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Instrumento

Os dados foram coletados com a utilização do Questionário de Vivências Acadêmicas na forma reduzida – QVA-r nacional (Anexo 2), instrumento de auto-relato, com respostas no formato Likert de cinco pontos, cujo objetivo é a avaliação das vivências acadêmicas dos estudantes, a partir de um panorama geral; está centrado nas dificuldades de ajustamento, tendo como prioridade a avaliação da extensão e não o aprofundamento das vivências acadêmicas (ALMEIDA, 1998a).

O questionário é originário de um instrumento desenvolvido em Portugal, que na sua primeira versão é constituído por 170 itens distribuídos em 17 subescalas, que avalia cinco grandes áreas das vivências acadêmicas (pessoal, interpessoal, vocacional/profissional, estudo e institucional). Tais áreas representam alguns dos domínios capazes de descrever os níveis e a qualidade da adaptação de estudantes ingressantes do ensino superior (ALMEIDA, SOARES e FERREIRA, 1999).

Após estudos com o instrumento original, foram verificadas dificuldades de aplicação do instrumento, devido à quantidade de itens e o tempo extenso dedicado às respostas, além

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da possibilidade de agrupamento de determinados itens em um mesmo domínio, o que levou os autores à produção de um segundo formato do instrumento. Surgiu, então, o QVA-r, uma versão reduzida, com 60 itens, distribuídos em cinco dimensões, capaz de solucionar eventuais problemas, tanto de aplicação como de consistência interna (ALMEIDA, SOARES e FERREIRA, 2002).

Com o intuito de adaptar este instrumento à realidade brasileira, Villar (2001) desenvolveu estudo promovendo como resultado a tradução de 75% dos itens (considerando 170 itens) para o português do Brasil e sua adequação à realidade brasileira. A fim de validar o QVA na forma reduzida e na versão nacional, estudo realizado por Granado (2004) encontrou índices psicométricos adequados, com explicação de 40,4% da variância total e consistência interna de α = 0,8839. A partir da análise fatorial exploratória, foi verificada aderência satisfatória dos itens ao constructo estudado. Os resultados deste estudo promoveram também a alteração do instrumento original para adequação à realidade brasileira. As alterações realizadas foram a exclusão de 5 itens e o deslocamento de três itens para outras dimensões.

Assim, a versão nacional é composta por 55 itens, distribuídos nas cinco dimensões anteriormente citadas, além de uma questão aberta na última página do instrumento, onde os participantes da pesquisa têm a oportunidade de se expressarem de maneira livre acerca de suas experiências no ensino superior.

Constitui-se, então, em uma escala de formato Likert de cinco pontos, definida como (1) nada a ver comigo; (2) pouco a ver comigo; (3) algumas vezes de acordo comigo; (4) bastante a ver comigo e (5) tudo a ver comigo, onde os estudantes, em cada questão, devem optar por um desses pontos, baseados em seus sentimentos, percepções e experiências acadêmicas.

Os 55 itens estão distribuídos em cinco grandes áreas da integração, de acordo com estudo realizado por Granado (2004): 1) dimensão pessoal: contêm 14 itens focados nas percepções do estudante sobre si mesmo, em relação ao seu bem-estar psicológico e físico, aspectos pessoais, como autonomia e auto-conceito e aspectos emocionais; sua consistência interna é de α = 0,8386; 2) dimensão interpessoal: estão inseridos nesta dimensão 12 itens centrados no relacionamento interpessoal com os pares, amigos, relações de intimidade e envolvimento em atividades extracurriculares e apresenta consistência interna de α = 0,8220; 3) dimensão carreira: reúne 12 itens focados no curso escolhido, expectativas de carreira, aprendizagem e satisfação com a escolha de curso, apresentando consistência interna de α = 0,8563; 4) dimensão estudo: 9 itens relacionados às questões de estudo, competências que

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abrangem o cotidiano escolar, como gestão do tempo, utilização da biblioteca estratégias de aprendizagem; sua consistência interna é de α = 0,7778 e 5) dimensão institucional, contendo 8 itens focados na instituição em que freqüenta, refletindo interesse geral pela instituição em que está inserido (normas, infra-estrutura, serviços ) e em dar andamento no curso escolhido; apresenta α = 0,7663 de consistência interna.

