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As informações utilizadas no desenvolvimento da pesquisa foram obtidas das seguintes maneiras: aplicação de questionário, entrevistas não estruturadas, pesquisa bibliográfica e em menor grau, a pesquisa documental.

Em pesquisas descritivas, os instrumentos de coleta de dados, de amplo uso, são a entrevista, o formulário, e o questionário. A utilização de questões abertas ou fechadas e o número de opções apresentadas determinarão a exatidão dos dados e a dificuldade na sua tabulação e análise. Por conduzir a uma melhor exatidão nas medidas desejadas, o questionário foi a forma mais usada na coleta dados neste estudo. Tem a vantagem de possibilitar aplicação simultânea a um maior número de indivíduos e ser enviado pelo correio. Permite manter o anonimato dos respondentes, o que propicia maior segurança aos mesmos e conduz a respostas mais sinceras (CERVO; BERVIAN, 1996).

As características do problema pesquisado levam o pesquisador a definir o tamanho, a natureza e o conteúdo do questionário. Os questionários de perguntas

fechadas são aqueles que empregam perguntas ou afirmações com categorias ou alternativas de respostas fixas e preestabelecidas. (RICHARDSON, 1999).

Em vista da recomendação acima, procurou-se a simplificação na elaboração das perguntas e a predominância de questões fechadas no questionário, reduzindo ao máximo o número de questões, 25 perguntas, mantendo apenas aquelas essenciais ao teste das hipóteses de estudo.

O predomínio de questões fechadas teve como objetivo, facilitar seu preenchimento e não aborrecer os respondentes, tomando em demasia o seu tempo.

As perguntas foram elaboradas, após a definição do objetivo da pesquisa e o levantamento das hipóteses e variáveis necessárias à descrição e avaliação do programa de gestão pelo comprometimento numa empresa de saneamento. Essa seqüência foi observada, para que a preocupação principal e a finalidade das perguntas tivessem relação com o objetivo da pesquisa.

O conteúdo do questionário aplicado foi predominantemente composto por afirmações, ficando o respondente com diversas opções de expressar seu nível de concordância ou de discordância em relação às mesmas, ou ainda, optar pela resposta: “Não sei / Não quero opinar”.

A entrevista é uma conversa com o informante, na qual este é inquirido com o objetivo de recolher dados para a pesquisa. Este instrumento de coleta de dados é usado em pesquisas sociais e psicológicas para a obtenção de dados que não estão disponíveis em registros e fontes documentais, mas são conhecidos por certas pessoas. Tais dados servem tanto para o estudo de fatos como de casos ou de opiniões (CERVO; BERVIAN, 1996).

O fato de ser uma conversa dirigida confere à entrevista uma maior flexibilidade para explorar temas surgidos no decorrer da conversa. Além disso permite maior espontaneidade e informalidade para abordar assuntos que poderiam gerar resistência através de outras formas de pesquisa.

De acordo com Selltiz (apud GIL, 1999), a entrevista é uma técnica de coleta de dados adequada para angariar informações sobre o que as pessoas sabem, acreditam, esperam, sentem ou desejam, querem fazer, fazem ou fizeram, também fornece suas explicações ou motivos sobre acontecimentos passados.

Optou-se pelo uso apenas de entrevistas não estruturadas, por melhor atender aos objetivos deste estudo. Tal escolha tem como finalidade obter junto aos multiplicadores do programa, informações mais detalhadas acerca do mesmo. Nestas entrevistas, os objetivos foram de levantar opiniões e relatos sobre a história do programa, saber quais eram as expectativas iniciais e quais foram os resultados efetivos, além de registrar a experiência adquirida na prática da implantação do programa.

A entrevista não estruturada ou entrevista em profundidade é uma conversa guiada. O emprego desse tipo de entrevista visa obter do entrevistado sua descrição do problema, captar sua opinião e levantar fatos que este considera relevantes. Isso permitirá que se possa descobrir o que, de que modo e por quais motivos algo ocorre. As informações detalhadas obtidas através desta técnica são utilizadas para subsidiar uma análise qualitativa. (RICHARDSON, 1999).

Ainda como instrumento de coleta de dados, selecionou-se a observação. Teve como função, o emprego deste método, complementar os demais métodos empregados, de modo a enriquecer a pesquisa, integrando os dados obtidos pelas diversas formas de captação.

