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2. Enquadramento teórico

3.5 Instrumento de recolha de dados

Tendo em conta a natureza do estudo e as questões para as quais se procuram respostas no âmbito do mesmo, torna-se necessário a definição e utilização de técnicas adequadas e respectivos instrumentos de recolha de informação.

Assim, o instrumento de recolha de dados que se considerou mais adequado face aos objectivos definidos foi um formulário informatizado, cujo preenchimento foi efectuado pela mestranda.

3.5.1 Pré-teste

De modo a testar o instrumento de recolha de dados escolhido -formulário- e avaliar um possível enviesamento da investigação, foi necessário, numa fase inicial, a realização de um pré-teste ao instrumento de recolha escolhido.

Assim sendo, o formulário foi aplicado na análise ecocardiográfica de 5 indivíduos, onde se efectuaram algumas correcções e aperfeiçoamento relativamente às informações pretendidas e à facilidade de preenchimento.

Os indivíduos que participaram na realização do pré-teste não foram incluídos na amostra deste estudo.

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3.5.2 Procedimento de recolha de dados

O local onde foi desenvolvido a recolha de dados decorreu em meio laboratorial, tendo sido efectuada no Laboratório de Ecocardiografia do CHBM, durante os meses de Junho a Agosto de 2012.

A todos os indivíduos incluídos no estudo foi solicitado o preenchimento do consentimento informado.

Os estudos ultrassonográficos cardíacos foram realizados por um único operador experiente de acordo com o protocolo de estudo previamente definido (Apêndice I). Depois da realização do estudo ultrassonográfico foi efectuada a avaliação dos parâmetros ecocardiográficos, numa estação de trabalho Echopac (GE®) onde foram analisados os estudos e recolhidos dados para preenchimento do formulário de avaliação ecocardiográfica (Apêndice II).

Após a recolha da amostra do grupo com DSVE, foi seleccionado um grupo de controlo (indivíduos saudáveis). Todos os indivíduos realizaram estudo ultrassonográfico cardíaco segundo um rigoroso protocolo de aquisição ecocardiográfico (FR 40-80f/s) com equipamento Vivid i da (GE®) e as imagens foram armazenadas em Raw Data no laboratório onde decorreu o estudo.

A recolha de dados dos parâmetros ecocardiográficos dos indivíduos inseridos no estudo implicou que todos os pacientes fossem avaliados em decúbito lateral esquerdo por um operador experiente com recurso a um equipamento Vivid i (GE®), utilizando uma sonda multifrequência 3S-RS (1,5-3,5MHz) e com software próprio para análise de 2D speckle tracking.

Foi realizado um ecocardiograma transtorácico completo (Modo-M, bidimensional, Doppler cor e espectral, DT) utilizando as vias ecocardiográficas convencionais, com avaliação específica de parâmetros quantitativos para análise da função sistólica do VD, como a excursão longitudinal do plano do anel tricúspide lateral avaliada por Modo-M (TAPSE), a velocidade da onda S’ avaliada por DT do anel tricúspide lateral e avaliação do 2D speckle tracking longitudinal.

Para a avaliação adequada do 2D speckle tracking foi necessário a aquisição de cineloops de 3 ciclos cardíacos em modo 2D na via apical de 4C com frame rate> 60Hz/s e com armazenamento da imagem digital em formato Raw Data que permitisse a posterior análise off-line (software EchoPac GE®).

30 No que diz respeito aos procedimentos para obtenção das variáveis através da ecocardiografia convencional e por 2D speckle tracking estes foram efectuados de acordo com o recomendado pelos últimos consensos (ano 2010) da Associação Americana de Ecocardiografia aprovados pela Associação Europeia de Ecocardiografia e Sociedade Canadiana de Ecocardiografia (Anexo 1).

A FE e os volumes telediastólico e telesistólico foram medidos pelo método de Simpson Biplanar (Anexo 2).

O fluxo de enchimento ventricular esquerdo foi avaliado por Doppler pulsado, com o cursor alinhado perpendicularmente ao anel mitral e a amostra posicionada na extremidade dos folhetos da válvula mitral, e medido a onda E, onda A, tempo de desaceleração e relação E/A.

Em relação ao VD, a TAPSE foi obtida em apical de 4C colocando o cursor modo-M junto ao anel tricúspide lateral e medindo o deslocamento máximo sistólico em milímetros. A velocidade do pico sistólico da onda S’ foi avaliada também em apical de 4 câmaras colocando a amostra do DT no segmento basal da parede lateral do VD. A pressão sistólica na artéria pulmonar foi obtida através da onda de Doppler contínuo da regurgitação tricúspide usando a equação de Bernoulli modificada (4 x (pico da regurgitação tricúspide) 2), adicionando uma constante consoante o diâmetro e colapso inspiratório da veia cava inferior. Para a quantificação da regurgitação tricúspide foi utilizado um método semi-quantitativo: a vena contracta. A vena contracta do fluxo de regurgitação tricúspide é obtida em apical de 4 C, para tal é necessário diminuir a escala da cor de modo a conseguir identificar 3 zonas distintas no jacto regurgitante: zona do fluxo de convergência, vena contracta e jacto turbulento. Segundo as últimas recomendações da Associação Europeia de Ecocardiografia, venas contracta superior a 7mm são a favor de regurgitações tricúspides severas, diâmetros inferiores a 6mm correspondem a regurgitações ligeiras ou moderadas, apenas estas foram inseridas neste estudo. (72)

O 2D speckle tracking longitudinal foi analisado a partir de imagens ecocardiográficas em apical de 4 câmaras adaptadas ao estudo do VD de forma a incluir toda a parede livre, o ápex e o SIV para posterior análise offline.

A análise por ST da deformação miocárdica (strain) longitudinal foi realizada em pós- processamento com recurso ao programa de análise EchoPac GE®) da seguinte forma:

 Primeiro, a partir do registo de Doppler pulsado do fluxo aórtico foram marcados manualmente os momentos de abertura e encerramento da

31 válvula aórtica para definir as fases de sístole e diástole, possibilitando a delineação de curvas de strain segmentar e global;

 Segundo, nos cineloops em modo 2D na via apical de 4C foi avaliado e seleccionado em cada cineloop o ciclo com melhor qualidade de imagem;

 Finalmente, foi utilizado um sistema semi-automático de tracking do miocárdico, com demarcação manual do bordo endocárdico do VD ao nível do SIV e parede livre no período tele-sistólico e ajustamento da região de interesse. Só foram considerados na avaliação da deformação os segmentos cuja qualidade do tracking miocárdico foi adequado simultaneamente pelo sistema de análise automático e pelo operador (avaliação visual). (58)

As curvas de deformação longitudinal foram obtidas em 6 segmentos (basal, médio e apical da parede livre e SIV) em cada indivíduo e a curva de strain longitudinal global foi obtida com base na média das 6 curvas de strain regional. (58)

O estudo da deformação miocárdica através da ecocardiografia 2D (speckle tracking) foi realizado nos segmentos basal e médio da parede livre do VD e SIV, mas com recurso ao software de análise da deformação miocárdica do VE, modificado para o VD.

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