É importante ressaltar que esta versão do instrumento traz alguns itens denominados “itens invertidos”, que se trata de afirmações negativas, ou seja, questões em que o participante que escolher a opção 5 – “Tudo a ver comigo”, na verdade, ele declara que não está vivenciando bem aquela situação. Para que a pontuação desses itens seja registrada de maneira correta e não haja alteração nos resultados, é preciso inverter a resposta no banco de dados para essas respostas, considerando (1) nada a ver comigo como pontuação 5; (2) pouco a ver comigo como pontuação 4 e (5) tudo a ver comigo, como pontuação 1. Os itens invertidos são: dimensão “Pessoal”: itens 4, 6, 9, 11, 13, 17, 20, 25, 27, 34, 40, 47 e 50; dimensão “Interpessoal”: itens 26 e 54; dimensão “Institucional”: item 41 e dimensão “Carreira”, item 46.

Além do QVA-r (Anexo 2), foi utilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 1) em duas vias (do participante e do pesquisador), documento que registra os objetivos da investigação e expõe, de forma clara, as orientações necessárias aos estudantes, dando ênfase à participação voluntária e ao sigilo das informações, utilizadas tanto para fins científicos, como no caso deste estudo, quanto para embasar futuras tomadas de decisões por parte da Coordenação do Curso. Neste documento consta, ainda, registro da possibilidade de desistência da participação do estudante e dados de endereços para contatos.

Procedimentos de coleta de dados

O procedimento de coleta de dados teve início a partir da tomada de decisão frente à situação da mudança do turno do curso. De forma clara, os objetivos desta investigação estavam delineados e, por este motivo, optou-se por não perder a oportunidade de estabelecer o turno como uma das variáveis do estudo, pois não haveria outro momento para a coleta de dados que refletissem diferenças entre turnos, já que não haveria mais ingresso no período matutino.

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A partir desta situação, foram realizados alguns procedimentos para a coleta de dados, no que diz respeito aos critérios éticos da investigação científica. Como os dados foram coletados a partir de uma necessidade momentânea, foi requisitada a autorização à Pró- reitoria e Diretoria de Graduação do campus no sentido de permitir a coleta de dados com os participantes da pesquisa. Autorização concedida e, como o Comitê de Ética da Universidade estava sendo criado no momento, não foi possível apresentar o projeto a tempo da coleta, porém, ela está autorizada pelas instâncias superiores da IES que, inclusive, possuem conhecimento dos objetivos desta investigação e cópia do instrumento utilizado.

Assim, tomando como base os objetivos desta investigação e a mudança de turno do curso, conforme explicitado anteriormente, a coleta de dados foi realizada em dois momentos para cada turma, coincidindo com o final de cada semestre letivo das turmas de alunos ingressantes, conforme Quadro 2 abaixo:

Quadro 2 - Momento de coleta de dados

A decisão pela coleta de dados no final de cada semestre visou garantir um período razoável de vivências acadêmicas com a Universidade, em cada semestre letivo (1º e 2º).

O procedimento de coleta de dados foi realizado, em todas as etapas, de maneira coletiva e no ambiente de sala de aula. Optou-se por coletar os dados na disciplina de Metodologia Científica, de acordo com autorização e disponibilidade do docente da disciplina. A pesquisadora não tem envolvimento direto com tal disciplina. Além disso, ressalta-se que a coleta de dados não foi realizada em período de avaliações parciais nem de exames finais. turno 2005 2005 2006 Matutino 9 de junho (1ª coleta) 28 de novembro (2ª coleta) oturno 28 de novembro (1ª coleta) 28 de junho (2ª coleta)

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