A dificuldade da operacionalização, apesar de suas vantagens limita a possibilidade de uso deste tipo de pesquisa. Porém, tendo em vista a presença do pesquisador no universo da pesquisa, essa foi também uma das fontes de informação utilizadas.

Embora o tipo de observação realizado classifique-se como assistemática, ela requer um preparo prévio para o processo de análise e interpretação. Esse preparo compõe-se, principalmente através da Revisão da Literatura.

A observação efetuada mais livremente, sem utilizar fichas ou listas de registros, é chamada de assistemática. Observação participante é quando o observador insere-se no contexto onde estão as pessoas que vivenciam o fenômeno a ser observado. Esse tipo de observação é indicado para estudos de grupos e comunidades, pois o convívio proporciona ao observador melhores condições de assimilar e conhecer características da comunidade (RICHARDSON, 1999).

A observação assistemática, conjugada com a observação participante foram utilizadas uma vez que o pesquisador encontrava-se inserido no universo da pesquisa, porém sem acesso ao todo.

A observação total do universo da pesquisa torna-se complexa e inviável em razão da extensão geográfica, da quantidade de Unidades de Negócios envolvidas no universo da pesquisa e da pouca disponibilidade de tempo do pesquisador.

Na observação participante ou ativa, permite-se chegar ao conhecimento da vida de um grupo a partir de seu interior. Essa modalidade de observação é nomeada como natural, quando o observador já pertence à comunidade ou grupo que investiga. A percepção direta dos fatos, a principal vantagem, pois leva a redução da subjetividade (GIL 1999).

A presença do observador, tida pelo autor acima, como o principal inconveniente da observação por inibir o comportamento espontâneo dos observados, modificando seu comportamento, foi atenuada pele fato do observador já pertencer à comunidade investigada.

A observação realizada foi parcial, pois ficou restrita aos processos onde participa o pesquisador. Dada sua limitação, serviu apenas para auxiliar na elaboração de entrevistas, questionários e das considerações finais.

Richardson (1999), destaca dentre outras vantagens da observação as seguintes: Torna possível captar a informação no momento de sua ocorrência; presença do observador à ocorrência espontânea dos fatos ou fenômenos; é o único meio satisfatório para estudo de certos aspectos do comportamento humano; Todo o trabalho fica a cargo do observador, cabendo ao observado apenas o desempenho normal de suas atividades.

Prosseguindo, o mesmo autor alerta para desvantagens e limitações da observação: existência de fatos difíceis ou impossíveis de ser estudados pela observação, pois dificultam ou impedem a presença do observador durante a ocorrência ou imediatamente depois; risco de deixar de lado os fatos essenciais, ressaltando apenas o pitoresco; requer preparo do observador e cuidados específicos para cada tipo de estudo.

Contudo, a observação não poderia deixar de fazer parte dos meios para assimilação aspectos do ambiente de estudo, como complemento aos demais métodos empregados.

Foram fundamentais esses alertas para que se pudesse procurar por meios de contornar tais problemas. A utilização de outros instrumentos de coleta de dados,

como, o questionário, a entrevista e pesquisa documental ajudaram a superar essas desvantagens e limitações.

Em razão da existência, na empresa, de materiais contendo informações úteis a este estudo, a pesquisa documental foi uma das fontes de dados utilizada. Foi utilizado também o boletim interno de circulação mensal, “Diálogo”, que é o meio de divulgação de notícias da empresa para todos os empregados. Além dessa fonte também foram aproveitados outros materiais divulgados internamente, bem como apostilas e textos de apoio utilizados nos treinamentos ministrados aos funcionários.

Na pesquisa social, os jornais, revistas, fitas de cinema, programas de rádio e televisão, são documentos de comunicação de massa que constituem importantes fontes de dados. Tais fontes auxiliam no estudo de diversos aspectos da atualidade e do passado histórico. É preciso, entretanto muita cautela no uso desses documentos em razão de terem sido elaborados com objetivos alheios à pesquisa científica (GIL, 1999).

Dentre os instrumentos de coleta de dados disponíveis, optou-se no presente trabalho por aqueles que se revelaram mais adequados às características do estudo a ser realizado, ou seja, entrevista, questionário, observação.

No questionário, foram empregadas perguntas abertas e perguntas fechadas. A remessa das perguntas aos respondentes foi feita via malote da empresa. Depois de respondidas, as questões retornaram ao pesquisador também, por meio do malote.