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5. METODOLOGIA

5.4 Instrumentos de coleta de dados

Por se tratar de uma pesquisa-ação, algumas das técnicas de coleta de dados foram de natureza antropológica, tais como: observação participante e diários de campo.

Conforme Queiroz, Vall, Souza e Vieira (2007), a observação participante consiste em uma das principais técnicas utilizadas por aqueles estudiosos que decidem adotar uma abordagem de natureza qualitativa. Faz-se necessário que o pesquisador se insira no grupo observado, de modo a fazer parte deste e a interagir por consideráveis períodos de tempo com os participantes, a fim de fazer parte dos eventos cotidianos para entender melhor o significado da atuação dos membros da comunidade estudada.

O diário de campo é também uma ferramenta que permite sistematizar os dados para posterior interpretação e análise. Recomenda-se dividi-lo em duas colunas, a primeira para o relato das experiências de campo e a segunda para as análises e as conclusões.

(...) podemos considerar que, no desenvolvimento da pesquisa-ação, os pesquisadores recorrem a métodos e técnicas de grupo para lidar com a dimensão coletiva e interativa da investigação e também técnicas de registro, de processamento e de exposição de resultados. Em certos casos os convencionais questionários e as técnicas de entrevista individual são utilizados como meio de informação complementar. (THIOLLENT, 2011, P. 33)

Além dos instrumentos de ordem antropológica, foram utilizados também os seguintes instrumentos: questionário de seleção dos participantes e aulas (protocolos verbais).

 Dados gerados: Questionário de seleção dos participantes e de diagnóstico inicial de leitura em língua espanhola (ver APÊNDICE A), roteiro do protocolo de observação (ver APÊNDICE B).

 Método de abordagem aos sujeitos do estudo: Abordamos os participantes desse estudo, em momento adequado conforme o aceite dos participantes da pesquisa. Apresentamo-nos como pesquisadora, solicitamos permissão do centro de estudo de língua espanhola e dos participantes do estudo, e apresentamos o documento TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO (ANEXO 1) para que estes pudessem assiná-lo.

Instrumento de coleta de dados: Os questionários - Escolhemos como instrumento de coleta de dados o questionário, visto que acreditávamos ser este um meio eficiente para obter os dados necessários para uma pesquisa caracterizada como pesquisa-ação. Os questionários aplicados, de forma presencial, contiveram questões objetivas e questões abertas. As primeiras foram incluídas para facilitar a obtenção e padronização das respostas. As últimas foram incluídas para não limitar, excessivamente, o leque de respostas esperadas, permitindo ao inquirido a possibilidade de construir a resposta com as suas próprias palavras, favorecendo deste modo a liberdade de expressão. Os questionários constituem um importante instrumento de coleta de dados para o nosso estudo, já que foram usados para selecionar os participantes da pesquisa. Utilizamos para melhor análise das respostas, escalas Likerd, em que os participantes escolheram entre cinco opções, tais como: concordo totalmente; concordo; nem concordo, nem discordo; discordo; discordo totalmente. Cada item será apresentado sob forma de uma assertiva, com cada gradação com uma resposta possível, além de cada gradação se mostrar numa ordem descendente, em que o primeiro item indica o maior grau de concordância, o último o maior grau de discordância e o item do meio neutro, sendo bivalentes e simétricos.

A observação Segundo Triviños (2011, p. 137-138): “a observação dirigida, estruturada, é capaz de ser útil para evidenciar, na prática, certos comportamentos que nos interessa colocar em alguma perspectiva ou convencer-nos de sua ausência”. Serviram como elemento para posteriores anotações em uma ficha de acompanhamento. Essa etapa foi

combinada com o uso de protocolo verbal retrospectivo, quer dizer, de acordo com Baldo (2011), é a metodologia que permite aos participantes relatar os processos cognitivos que ocorreram em um momento anterior durante a execução de uma tarefa.

Dados Coletados: Ao definir, a partir de uma coleta inicial, os gêneros textual-discursivos híbridos que foram utilizados em sala de aula, julgamos pertinente partir de gêneros que já tivessem sido apresentados ao longo das unidades dos materiais adotados na instituição de ensino analisada, partindo sempre dos gêneros mais cotidianos, como, por exemplo, a carta e a receita culinária para, posteriormente, chegarmos aos mais complexos, como o poema e a resenha acadêmica, por exemplo. Com base no estudo de Lazarini (2013, p. 93-94), as etapas para o desenvolvimento da pesquisa foram as seguintes:

1) Leitura de um gênero A que captasse um outro gênero B (mais simples, inicialmente, e caminhando para o mais complexo).

2) Identificação do gênero transgressor, por meio de marcas linguístico-discursivas e imagéticas.

3) Em caso de dificuldade da parte dos alunos no reconhecimento do gênero transgressor, apresentação desse gênero no seu formato tradicional para que eles percebessem, com maior clareza, suas regularidades (ou coerções) e os desvios sofridos na mescla.

4) Discussão dos efeitos de sentido produzidos com a transgressão (surpresa, humor, estranhamento etc.) como recurso persuasivo7.

Seguindo ainda os passos metodológicos de coleta de dados de Lazarini (2013), fez-se necessário elaborar sequências didáticas para as aulas dedicadas à leitura coletiva a fim de detalhar os passos realizados para o desenvolvimento e compreensão de gêneros textual- discursivos híbridos.

Dessa forma, baseamo-nos na proposta de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), que indicam essa abordagem para o estudo de gêneros orais e escritos. Trata-se, segundo eles, de “um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito” (op. cit., p. 97).