esta turma foi escolhida para a realização do teste, pois tratavam-se de alunos em fase final de curso e que não iriam compor a população alvo de estudo desta pesquisa, isto é, ingressantes. Para realização do pré-teste, a pesquisadora solicitou autorização para o coordenador de curso da instituição que já estava ciente do desenvolvimento da pesquisa devido a realização dos grupos focais anteriormente. Mediante o consentimento do mesmo, a pesquisadora prosseguiu com o pré-teste que foi realizado em sala de aula, na presença do professor. A turma era composta por dezesseis alunos regularmente matriculados e no dia da realização do pré-teste, treze alunos estavam presentes. Foi explicitado aos mesmos os objetivos e considerações éticas relacionadas à pesquisa e todos aceitaram participar voluntariamente do teste do instrumento. O tempo médio para preenchimento do questionário foi de 20 minutos e ao final, os alunos puderam fazer suas considerações sobre o mesmo.

Posteriormente, foi realizada a tabulação dos dados buscando identificar se as respostas dadas pelos alunos às questões elaboradas atendiam aos objetivos da pesquisa. Houve alterações no que diz respeito ao espaço disponibilizado para o preenchimento das respostas das questões de assinalar e do tipo

Likert e a fragmentação de uma questão em duas, dando origem às questões 24 e 25.

Em uma abordagem sequencial, conforme orienta Creswell (2010), os temas e declarações obtidas dos participantes na coleta de dados qualitativos, isto é, nos grupos focais, podem ser utilizados como base para elaboração do instrumento que será utilizado na segunda fase. Assim, as fontes que originaram a construção de cada item do instrumento estão disponibilizadas no quadro do apêndice D.

5.4.3 Procedimentos de coleta de dados

Para ter acesso aos alunos das turmas ingressantes dos cursos técnicos de todas as unidades que compõem a UO Região Sudeste do SENAI, a pesquisadora solicitou autorização, primeiramente à Diretoria da instituição, por meio de uma declaração de ciência e concordância entre as instituições envolvidas, documento necessário para a aprovação do projeto da referida pesquisa pelo CEPSH, da UFSC. Com a ciência da Diretoria, a pesquisadora entrou em contato com os coordenadores dos cursos técnicos das diferentes unidades, solicitando autorização para a aplicação do questionário durante as aulas, em dias e horários previamente agendados. Os referidos coordenadores encaminharam um e-mail aos professores, informando sobre a realização da pesquisa, declarando ciência e permissão para a aplicação do instrumento presencialmente, conforme disponibilidade e planejamento de aula.

Com a autorização dos professores, a coleta de dados foi realizada dentro de um período de quatro semanas e algumas datas previamente agendadas com os coordenadores foram remarcadas em decorrência de atividades internas do curso comunicadas pelos professores, tais como: realização de visitas técnicas, avaliações e eventos.

A aplicação do questionário ocorreu coletivamente em sala de aula. Cada sessão de aplicação foi precedida da apresentação da pesquisadora, dos objetivos da pesquisa e da distribuição de uma Carta de Apresentação (Apêndice E) aos alunos que manifestaram interesse em participar da pesquisa. Nesta carta são especificadas as informações relacionadas a pesquisa, tais como: objetivos, resultados esperados, participação voluntária, sigilo em relação aos dados obtidos, o contato da pesquisadora para caso

os participantes desejassem ter acesso aos resultados da pesquisa, entre outros.

Conforme o item 9.8 do Manual Operacional para Comitês de Ética em Pesquisa (BRASIL, 2008, p. 38): “Em pesquisas com questionário anônimo, o fato de responder o questionário seria tido como consentimento e os procedimentos para o devido esclarecimento dos sujeitos devem ser descritos para apreciação do CEP” (Comitê de ética em pesquisa - CEP). Assim, como o questionário desenvolvido para esta pesquisa prevê o anonimato dos participantes, não foi utilizado o TCLE.

Após a distribuição do questionário, a pesquisadora forneceu as orientações necessárias para o preenchimento do mesmo, enfatizando aos participantes que caso apresentassem dúvidas, poderiam solicitar atenção da pesquisadora de modo que as mesmas fossem elucidadas. A aplicação dos questionários deu-se nas salas de aulas das turmas participantes que eram isentas de ruído e fluxo de entrada e saída de pessoas, equipadas com mesas, cadeiras e iluminação adequadas.

5.4.4 Procedimentos de organização, tratamento e análise de

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